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A IMPORTÂNCIA DO TEXTO LITERÁRIO PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES

NOS ANOS INICIAIS

Orientando/a¹: João Pedro Nunes Félix


Orientador/a²: Djane Lemos Ferreira Gabriel

RESUMO:
O presente artigo tem como objetivo trazer à pauta uma reflexão acerca da literatura
e de sua importância para a formação de leitores nos anos iniciais, comentando
sobre a deficiência do trabalho da leitura e escrita nas primeiras fases do processo
de escolarização. Para tal, serão trazidos pontos destacados por autores, tais como
Ferreiro (1985; 2000), Smolka (1994) e Biaggio (2015), que mencionam a
importância da leitura e escrita para a formação das crianças nas primeiras etapas
da vida. O estudo baseou-se em u modelo de pesquisa bibliográfica na coleta de
dados e informações a serem analisadas. Finalmente, a pesquisa mostrou que
existem, sim, vários benefícios para o incentivo ao texto literário n formação de
leitores desde os anos iniciais.

Palavras-chave: Literatura. Anos iniciais. Formação de leitores.

ABSTRACT:
This article aims to bring to the agenda a reflection on literature and its importance
for the formation of readers in the early years, commenting on the deficiency of
reading and writing work in the early stages of the schooling process. To this end,
points highlighted by authors such as Emilia Ferreiro, Ana Luiza Bustamante Smolka
and Angela M. Biaggio will be brought up, who mention the importance of reading
and writing for the education of children in the first stages of life. The study was
based on a bibliographic research model in the collection of data and information to
be analyzed. Finally, the research showed that there are, indeed, several benefits for
encouraging the literary text in the formation of readers from the early years.

KEYORDS: literature. Early years. Reader formation.


INTRODUÇÃO

O Brasil, hoje, está enfrentando uma alta taxa de analfabetismo-funcional.


Esse fenômeno se deriva do fato de que a leitura e a escrita talvez não tenham o
incentivo necessário, uma vez que podemos observar no dia a dia um número
consideravelmente pequeno de pessoas que leem uma certa quantidade de livros
por ano, por exemplo.

A maior parte da leitura nos dias de hoje provém de redes sociais, e nelas a
linguagem utilizada muitas vezes é bastante informal e não segue as normas
gramaticais. Por isso, em determinado grau, as pessoas leem cada vez menos
livros, pois esse hábito se torna cada vez mais esquecido, o que prejudica um
indivíduo desde as primeiras fases dos anos iniciais até sua vida posterior, onde ele
não terá desenvolvido corretamente as habilidades de leitura, escrita e interpretação
de textos.

Partindo desses pressupostos, este artigo tem como objetivo geral refletir
sobre a prática de leitura literária escolar, e como objetivos específicos 1) analisar a
influência do incentivo da leitura literária nos anos iniciais, 2) descrever estratégias
de leitura do texto literário nos anos iniciais e 3) compreender o desenvolvimento da
leitura, escrita e interpretação de texto ao contato cedo com a literatura.

Ao ponto em que estamos na atual sociedade, é possível observar um déficit


muito grande em relação à leitura e escrita. Embora os meios virtuais possibilitam o
acesso a informação e diversidade cultura, muitas vezes, usada apenas como
entretenimento, a internet gera um contato grande com conteúdo mais informais na
escrita, e assim nasceu uma nova forma de linguagem composta em sua maior parte
por gírias e termos coloquiais, o que vem prejudicando as normas formais de
linguagem escrita, tornando-se cada vez mais a forma mais usada e tornando ainda
mais difícil o uso mais formal dela. Por tal, venho por meio deste projeto de pesquisa
salientar a importância de um incentivo maior à leitura e escrita de textos literários
desde cedo e as consequências positivas de tal prática na vida de um estudante.

