ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE METODOLOGIAS PARA ANÁLISE
PRELIMINAR DE RISCO (APR) EM SERVIÇOS DE ENGENHARIA
José Fernando Mangili Jr.1, Leonimer Flávio de Melo 2, Mario Rota Neto3, Gelson Pedro Orcioli 4
Abstract  This study aims to compare some risk analysis
tools that have recently been developed for application in
Preliminary Hazard Analysis. The comparison is made
between risk classification currently used in risk analysis
and new classification of risk levels which aims to
minimize or eliminate errors or misleading to characterize
the risks of accidents and help in decision for preventive
and/or corrective actions and the work involves an
application of the Preliminary Hazard Analysis at
different companies, using both methods. After completion
of PHA’s a comparison is made between the results
presented by the evaluators and then there is a check of
the results, concluding then that the new method of risk
classification is effective in its proposed different
interpretations of risk level evaluated for the same
activities. Finally, this work is carried out an analysis of
the PES-2010 software, which aims to allow insertion of
data analysis in the field.
Index Terms  Preliminary hazard analysis, Engineering
work safety, Risks, Levels of risks
INTRODUÇÃO
A palavra risco é utilizada em muitas áreas e com
vários significados, como a matemática, a economia, a
engenharia e o campo da saúde pública etc. e sua origem
se dá no verbete italiano rischio que tem a ver com a
probabilidade de perigo, com ameaça física para o homem
ou para o meio ambiente. Expandindo esta definição
alguns autores afirmam que a noção de risco tem a ver
com a possibilidade de perda ou dano, ou se traduz no
sinônimo de perigo.
Uma primeira abordagem possível dos riscos é
considerar o homem como vítima de um fluxo de energia
(perigo) e procurar descrever e explicar os fatores de risco.
Tenta-se, então, categorizar os riscos (físicos, químicos,
elétricos, entre outros) e diminuir sua frequência ou
interpor barreiras para neutralização dos mesmos. Nesse
caso, surge a gestão de riscos que vai consistir em fazer
reconhecimento e avaliação para detectá-los e desenvolver
ação técnica ou prescritiva para evitá-los ou controlá-los.
Como os riscos aqui considerados estão ligados às
condições de trabalho do operário/trabalhador bem como
os processos, infra-estrutura e meio ambiente em que este
trabalho é desenvolvido, é necessário considerar a
segurança no trabalho e a gestão dos riscos como sendo os
eixos de aplicação da análise preliminar dos riscos, suas
1
José Fernando Mangili Jr. Docente do Departamento de Engenharia Elétrica na Universidade Estadual de Londrina – PR. Rua Arthur Jaceguai 139,
CEP: 86061-250, Londrina, PR, Brazil, mangili@uel.br.
2
Leonimer Flávio de Melo - Docente do Departamento de Engenharia Elétrica na Universidade Estadual de Londrina – PR., leonimer@uel.br.
3 Mário Rota Neto. Sócio-proprietário da Silomax Ind. and Com. Ltda. Av. Itamaraty, 710, ZIP: 86600-000. Rolândia - PR, Brazil,
mario@silomax.com.br
4 Gelson Pedro Orcioli. Engenheiro eletricista, Universidade Estadual de Londrina – PR, Brazil, pedroorcioli@gmail.com
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técnicas de avaliação e as medidas preventivas, que se
bem aplicadas resultam em sistemas mais eficientes,
seguros e consequentemente mais produtivos.
Dos anuários consolidados da Previdência Social do
Brasil, obtém-se que no ano de 2009 foram registrados
723.452 acidentes e doenças do trabalho, entre os
trabalhadores assegurados da Previdência Social. Este
número não inclui os trabalhadores autônomos
(contribuintes individuais) e as empregadas domésticas,
sendo, portanto, o número real ainda maior. Estes eventos
provocam enorme impacto social, econômico e sobre a
saúde pública no Brasil. Entre esses registros contabilizou-
se 17.693 doenças relacionadas ao trabalho, e parte destes
acidentes e doenças tiveram como consequência o
afastamento das atividades de 623.026 trabalhadores
devido à incapacidade temporária (302.648 até 15 dias e
320.378 com tempo de afastamento superior a 15 dias),
13.047 trabalhadores por incapacidade permanente, e o
óbito de 2.496 cidadãos.
