Você está na página 1de 18

E NÃO FORAM FELIZES PARA SEMPRE:

UM PERCURSO LITERÁRIO ANUAL PERMEADO POR FINAIS TRÁGICOS


Raquel de Oliveira (mestranda UFMS- CPTL)

RESUMO
Neste projeto serão desenvolvidas leituras literárias semanais, compondo um percurso de leitura anual com
alunos do 6º ano do ensino fundamental de uma escola particular de nossa cidade. Nosso projeto aborda a
problemática da aprendizagem do ensino de leitura literária em sala de aula e caminhos que visam colaborar
para a formação do leitor literário, assim contribuindo para a disseminação da prática da leitura por fruição,
ainda tão ausente em nosso país. Para tanto, realizaremos a leitura integral em voz alta de duas obras, em
uma perspectiva intertextual, dentro da sala de aula ou em outros ambientes escolares. A pesquisa
desenvolverá a aplicação das cinco alternativas metodológicas concebidas por Maria da Glória Bordini e
Vera Teixeira Aguiar, apresentadas no livro “Literatura: a formação do leitor ─ alternativas metodológicas”
(1993), bem como técnicas de decodificação e compreensão de textos descritas no livro “Aula nota 10” de
Doug Lemov (2011). Como corpus literário para aplicação da pesquisa, utilizaremos livros diversos da
literatura nacional/ universal, bem como livros clássicos e contemporâneos, dando ênfase às histórias com
desfechos trágicos. O objetivo geral de nosso projeto é que, por meio dessa leitura literária anual, os alunos
possam expandir seus horizontes de expectativa, ampliar sua competência leitora, seu repertório literário e
seu desenvolvimento estético. Assim, para despertar neles o gosto pela leitura, optamos por destinar uma
aula semanal unicamente para essa atividade, realizando leitura em voz alta em diferentes ambientes
escolares. Os resultados da pesquisa serão considerados satisfatórios se percebermos mudanças positivas
nos hábitos de leitura dos alunos e isso será constatado por meio da aplicação de um questionário de
sondagem inicial na primeira aula do ano e sua reaplicação no final do ano letivo. Para mensurar se houve
também ganhos no desenvolvimento da capacidade de compreensão e interpretação de textos, os alunos
realizarão uma prova do SAEB na primeira semana de aula e outra prova padronizada será reaplicada na
última semana do ano. Esperamos que, por meio desse projeto, possamos impactar positivamente a
formação geral dos alunos, propiciando-lhes oportunidades de ter um contato prazeroso com a leitura
literária, despertando neles, assim, o desejo de continuar lendo por iniciativa própria depois.

Palavras-chave: Literatura. Formação de leitores. Leitor literário.

1. INTRODUÇÃO
Lemos, intensamente, por várias razões, a maioria das quais conhecidas:
porque, na vida real, não temos condições de “conhecer” tantas pessoas, com
tanta intimidade; porque precisamos nos conhecer melhor; porque
necessitamos de conhecimento, não apenas de terceiros e de nós mesmo, mas
das coisas da vida (BLOOM, 2001, p. 25)

Este projeto pretende realizar leituras literárias de vários contos, contidos no livro
“Uma ideia toda azul” e de um romance - “O pequeno príncipe” - dentro dos muros da
escola. Assim, serão lidos dois livros, na íntegra, em sala de aula, havendo também a
possibilidade de exploração de outros ambientes escolares, como a biblioteca, o pátio, o
ginásio e o jardim. Os demais livros serão lidos em casa pelos alunos. Ao todo, serão lidos
doze livros no transcorrer de um ano. Os objetos de conhecimento serão textos clássicos/
contemporâneos da literatura nacional/ universal. A escolha dos livros será feita pela
professora responsável pela elaboração do projeto, por meio do qual se espera que os
alunos adquiram o hábito de ler e que o conservem pelo resto de suas vidas. Dentre os
doze livros lidos, dois serão escolhidos unicamente pelos alunos. Será permitido a estes
que escolham, individualmente, em fevereiro, um livro para ler e que a turma toda
também decida, em agosto, acerca de um livro que todos lerão.
Nosso projeto anual de leitura literária semanal será conduzido em uma turma de 6º
ano de um colégio particular de nossa cidade no ano de 2022. Trata-se de um projeto real,
com alunos reais, e pretendemos realizar as atividades da maneira como as descreveremos
neste trabalho. Gostaríamos apenas de fazer a ressalva de que, como são alunos que ainda
não conhecemos pessoalmente, não é possível prevermos exatamente quais serão suas
reais dificuldades. Porém, tão logo iniciarmos o trabalho na referida escola, será possível
verificarmos se as dificuldades previstas condizem com a realidade e se os alunos
possuem outras dificuldades além das que listamos.
Nessa perspectiva, com base em nossa experiência de mais de 20 anos em sala de
aula, durante os quais temos trabalhado com ensino de língua portuguesa em aulas de
reforço escolar, pudemos constatar que as escolas normalmente possuem escassez de
atividades de leitura. De uma forma geral, a leitura é destinada como atividade a ser
realizada em casa, pelos alunos, que não recebem instruções formais sobre como ler.
Consequentemente, estes demonstram possuir uma baixa competência leitora (algo que
pode ser percebido, por exemplo, ao se observar o resultado que alunos brasileiros têm
obtido em testes internacionais, como o PISA, no qual o Brasil tem ficado frequentemente
nas últimas ou penúltimas posições) e repertório literário limitado (o que prejudica novas
leituras, posto que a literatura exige como pré-requisito um bom conhecimento de
mundo). Nota-se, ainda, o desconhecimento, por parte dos alunos, de textos clássicos
(nacionais e internacionais), o que dificulta uma leitura mais profunda e a abordagem de
questões mais universais referentes aos dilemas humanos.
Somando-se a isso, há também outros problemas recorrentes na educação brasileira,
como a presença de lacunas na aprendizagem, tanto de língua portuguesa, quanto de
outras áreas do conhecimento. Vale destacar, também, que as aulas geralmente não
articulam leitura, reflexão e fruição do texto literário enquanto linguagem e objeto
estético, pois a educação brasileira ainda possui um viés “gramatiqueiro”, que confere
grande peso e relevância às aulas de gramática, mas pouca ou nenhuma importância à
literatura. Com efeito, aulas unicamente destinadas à literatura frequentemente se
encontram ausentes na grade curricular do ensino fundamental, sendo inseridas
tardiamente apenas no Ensino Médio.
Enfim, os problemas que rodeiam a literatura são muitos e não pretendemos resolvê-
los todos com um projeto de leitura anual. Entretanto, mesmo assim, acreditamos que um
trabalho bem conduzido e feito por alguém que possua paixão pela leitura possa despertar
em outros as fagulhas necessárias para que se sintam estimulados a prosseguir também
pelo mesmo caminho.