Os meios de comunicação sociais hoje em dia se tornam cada vez mais


acessíveis com o passar do tempo. Enquanto antes havia cartas, que poderiam levar
vários dias para serem entregues, hoje há mensagens de texto, os famosos
“torpedos”, que são entregues em questão de instantes. Hoje em dia a maior parte
da população utiliza esse meio para se comunicar, tanto pessoalmente como
profissionalmente, e essas duas formas se confundem em diversos casos.
Atualmente é raro haver alguém que utilize a linguagem escrita de forma totalmente
correta, uma possível consequência do uso tão frequente da linguagem coloquial.

O contato com a literatura de livros, artigos, quadrinhos, mangás e até


mesmo obras cinematográficas legendadas por muitas vezes faz com que indivíduos
compreendam melhor os termos da linguagem formal, e até mesmo aprendam
melhor escrita e interpretação de texto. Em um contexto social, o contato com tais
obras, em específico obras literárias como livros de histórias, contos e poemas pode
trazer um efeito positivo para os alunos desde os anos iniciais, o que facilitaria o
desenvolvimento da leitura, escrita e interpretação de texto.

Enquanto acadêmico do curso de pedagogia, é importante salientar a que o


trabalho com as disciplinas básicas é mais proveitoso quando se há gosto pelo que
se estuda. Para os jovens não há atividade melhor que aquela que se gosta de
fazer, então o principal objetivo desse projeto é incentivar a apreciação pela leitura
demonstrando o quanto ela pode ser produtiva na vida escolar e posterior.

O presente trabalho está estruturado da seguinte forma:

Capítulo 1, leitura literária e a formação de leitores, onde será discutido o


tema de como é o contato com a literatura no Brasil e como é o contato dela para
com os jovens leitores dos anos iniciais, como ela contribui para a formação e como
ela pode ser trabalhada para um melhor processo de ensino aprendizagem.

Capítulo 2, processos metodológicos, onde será discorrido o processo de


coleta de dados e o trabalho de construção deste trabalho para destacar a
importância do método do pesquisa para a realização de tal trabalho.

Por fim, conclusão e considerações finais acerta do que foi apresentado, da


pesquisa realizada e da discussão acerta da temática, e referências, onde estão
presentes as fontes da pesquisa.

A pesquisa deste trabalho se faz importante pelo pouco valor atribuído pela
leitura, escrita e pela literatura no contexto onde estamos inseridos.
1 A LEITURA LITERÁRIA E FORMAÇÃO DE LEITORES

Não é de hoje que a leitura é vista como uma atividade cultural de um


indivíduo na sociedade, mas, bem mais que apenas isso, é uma atividade de
desenvolvimento pessoal, tanto intelectualmente, quando se está lendo material de
tons mais didáticos (livros acadêmicos, documentários em texto, pesquisas, etc.),
quanto informativamente, quando se lê material informativo (notícias, manchetes,
revistas, etc.). Além dessas vias, a leitura, nos dias de hoje, é um meio de
entretenimento bastante comum para o público em geral, em especial, para os mais
jovens.

Há um número bem expressivo de jovens que têm um contato com a


literatura até certo grau, seja por influência escolar (leitura de textos para realização
de atividades) ou por iniciativo próprio, geralmente histórias de ficção que mesclam
romances, fantasia, conflitos e sociedades distintas da realidade. Nesse segundo
caso, a influência de outras mídias acaba trazendo à tona o lado mais fantasioso, o
que cativa os jovens. Livros, quadrinhos, filmes, séries, peças de teatros, cada uma
dessas mídias tem um valor cultural e um potencial positivo para o desenvolvimento
pessoal de cada um em qualquer idade da vida, que também pode ser informativo e
educativo, mesmo que em muitos caos costumem ser consumidas meramente como
formas de entretenimento.

Há diversos ambientes físicos e virtuais que têm como objetivo reunir jovens
que têm os mesmos gostos para que possam compartilhar experiências, conversas
e até expor suas próprias obras pessoais, o que é uma atividade literária proveitosa.
As próprias escolas muitas vezes têm espaços ou momentos em sala de aula
voltados para a leitura e contação de histórias.

