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IFCE :

Aluno: Gabriel das Chagas Albuquerque


Curso: Engenharia Mecânica
Semestre: 7o
Disciplina: Mecânica dos Fluidos
Professor: Dr. Francisco Frederico dos Santos Matos

Objetivo: Apresentar os princípios fundamentais da mecânica dos fluidos, fazendo uma relação direta dos
fenômenos físicos envolvidos nos processos fluidodinâmicos e de estática dos fluidos e capacitando o
aluno a aplicar os conhecimentos adquiridos em outras disciplinas do curso, especialmente na área de
fluidos e máquinas de fluxo

Fortaleza, 04 de junho de 2021.


Introdução:
Esse relatório consiste numa série de estudos feitos em um sistema de abastecimento de água de uma
residência, buscando compreender o sistema sob a ótica da mecânica dos fluidos, podendo assim prever
seu comportamento e ajusta-lo de acordo com o necessário.
Considerações iniciais:
Será simulada a existência de uma cisterna e de uma bomba, que geraria uma diferença de pressão,
fazendo com que a água dessa cisterna subisse para a caixa d’água.

Pré-projeto sistema de abastecimento de água de uma residência:


1) Fotoselfies:

Selfie com a caixa d’água ao fundo

Caixa d’água
Tubulação 1 e cotovelo 1

Tubulação 2 e cotovelo 2

2)Tabela de dados:

Informações gerais:
Demanda de água 450 L/dia

Tempo desejado para encher a caixa d’água 1h

Diâmetros(cm)

Tubulação 1 2,55

Cotovelo 1 3,18

Tubulação 2 3,18

Cotovelo 2 4,46

Caixa 103

Cano chave 3,18

Comprimentos (cm):

Tubulação 1 8

Cotovelo 1 10

Tubulação 2 10

Cotovelo 2 14

Cano chave 10

Informações da bomba d'água:


Altura manométrica(mca) 35
Vazão (l/h) 300
Potência Nominal (kW) 0,37
Diâmetro do Rotor (mm) 100

3) As principais propriedades do fluido são: massa específica, peso específico, densidade e coeficiente
de viscosidade; como essas propriedades interferem no sistema:
Massa específica: A massa específica de um fluido, representada por r (letra grega rô minúscula), é a sua
massa por unidade de volume. A massa específica é muito variável em gases e aumenta quase
proporcionalmente com a pressão. A massa específica dos líquidos é quase constante; a massa específica
da água (aproximadamente 1.000 kg/m3) aumenta
somente 1% se a pressão for aumentada por um fator de 220. Dessa maneira, a maioria
dos escoamentos de líquidos é tratada analiticamente como aproximadamente “incompressível”.
Peso específico: O peso específico de um fluido, representado por g (letra grega gama minúscula), é seu
peso por unidade de volume. Assim como a massa tem um peso P = mg.
O peso específico é muito útil nas aplicações de pressão hidrostática.
Densidade: A densidade, representada por d, é a relação entre a massa específica do fluido e a massa
específica de um fluido padrão de referência, é utilizado na engenharia com o objetivo de facilitar os
cálculos.

Viscosidade: Para fluidos que se movem através de tubos, a viscosidade leva a uma força resistiva. Esta
resistência pode ser imaginada como uma força de atrito agindo entre as partes de um fluido que estão se
movendo a velocidades diferentes. O fluido muito perto das paredes do tubo, por exemplo, se move muito
mais lentamente do que o fluido no centro do mesmo.