Assim, a seguir, apresentamos as razões que justificam a execução desse projeto.

2. JUSTIFICATIVA

A literatura é uma arte e permite o desenvolvimento estético e cultural do ser


humano. A leitura, tão logo findada, permite ao leitor, segundo Mortatti (2018), decidir
se achou o que leu agradável ou desagradável, verdadeiro ou falso, ou seja, faculta o
desenvolvimento do gosto próprio. Dessa forma, um fator que nos impulsiona para a
elaboração desse projeto é a crença nossa na potência da leitura como transformadora de
mentes e corações, contribuindo para a formação ampla do indivíduo. São vários os
relatos de casos de sucesso em que a leitura foi capaz de mudar realidades e, com essa
motivação, idealizamos este projeto. Portanto, nosso trabalho será focado na leitura por
fruição e que contribua para a perpetuação da espécie “homo legens” (o homem que lê
por prazer), que está em decadência, segundo Mortatti (2018).
Nesse contexto, acreditamos que a leitura seja a habilidade que, sozinha, mais
possa somar conhecimentos aos alunos. Segundo Lemov (2011, p. 269, grifo do autor):
“Ler é a habilidade. Ensinar os alunos a compreender o sentido dos textos que leem é o
resultado mais poderoso que um professor por obter”. Com efeito, um leitor hábil pode
romper os limites da própria realidade na qual está inserido, pois, “quem lê, viaja”, diz o
famoso adágio popular. Quem lê conhece lugares aos quais talvez nunca irá, conhece mil
vidas e seus percalços ou sucessos, seus dilemas e suas vontades; quem lê aumenta seu
vocabulário e aprende a ler a si mesmo, ler os outros, ler a vida (BLOOM, 2001). Por fim,
ler é uma característica humana, que nos distingue dos animais, e insere o ser humano na
civilização letrada da Era da Informação.
Outrossim, a literatura é também uma arte, feita para ser admirada, degustada,
apreciada. Ler possibilita nosso desenvolvimento estético e cultural. Ler enriquece.
Contudo, por mais benéfica e essencial que seja a leitura/ literatura, ela ainda não goza de
grande status na grade curricular de ensino regular do Brasil. A literatura ainda aparece
vinculada às aulas de língua portuguesa, disputando espaço com as aulas de gramática e
de redação, sendo pouco frequentes as leituras em sala de aula, sobretudo no ensino
fundamental. Embora existam vários relatos, como o de Moreno (2020) e de Lopes (2016)
acerca de projetos bem-sucedido de leitura integral de livros dentro dos muros da escola,
a prática de ler em sala de aula revela ser mais comum no ensino infantil, quando as
crianças ainda não estão sequer alfabetizadas.
A partir do momento em que a escola supõe que a criança já está apta a ler sozinha,
ela transfere essa obrigação para o infante, que passa a receber livros e a tarefa de lê-los
em casa. Aqui reside um ponto crucial: o fato de que, ao proceder dessa forma, a escola
retira de si a obrigação de ensinar às crianças como ler, como entender o que leram e
como retirar o máximo da leitura que fizeram. Merece destaque, inclusive, o fato de que,
ao lerem em casa, as crianças muitas vezes fingem ter lido um livro quando, na verdade,
não o leram. É necessário, pois, que essa prática de ler em sala de aula, tão comum em
vários países europeus e da América do Norte, seja inserida na rotina escolar. Propomos,
ainda, que, dentre as cinco aulas semanais destinadas ao ensino de língua portuguesa, pelo
menos uma seja destinada unicamente à leitura e discussão de textos literários. Essa é
justamente nossa proposta para o projeto que planejamos realizar.
Considerando, portanto, que a escola é um local privilegiado de acesso do aluno
à prática da leitura, mas, ao mesmo tempo, cientes das amarras impostas pelo sistema
educacional, que não confere à literatura grande destaque, inovaremos por trazer a leitura
para a sala de aula. Nosso percurso anual prevê a leitura de livros que tenham em comum
finais trágicos, pois entendemos que a promoção dos alunos dos primeiros ciclos do
ensino fundamental para os segundos ciclos envolve quase um rito de passagem, um
amadurecimento de mentes e corações, muito propício para o contato com novas maneiras
de ver o mundo.
Dessa forma, parece-nos adequado trazer novamente as narrativas de contos de
fadas para o centro das atenções, porém introduzindo um elemento novo e surpreendente:
o final trágico, que pode envolver a morte, por exemplo. Gradualmente, no transcorrer do
ano, iremos apresentar também outros contos e narrativas que envolvam finais tristes e
desfechos alternativos. Como as crianças estão acostumadas com histórias que terminam
com o “viveram felizes para sempre”, tais leituras iriam mostrar algo diferente.
Nosso percurso literário anual contemplará alunos do 6º ano de uma escola
particular de nossa cidade, na qual recebemos a oportunidade de atuar em 2022. Embora
acreditemos ainda não ser possível praticar a genuína literatura selvagem na escola onde
iremos trabalhar, apresentaremos algumas inovações, como a, já mencionada, introdução
da prática de leitura integral de obras literárias em ambiente escolar e a possibilidade de
os próprios alunos escolherem quais serão algumas das obras a serem lidas. Afinal,
segundo Lajolo (1982 apud MORENO, 2020, p. 34) “escolher o texto a ser lido e
trabalhado é o mínimo de liberdade que professor e aluno podem ter”.
Outra inovação com a qual os alunos talvez não estejam familiarizados é o ato de
ler em voz alta, que traz muitos benefícios, sendo um deles o desenvolvimento da voz
interior, que será essencial para a leitura silenciosa praticada em casa. Conforme Ferraz
(1957, p. 236):
A fala interior auxilia a compreensão do que é lido, e como que cria uma
expectativa de entendimento de um todo lógico. E a expressão verbal,
pronúncia e audição de palavras, concorre para o desenvolvimento da
linguagem interior que aclara o entendimento.

