Colégio Pedro II – Duque de Caxias

Disciplina: Sociologia
Professor Fabio Braga do Desterro

O trabalho no modo de
produção capitalista

Postagem 12
06/05/2021
 Observação preliminar

Existência de um mercado
Propriedade privada dos no qual se realizam as
meios de produção. trocas de mercadorias por
meio de moedas.

Características do
modo de produção
capitalista

De um lado o capitalista busca aumentar seus

Divisão de classes entre capitais comprando força de trabalho. De outro, o
proletário, sem meios de produção, procura vender Perspectiva de lucro.
proletários e capitalistas.
sua força de trabalho em troca de um salário.
 Antes:
História Força de trabalho
hipotética ➢ Jornada de trabalho: 8
horas por dia;
➢ Peixes pescados para
venda: 5;
➢ Valor da unidade: 10
Valor de troca reais;
Valor de uso
(Venda do excedente: ➢ Auferia 50 reais por dia.
(Agricultura e pesca Trabalho
peixes, verduras e
para subsistência) assalariado
legumes)

Depois:
➢ Jornada de trabalho: 10
Concorrência horas por dia;
Comunidade de ➢ Resultado da jornada: 10
Empresa de pesca peixes;
pescadores
Expropriação ➢ Valor da unidade: 10
• Perdem suas terras para reais;
grileiros armados; ➢ Valor total: 100 reais;
Produtores independentes ➢ Salário: 40 reais por dia.
• Possuem meios de produção; • Perdem a concorrência
• Controlam seu tempo de trabalho; para a empresa de pesca;
• Vendem seus meios de ➢ 100-40 = 60 (Mais-valia)
• Dispõem de uma horta coletiva.
produção.
 No exemplo citado anteriormente:

Salário Jornada de trabalho

Mais-valia

Trabalho necessário Trabalho excedente

4 horas 6 horas

A mais-valia é o valor produzido pelo trabalhador sem que um equivalente seja dado em troca.
 Formas de produção da mais-valia
Absoluta
• Envolve o crescimento da taxa de mais-valia por
meio do aumento do valor total produzido pelo
operário sem alteração do montante de trabalho
necessário.
• A extração de mais-valia absoluta se dá por meio
de uma ampliação intensiva ou extensiva da
jornada de trabalho.
Por um lado, os capitalistas tentam aumentar a taxa de mais-valia. Por outro, os operários
tentam resistir a este aumento.
Relativa
• Envolve o crescimento da taxa de mais-valia por
meio da redução do tempo de trabalho necessário
(redução do valor da força de trabalho).
• Ocorre de duas formas:
(1) Redução da quantidade de valores de uso
consumidos pelo operário.
(2) Redução do tempo de trabalho socialmente
necessário para produzir a mesma quantidade de
valores de uso.
 Sobre a produção de mais-valia relativa

“O primeiro método encontra os mesmos limites da extração de mais-valia absoluta:

resistência da classe operária e deterioração de suas condições físicas. O segundo caminho
é que fez do capitalismo o modo de produção mais dinâmico de todos os tempos,
transformando continuamente seus métodos de produção e introduzindo incessantemente
inovações tecnológicas. Pois é apenas através da mudança técnica que o tempo de trabalho
socialmente necessário de determinados bens pode ser reduzido. Aumentos na
produtividade resultantes de novos métodos de produção, nos quais o trabalho morto sob a
forma de máquinas assume o lugar do trabalho vivo, reduzem o valor dos bens individuais
produzidos. Quando isso se aplica aos bens cujos valores se refletem no valor da força de
trabalho, ou seja, bens que fazem parte do consumo do trabalhador –, o valor da força de
trabalho cai e uma porção maior da jornada de trabalho pode ser dedicada ao trabalho
excedente.” (BOTTOMORE, 2001, p.229).
 Resumindo o argumento
➢ O sistema capitalista se ocupa da produção de produtos para a venda, isto é de mercadorias;
➢ O valor de uma mercadoria é determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário para
a sua produção;
➢ O proletário não possui meios de produção e, para viver, vende sua força de trabalho;
➢ O valor de troca de sua força de trabalho, como o de qualquer mercadoria é igual ao total
necessário à sua reprodução;
➢ Os salários que lhe são pagos, portanto, serão iguais ao que é socialmente necessário à sua
manutenção;
➢ Esse total que recebe (salário), o proletário pode produzir em parte de uma jornada de
trabalho;
➢ Isto significa que em uma parte da jornada ele trabalha para si e na outra parte ele realiza
trabalho não pago apropriado pelo capitalista;
➢ A diferença entre o que o proletário recebe de salário e o valor das mercadorias que produz é a
mais-valia;
➢ A mais-valia é a fonte do lucro capitalista.
 Bibliografia

BOTTOMORE, Tom (org.). Dicionário do Pensamento Marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 2001.

HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. 20ª ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores,
1984.

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Livro 1. O processo de produção do capital.
São Paulo: Boitempo, 2013.

SANDRONI, Paulo. O que é mais-valia. 14ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2005.