4)
Inicialmente, será considerado o empuxo igual a força q a água vinda da tubulação faz na válvula.
F=E
Como essa força vem da vazão da água pela tubulação, vamos usar a vazão para determinar essa força
Q=V/t
Em que:
Q -> Vazão volumétrica do fluido
V -> Volume do fluido
▲t-> variação de tempo
Sabendo que volume é igual a área (A) multiplicado pela altura (▲S)
Q= (A*▲S) /▲t
Por definição:
v =▲S /▲t
Sendo v a velocidade do fluido na tubulação, dessa maneira, a vazão fica igual a:
Q=A*v
Sabendo que P=F/A, sendo P a pressão, podemos escrever área como A=F/P
Q=(F*v) / P
Como o interesse é pela força gerada pelo fluido chegando na caixa d’água, F será isolado:
F=(Q*P) / v
Onde:
F ->Força
Q ->Vazão
P ->Pressão
v ->Velocidade
Empuxo, por definição é:
E= p * Vdes * g
Onde:
E ->Empuxo
p ->Massa específica
Vdes ->Volume deslocado do fluido
g ->Aceleração gravitacional
Nessa situação em específico, será considerado que a bóia se encontra 50% submersa, e como o volume
submerso é igual ao volume deslocado:
E= p * (Vboia/2) * g
v=Q/A
A= 5,1*10-4m2
Q=3*10-1m3/h
v=588m/h
Logo:
F=Q*P/v
Q=3*10-1m3/h
P= 343,22kPa
v=588m/h
F=3*10-1 * 343,22 / 588
F=1751,1N
F=E
F = p * (Vboia/2) * g
Vboia= 2F/p*g
Vboia = (4/3) *π*(d3 / 8)
Sendo d, o diâmetro
d3 = 8*(3/4) * 1/ π
d3 = 6*2F/p*g *π
d3= 12*1751,1/1000*9,81* π
d3 =0,68
d=0,88m = 88cm
5)
Inicialmente, por ser um sistema unidimensional e ideal, será considerada as seguintes condições:
1. A bomba será considerada como tendo um número infinito de palhetas.
2. As palhetas serão consideradas como sendo infinitamente delgadas, ou seja, sem
espessura.
As formas da Equação de Euler são aplicáveis para as turbombombas, e a energia que
teoricamente a bomba cede à unidade de peso de fluido que passa pelo seu rotor é
positiva, e medida em metros:

1
Hideal = [V22 − V12 ] + [U22 − U12 ] + [W22 − W12 ]
2g

onde:
U - Velocidade da pá do rotor (tangencial) [m/s];
V - Velocidade absoluta do fluido (vista por um observador estacionário) [m/s];
W - Velocidade relativa da corrente fluida (vista por um observador solidário às pás) [m/s];

Simplificando a fórmula acima, temos:


1
𝐻𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 = ( ) ∗ (𝑉𝑡2 ∗ 𝑢2 − 𝑉𝑡1 − 𝑢1)
𝑔
Onde:
Hideal: é a quantidade de energia cedida a 1 kg de fluido que atravessa uma bomba ideal [m];
u1 - velocidade tangencial de um ponto situado na entrada do rotor [m / s];
u2 - velocidade tangencial de um ponto situado na saída do rotor [m / s];
Vt1 - projeção do vetor V1 sobre a velocidade da pá u1, à entrada do rotor [m / s];
Vt2 - projeção do vetor V2 sobre a velocidade da pá u2, à saída do rotor [m / s].
Essa equação pode ser mais simplificada ainda, através de mais uma consideração:
1)Fluxo radial a entrada α=90o;
2)Por consequência, cosα=0, Vt1=V1*cosα
1
𝐻𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 = ( ) ∗ 𝑉𝑡2 ∗ 𝑢2
𝑔
No rotor da bomba se dá a transferência de energia para o líquido - o fluido de trabalho.
As aletas do rotor impõem uma variação da quantidade de movimento angular do
escoamento de líquido, que reage exercendo um torque sobre o rotor. O rotor gira a
velocidade angular constante, o que implica na existência de uma potência disponível,
no movimento de rotação do rotor (isto é, no eixo da bomba), igual a:
W*=T*ω
O vetor velocidade relativa do fluido de trabalho, W, é sempre tangente à paleta, em
qualquer ponto do escoamento através do rotor, desde a aresta de entrada até a aresta de
saída de cada um dos canais formados por aletas consecutivas.
Para que se aplique a Equação de Conservação do Momento Angular, entretanto, é
necessário conhecer a velocidade absoluta do escoamento, V, (em relação a um
referencial inercial) em seu percurso através do rotor. Mas a velocidade relativa do
escoamento é conhecida (em direção e sentido), em qualquer posição radial entre as
arestas de entrada e saída do rotor. Também é conhecida a velocidade do rotor
(velocidade tangencial), u, em qualquer posição radial, desde que a velocidade angular ω seja
especificada, assim como as dimensões geométricas do rotor.
Consequentemente, a velocidade absoluta do fluido de trabalho, V, pode ser obtida da
composição vetorial das velocidades relativa, do fluido, e absoluta, do rotor, em
posições radiais genéricas.
Considerando u1 , W1 , e V1 , são as velocidades na entrada do rotor (na entrada do V.C.,
para efeito de aplicação da Equação de Conservação do Momento Angular) e u2 , W2
, e V2 , são as velocidades na saída do rotor(na saída do V.C.) . Demonima-se β o angulo
entre a velocidade relativa e a direção tangencial medido em sentido oposto ao giro do
rotor, e o ângulo entre a velocidade absoluta ea direção tangencial. Esta composição
vetorial forma os triângulos de velocidade do escoamento na entrada e saída do rotor (isto
é, nas regiões das arestas de entrada e saída do rotor):

w1 w1 v2 w2


   