Assim, os atos de ler e de ouvir irão auxiliar os alunos quando mais tarde se virem
lendo sozinhos em seus lares. A leitura em sala de aula (ou em outros locais da escola)
também possibilitará aos alunos participantes do projeto aumentarem a frequência com
que leem em ambiente escolar. Ademais, a atuação do professor poderá ser maximizada,
pois este poderá intervir de forma positiva tão logo consiga detectar possíveis problemas
que seus pupilos possam apresentar, seja na fluência, entonação, conhecimento de
vocabulário, entre outros fatores. Inclusive, gostaríamos de salientar que, por sermos da
área da Lexicografia, valoramos o papel do dicionário no desenvolvimento da
competência léxica, sendo esta uma das principais competências a se adquirir pelo aluno
em ambiente escolar. Portanto, faremos questão de sempre manter por perto um
dicionário para eventuais consultas, quando necessárias.
Ademais, como uma das motivações para a realização desse trabalho é nossa
convicção de que a leitura é capaz de preencher lacunas (linguísticas, culturais, afetivas)
na aprendizagem dos alunos, estes terão contato, no transcorrer do ano, com um acervo
diversificado de obras literárias nacionais e internacionais, bem como de textos clássicos
e contemporâneos. Assim procedendo, esperamos ampliar seus horizontes de expectativa
e contribuir positivamente para que a leitura se torne uma prática prazerosa a ser exercida
não apenas dentro da sala de aula, mas sobretudo fora dela. Esperamos, ainda, com este
projeto, auxiliar os alunos a vencerem suas dificuldades com a leitura, de forma que
possam seguir, sozinhos, por iniciativa própria e visando à pura “satisfação de interesses
pessoais” (BLOOM, 2001, p. 17).
Sobretudo, tencionamos, com esse projeto, colocar os alunos em contato regular
com a leitura (destinando, inicialmente, uma aula semanal para ela e, a partir do segundo
semestre, destinando 15 minutos diários para a leitura, em sala – ou em outros espaços da
escola) de forma que, estando habituados com sua presença constante, os alunos se vejam
subitamente sentindo sua falta quando não a fizerem (por exemplo, nos feriados ou nos
fins de semana). Assim, devagar, talvez consigamos levar os alunos a se tornarem
“literariamente letrados” (conforme terminologia de LEWIS, 2009), ou seja, capazes de
ler, entender o que leram e de encontrar na leitura uma atividade que os preencha,
tornando a vida mais rica e satisfatória:
Aqueles que leem grandes obras, em contrapartida, lerão a mesma obra dez,
vinte ou trinta vezes ao longo de suas vidas (...), buscando silêncio e tempo
livre para ler com toda a atenção, pois quando lhes é impossibilitada essa
leitura atenta e sem perturbações, mesmo que por poucos dias, eles se sentem
empobrecidos (LEWIS, 2009, p. 8).