Ainda de acordo com dados da Previdência, em 2009,
ocorreu cerca de 1 morte a cada 3,5 horas, motivada pelo
risco decorrente dos fatores ambientais do trabalho e ainda
cerca de 83 acidentes e doenças do trabalho reconhecidos
a cada 1 hora na jornada diária. Em 2009 observa-se uma
média de 43 trabalhadores/dia que não mais retornaram ao
trabalho devido à invalidez ou morte.
Esse cenário, que perdura até os dias atuais, nos levou
a propor medidas de refinamento das metodologias
existentes de análise de riscos, além de propor nova
metodologia baseada neste refinamento e realizar o
desenvolvimento de ferramenta computacional de apoio
para emissão de relatórios gerenciais consistentes para a
tomada de decisões com intuito de facilitar a aplicação,
por parte de empregados e empregadores, de métodos de
análise e ações prevencionistas para contribuir com a
diminuição desses índices. Assim, este trabalho realiza a
aplicação e comparação de algumas metodologias e
ferramentas de análise de risco que foram recentemente
desenvolvidas para aplicação em Análises Preliminares de
Risco (APR’s) em contraponto com algumas metodologias
já existentes e amplamente utilizadas. Após, é feita uma
comparação entre os resultados apontados pelos
avaliadores e em seguida há uma verificação desses
resultados, concluindo-se então se o novo método de
classificação de riscos é eficiente em sua proposta de
diminuição de diferentes interpretações de nível de risco
para mesmas atividades avaliadas.
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 caracterizar prejuízo.
Interrupções das A falha é previsível ou
atividades por alguns controlável, porém se
DESENVOLVIMENTO minutos ou horas, não antecipa a programas de
excedendo a meio manutenção. Pode ocorrer
As classificações dos acidentes em categorias de período. Impactos contra devido ao fim da vida útil de
o corpo, ou quedas leves, peças ou partes; por
acordo com as consequências ou dano causado ao ser Mensurável II com dor momentânea, funcionamento inadequado,
humano, como na adaptação utilizada no Brasil e sem envolver danos estresse mecânico ou uso
maiores ou lesões internas inadequado. Ocasionará
apresentada na Tabela I, ao serem utilizadas em atividades e/ou externas, podendo danos de pequena monta ao
de análise e gerência de riscos, permitem que haja uma ser compensada ou sistema, de forma moderada
controlada sendo passível de total
classificação ou categorização não muito precisa devido à adequadamente. recuperação.
sua segmentação em níveis que representam Interrupções das
individualmente uma faixa de abrangência de 25% da atividades por algumas A falha não é previsível.
horas, além de meio Pode ocorrer devido a
classificação total. período, porém não funcionamento ou operação
excedentes a um dia. inadequados do sistema.
Baixo III Impactos contra o corpo, Ocorrerá dentro de um risco
TABELA I ou quedas, com dor aceitável. Ocasionará
CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS MIL-STD882/2000 momentânea, sem lesões degradação do sistema e
Descrição Categoria Critérios ambientais, de saúde e segurança internas ou lesões danos de forma reversível
Pode resultar em morte, sequelas externas superficiais e/ou total ou parcialmente.
permanentes, prejuízo excedente à $1M, ou pequenas.
Catastrófico I Interrupções das
danos irreversíveis ao meio ambiente que
atividades por algumas
violam a lei ou regulamentações. horas, além de meio A falha não é previsível.
Pode resultar em sequelas parciais ou período, porém sem Degradará o sistema de
permanentes, lesões ou doença ocupacional exceder a um dia. É forma crítica, causando
que pode resultar em hospitalização de pelo Médio IV
necessário o afastamento lesões, danos substanciais,
Crítico II menos três pessoas, prejuízos excedentes à do funcionário. Impactos ou resultará num risco
$200K mas menos que $1M, ou danos contra o corpo, ou quedas, inaceitável, necessitando
com dor persistente, com ações corretivas imediatas.
reversíveis ao ambiente causando violação
lesões internas ou Causará um acidente.
de leis e regulamentações. externas que necessitem
Resulta em lesão ou doença ocupacional, de intervenção médica.
podendo causar a perda de um ou mais dias Interrupções das
de trabalho, prejuízos excedentes à $10K atividades por um ou mais
Marginal III mas menores que $200K, ou danos períodos, podendo chegar
mitigáveis ao meio ambiente sem violação a alguns dias.
A falha não é previsível.
