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PRESIDENTE DUTRA – MA
2022
POSSENTI, Sírio; Por que (não) ensinar gramática na escola; 97 páginas;
Campinas, SP: Mercado de Letras: Associação de Leitura do Brasil, 1996. (Coleção
Leituras no Brasil)
O livro Por que não ensinar gramática na escola é sobre o ensino de gramática
na escola, sobre como o aluno recebe esse ensino, como ele é ensinado e por que
não é ensinado da forma correta.
Sabendo que a norma padrão é a que usada pelas classes mais favorecidas,
logo na primeira parte ele justifica essas dez teses e fala sobre cada uma delas,
começando pelo primeiro princípio que é “O papel da escola é ensinar a língua
padrão”, neste princípio ele fala que é dever da escola ensinar o português padrão e
que pretexto nenhum deve ser usado para justificar o não ensinamento dessa norma,
apesar de que o ensinamento torna-se difícil para as classes menos favorecidas
devido usarem regularmente o português não padrão. O autor ainda critica a visão
que se tem de violência e injustiça em impor a norma padrão para os menos
favorecidos, uma vez que eles só têm a ganharem com a dominação tanto da língua
padrão e não padrão. Possenti termina o primeiro princípio dizendo que ler e escrever
não deveria ser tarefas ou lições de casa, mas sim atividades essências no ensino de
língua e que devem ser pregadas para que tenham mais chances no mercado onde
se faz necessário ter um conhecimento refinado.
Quarto princípio “Todos os que falam sabem falar”. Aqui se ver presente o
preconceito por parte daqueles que falam a norma padrão ou certos dialetos que se
consideram superiores e julgam de errado os que não falam o português padrão ou
que falam diferente. O autor cita até que aceitamos quem que fala outra língua fale
diferente da gente, mas não aceitamos que alguém da mesma nacionalidade fale um
dialeto diferente. Possenti ainda defende que todos que falam é porque sabem falar.
O sexto princípio é “Não existem línguas imutáveis”, começando pelo latim que
originou o português e outras línguas. O que Possenti diz é que não existe língua que
se preserva totalmente pura, que seja uniforme, pois todas as línguas mudam e que
é indiscutível. Para Possenti não há lógica em ensinar formas arcaicas, tendo como
base literaturas antigas, que não são mais utilizadas, que nem sequer fazem-se
necessárias no cotidiano.