E, assim lendo, assim buscando a leitura por hábito, necessidade e prazer, os


exemplares de homo sapiens que recebermos nos bancos escolares no ano vindouro talvez
evoluam para homo legens (MORTATTI, 2018). Para tanto, traçamos alguns objetivos
para nosso trabalho, os quais podem ser conferidos na seção abaixo.

3. OBJETIVOS

O objetivo geral de nosso projeto é realizar um percurso de leitura literária anual,


dando ênfase às histórias com desfechos trágicos, que possibilitem aos alunos do 6º ano
expandirem seus horizontes de expectativa, ampliarem sua competência leitora, seu
repertório literário e seu desenvolvimento estético. Já nossos objetivos específicos são os
seguintes: i) permitir, por meio da leitura em voz alta, que os alunos conheçam novas
palavras, aumentando seu vocabulário e sanando lacunas que, porventura, possuam em
sua aprendizagem, tanto da língua portuguesa quanto de outras áreas do conhecimento;
ii) oferecer oportunidades de leitura de variados textos literários (clássicos,
contemporâneos, internacionais e nacionais) que possam contribuir para o
amadurecimento literário dos leitores no início do ensino fundamental II; iii) desvincular
a leitura das aulas de gramática e redação, destacando unicamente para ela, no mínimo,
uma aula semanal; iv) oferecer aos alunos experiências diversas de leitura em voz alta em
ambiente escolar, seja em sala de aula, seja no pátio ou na biblioteca, explorando a
compreensão e a fruição do texto, de forma que eles possam adquirir o hábito da leitura
regular e mantê-lo também fora dos muros da escola, e v) analisar, discutir e refletir sobre
as leituras feitas em sala de aula em voz alta, bem como as realizadas em casa, de forma
que os alunos possam desenvolver o gosto pela leitura e a expressão de suas preferências
literárias.
Assim, a fim de atingirmos com êxito nossas metas, elaboramos um plano de
trabalho, detalhando o que faremos e como o faremos, conforme dispõe a seção a seguir.

