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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO

VERA LÚCIA SANTOS OLIVEIRA

Estágio Supervisionado em Educação


Infantil - Culturas Infantis
Culturas Infantis e Ação Pedagógica

São Paulo / Polo Ipiranga


Maio / 2021
VERA LÚCIA SANTOS OLIVEIRA

Estágio Supervisionado em Educação


Infantil - Culturas Infantis

Relatório de Estágio apresentado ao Curso


de Pedagogia do Centro Universitário São
Camilo, polo Ipiranga, orientado pela Profa.
Camila Alba Cuadrado Proença, como
requisito parcial para conclusão da Unidade
Educacional Culturas Infantis e Ação
Pedagógica.

São Paulo
Maio / 2021
SUMÁRIO

1. Introdução p. 03

2. Fundamentação Teórica p. 04

3. Reflexões e Análises sobre as Observações p. 07

4. Considerações Finais p. 10

5. Referências p. 11
1. Introdução

O presente relatório tem como objetivo sintetizar o trabalho referente à Prática


de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência de Educação Infantil,
desenvolvido no CEI Tiãozinho situado na Rua Jorge Rubens Neiva de Camargo, 56
– Americanópolis – SP, no período de 03/05 à 17/05 de 2021, com a finalidade de
compreender a prática pedagógica nos anos iniciais na Educação infantil, assim
como o processo cognitivo das crianças.

Devido a Pandemia do Covid 19, realizei parte do meu estágio remotamente


por questões de segurança, e a outra parte presencialmente com algumas
limitações. Essa experiência me permitiu entrevistar a da CEI, a secretária e
algumas professoras do CEI. Por isso, trago neste relatório a caracterização da
escola, e uma breve ilustração de suas características físicas e organizacional,
assim como algumas atividades realizadas do CEI Tiãozinho, que tem como seus
principais pilares “Cuidar, Educar e Brincar”.

O estágio é um período que nos permite exercer os conhecimentos teóricos


adquiridos durante nossa formação, sendo visto como a parte prática do curso, e
nos faz perceber que a teoria adquirida este período está muito distante da realidade
nas escolas. Neste sentido, posso afirmar que a intervenção foi um momento
excepcional para a minha formação docente, pois através dessa experiência pude
reavaliar minha prática pedagógica, e assim contribuir para o desenvolvimento
integral na criança.

O CEI Tiãozinho tem parceria firmada com a prefeitura de São Paulo, e está
finalizando um processo de ampliação, reforma e reestruturação. Atualmente
atende 227 crianças numa estrutura nova e aconchegante, que conta com 14 salas
que vão desde o berçário 01 ao MG 02. Além de brinquedoteca, quadra, parque com
solário e 8 banheiros adaptados.

Sob essa visão, a partir das informações adquiridas nas entrevistas realizadas
com a equipe pedagógica do CEI, posso afirmar que a intervenção me possibilitará
enquanto futura educadora, realizar um trabalho embasado nas observações, mas
que esteja relacionado à teoria, aproximando-se da realidade da criança, que é peça
fundamental para o processo de educação.
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2. Fundamentação Teórica

Muitos são os desafios encontrados no âmbito educacional do país, por isso a


educação infantil tem sido objeto de constantes estudos, pois se compreende que é
na infância que deve iniciar o processo de desenvolvimento para maiores êxitos na
educação. Para tanto, objetiva-se compreender a evolução da concepção de criança
e infância.

No decorrer da história da humanidade a criança teve pouco valor, as


condições de higiene e saúde eram precárias, poucas conseguiam sobreviver, por
isso poucos pesquisadores se dedicaram a desenvolver um trabalho sobre este
tema.

No Brasil, a partir dos anos 70 surgiram os Movimentos Sociais trazendo


propostas mais positivas para as crianças e a sociedade, e em 1979 oficializou-se o
movimento da luta por creches. Após promulgação da Constituição Federal foi defino
creche, como um direito da criança e um dever do Estado. Contudo, somente a LDB
e o ECA a constituição federal, determinou a Educação Infantil como primeira etapa
da educação básica e estabeleceu que a Educação Infantil como um direito da
criança, da família e dever do estado.