Todavia, por outro lado, entre essas leituras, há uma massa muito grande de
material pobre, tanto em informação e conteúdo quanto em coerência ortográfica, e
apesar de isso não significar que tal escrita não deve consumida, muitas vezes os
jovens acabam não tendo contato com obras feitas com mais esmero, e isso isenta-
os de contato, por muitas vezes, com textos ortograficamente corretos ou materiais
mais produtivos em relação ao desenvolvimento de saberes e conhecimentos para
sua faixa de idade.

No caso das crianças, grande parte das vezes a literatura é completamente


substituída por obras audiovisuais, já que para que ela assista isso, a ação de
terceiros não é necessária durante todo o processo e os pais não precisam ficar a
cada segundo acompanhando tudo e possam usar esse tempo para outra coisa que
consideram mais urgente ou necessária.

Ademais, há um quadro não muito animador acerca dos índices de leitura no


Brasil. Segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM), em uma notícia de
2018, com informações do Retratos da Leitura no Brasil, feita pelo Instituto Pró-livro,
em 2016, com apoio da Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares,
Câmara Brasileira do Livro e Sindicato Nacional dos Editores de Livros, o brasileiro
lê em média 4,96 livros por ano. Porém, se retirarmos os livros didáticos da conta -
que de certa forma são obrigatórios e algumas vezes pouco aproveitados -, o
número cai para 2,9, e seria bem menor se fosse também removido da conta a
Bíblia, que em questão é lida por crença, e não necessariamente por entretenimento
ou como via informativa, caso semelhante aos livros didáticos.

Como meio de comparação, países como França, Estados Unidos e


Inglaterra constam um índice de leitura de 7; 5,1 e 4,9 livros por ano,
respectivamente.

O Brasil é riquíssimo em cultura, tendo tido influências de várias outras, e é


um quadro desanimador ver que se lê tão pouco no país. É nesse ponto, talvez, que
mais se faça necessário o incentivo à literatura, uma vez que, como já mencionado,
é uma mídia que alcança muitos jovens em seus momentos de lazer e
entretenimento, o que pode ser benéfico para o desenvolvimento individual de cada
um, como veremos mais à frente.

Piaget (1970) em seus estudos comentou sobre como a criança, nos


primeiros anos de vida, começa a formar conceitos e se desenvolver
psicologicamente, apresentando fases onde ela começa a desenvolver a fala,
coordenação motora, entre outras coisas. Essa é uma fase essencial para as
crianças, onde ela deve ter contato com brinquedos para desenvolver as habilidades
físicas e ter contato com meios para desenvolvimento psicológico e linguístico.
Para Ferreiro (1985), a leitura e escrita é uma forma de auxiliar o
desenvolvimento na vida das crianças, estimulando-o como indivíduo pensante. A
literatura é uma forma excelente para formação para tal, pois possibilita uma
diversidade de conceitos e um contato com a linguagem. Não à toa há centenas de
obras de conto de fadas que transmitem lições de moral, mensagens motivacionais,
conceitos de certo e errado, bem e mal, incentivo a bons modos, ser educado, agir
bem, ser uma boa pessoa, tudo isso além de, é claro, ser uma ferramenta
extremamente útil para a alfabetização.

Claro, é fundamental ter contato com a escrita, mas tratando-se de exemplos


mais específicos, como contação de histórias, declamação de poemas ou afins, o
incentivo se intensifica, uma vez que não seria apenas um uso prático, como
também seria dinâmico e divertido para a criança.

Em termos simples, a dificuldade muitas vezes não se trata do que é


ensinado, de quem ensina ou para quem, mas sim da forma como o método é
utilizado para tal. É irreal pensar em ensinar um adulto a ler usando como base
obras infantis, uma vez que não despertará seu interesse. Da mesma forma, uma
criança jamais terá facilidade para aprender a ler e escrever se a obra utilizada for
complexa e madura demais para despertar seu interesse. É algo bem básico, mas
que muitas vezes passa ultrapassado ao uso prático.