4. METODOLOGIA

Estamos cientes de que o alunado geral do Brasil apresenta diversas lacunas na


aprendizagem, como atestam os resultados obtidos pelo nosso país nos exames
padronizados nacionais, a exemplo do Sistema de Avaliação da Educação Básica
(SAEB), e internacionais, a exemplo do Programa Internacional de Avaliação de
Estudantes (PISA, na sigla em inglês). Assim, um trabalho ideal de leitura somente
poderia ser realizado com alunos ideais, cujo perfil, acreditamos, atualmente não
contempla nosso público.
Dessa forma, com o intuito de sanar lacunas de aprendizagem na leitura dos
alunos, procuraremos diagnosticar suas dificuldades tão logo surjam e ofereceremos toda
a ajuda possível. Para tanto, utilizaremos várias técnicas apresentadas no livro “Aula Nota
10” (LEMOV, 2011), entre as quais estão aquelas voltadas para habilidades primárias e
essenciais, como ensinar decodificação, desenvolvimento do vocabulário e fluência, bem
como habilidades superiores, que envolvem a compreensão e a interpretação de textos,
ensinando os alunos a entenderem o que leram. Uma delas, por exemplo, é a técnica “Uso
múltiplo” (LEMOV, 2011, p. 292), na qual o professor procura realizar diversas ações
em sala para reforçar o vocabulário aprendido durante a leitura. Outra delas é a técnica
“Conectar” (LEMOV, 2011, p. 323), que consiste em levar os alunos a fazer conexões
entre o texto que estão lendo e outros textos lidos, bem como outras situações análogas
vividas anteriormente em convívio familiar, escolar, na comunidade em que estão
inseridos, etc.
Objetivando também trabalhar com diferentes formas de expressão em sala de
aula, optamos por explorar as alternativas de Bordini e Aguiar (1993), com a aplicação
de seus cinco métodos para a realização das leituras, a saber: o científico, o criativo, o
recepcional, o comunicativo e o semiológico. Por uma questão de espaço, não será
possível descrever aqui minuciosamente como idealizamos nosso trabalho, contudo,
apresentaremos a seguir uma visão geral das atividades que serão realizadas, na sequência
em que pretendemos realizá-las.
Tão logo as aulas tiverem início, na última semana de janeiro de 2022, leremos
em sala o conto “A pequena sereia”, que se trata de uma história já bastante conhecida,
em especial pela projeção dada a ela pela Disney com seus filmes. Porém, acreditamos
que os alunos desconheçam o desfecho original, que é trágico. Esse conto introduzirá a
temática geral das leituras que irão ocorrer durante o ano, ou seja, leituras com finais
tristes, que poderão levar os alunos a refletir sobre a vida e a morte, e os períodos de
alegrias e amarguras que marcam nossa jornada terrena.
Para trabalhar com “A pequena sereia”, utilizaremos o método recepcional. Aliás,
acreditamos que todas as obras selecionadas, em alguma medida, trabalham com a
“estética da recepção” do método recepcional, posto que carregam em seu cerne o
propósito de ruptura dos horizontes de expectativa dos alunos. Para Hans Robert Jaus,
“os horizontes de expectativa incluem todas as convenções estético-ideológicas que
possibilitam a produção/ recepção de um texto” (BORDINI; AGUIAR, 1993, p. 83).
Tradicionalmente acostumados com histórias que terminam com finais felizes, ao serem
expostos a textos que apresentam desfechos alternativos (como “A pequena sereia”, os
contos de Marina Colasanti e “O pequeno príncipe”), os alunos serão levados a expandir
seus horizontes de expectativa, o que está em consonância com o que defendem as
autoras: “Portanto, a valorização das obras se dá na medida em que, em termos temáticos
e formais, elas produzem alteração ou expansão do horizonte de expectativas do leitor por
oporem-se às convenções conhecidas e aceitas por esse” (BORDINI; AGUIAR, 1993, p.
83).
Embora algumas obras não necessariamente tenham finais trágicos (como “O
príncipe e o mendigo”, “Mau começo” e “Anne de Green Gables”), elas dialogam com o
leitor acerca de temas desagradáveis, como a perda de ambos os pais e as dificuldades
impostas pela pobreza, aproximando os alunos de leituras que, talvez, seriam excluídas
por eles em contextos normais, conforme atestam Bordini e Aguiar (1993, p. 84): “(...)
obras literárias que desafiam a compreensão, por se afastarem do que é esperado e
admissível pelo leitor, frequentemente o repelem ao exigirem um esforço de interação
demasiado conflitivo com seu sistema de referências vitais”.
Dessa forma, seguindo as sugestões das autoras, nosso projeto visa aproximar os
alunos de “obras difíceis”, uma vez que nelas reside “o poder de transformação de
esquemas ideológicos passíveis de crítica” (BORDINI; AGUIAR; 1993, p. 85). Assim,
uma atividade que pretendemos desenvolver com todos os livros, mas, em particular, com
os dois que leremos em voz alta em sala (assim como com o conto da aula inaugural)
consiste em verificar com os alunos, i) antes da leitura: o que eles conhecem sobre a obra;
ii) durante a leitura: o que eles estão achando da obra e, iii) antes de chegarmos ao fim:
solicitar que os alunos exponham o que esperam que ocorra no final da obra. Como
atividade de casa, pediremos que eles escrevam o final esperado e, depois o comparem
com o final apresentado pela obra. Subsequentemente ao término do livro, conduziremos
discussões com os alunos acerca dos temas apresentados na obra em questão e as
reflexões que esta trouxe para a vida deles.
Assim, conforme já o dissemos, nesses meses iniciais do ano, leremos em voz alta,
na biblioteca da escola ou em outros espaços disponíveis, o livro “Uma ideia toda azul”1.
Daremos aos alunos, ainda, a oportunidade de escolherem qual será o primeiro livro que
lerão em casa no ano e designaremos, também para leitura em casa, “O menino do dedo
verde” e “Anne de Green Gables”. De forma a auxiliar os alunos na escolha do título que
lerão em fevereiro, cada aluno deverá fazer uma pequena apresentação oral sobre seu
livro favorito.
Seguindo também sugestões apresentadas por LOPES (2016), em maio, quando
formos trabalhar com o livro “O príncipe e o mendigo”, levaremos para a sala de aula,
jornais com assuntos voltados para temas sociais, como filhos que matam pais, jovens
presos por tráfico de drogas, jovens estupradas, enfim, textos que tratem de situações
desagradáveis que, nos dias atuais, infelizmente fazem parte do cotidiano de muitas
pessoas e são constantemente divulgadas pelos meios de comunicação. A leitura de
reportagens sobre esses incidentes tristes será usada como atividade introdutória para a
leitura do livro, que trata de questões como violência doméstica, fome, limitações
impostas pela pobreza, etc. Ao final da leitura, os alunos serão convidados a produzirem
uma história em quadrinhos ilustrando suas passagens favoritas da história.
Na sequência, em junho, trabalharemos com a obra “Sete faces dos contos de
fadas” utilizando o método comunicacional. Para Bordini e Aguiar (1993), este método
se encontra fundamentado nos estudos de Jakobson, que analisou as funções da
linguagem e os fatores constitutivos dos atos de comunicação:

O método comunicacional estrutura-se em torno da valorização da linguagem,


proposta que a coloca como constituinte dos fenômenos culturais, e, portanto,

1
Não temos certeza se passaremos todo o primeiro semestre lendo apenas “Uma ideia toda azul”, pois
dependerá das condições da turma. Não sabemos se leem bem em voz alta e se conseguiremos ler um
conto inteiro por aula, por exemplo. Caso consigamos encerrar a leitura integral do livro “Uma ideia toda
azul”, passaremos o resto das aulas do semestre lendo em voz alta contos do livro “Contos de Fadas em
suas Versões Originais”.
exteriorização do pensar. As autoras fundamentam seus estudos nos postulados
comunicacionais de Jakobson (1985), para quem a comunicação é constituída
de atos comunicacionais compreendendo o remetente, a mensagem, o
destinatário, o contexto, o código e o contato, que, assumindo ordens
hierárquicas diversificadas, determinam a intenção do remetente com o
destinatário (LOPES, 2016, p. 102)

