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Acústica de um auditório
Resumo:
O presente trabalho visa apresentar, no âmbito da unidade curricular Projeto
FEUP, o estudo realizado sobre a acústica de um auditório, à escolha de cada
grupo, com o objetivo de estimar, a partir da fórmula de Sabine, o tempo de
reverberação do referido auditório.
A fim de estabelecer as bases teóricas do trabalho, pesquisou-se conceitos
relacionados com a acústica e os parâmetros que influenciam o tempo de
reverberação de acordo com a fórmula de Sabine.
Em seguida, apresentou-se informação acerca da sala escolhida pelo grupo -
sala de ópera da cidade de Tóquio (Tokio Opera City Hall) – destacando-se
elementos de sua arquitetura, geometria e dimensões. Apresentou-se, também,
informação oficial acerca do tempo de reverberação da sala, obtida por meio de
pesquisa em fonte confiável.
A partir de dados coletados sobre a geometria e dimensão da sala, e
considerando padrões de coeficientes de absorção sonora (valores mínimos e
valores máximos), conforme referências fornecidas durante os encontros presenciais
da unidade curricular Projeto FEUP, foi possível estimar o tempo de reverberação da
sala e tecer considerações acerca da diferença entre o tempo de reverberação
calculado pelo grupo e o valor obtido na pesquisa feita no sítio oficial do auditório.
Foi possível, também, verificar se o volume da sala estudada e o seu tempo de
reverberação estão dentro de padrões de acústica pré-estabelecidos para auditórios
do tipo.
Agradecimentos:
Gostaríamos de agradecer sobretudo ao nosso professor Rui Calejo e aos
nossos monitores Daniel Afonso e Francisca Futuro pela orientação e apoio para a
realização deste projeto. Não podíamos deixar também de agradecer ao Engenheiro
António Costa por nos mostrar a câmara de reverberação, conseguindo assim
esclarecer algumas dúvidas acerca deste tema.
Índice:
1. Introdução.............................................................................................................................6
2. Teoria.....................................................................................................................................7
2.1 Tempo de Reverberação..............................................................................................7
2.2 Absorção Sonora...........................................................................................................7
3. “Tokyo Ópera City Hall”......................................................................................................8
3.1 História............................................................................................................................8
3.2 Características...............................................................................................................9
3.3. Arquitetónica e acústica..............................................................................................9
4. Cálculo do tempo de reverberação................................................................................10
4.2 Resultados encontrados.............................................................................................12
4.3 Testando o impacto no tempo de reverberação da sala pelo uso de materiais
na superfície do teto com diferente taxa de absorção.................................................13
5. Conclusão...........................................................................................................................18
6. Referências Bibliográficas................................................................................................19
Lista de figuras:
Figura 1 New National Theatre (Tóquio)..........................................................................................8
Figura 2 New National Theatre (Tóquio)..........................................................................................8
Figura 3: “Tokyo Opera City Hall”.....................................................................................................9
Figura 4: Vista 3D do edifício...........................................................................................................11
Figura 5: Esboço da figura geométrica da sala de ópera............................................................12
Figura 6 : Curva do Tempo de Reverberação...............................................................................14
Figura 7 : Gráfico com os tempos de reverberação ideais..........................................................18
Lista de Tabelas:
1. Introdução
Os auditórios para execução de peças de ópera, recitais e concertos devem
ser, por questões de ordem técnica, espaços arquitetónicos com desempenho
acústico próximo da perfeição.
Os membros de uma companhia de ópera, sejam eles regentes, músicos ou
cantores, são artistas que costumam ter um traço comum de personalidade: a busca
pela perfeição. Tal busca faz com que, eventualmente, artistas dediquem parte
significativa de suas vidas a intenso treinamento, visando aprimorar o desempenho
de sua ferramenta de trabalho, seja um instrumento musical ou, simplesmente, a sua
voz. A referida perfeição pode traduzir-se na precisão da execação das notas
musicais, na escolha da altura e intensidade do som a ser emitido, dentre outros
aspetos.
Por outro lado, do ponto de vista de quem acorre a um espetáculo de ópera
na condição de audiência, espera-se poder desfrutar, em sua extensão máxima, do
prazer de ouvir músicos e cantores realizarem suas performances as quais, por
intermédio das ondas sonoras, chegam ao sistema auditivo de cada pessoa,
despertando diferentes emoções.
Neste contexto, a engenharia civil tem importante papel, qual seja, o de
construir edificações cuja acústica funcione de forma a permitir aos artistas o melhor
desempenho possível de seus instrumentos musicais e aos ouvintes perceberem os
sons livres de interferências.
Que interferências são essas? Como podem ser medidas? Como a
engenharia se relaciona com tudo isso? Essas são algumas das questões que serão
tratadas nos tópicos adiante.
O capítulo seguinte apresentará conceitos que consistem na base teórica
sobre o tema.
