Pós – graduação em Educação Especial, Inclusão e Libras
Disciplina: Metodologia da Pesquisa Professora: Graça Reis Aluna: Lizilene Araújo Neves Data: 30/10/2013
Atividade Avaliativa:
Pesquisar três autores/obras diferentes e apresentar a contribuição dos
mesmos para a compreensão do objeto de estudo. Produção de um Fichamento Acadêmico.
A partir do interesse em investigar a Importância do Bilinguismo no Processo
Ensino Aprendizagem do Aluno Surdo, buscou-se então a leitura dos seguintes autores:
Sennyey, Alexa L. Transtornos de aprendizagem da avaliação à reabilitação /
Alexa L. Sannyey, Fernando C. Capovilla, José M. Montiel. São Paulo: Artes Médicas, 2008.
- Capítulo 19 - Compreendendo fenômenos de pensamento, leitura e escrita à
mão livre no surdo: Descobertas arqueológicas de elos perdidos e o significado de fósseis desconcertantes. Fernando César Capovilla e Roseli Ameni. Pág. 196 – 206.
Bevilacqua, Maria Cecília e Moret, Adriane Lima Mortari. Deficiência Auditiva:
conversando com familiares e profissionais da saúde. São José dos Campos: Pulso; 2005.
- Capítulo 17 - Conversando com pais: a escrita e o desenvolvimento da
linguagem de crianças deficientes auditivas. Clay Rienzo Balieiro e Maria Cecília Bonini Trenche. Pág. 285 – 294.
Giuseppe Rinaldi. Educação dos surdos. MEC/SEESP. Brasília, 1997.
- Capítulo 1 – Aquisição da língua portuguesa escrita por surdos. Giuseppe
Rinaldi. Pág. 147-166. Aquisição da língua portuguesa escrita por surdos (pág. 147-166) Primeiro Capítulo. Giuseppe Rinaldi. Educação dos Surdos. MEC/SEESP. Brasília, 1997.
O autor inicia o capítulo parafraseando Paulo Freire com o seguinte termo “ a
leitura do mundo precede a leitura da palavra”. Nesse sentido, afirma que as palavras e as outras estruturas do português só serão efetivamente apreendidas pelo surdo brasileiro se, anteriormente, sua linguagem permitir que ele estruture seu conhecimento e suas experiências. E, diz mais, que como raramente o surdo pode fazer essa leitura do mundo através da fala do português, torna imprescindível que outra fala seja a intermediadora nesse processo, a língua brasileira de sinais – LIBRAS.
A partir dessa reflexão, o autor leva ao entendimento da existência de uma
estreita relação entre linguagem e cognição, que serão discutidas à luz de cinco pressupostos teóricos:
1- Aptidão linguística inata e a experiência de vida de qualquer ser
humano, inclusive daqueles que por motivos adversos foram privados da interação com outros seres humanos em detrimento de uma língua;
2- Um ambiente linguístico que envolve o indivíduo permite-lhe a aquisição
de uma língua mediante a avaliação de seus princípios, o que fazem formular as regras subjacentes às estruturas assimiladas. O que o torna capaz de gerar ou produzir sentenças da língua em questão;
3- A competência está estreitamente relacionada com o que o autor passa
a chamar de cognição “psicológica”, ou seja, ao conhecimento de mundo ligado a sua competência de falante ideal de uma língua;
4- A experiência é estruturada pelos dados linguísticos e estes nunca
aparecem descontextualizados, o que permite ao indivíduo a associação constante entre estruturas linguísticas e os diferentes contextos em que elas aparecem;
5- O conhecimento acumulado e associado permite que a pessoa faça
leitura do mundo tida como anterior à aquisição e que vai envolver outros problemas.
O autor aborda ainda alguns aspectos como:
1- A colocação de problema da aquisição da escrita pelo surdo: onde
afirma o fato de que ainda é enorme as dificuldades encontradas pelos alunos surdos na aquisição da escrita nas instituições educacionais brasileiras, sendo a língua portuguesa um desafio para ele e seus professores. 2- O que significa ler e escrever? Pergunta e responde o autor ao dizer que identificar e saber desenhar as letras não habilitar ninguém a combiná-las de forma a construir palavras, sentenças, enunciados escritos gramaticais de uma língua e a excluir o que é agramatical.
3- O processo de aquisição de escrita: Para o autor, de modo geral,
alerta a saber que a escrita e fala são distintas não apenas quanto ao meio em que se processam, mas também quanto às estruturas e ao léxico. Essa diferença estrutural e lexical torna o processo de aquisição de escrita uma tarefa complexa. E, que é por isso que alguns autores dizem que os primeiros textos escritos pela criança são similares aos textos falados e que a fala interfere na escrita.
4- A intermediação da fala na aquisição da escrita por surdos: O autor
levanta um questionamento em meio ao texto, diz o seguinte, na concepção de fala distinta da modalidade escrita do português, pergunta se geralmente para ensinar a escrita ao surdo seria necessário a recorrência ao português falado. A resposta a esta pergunta diz o autor, não é simples. E, obviamente, nada impede que o professor pronuncie os textos escritos que apresenta a seus alunos surdos. Conclui.
5- Metodologia de ensino de português escrito para surdo: O autor
apresenta metodologias que favorecem dois segmentos relevantes, filho(a) surdo de pais surdos e filho(a) de pais ouvintes. Para ele, a criança surda assim como faz a criança ouvinte, deverá ser estimulada a brincar de ler, “fingir” que sabe ler ou que está lendo. Diz ainda, que este tipo de atividade lúdica é motivador e desenvolverá na criança surda o gosto pelo livro, pelo texto, pelo ato de ler. As ilustrações do livro e as encenações serão os meios mais fáceis de contextualização do significado que está escrito.