A Educação Infantil atualmente compõe a primeira etapa da Educação


Básica. Portanto, o Estado necessita de elementos como os conselhos municipais,
estaduais e nacionais de direito, os conselhos tutelares para articular políticas
públicas de atendimento que visem, sobretudo, a saúde, a educação e a assistência
à criança pequena. Nesse sentido, é importante também ressaltar que a Lei de
Diretrizes e Bases, Lei n°9.394 de 20 de Dezembro de 1996, em seus artigos 4º,
situa a obrigação de cada órgão da Federação:

Art. 4º O dever do Estado com educação escolar


pública será efetivado mediante a garantia de:
(...) IV - atendimento gratuito em creches e pré-
escolas às crianças de zero a seis anos de idade;
(Constituição Federal)

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Além de garantir direitos básicos, a partir deste ponto, podemos observar um
olhar sistematizado no que se refere a educação em torno da criança e das práticas
associadas aos cuidados a higiene e a alimentação. Neste contexto, a preocupação
com a especificidade da docência na educação infantil diante do trabalho
pedagógico passou a ser visto como algo importante, considerando as vozes e o
olhar dos bebês e crianças pequenas.

Aqui os bebês e crianças são vistos como sujeitos históricos e culturais,


curiosos e ativos. Nessa perspectiva o professor assume o papel de mediador muito
importante na vida dos pequenos, sem ocupar lugar central, mediando a relação,
dos bebês e das crianças pequenas com o mundo através de suas múltiplas
linguagens.

As primeiras experiências de vida da criança ocorrem durante o cuidado


cotidiano, como na troca de fraudas, alimentação, durante o sono e atenção que
damos a elas. Por essa razão, nessas situações é preciso nos atentar ao tom de
voz, toque das mãos, do diálogo corporal e da comunicação emocional pois essas
interações são fundamentais para o desenvolvimento dos bebês e das crianças
pequenas.

“O bebê, desde muito pequeno expressa com


seu comportamento o que experimenta quando o
adulto que cuida dele toca certas partes ou todo
seu corpo, quando o mexe e o pega no colo. Com
movimentos agradáveis, até o recém-nascido fica
relaxado quando se encontra entre mãos
carinhosas que o pegam e o seguram.

Quando nos ocupamos dele se for com


prazer, ele se sente bem durante a higiene, o
banho, enquanto o vestimos e tiramos a sua roupa,
fica cada vez mais relaxado. Poderíamos dizer que
o pequeno se prepara para que o adulto o pegue e,
enquanto o veste e lhe dá banho, relaxa seu corpo
bem antes de que o adulto o toque. De um modo

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quase automático continua os movimentos
iniciados pelo adulto.

As experiências agradáveis, adquiridas


durante o tempo em que passam juntos,
enriquecem e diversificam as relações entre a
criança e o adulto: fazem que as reações seja cada
vez mais estreitas, enquanto as experiências
desagradáveis inquietam a criança, provocam-lhe
ansiedade e chega a desconfiar do adulto.”

(TARDOS, ANNA - A mão da educadora, Revista


INFÂNCIA número 11, 1992)

Conforme podemos observar na citação acima, a maneira como nos


portamos, falamos e tocamos nas crianças, tanto podem influenciar tanto
positivamente proporcionando sensações agradáveis e acolhedoras ao entender da
criança, quanto sensações de incomodo e desconforto, neste último caso podem
acarretar danos e traumas emocionais que podem ser levados até a fase adulta.

Essa construção de relação é importante para que o bebê ou criança consiga


criar laços e sentimentos de segurança e bem-estar, garantindo ao pequeno explorar
o ambiente onde se vive, brincar, conhecer e conhecer-se, permitindo que se tornem
sujeitos seguros de si.