Afastamento do
das leis ou regulamentações onde o retorno Produzirá severa degradação
funcionário. Impactos
às atividades pode ser realizado. Alto V do sistema, resultando em
contra o corpo, ou quedas,
Pode resultar em lesão ou doença, não sua perda parcial.
com dor persistente e
Causará um acidente.
resultando na perda de dia de trabalho, lesões internas e/ou
prejuízo excedente à $2K mas menor que externas que necessitem
Negligenciável IV de intervenção médica,
$10K, ou mínimos danos ao meio
ambiente, não violando leis ou cirúrgica e repouso.
A falha é totalmente
regulamentações.
imprevisível. Produzirá
severa degradação do
Como parte relevante da nova metodologia proposta, sistema, resultando em sua
perda total.
foi realizada uma releitura da classificação dos riscos Lesões irreversíveis
Causará sem dúvida um
Catastrófico VI (amputação de membros,
padronizados pela norma americana MIL-STD882/2000 e sequelas) ou morte.
acidente. Como podemos
verificar, algumas falhas
sua respectiva adaptação feita por De Cicco e Fantazzini podem mudar de categoria
para o Brasil. dependendo da atividade
para qual se destina o item
Essa releitura classifica de forma mais clara e de falha.
detalhada os riscos e os padronizada para os seus diversos
graus de severidade para serem aplicados posteriormente Como consequência desta proposta de releitura e
em um relatório de Análises Preliminares de Risco e reclassificação dos riscos, surgem outros novos grupos de
tomadas de decisões gerenciais. “graus de risco” utilizados para refinamento de uma matriz
de apontamento de priorização das ações e hierarquização
das tomadas de decisão, para minimização ou eliminação
TABELA II dos riscos de acidentes apresentando-se uma matriz de
RECLASSIFICAÇÃO PROPOSTA
Cat Danos ao sistema, tomadas de decisão, baseada em valores ponderais.
Danos ao indivíduo (ser
Classificação ego
humano)
patrimônio, máquinas ou A partir destes resultados, foi apresentado uma
ria equipamentos
A falha é totalmente
ferramenta que permite, com a inserção de dados de
previsível e se encontra análise em campo, emitir relatórios de direcionamento e
dentro de períodos precisão sobre os riscos existentes que permitam
Apenas interrupção esperados de manutenção. É
repentina e breve do caracterizada pelo fim da celeridade e objetividade na priorização das tomadas de
Desprezível I processo ou atividade. vida útil de peças e partes do decisão para implementação das ações corretivas. Tal
Sem dano funcional ou sistema. Seu acontecimento
qualquer tipo de lesão. apesar de previsível, não
ferramenta consiste numa plataforma computacional e foi
pode ser antecipado ou batizada de “PES-APR09” (Programa de Engenharia de
precisado. Não gera perda Segurança e Análise Preliminar de Riscos – versão 2009 e
financeira que possa

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atualizada em 2010/11), a qual recebe as informações dos
riscos através de uma interface Homem-máquina, aloca
em um banco de dados e por fim, através de algoritmos
classifica “automaticamente” os riscos investigados,
apresentando um relatório gerencial final.
FIGURA. 1
TELA DE RELATÓRIO FINAL DE APR GERADO PELO SOFTWARE APRES-
2010
Por outro lado, independentemente do uso dessa
ferramenta computacional como apoio para as análises, foi
necessário a aplicação de testes de campo para
comparação entre a metodologia de classificação de riscos
atual e a metodologia proposta por Mangili Júnior e Rota
Neto (2009), cujo objetivo é assegurar que a nova
metodologia conseguiria atingir seu propósito de diminuir
a ambiguidade em classificações de risco de atividades
que são avaliadas por diferentes responsáveis técnicos, e
também assegurar uma padronização dos métodos de
análise preliminar de riscos minimizando os erros
decorrentes da experiência e formação dos profissionais
envolvidos nestes processos.
MÉTODO E RESULTADOS
Para a realização das avaliações necessárias foi
aplicado o método da Análise Preliminares de Risco,
realizado por pessoas capacitadas profissionalmente, onde
as classificações dos riscos foram realizadas
simultaneamente sob a MIL-STD882 e da maneira
proposta por Mangili Junior e Rota Neto (2009), ambas
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aplicadas em atividades dentro de dois ramos distintos de
prestação de serviços profissionais: a-) construção civil e
b) indústria metal-mecânica.