Para ficar mais claro, pense da seguinte forma: as crianças são energéticas,
mas às vezes retraídas; falam bastante, mas às vezes são quietinhas; correm muito,
mas às vezes sequer querem se levantar da cadeira. O que estou dizendo é que o
humor e a personalidade das crianças muda muito de uma para outra e depende
bastante do contexto, do dia, da época e até mesmo do horário.

Cada criança é diferente, cada uma é única, então não se deve esperar que
todas tenham os mesmos gostos ou que as mesmas coisas prendam a atenção de
todas. O importante a se fazer é buscar obras, histórias e contos que possam
agradar, procurar conhecer o que mais se adequa à realidade das crianças. Não é
por algo ser intitulado como “literatura infantil” ou ser dito como para criança que vai
servir, às vezes o filtro tem que ser mais fino para que haja melhor aproveitamento.

É semelhante aos ensinamentos de Freire (1967) que bem se conhece


popularmente. Outrora por ele foram utilizados métodos de escolarização voltados
ao indivíduo, considerando as vivências de um adulto como base para o
aprendizado. Com uma criança, e isto é bastante mencionado quando se fala em
educação, não chega a ser diferente nesse processo. A realidade da criança que
nasceu na cidade grande é diferente da criança que nasceu no campo, da mesma
forma, a visão de mundo difere muito entre ambos os contextos. A variação pode ser
mais que apenas de localização, pode ser cultural e estrutural.

Talvez não seja a melhor opção trabalhar histórias de lendas específicas de


uma região para crianças que não viveram nessa região, da mesma forma que
trazer histórias e contos populares da cidade grande pode não ser a melhor maneira
de trabalhar com literatura para alunos que vivem nas zonas rurais, uma vez que
histórias culturais locais podem ser mais interessantes a essa criança.

Em suma, algo que acontece muito e que pode prejudicar no processo


educativo, mesmo que ele seja certeiro em utilizar literatura para cativar a atenção
do aluno, é a visão de que o aluno deve se adequar ao material utilizado, e não o
material que deve se adequar ao aluno. Afinal, são as crianças o objetivo para qual o
material existe.

1.1 Literatura para crianças? Não é muito cedo?

Temos o costume de subestimar a inteligência das crianças, mas dê a um


bebê um telefone e ele começará a tentar imitar o que um adulto faz em uma
ligação. Com o advento das novas tecnologias, mais e mais cedo as crianças
começam a ter contato com aparelhos eletrônicos, e mais e mais rápido aprendem a
utilizá-los. Com a leitura não é muito diferente, o que destoa é o contato mais
próximo e contínuo com cada coisa.

Martins (1982), décadas atrás, já incitava reflexões acerca da leitura que


devem ser levadas em conta até hoje.

Desde os nossos primeiros contatos com o mundo, percebemos o calor e o


aconchego de um berço diferentemente das mesmas sensações
provocadas pelos braços carinhosos que nos enlaçam. A luz excessiva nos
irrita, enquanto a penumbra tranquiliza. O som estridente ou um grito nos
assustam, mas a canção de ninar embala nosso sono. Uma superfície
áspera desagrada, no entanto, o toque macio de mãos ou de um pano como
que se integram à nossa pele. E o cheiro do peito e a pulsação de quem nos
amamenta ou abraça podem ser convites à satisfação ou ao rechaço.
Começamos assim a compreender, a dar sentido ao que e a quem nos
cerca. Esses também são os primeiros passos para aprender a ler
(MARTINS, 1982, p.11).

Para a autora, e ela própria em algumas ocasiões cita o próprio Freire, a


leitura começa com leitura de mundo, com os primeiros passos da inserção da
realidade a qual se vive, e isso desde o início da vida. É natural pensar que, se
referindo a leitura de textos, não muito é diferente. A partir do ponto em que uma
criança passa a conhecer algo, a curiosidade a instiga a querer ter mais contato com
aquilo.