Assim, seguindo a proposta de Bordini e Aguiar (1993), os alunos serão expostos


a diferentes gêneros textuais, com o intuito de analisar a presença das funções da
linguagem em cada um deles, com enfoque especial para a observação da função poética
em textos literários. Haverá também rodas de conversa nas quais serão feitas aos alunos
perguntas acerca do conteúdo apresentado pelos contos de “Sete faces dos contos de
fadas”, embora não seja exigido que eles saibam nomear cada um dos elementos do jogo
comunicativo, pois, como salientam as autoras, não é necessário que os alunos saibam a
terminologia das ciências da comunicação usadas por Jakobson.
Acreditamos que, até junho, já teremos concluído a leitura integral da obra “Uma
ideia toda azul”, porém, mesmo assim, ainda a utilizaremos em uma aula ou outra,
solicitando, por exemplo, aos alunos que coloquem os contos em ordem. Como são
bastante curtos, será possível fazermos um bom trabalho com identificação dos elementos
do gênero narrativo, a saber: narrador, personagens, enredo, tempo e espaço, bem como
a identificação de sua estrutura, com delimitação das partes que constituem a
apresentação, a complicação, o clímax e o desfecho. Já no que diz respeito à obra “Sete
faces dos contos de fadas”, será solicitado aos alunos que produzam suas próprias
adaptações de contos de fadas, dando-lhes um viés moderno.
No segundo semestre, leremos a obra “O pequeno príncipe” em sala de aula e, a
fim de melhor nos aprofundarmos nela, usaremos o método criativo. Segundo Lopes
(2016, p. 78): “O método criativo está relacionado a práticas artísticas dentro da literatura.
A utilização desse método busca gerar prazer e conhecimento se tornando um meio de
apropriação e transformação da realidade”. Para tanto, de forma a enriquecer ao máximo
a experiência, dentre os recursos utilizados, exibiremos o filme do Pequeno Príncipe e
também trabalharemos com um livro em formato de pop-up, juntamente com um CD no
qual é feita a leitura de toda a obra por um ator profissional. Como complemento, também
usaremos a música “Cativar” (de domínio público) e “Busca Vida”, da banda Paralamas
do Sucesso. Por fim, no encerramento do semestre, os alunos apresentarão uma peça de
teatro do Pequeno Príncipe em um evento para os pais.
Adaptamos, também, a proposta de Lopes (2016) para a usarmos com a história
“O Pequeno Príncipe”, com o intuito de detectar possíveis carências entre os alunos.
Como na história é retratada a carência afetiva e a busca da amizade, os alunos serão
convidados a expressarem suas emoções, com enfoque para a causa de suas carências.
Uma vez identificada a origem dessas carências, os alunos serão incentivados a buscarem
resolver seus problemas, por exemplo, escrevendo cartas para as pessoas de quem sentem
falta, relatando seus sentimentos para elas e buscando uma reaproximação, se for o caso.
Em setembro, utilizaremos o método científico para ler a obra “Caçadas de
Pedrinho”. A história, que apresenta um desfecho trágico para a onça, a grande “vilã”,
servirá de pano de fundo para discussões acerca dos direitos dos animais. Dessa forma,
para o trabalho em sala de aula, levaremos material sobre o assunto, como: caça
predatória, maus-tratos, abandono, agressões, tráfico, etc. Haverá, então, uma discussão
sobre como os animais são tratados em nossa sociedade e, usando o método científico, os
alunos deverão identificar um problema relativo aos animais abandonados (cães e gatos)
em nossa cidade, elaborando e distribuindo cartazes que procurem conscientizar as
pessoas acerca de nossas responsabilidades com os animais domésticos. Faremos também
uma mobilização nas redes sociais no final do ano, coincidindo com o Dezembro Verde,
no qual as pessoas procuram chamar a atenção de todos para questões envolvendo maus-
tratos e abandono de animais.
Segundo Lopes (2016, p. 65), “O método científico envolve as diversas áreas do
conhecimento, buscando, por meio da análise científica, a confirmação ou refutação das
hipóteses levantadas”. A exploração prevê o trabalho com concepções diversas, as quais
são descritas abaixo:
O método é desenvolvido em várias etapas. Na fase inicial ocorre pesquisa
sobre as observações levantadas por meio da formulação de um problema,
buscando soluções que vão ao encontro ou refutem as hipóteses levantadas. Na
fase descritiva, com os dados coletados os alunos partem para interpretação e
análise dos mesmos. Na fase comparativa, após a interpretação ser realizada,
os alunos comparam as hipóteses levantadas, inicialmente, com os dados
coletados, confirmando ou refutando as propostas desenvolvidas. Na última
fase, de conclusão, há a reflexão e discussão dos dados finais, proposição de
novas hipóteses e consequente elaboração de novas situações problemas
(LOPES, 2016, p. 66).