Nesse sentido, pensar em uma educação cuidadosa implica também em dar


atenção, transmitir segurança, afeto, cuidados de higiene, exige nos atentar às suas
necessidades, vontades, e inquietações. Em apoiá-los e encorajá-los a explorar o
mundo, porém contendo as ações que possam colocá-las em risco. Requer que
saibamos interpretar suas linguagens no sentido de compreendê-las.

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3. Reflexões e Análises sobre as Observações

O projeto político pedagógico da CEI Tiãozinho é contribuir para a formação


de crianças preparadas para o mundo, em especial o no âmbito social e emocional,
passando noções de moral e cidadania, direitos e deveres de todos, formando
sujeitos preocupados com o meio em que vivem.

“Temos a missão de cuidar, dar amor e


estimular nossas crianças a buscar sempre mais,
fornecendo uma cultura, onde busca-se o
conhecimento não só pelas tecnologias mas também
por meio de brincadeiras, atividades lúdicas, cantigas
de roda e jogos, proporcionando aprendizagem de
maneira leve e divertida.”

(Elaine Brandão - Diretora da CEI)

A CEI possui um projeto, de educar as crianças orientando sobre noções de


higiene, socialização, conhecer o mundo em que vive por meio do lúdico,
proporcionando momentos divertidos e levando ao aprendizado, proporcionando o
contato com diversos materiais, trabalhando a autonomia da criança, dessa forma, a
criança vai assimilando o mundo a sua volta, aprendendo com a interação do meio
que está inserida.

Por fazer parte do complexo SAFRATER/CETEC – Ong localizada da região


do Jabaquara – a CEI Tiãozinho se preocupa muito com o bem-estar social e
educacional das crianças, não servindo apenas como um local para os pais
deixarem seus filhos ao irem trabalhar, mas fazendo com que as atividades
pedagógicas sejam planejadas e organizadas de modo a seguir uma rotina
acolhedora que vai desde a chegada das crianças até o momento da saída, quando
seus pais ou responsáveis retornam de sua jornada diária. Das 227 crianças
atendidas hoje na CEI, boa parte delas pertencem as comunidades ao em torno de
Americanópolis.

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Atualmente a CEI Tiãozinho, precisou se adaptar as novas rotinas de
atividades diárias devido a pandemia do Covid 19. Embora esteja passando por um
processo de ampliação da estrutura e dos espaços internos, estão atendendo com
capacidade reduzida conforme exigências da OMS.

“Vejo diariamente a preocupação da equipe


com o bem-estar das crianças da CEI, desde o
preparo refeições pelas meninas da cozinha, até a
preocupação com a higiene e limpeza, em especial
agora na pandemia pela equipe de limpeza. Elas
empenham ao máximo tomando todos os cuidados
para atender os novos protocolos devido a Covid.
Fico encantada com o trabalho desenvolvido com as
crianças pela equipe pedagógica. Elas estão de
parabéns!”

(Jéssica Araújo – Secretaria da CEI)

Toda e qualquer atividade vivenciada na CEI tem sua importância para o


desenvolvimento da criança. As atividades lúdicas são parcialmente dirigidas, tanto
nos espaços internos como externos utilizando materiais apropriados para tal fim e
que estão ao alcance do professor. Do ponto de vista didático e pedagógico
destaquei as seguintes:

A) Jogos Educativos – Nesta atividade foi utilizado um quebra-cabeças para


trabalhar a cognição, a melhorar a memória, desenvolver a coordenação, e
aumentar a percepção. O quebra-cabeça é um jogo ótimo para os pequenos, porque
ajuda a estimular o cérebro. Também foi utilizado bloquinhos de montar, com o
objetivo de desenvolver a coordenação e a motricidade fina, além de promover
maior destreza com as mãos, ajudam a compreender as formas geométricas, as
cores e os tamanhos. Além de estimular aptidões, como a concentração, a atenção,
a criatividade e a imaginação. Ao final a professora solicitou ajuda das crianças para
recolher os blocos de montar e colocá-los em uma caixa, com o objetivo ensiná-los
os sentidos de organização e cooperação.