O procedimento de avaliação consistiu basicamente
da ida a campo de dois profissionais da área de
Engenharia, sendo um deles recém formado e outro com
20 anos de experiência, onde ambos realizaram a coleta de
informações sobre as atividades laborais que foram
observadas e seus riscos (procedimentos, materiais,
equipamentos de proteção etc.). Após os levantamentos
dos dados ambos preencheram seus relatórios
individualmente e realizaram as análises dos riscos e suas
classificações segundo a MILSTD/882 e segundo a nova
proposta simultaneamente, classificando cada um dos
riscos nas faixas de categorias de cada metodologia. Na
sequência foram comparados os resultados e avaliadas as
divergências entre cada metodologia sob a ótica de cada
profissional avaliador.
A primeira empresa avaliada, foi do ramo da
construção civil e as atividades observadas se deram em
uma obra de reforma de um prédio administrativo e de
salas de aulas, realizada na Universidade Estadual de
Londrina, Paraná. A obra vistoriada consiste na ampliação
de um prédio existente (atualmente com dois pavimentos)
em mais um pavimento e a reforma dos pavimentos
inferiores já existentes.
O serviço foi realizado por uma construtora
terceirizada, que após a isolação de uma área do prédio,
estabeleceu seu canteiro de obras.
Nesta obra foram avaliadas cinco atividades laborais:
1-) assentamento de tijolos, 2-) chapisco de paredes, 3-)
chapisco de teto, 4-) reboco de paredes 5-) auxiliar dos
serviços anteriores.
Na Tabela III, é apresentada uma planilha resumida,
contendo a compilação dos dados para a atividade de
assentamento de tijolos. Essa planilha representa as outras
quatro planilhas para as atividades anteriormente descritas.
TABELA III
PLANILHA RESUMIDA DE ANÁLISE E CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS
Ficha de APR / Identificação da Tarefa: Assentamento de tijolos
Metodologia de
Classificação
Risco/Perigo Agente Mangili Jr
e MIL-STD
Rota Neto
Tijolo: Procedimentos de
Ergonômico
assentamento
II III
Acidente Tijolo: Pega e carregamento II III
Químico Massa: Manuseio I II
Das descrições, avaliações e classificações dos riscos
realizadas para as atividades laborais na construção civil
constata-se que houve diferenças de classificação do grau
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de risco para a mesma atividade entre os dois profissionais
avaliadores e entre as duas metodologias empregadas.
Para a metodologia proposta por Mangili Júnior e
Rota Neto (2009) houve dez alterações de interpretações,
correspondendo a 50% do total de avaliações das
atividades. Para a metodologia utilizada da MIL-STD-
882D houveram 15 alterações de interpretações,
correspondendo a 75% de avaliações para as atividades.
Os percentuais comparativos globais são representados na
Figura 2.
FIGURA. 2
RESULTADO GLOBAL DAS ANÁLISES PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL
A segunda empresa, foca suas atenções nas atividades
de transformação de metais, montagem industrial e
estruturas metálicas e está localizada norte do Paraná.
Entre os principais serviços realizados estão a fabricação
de peças para montagem de elevadores, montagem de
máquinas industriais através do corte, dobra, furação,
soldagem e pinturas de chapas e tubulações metálicas.
Os serviços de montagem são realizados em um
galpão de aproximadamente 600 m2, com duas salas de
aproximadamente 12,5 m2 cada, que são utilizadas como
escritório para as rotinas administrativas da empresa.
Nesta empresa foram avaliadas cinco atividades, que a
seguir serão apresentadas 1-) dobra de chapas metálicas, 2-
) prensa e furação chapas metálicas, 3-) corte de chapa de
aço, 4-) lixamento e pintura de vigas, 5-) corte de
tubulação metálica com policorte.
De forma análoga ao procedimento para as planilhas
aplicadas na construção civil representa-se, a seguir, uma
das cinco planilhas empregadas para a indústria metal-
mecânica.
TABELA IV
PLANILHA RESUMIDA DE ANÁLISE E CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS
Ficha de APR / Identificação da Tarefa: Dobra de chapas metálicas
Classificação em
Categorias, conforme:
Risco/Perigo Agente Mangili Jr
e MIL-STD
Rota Neto
Acidente Máquina dobradeira VI IV
Acidente Matéria prima – chapas de aço II III
Ergonômico Inclinação de tronco I II
Das descrições, avaliações e classificações dos riscos
realizadas para as atividades anteriores constata-se
novamente que houve diferenças de classificação do grau
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de risco de avaliador para avaliador e entre as
metodologias.