Por fim, nos meses finais do ano, coincidindo com as leituras de “O escaravelho
do diabo” e “Mau começo”, aplicaremos o método semiológico, que tem por objetivo
“transformar a aprendizagem numa prática cotidiana de intercâmbio e coexistência de
valores diferenciados, que elegem a linguagem literária ou outras linguagens como
veículos de circulação” (BORDINI; AGUIAR, 1993, p. 68). A escolha desses dois títulos
está em conformidade com o defendido por Lopes (2016, p. 110) ao advogar que: “O
método semiológico, centra-se na linguagem e em seu uso social a fim de dar
oportunidade ao estudante entrar em contato com novos títulos, novos textos literários,
que não os clássicos consagrados pela literatura mundial”.
Então, com o fito de oferecer aos estudantes esse contato com uma grande
diversidade de textos, os próprios alunos levarão para a sala, a exemplo do que foi também
realizado por Lopes (2016) diversos textos que exemplifiquem os variados gêneros
textuais, para que todos possam apreciá-los e compará-los com o texto literário. Para
tanto, os alunos serão chamados a realizarem uma entrevista com pais e funcionários da
escola, sendo-lhes pedido que também tragam para a escola exemplos dos livros/ revistas/
etc mencionados por eles na pesquisa, sejam estas obras literárias ou não.
Nosso propósito, aqui, é investigar o contato de todos os envolvidos com a leitura
literária (ou outra) e, dessa forma, realizaremos uma pesquisa, por meio da aplicação de
um questionário, aos pais dos alunos, bem como a todos os funcionários da escola. Os
resultados obtidos serão reunidos em gráficos que demonstrem porcentagens e
apresentados pelos alunos, por meio de um jornal, escrito por eles mesmos. Ainda nesse
jornal, os alunos farão propostas para melhorias na biblioteca, de forma a tornar o
ambiente mais atrativo. Pensando na economia e em cortes nos gastos, esse jornal poderá
ser redigido e veiculado em formato PDF.
Abaixo disponibilizamos as perguntas que os alunos farão ao entrevistarem pais,
demais professores da escola e outros funcionários da instituição2:
1) A leitura está presente em sua vida? Como?
2) Com que frequência você costuma ler?
3) O que você costuma ler? Você prefere a leitura literária ou outro tipo de leitura?
4) Quais são seus cinco livros (literários ou outros) favoritos?
5) De que tipo de leitura literária você mais gosta? De drama, suspense, aventura,
ou de outras?
6) Qual foi o último livro literário que você leu?
7) Que livro (literário ou outro) você está lendo no momento?
8) Que livro (literário ou outro) você planeja ler quando esse terminar?
9) O que significa a leitura para você?
10) Como você se sentiria se, por algum motivo, fosse impedido de ler?

Ainda no final do ano, faremos mais uma mudança metodológica. Acreditamos


que possivelmente também não teremos encerrado, por essa época (meses de outubro e
novembro, respectivamente), a leitura integral de “O Pequeno Príncipe” e, de forma a

2
Adaptado do questionário aplicado por Ângela Nubiato Lopes (2016, p. 424).
tornar, então, o contato com a leitura uma “prática cotidiana”, faremos uma alteração e
passaremos a ler todos os dias (de segunda a sexta) por 15 minutos com os alunos, em
vez de destinar uma aula semanal para realizar essa atividade. Assim, planejamos
demonstrar aos alunos que a leitura pode ser executada regularmente, não sendo
necessário destinar a ela muitos minutos por dia para obter os benefícios que ela
proporciona.
E agora, já caminhando para o encerramos do nosso projeto, falta-nos descrever
como tencionamos avaliar o nosso trabalho. Dessa forma, a fim de verificarmos se o
projeto atingiu os objetivos propostos, aplicaremos um questionário aos alunos no início
do ano letivo de 2022, na aula inaugural, e o reaplicaremos no fim do ano. Se observarmos
mudanças positivas nas respostas que os alunos apresentarem para o questionário, o
projeto será considerado satisfatório. O questionário foi adaptado do modelo fornecido
por Ângela Nubiato Lopes (2016)3 em sua dissertação de Mestrado e apresentará as
seguintes perguntas:
1) Você se considera um bom leitor? Por quê?
2) Antes de ler um texto, você verifica seus títulos e subtítulos?
3) O que faz ao encontrar no texto alguma palavra que você não entende?
4) O que faz quando encontra alguma dificuldade na leitura de um texto?
5) Você tem hábito de leitura?
6) Quantos minutos, em média, você lê por dia?
7) Qual foi o último livro que você leu?
8) Quantos livros você lê por ano?
9) Quais as dificuldades que você tem para exercitar a atividade de leitura?
10) Qual livro você mais gostou de ter lido? Por quê?
11) Você gosta de ganhar livros de presente? Você dá livros de presente para
pessoas de quem você gosta?
12) Você procura livros para ler por iniciativa própria?
13) Você costuma ir a livrarias e bibliotecas?
14) A sua família tem o hábito de ler ou de incentivar a leitura?
15) Ao ler um livro você costuma:
(a) Olhar apenas a capa e as gravuras.
(b) Parar a leitura no início.
(c) Parar a leitura no meio do livro.
(d) Parar a leitura apenas no fim do livro.

Também aplicaremos aos alunos do 6º ano, na primeira semana de aula, uma prova
do SAEB, a fim de verificarmos seu desempenho em língua portuguesa, envolvendo
leitura, compreensão e interpretação de textos. Na última semana de aula, também

3
Adaptamos o modelo reunindo perguntas feitas no “Documento de Sondagem Inicial” proposto por
Lopes (2016, p. 164), bem como perguntas feitas em entrevistas com outros alunos (LOPES, 2016, p.
427), acrescentando a essas, nossas próprias perguntas.
aplicaremos outra prova do SAEB, para observarmos se o desempenho geral dos alunos
foi maior. Em caso afirmativo, poderemos confirmar o êxito do desenvolvimento do
projeto.
Por fim, para encerrar nossas atividades de leitura, realizaremos entre 15 de
novembro e 15 de dezembro um Amigo Secreto na escola, estabelecendo a regra de que
todos os presentes deverão ser livros. A turma decidirá acerca dos valores mínimos e
máximos para a compra dos exemplares.
Assim, por meio desse projeto, esperamos despertar o gosto pela leitura entre os
alunos que ainda não a apreciem, bem como desenvolver o hábito da leitura regular como
forma de alavancar o desenvolvimento intelectual e emocional dos alunos. Dessa forma,
eles poderão ler melhor a si mesmos e ao mundo que os rodeiam.
Na sequência, listamos as obras que serão utilizadas para a boa condução do
projeto, de forma que possamos atingir os objetivos propostos.

