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PRINCÍPIO DA LEGITIMIDADE: O princípio da legitimidade significa a participação

de pessoas portadoras de necessidades especiais, de condutas típicas, de altas


habilidades ou de seus representantes legais, na elaboração de políticas públicas,
planos e programas.

Para assegurar esse direito existe o artigo 76 da lei 13.146 composta por dois
parágrafos. O primeiro diz que a pessoa com deficiência pode votar ou candidatar-
se e ser votada, ou seja, o deficiente pode, não só participar da elaboração como
também criar leis que dê melhores condições para eles, e isso por meio das seguintes
ações:

I - Garantia de que os procedimentos, as instalações, os materiais e os


equipamentos para votação sejam apropriados, acessíveis a todas as pessoas e de
fácil compreensão e uso, sendo vedada a instalação de seções eleitorais exclusivas
para a pessoa com deficiência;
II - Incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-se e a desempenhar
quaisquer funções públicas em todos os níveis de governo, inclusive por meio do uso
de novas tecnologias assistivas, quando apropriado;
III - Garantia de que os pronunciamentos oficiais, a propaganda eleitoral
obrigatória e os debates transmitidos pelas emissoras de televisão possuam o que
consta no artigo 67 que é: subtitulação por meio de legenda oculta; janela com
intérprete da Libras e audiodescrição.
IV - Garantia do livre exercício do direito ao voto e, para tanto, sempre que
necessário e a seu pedido, permissão para que a pessoa com deficiência seja
auxiliada na votação por pessoa de sua escolha.

O segundo parágrafo garante a participação na elaboração de políticas, ou seja,


o poder público promoverá a participação da pessoa com deficiência, inclusive quando
oficializada, na condução das questões públicas, sem discriminação e em igualdade
de oportunidade, mediante os seguintes incisos:

I – A participação em organizações não governamentais relacionadas à vida


pública e à política do País e em atividades e administração de partidos políticos;
II - Formação de organizações para representar a pessoa com deficiência em
todos os níveis;
III - Participação da pessoa com deficiência em organizações que a representem.

Que dizer, verdadeira legitimação se dá através da expressão política de cada


indivíduo e é o que fundamenta a democracia de fato. Não existe regime democrático
onde a coletividade ou parte significativa dela, como os grupos sociais, econômicos
ou culturalmente vulneráveis estiverem de fora dos debates que são de caráter
público, isto é, a democracia se caracteriza como um regime no qual as decisões
fundamentais decorrem de todos as pessoas. Assim, a abertura de canais para o
exercício dos direitos políticos, além de tornar o ambiente social mais plural e em
conformidade com a justiça social, também transforma o indivíduo subserviente em
cidadão ativo, com poder de influenciar de fato as decisões políticas tomadas em seu
nome. É como o ditado que diz que só quem sabe que algo é ruim, que uma situação
é ruim, quem certamente passa por ela. Então é justo que pessoas com deficiência
ou um represente legal dela participe dos debates que tratam da melhoria de vida
dessas pessoas, pois elas sim podem dizer verdadeiramente o que sentem, o que
passam. Além disso, para concluir, com a participação, o indivíduo se fortalece como
cidadão e, mais fortalecido, participa cada vez mais, concretizando a cultura
democrática, a igualdade e materializando o Estado Democrático de Direito.

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