Não é absurdo pensar que introduzir a literatura, seja incentivando que ela
leia textos simples e lúdicos, seja lendo para ela, para que a criança comece a ter
apreço pela leitura e dê seus primeiros passos para imergir no mundo da literatura,
uma vez que nas primeiras fases da vida é justamente quando se começa a criar
conceitos de realidade, e se está havendo literatura em sua realidade, ela vai se
integrando a ela.

Em termos práticos, se há incentivo ao contato, há mais chances de se


desenvolver interesse real e mais facilidade de se trabalhar com tais materiais. Ler e
escrever nas primeiras fases é possivelmente uma das melhores ferramentas para o
desenvolvimento de uma criança, principalmente quando se trata de escolarização.

Iniciar a vida escolar com um bom incentivo à literatura é uma forma de


garantir uma boa oportunidade para que uma criança possa desenvolver apreço pela
leitura, o que nos dias de hoje está se perdendo cada vez mais, visto que é muito
mais fácil atualmente ver um criança com um celular ou tablete que com um livro de
histórias em mãos.

Lajolo (1994), por sua vez, comenta em:

Como entre tais coisas e tais outros incluem-se também livros e leitores,
fecha-se o círculo: lê-se para entender o mundo, para viver melhor. Em
nossa cultura, quanto mais abrangente a concepção de mundo e de vida,
mais intensamente se lê, numa espiral quase sem fim, que pode e deve
começar na escola, mas não pode (nem costuma) encerrar-se nela
(LAJOLO, 1994, p.7).

É fácil de se entender, através da fala de Lajolo, que leitura é bem mais que
procurar respostas em livros didáticos e deve seguir a vida posterior à vida escolar,
também como o fato de que ela explora a ideia de que as escolas são parte dos
primeiros passos para isso. Ela sugere posteriormente que a precariedade do
trabalho com a literatura gera dizeres como “os alunos só leem porque são
obrigados, e alguns sequer sendo obrigados leem” e “muitos dizem não ter tempo,
sendo que têm para TV”, então tece uma crítica sobre professores que afirmam tais
coisas. Sob um olhar crítico, o professor não pode e não deve culpar um
relacionamento não saudável do aluno com a literatura, visto que muitos dos que se
dizem profissionais da educação simplesmente dispensam quaisquer trabalhos com
literatura em sala de aula e apenas afirmam que é dever dos alunos ler.

Dever não precisa ser desagradável, e tratando-se de crianças, não pode


ser. É esse ponto que muitas vezes é esquecido. Um dever pode ser e é
aconselhado que seja proveitoso. Sim, alunos têm como obrigação serem
alfabetizados, aprender a ler, escrever e interpretar um texto, mas isso não tem de
ser transformar em algo desagradável. Há literatura infantil justamente para que o
trabalho com a leitura, escrita e interpretação possa ser do agrado do aluno, possa
ser bom para ele e interessa-lo, e eventualmente, portanto, seja mais proveitoso.

O professor, tal como também a figura educadora que um pai ou mãe deve
ser, não pode esperar simplesmente que as crianças desenvolvam a capacidade de
ler e interpretar textos espontaneamente se isso não for incentivado e demonstrado
nos anos iniciais, tanto na escola quanto no ambiente familiar. É nesse ponto que
Lajolo comenta da importância da literatura infanto-juvenil e o que ela tem a
acrescentar à formação do professor, e em seguida apresenta uma série de
documentos que usa para ilustrar a precariedade no trabalho quase atemporal da
literatura.