2. Teoria
Sendo:
T - Tempo de reverberação (s)
V - Volume do espaço (m3)
A - Absorção média do espaço (m2)
3.1 História
Este auditório faz parte do complexo arranha-céus denominado “New National
Theatre” (NNT). O NNT foi concluído em 1996 por Takahiko Yanagisawa e tem 234
metros de altura e 54 andares. Esta torre é considerada a terceira mais alta de
Shinjuku, a sétima mais alta de Tóquio e o primeiro e mais importante centro de
artes cênicas do Japão. Na sua construção o objetivo era ter as melhores salas,com
as melhores condições, para que os artistas ,nas diversas artes, pudessem ter uma
performance exímia, sendo assim beneficiados pela sala onde atuavam. Assim
construiu-se três importantes salas (“Concert Hall”, “Recital Hall”, “Rehearsal
Rooms”) adequadas, principalmente, para a ópera, teatro, balé, danças
contemporâneas e orquestras.
3.2 Características
A sala tem três pisos e capacidade total para 1632 pessoas, no primeiro piso
cabem 974 pessoas, no segundo piso 356 pessoas e no terceiro piso 302 pessoas,
no qual no segundo e terceiro piso são varandas. É adequada, especificamente, para
concertos e recitais, sendo que o seu tempo de reverberação é de 1,95s em sala
cheia. A base da sala tem a forma de um retângulo e o teto tem a forma de uma
pirâmide distorcida, com o seu pico mais perto da parte de trás da sala.
A sala contém um órgão que domina o segundo piso, ou seja, o primeiro piso de
varanda, oito salas privadas para uso dos artistas e áreas de buffet no segundo e
terceiro piso.
Apenas com as medidas da sala, obtidas no referido site, não foi possível
calcular o volume e área de absorção sonora equivalente, parâmetros necessários
para utilizar a fórmula de Sabine.
Foi preciso, então, buscar mais informação acerca da geometria da sala, tais
como as cotas do prisma com formato da caixa de sapato, que formam o corpo da
sala, e, também, as medidas das paredes do teto em formato de abóboda piramidal.
Com o auxílio de imagem em 3D, capturada a partir do Google Maps, foi possível
melhorar a compreensão do formato da abóboda piramidal que encobre a sala.
Observou-se, por exemplo, que o cume da pirâmide não se localiza na linha
imaginária ortogonal ao centro do sólido, conforme é possível perceber na Figura 2,
adiante no texto.
Tem-se que para alfa = 01.5, T = 1.738 segundos. Para alfa igual a 0.85, T =
0.887 segundos.
O gráfico apresentado a seguir mostra a curva decrescente do tempo de
reverberação como função do valor da taxa de absorção do material utilizado no
revestimento do teto da sala.
Fonte: Autores
5. Conclusão
A revisão das noções básicas de acústica, apresentada na Introdução,
permitiu relembrar o conceito de tempo de reverberação e como este se relaciona,
conceitualmente, com a superfície de absorção e volume do espaço estudado,
através da fórmula de Sabine.
A pesquisa sobre o “Tokyo Opera City Hall” resultou no levantamento de
pontos de interesse inicial do estudo, ressaltando as características arquitetónicas
do projeto, principalmente, naquilo em que se refere à ciência da acústica.
Utilizando as informações dos capítulos anteriores e estendendo a pesquisa
sobre a geometria da sala de ópera, foi possível calcular os parâmetros necessários
para aplicação da fórmula de Sabine e estimar o tempo de reverberação da sala.
Para permitir um melhor entendimento de como os parâmetros da fórmula de Sabine
se relacionam, foi simulada uma situação hipotética do tempo de reverberação
variando em função da taxa de absorção do material utilizado no revestimento do
teto da sala, resultando no gráfico da curva de reverberação.
Por fim, analisando o gráfico (figura 7) dos tempos ideais de reverberação
para os diversos tipos de sala, e comparando com os resultados dos cálculos
realizados, percebeu-se que este auditório, que contém um tempo de reverberação
igual a 1,95s (Tabela 1) e um volume de, aproximadamente, 15 000 metro cúbicos
(Anexo 1), tem uma acústica fantástica.
6. Referências Bibliográficas
Holoman, D. K. (2012). THE ORCHESTRA - A Very Short Introduction. New York:
Oxford University Press.
Silva C. (2013). O TEMPO DE REVERBERAÇÃO E A INTELIGIBILIDADE DA
PALAVRA - Caso de Estudo: Salas de aula da FEUP disponível em:
https://sigarra.up.pt/feup/pt/pub_geral.pub_view?pi_pub_base_id=26080
pesquisa acerca dos conceitos ideais de acústica:
https://www.researchgate.net/publication/12672197_Acoustical_design_of_the_Toky
o_Opera_City_TOC_concert_hall_Japan