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B) Atividades Livres – Estas atividades foram realizadas nas áreas externas do
CEI. No solário, foi possível realizar diversas brincadeiras com bola, cantiga de roda,
e no parque as crianças fizeram um circuito. Esse momento possibilitou que as
crianças manifestassem seu simbolismo, seu imaginário, entrando no seu mundo do
faz de conta, de descobertas e imitações. É o momento de interação direta com
outros colegas de diferentes idades, e de descobrirem afinidades e diferenças
promovendo assim seu aprendizado individual e social.

C) Hora do Conto em Sala – Esta atividade foi desenvolvida com MG2 a partir
da leitura do livro Pedro e Lua, que conta a história de Pedro um menino que
descobriu que a lua era uma pedra grande flutuando no céu, ficou fascinado pelas
pedras. Até que um dia tropeçou numa tartaruga parecida com uma pedra, e deu a
ela o nome Lua, nascendo ali, uma grande amizade. Essa atividade tem o objetivo
de despertar nas crianças o gosto pela leitura, o prazer de folhear um livro e admirar
as figuras que nele contém. Ouvir uma narração, incentivando assim o uso da
linguagem e a imaginação das crianças para as lendas e histórias infantis, trazendo
fascínio e deixando fluir seu imaginário e o simbólico.

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4. Considerações Finais

O Estágio Supervisionado em educação infantil veio para fortalecer a relação


da teoria com a prática, embasado no princípio metodológico de que o
desenvolvimento do profissional de educação implica em utilizar conhecimentos
adquiridos, quer na vida acadêmica, quer na vida profissional e pessoal. Portanto, o
estágio constitui-se em importante instrumento de conhecimento e de integração de
do educando com a realidade social e do trabalho em nossa área profissional.

No que se refere a estrutura física, pude observar que o espaço oferecido


pela CEI Tiãozinho atende muitos bem as necessidades. Existe muito
comprometimento e engajamento por parte da equipe gestora.

No âmbito pedagógico, posso afirmar que foi muito enriquecedor observar o


trabalho realizado com as crianças atendidas naquele local, sua didática
diferenciada, acolhimento, capacitação dos profissionais, planejamento, organização
e o amor com que toda a equipe conduz a rotina, em especial com as salas de
berçário a qual exige mais atenção seja com a psicomotricidade, com a fala e a
higiene, mesmo em tempos tão difíceis como os que estamos vivendo atualmente.

A preocupação em desenvolver uma aprendizagem de valores, incluindo


valores de acordo com uma cultura de paz, como o respeito, a cooperação, a
igualdade e autonomia de forma admirável.

Assim, através do estagio de educação infantil em que consistiu a partir das


minhas observações e interações, posso afirmar que essa experiência me trouxe
subsídios para uma visão crítica de como se consiste o espaço físico de uma das
centenas CEI’s espalhadas por nosso país, e como funciona a rotina da educação
infantil, contribuindo desta forma para uma prática significativa no âmbito infantil.

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Referências

Unidade Educacional VIII, Culturas Infantis e Ação Pedagógica. O que é exercer a


docência sem dar aula - Pags. 08 e 09

Unidade Educacional VIII, Culturas Infantis e Ação Pedagógica. - A docência na


Educação Infantil - Pag. 13 e 14

Unidade Educacional VIII, Culturas Infantis e Ação Pedagógica - O Educar e o


Cuidar na Educação Infantil - O Educar e o Cuidar na Educação Infantil – Págs. 19 e
20

Entrevista com Elaine Brandão – Diretora da CEI Tiãozinho

Entrevista com Jéssica Araújo – Secretaria da CEI Tiãozinho

Revista INFÂNCIA número 11, 1992, Anna Tardos - A mão da educadora


https://www.uniepre.com.br/blog/documentos/livro-a-mao-da-educadora.pdf
acessado em 29/05/2021

Título VIII Da Ordem Social - Capítulo III - Da Educação, da Cultura e do Desporto


Seção I - Da Educação - Art. 208
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_18.02.2016/
art_208_.asp

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