Para a metodologia proposta por Mangili Júnior e
Rota Neto (2009) houve 9 alterações de interpretações,
correspondendo a 36% do total de avaliações das
atividades. Para a metodologia utilizada da MIL-STD-
882D houveram 9 alterações de interpretações,
correspondendo a 36% de avaliações para as atividades.
Neste caso, percebe-se que mesmo com as
modificações propostas por Mangili Júnior e Rota Neto
(2009) não há mudanças na subjetividade das análises,
persistindo diferenças de interpretação em função da
experiência do avaliador e da subjetividade da
interpretação que cada um faz das normas e sua aplicação
em cada caso analisado.
Com os resultados da pesquisa de campo realizada
através da aplicação das APR’s nas empresas pode-se
realizar uma análise quantitativa da eficiência do método
proposto por Mangili Junior e Rota Neto (2009).
Através da contabilização das divergências de
classificação dos níveis de risco apontados nas APRs
observa-se que de um total de 45 riscos levantados em
todas as atividades avaliadas, houve 25 divergências o que
representa 55% das atividades avaliadas, considerando o
método atual. Já na metodologia de classificação de riscos
proposta por Mangili Junior e Rota (2009), foi verificado
19 divergências de classificação, o que representa 42% das
atividades avaliadas. Os percentuais comparativos globais
são representados na Figura 3.
FIGURA. 3
RESULTADO GLOBAL DAS ANÁLISES PARA OS PROCESSOS NA INDÚSTRIA
CONCLUSÕES
Através da aplicação dos testes (observação, análise e
classificação) em dois ramos de atividades (construção
civil e indústria metal-mecânica) e diversas atividades, foi
verificado que a aplicação das novas classificações de
categorias de risco, dentro da Análise Preliminar de Risco,
atingiu o que se propôs a fazer, que era diminuir a
ambiguidade e as diferenças de julgamento dos níveis de
risco nas atividades laborais sob observação. Na análise
dos resultados percebeu-se a diminuição nos níveis de
ambiguidade de interpretação, mas ainda persistem
algumas diferenças. Sendo assim, embora a nova
metodologia proposta por Mangili Júnior e Rota Neto
(2009) seja mais abrangente e detalhada que a
metodologia adaptada da norma americana MIL-
STD882/93 (atualizada em 2000), ela ainda pode e deve
evoluir nos critérios de classificação dos riscos de maneira
a apresentar mecanismos que permitam diminuir as
subjetividades em sua aplicação no que tange à
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interferência e divergências entre profissionais avaliadores
devido à formação e experiência profissional de cada um.
Ainda como resultados deste trabalho pode-se
constatar que ao se realizar o levantamento de dados
relativos aos processos e às atividades laborais e
equipamentos utilizados, é de extrema senão maior
importância que a metodologia aplicada para a
classificação dos riscos a riqueza dos detalhes observados
e a experiência de cada um dos profissionais avaliadores,
sendo que essas últimas variáveis impactam sobremaneira
a precisão da aplicação das metodologias de classificações
dos riscos e as tomada de decisões para as ações
prevencionistas.

REFERÊNCIAS
[1] Mangili Jr, José Fernando and Rota Neto, Mário.
Gerenciamento de Riscos com uso de Ferramentas de apoio
para emissão de relatórios de Análise Preliminar de Risco
(APR) e critérios de Tomada de Decisão para Ações
Preventivas. Universidade Estadual de Londrina, Engenharia
de Segurança do Trabalho, Londrina. 2009.
[2] Orcioli, Gelson Pedro. Análise comparativa entre
metodologias para Análise Preliminar de Risco (APR) em
serviços de engenharia. Universidade Estadual de Londrina,
Engenharia Elétrica, Londrina, 2011.
[3] Porto, M.F.S. Análise de riscos nos locais de trabalho:
conhecer para transformar. São Paulo: Kingraf; 2000.
[4] United States of America. Department of Defense. MIL-STD-
882D: standard practice for system safety. Feb. 2000.
[5] Vasconcelos JR, Floriano Carlos Gomes de. Readequação de
Software de Gerenciamento de Riscos para emissão de
Relatórios de Análise Preliminar de Riscos (APR).
Universidade Estadual de Londrina, Engenharia Elétrica,
Londrina: 2010.
[6] Previdência Social. 2011. Disponível em
<http:/www.previdenciasocial.gov.br>.

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