O primeiro desses vem de 1835 e compara a política educacional brasileira


com a dos países vizinhos da América, que se encaixa perfeitamente na realidade
atual:
Os brasileiros começaram por onde deviam acabar; trataram das ciências
maiores, sem cuidar da instrução primária. Bolívar, pelo contrário, antes de
reformar as universidades (...) convidou ao célebre José Lancaster para (...)
estabelecer (...) uma escola normal, e divulgar o seu método de ensino
mútuo, fazendo-lhe presente de 20 mil pesos (24 contos de réis) do seu
próprio pecúlio para gastos de viagem, e oferecendo-lhe um grande
subsídio durante sua residência. (...) Deix(ou) um viveiro em toda a
república, de muitos homens aptos a divulgar a instrução elementar (...)
Digamos agora o que se tem feito no Brasil a este respeito?
Temos muitos advogados, muitíssimos cirurgiões, e muitos mais aspirantes
a lugares na magistratura; e, sem embargo, todos os dias pedimos a Deus,
nos livre que a nossa honra, a nossa vida, a nossa fazenda, passem por
semelhantes mãos.
A classe mais útil, a classe mais interessante, aquela que constitui
o Estado, jaz toda na mais completa ignorância; queremos cadeiras e mais
cadeiras, cursos e mais cursos, prebendas e mais prebendas, e não temos
uma escola normal (...) (Lajolo, 1994, p. 16).

Para ela, e infelizmente esse quadro é ainda mais atual que nunca, a
preocupação com a base do que seria todo o processo de educação é
negligenciada. Em certo ponto, em especial nos anos iniciais, o trabalho com a
literatura é muito precário, o que acaba não desenvolvendo bem o conhecimento de
linguagem do indivíduo, eventualmente não desenvolvendo a capacidade de
interpretação de texto, que por sua vez interfere em outras disciplinas e esferas
educacionais, o que, por fim, prejudica a vida posterior do indivíduo em sociedade.
Tudo porque não foi bem trabalhado nos anos iniciais, com as crianças.

Portanto, sim, é desde o princípio do processo de alfabetização que o


incentivo à literatura é importantíssimo, e não, não é cedo demais para inserir isso
na vida de um jovem, desde que seja bem trabalhado e respeite a fase de cada
indivíduo. Não se deve esperar que todos os alunos tenham a mesma facilidade ou
o mesmo progresso, então é importante que o professor, enquanto profissional da
educação, esteja apto para servir aos alunos um bom e confortável ambiente de
aprendizagem, que comece pelas capacidades do aluno já tem e ajude a
desenvolvê-las.

Reforçando mais uma vez, nesse ponto que a literatura se faz muito
importante. Uma história, um conto, um poema, uma brincadeira com um jogo que
use palavras, textos e figuras, tudo isso pode trazer à tona o interesse de uma
criança para a literatura, e uma vez que uma criança foca sua atenção tão
naturalmente em algo, esse é o ponto em que o educador deve também se focar.

É desde criança que os interesses por isso e aquilo passam a existir, é


quando criança que aprendemos sobre o mundo, sobre a convivência, sobre a base
de vários valores, sobre o respeito, sobre educação, sobre pensar no próximo, sobre
certo e errado, então essa é a fase em que se deve investir na literatura.

A linguagem é a base de tudo, pois é por ela que aprendemos a aprender,


que temos meios para descobrir e explorar, e no contexto educacional, é por ela que
encontramos meios para conhecer o mundo e passar a ter curiosidade e interesse
por ele.

A literatura pode proporcionar, assim, não só interesse, mas meios de


prosseguir com esse processo. Uma história depende da criatividade e da
inventividade, portanto pode ser moldada para a realidade, para a situação e para a
necessidade. A versatilidade disso é tamanha que é impossível dizer que em alguma
sala de aula é impossível ser trabalhar com contos em uma situação normal.

Desde o ensino das letras, leitura das palavras e a captação da atenção de


uma criança pode ser conseguida através da literatura, a dificuldade se faz presente
muito mais no uso prático que no material em si.

Mais que isso, Ferreiro (1985) referencia o ato da leitura no desenvolvimento


como algo importante. Ela traz interessantes reflexões acerca da temática.