Da análise dos triângulos de velocidade de entrada e saída do rotor podemos obter asseguintes
relações trigonométricas:
Relações trigonométricas à entrada do rotor Relações trigonométricas à saída do rotor

W12 = V1 2 − 2u1V1 cos 1 + u21 W22 = V2 2 − 2u2 V2 cos2+ u22


Vt1 = V1 cos1 Vt 2 = V2 cos2
Vr1 = W1sen1 Vr 2 = W2sen2
Vr1 = V1sen1 Vr 2 = V2sen2
Vr1 = Vt1 tan 1 Vr 2 = Vt 2 tan 2

É interessante observar, a partir da definição dos ângulos α e β, que: o ângulo β , nesta


idealização do escoamento, está fixado a partir do momento em que se define a curvatura
(o desenho, isto é, o projeto mecânico do rotor) das paletas, da entrada até a saída do rotor.
O ângulo α, por seu lado, é função das características operacionais da bomba (rotação e
vazão, entre outras). Isto é, se há variação de rotação da bomba, há variação do ângulo ,
pois a alteração de u, a velocidade tangencial do rotor, altera o triângulo de velocidades.
O mesmo ocorre se a vazão da bomba é alterada ,como a vazão está relacionada com a
magnitude da velocidade absoluta do fluido (a Equação da Conservação da Massa será
formulada a seguir), ela também impõe variações nos triângulos de velocidades quando é
alterada.
Com a definição das velocidades do escoamento, e os ângulos que elas formam, pode-se
então formular uma equação para o torque da bomba, T, em função das variáveis
operacionais e características de projeto do rotor da bomba.
Assim, aplicando-se Equação da Conservação da Quantidade de Movimento Angular a
um V.C. delimitado pelas fronteiras do fluido de trabalho no interior do rotor de uma
bomba, da aresta de entrada à aresta de saída, num certo instante t, e considerando que o
escoamento é unidimensional e permanente, o torque T exercido pelo escoamento no
V.C. (consequentemente, no eixo do/a rotor/bomba), é:

𝑇 = (𝑟2 ∗ 𝑉𝑡2 − 𝑟1 ∗ 𝑉𝑡1) ∗m*


A componente radial Vr2 pode ser expressa em termos de vazão em volume que a bomba
descarrega, Q, aplicando-se a Equação de Conservação da Massa ao mesmo V.C ao qual
foi aplicada a equação da Quantidade de Movimento Angular.
A largura do rotor na aresta de entrada do rotor é b1 e na saída é b2. A Conservação da
Massa é assim escrita:
𝑄 = 2π ∗ 𝑟1 ∗ 𝑏1 ∗ 𝑉𝑟1 = 2π ∗ 𝑟2 ∗ 𝑏2 ∗ 𝑉𝑟2

𝑄
𝑉𝑟2 =
2𝜋 ∗ 𝑟2 ∗ 𝑏2

Onde:
Q é a vazão [m3/s]
Vr é a velocidade radial [m/s]
r é o raio [m]
b é a largura [m]

→ →
Vr = w r

Vt w

𝑉𝑟2
𝑡𝑔𝛽2 =
𝑢2 − 𝑉𝑡2

𝑐𝑜𝑡𝑔𝛽2 = (𝑢2 − 𝑉𝑡2)/𝑉𝑟2

𝑉𝑡2 = 𝑢2 − (𝑉𝑟2 ∗ 𝑐𝑜𝑡𝑔𝛽2)

𝐻𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 = 𝐻𝑚𝑎𝑛𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜

Por se tratar de um sistema ideal e por isso ignorar as perdas.

𝑢2 𝑄
𝐻𝑚𝑎𝑛𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜 = ( ) ∗ (𝑢2 − ∗ 𝑐𝑜𝑡𝑔𝛽2)
𝑔 2𝜋 ∗ 𝑟2 ∗ 𝑏2

𝑢2 = 𝑟2 ∗ 𝛚

π∗n
𝛚=
30

N=3500 rpm

9,81𝑚
𝑔=
𝑠2
𝑚3
𝑄 = 8,33 ∗ 10−5
𝑠

𝑟2 = 0,06𝑚
𝑏2 = 0,007𝑚
𝛽2 = 30o

Gráfico ideal da bomba KSB P500


Referências Bibliográficas:
Livro: Mecânica dos Fluidos, White, Frank M.
http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM120/APOSTILA_MH/capitulo4_bombascentrifu
gas-4.pdf

Anexos:

Curva característica bomba P500 dados do fabricante

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