5. OBRAS QUE COMPÕEM NOSSO CORPUS LITERÁRIO

Para nosso percurso de leitura anual, todos deverão adquirir os livros abaixo,
sejam novos ou usados, de forma que possamos lê-los durante as aulas e os alunos
também possam lê-los em suas casas. Caso prefiram, será também permitido que, em vez
de adquirirem a versão impressa, adquiram a versão para leitura em Kindle, ou baixem o
livro em PDF para lerem em seus tablets/smartphones desde que se trate da mesma
edição, de forma que não haja discrepâncias durante a leitura devido a edições diferentes
disponibilizadas.

Aula inaugural: leitura em voz alta na biblioteca


Contos de Fadas em suas Versões Originais (A pequena sereia)
Autor: vários (Hans Christian Andersen)
Editora: Wish

De fevereiro a junho: leitura em voz alta no jardim ou em outros ambientes escolares


Uma ideia toda azul
Autor: Marina Colasanti
Editora: Global

Fevereiro
Livro escolhido individualmente pelo aluno
Março
Anne de Green Gables
Autora: Lucy Maud Montgomery
Editora: Ciranda Cultural

Abril
O menino do dedo verde
Autor: Maurice Druon
Editora: José Olympio

Maio
O príncipe e o mendigo
Autor: Mark Twain – Tradução e Adaptação de Cláudia Lopes
Editora: Scipione

Junho
Sete faces do conto de fadas
Autor: vários autores (Márcia Kupstas)
Editora: Moderna

De agosto a novembro: leitura em voz alta explorando diversos ambientes escolares


O pequeno príncipe
Autor: Antoine de Saint-Exupéry
Editora: Harper Collins

Agosto
Livro escolhido pela turma

Setembro
Caçadas de Pedrinho
Autor: Monteio Lobato
Editora: Globinho

Outubro
O escaravelho do diabo
Autor: Lúcia Machado de Almeida
Editora: Ática

Novembro
Mau começo
Autor: Lemony Snicket
Tradução: Calos Sussekind
Ilustrações: Brett Helquist
Leituras complementares:

A fim de estimular os alunos a lerem ainda mais, serão sugeridos outros títulos, que
poderão ser lidos pelos alunos nas férias e/ ou feriados e acerca dos quais não haverá
nenhum tipo de cobrança. Primeiramente, será sugerido que leiam os demais contos do
livro Contos de Fadas em suas Versões Originais e os demais livros integrantes das
coleções apresentadas, como Coleção Sítio do Pica Pau Amarelo, Coleção Desventuras
em Série, Coleção Anne de Green Gables e Coleção Vagalume. Os outros títulos que
também sugerimos são:

1) Este admirável mundo louco


Autor: Ruth Rocha
Editora: Salamandra

2) As viagens de Gulliver
Autor: Jonathan Swift
Editora: Principis
3) Box - A ficção científica de H. G. Wells
Editora: Pandorga

4) As extraordinárias viagens de Júlio Verne - Box com 6 títulos


Editora: Principis

REFERÊNCIAS:

BORDINI, Maria da Glória; AGUIAR, Vera Teixeira de. Literatura: a formação do


leitor, alternativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.

BLOOM, Harold. Como e por que ler. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

FERRAZ, João de Sousa. Noções de psicologia educacional. Edição Saraiva. São Paulo,
1957.
LEMOV, Doug. Aula nota 10: 49 técnicas para ser um professor campeão de audiência/
tradução de Leda Beck. – São Paulo: Da Boa Prosa: Fundação Lemann, 2011.
LEWIS, Clive Staples. Um experimento na crítica literária. São Paulo: UNESP, 2009.
LOPES, Ângela Nubiato. Luiz Vilela em contexto educacional extracurricular:
alternativas metodológicas para o ensino de Literatura. Três Lagoas, 2016, 573 fls.
(Dissertação de Mestrado – orientador: Prof. Dr. Rauer Ribeiro Rodrigues; coorientadora:
Profa. Dra. Eunice Prudenciano de Souza) – PPGLetras/CPTL/UFMS.
MORENO, Heloiza de Souza. A literatura no centro do ensino da língua materna:
superando defasagens e avançando na aprendizagem. Três Lagoas, 2020, 176 fls.
(Dissertação de Mestrado - Orientador: Prof. Dr. Rauer Ribeiro Rodrigues) -
PROFLETRAS/CPTL/UFMS.

MORTATTI, Maria do Rosario. Entre a literatura e o ensino: a formação do leitor. São


Paulo: Editora Unesp Digital, 2018.

Você também pode gostar