[...] A minha contribuição foi encontrar uma explicação, segundo a qual, por
trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que
escutam, há uma criança que pensa. Essa criança não pode se reduzir a um
par de olhos, de ouvidos e a uma mão que pega o lápis. Ela pensa também
a propósito da língua escrita e os componentes conceituais desta
aprendizagem precisam ser compreendidas (FERREIRO, 1985, p.14).

É preciso dar função à leitura e à escrita para que a criança compreenda


suas utilidades, uma vez que deixar com que elas vejam isso apenas como um ato
necessário sem função pode fazer o interesse diminuir, o que faria com que elas
perdessem o interesse e o aproveitamento disso fosse reduzido.
É necessário dar valor às pequenas evoluções da leitura e escrita das
crianças, uma vez que não se deve esperar uma facilidade grandiosa para o
aprendizado. Essa é uma habilidade que se desenvolve com prática e com o tempo,
então os meios para que seja possível podem e vão variar. Portanto, cada pequeno
passo que a criança der deve ser reconhecido, sem repreensões por conta de
pequenos erros que debilitar a prática como um todo.

Em termos práticos, coisas simples e básicas podem auxiliar o trabalho do


educador nessa função, juntamente com a necessidade de ensinar o básico a cada
aluno. A partir do próprio nome e do nome dos colegas, a criança pode começar
fazer relações com a escrita, começar a fazer comparações e analises. Em suma,
desde a coisa mais simples pode servir para material rico a ser trabalhado no âmbito
literário para os alunos.

Não basta apenas se certificar que a literatura esteja presente na vida das
crianças, é preciso garantir que ela tenha função, objetivo e seja proveitosa. Não se
trata apenas de contar histórias na hora da historinha nas salas de aula, é preciso
que seja um evento em que a história tenha uma função. Não se deve apenas ler um
conto infantil para a criança para que ela possa ficar quietinha ouvindo com
interesse, é preciso fazer com que esse conto seja utilizado de maneira adequada.

Ainda nos documentos mencionados por Lajolo (1994), vale destacar:

(...) a maior parte dos meninos aprendem a ler sem livros, servindo-se
principalmente nas localidades centrais ou pouco consideráveis, das
cartilhas do Pe. Inácio, de bilhetes e cartas (às vezes, oh Deus! com que
letra e ortografia!) ou de gazetas que seus pais lhes fornecem, ou de velhos
autos, pelo comum indecifráveis, que os próprios mestres alcançam dos
tabeliães do lugar!
E não é por al [sic] que os nossos meninos, geralmente falando,
saem das escolas aos 13 e 14 anos de idade no mais lastimoso estado de
ignorância, sem o hábito de pensarem, e sem ligarem o mínimo valor ao que
leem (LAJOLO, 1994, p.17).

Ler para quê? Para aprender, para que instigue a mente do aluno, para que
ele seja incentivado a desenvolver a própria leitura, eventualmente desenvolvendo
as habilidades e competências que são provenientes desse meio. Para que seja
bem utilizada, a literatura deve ter objetivo, meios de uso e ter importância nesse
processo.

1.2 A convivência com a leitura e a escrita nos anos iniciais

A infância é a fase onde mais se desenvolve habilidades que seriam usadas


no cotidiano. Uma vez dito isso, podemos afirmar que o incentivo à leitura e escrita é
uma atividade saudável e recomendada a ser incentivada nessa fase. Segundo
Angela Biaggio (2003), sobre a teoria de aprendizagem social de Piaget, há um
sistema de estímulo e resposta, onde o primeiro caracteriza-se como qualquer
evento que atua sobre um organismo e o segundo caracteriza-se como qualquer
comportamento emitido por um organismo.

Ademais isso, em complementação, há o condicionamento, dividido entre


clássico e operante. Este primeiro também é conhecido como continuidade, S-S ou
respondente. É chamado de clássico por ter sido o primeiro condicionamento a ser
estudado. O condicionamento operante foi um conceito criado pelo escritor e
psicólogo Burrhus Frederic Skinner, e refere-se ao procedimento através do qual é
modelada uma resposta no organismo através de reforço diferencial e aproximações
sucessivas.

Biaggio (2003) ilustra a situação usando de exemplo uma analogia com


comida, onde o estimulo – no caso um estímulo visual – é apresentar uma refeição
de boa aparência e a resposta do organismo é a salivação. Da mesma forma que
isso é uma reação involuntária, o contato com determinados fatores pode gerar
determinadas reações. Tome por exemplo alguém que por toda a vida teve contato
com a direção de um carro. Muito provavelmente ele já está bastante acostumado a
compreender imediatamente qualquer sinal de trânsito pelo qual passe, mesmo se
olhar por apenas um instante.

Essa é uma reação de entendimento involuntário por ter tido contato com
esses conhecimentos. Você, enquanto leitor, já deve ter passado por uma situação
parecida. Quantas vezes você já não leu uma palavra ou frase simplesmente por ela
aparecer no seu campo de visão? Até certo ponto, as pessoas são condicionadas a
ter a reação involuntária de ler uma palavra individual instantaneamente logo ao vê-
la. É quase um reflexo.

Jean Piaget (1970), em seu livro A Construção do Real da Criança, comenta


sobre assimilação e acomodação, a fase onde uma criança começa a elaborar o
universo e desenvolve inteligência sensório-motora. O condicionamento literário
nessa etapa se daria ao fato de que se passa a ter o conceito de certo e errado, bem
e mal, na vida da criança.

Desde cedo contamos histórias que começam com “era uma vez”, que
segue uma aventura ou jornada de uma boa pessoa e por fim há uma superação de
todos os problemas e o triunfo contra o mal antes do “viveram felizes para sempre”.
A literatura infantil basicamente retrata realidades metafóricas que ensinam as
crianças determinados valores, seus direitos e seus deveres, entre outras coisas.

Desde as primeiras fases da alfabetização, temos vários incentivos à


literatura, se formos seguir essa linha de raciocínio. Piaget (1970) afirma que a maior
parte da construção do caráter, da moralidade e ética se dá no início da criação da
criança, e nessa fase ela começa a desenvolver não só suas noções de mundo, mas
também, por exemplo, seus gostos pessoais. Não seria ideal para um jovem ter um
contato saudável com a literatura para que desde as primeiras fases da vida ela
tenha um relacionamento saudável com a leitura e bons conceitos?

Obras literárias não possuem uma limitação tão grande quando os desenhos
infantis, por exemplo, e isso faz com que se possa explorar qualquer área, tema ou
assunto, o que pode ajudar desde cedo a criança a formar seus conceitos próprios,
sua noção de mundo, sua personalidade e seu senso crítico.

Smolka (1988), no livro A Criança na Fase Inicial da Escrita, aponta para a


consideração do fenômeno social da interação verbal nas suas formas orais e
escritas. Para ela, há relação entre esses fenômenos e o processo pedagógico de
educação. A construção da linguagem, da oralidade e da capacidade de
interpretação está diretamente ligada a evolução da linguagem.

Como qualquer outra coisa no mundo, a linguagem está em um processo de


evolução contínua, se adequando e se adaptando ao tempo, e cada vez fica mais
difícil acompanhar tais mudanças.
O primeiro passo para começar a aprender é o desenvolvimento da
linguagem nas relações sociais. Geralmente isso se mostra bem aparente com
desenhos. É pelos desenhos que muitas vezes os alunos expressam coisas que não
conseguem verbalizar. Talvez não a primeira, mas é uma das interações sociais que
mais se demonstra aparente o que se quer expressar.

A linguagem evolui conforme as interações sociais vão se desenvolvendo.


Quando antes uma criança desenhava sozinha para dizer algo, depois talvez ela
interaja verbalmente, faz parte do processo como um todo. A literatura cobre uma
parcela considerável desse desenvolvimento, uma vez que um indivíduo passa a ter
contato com várias realidades e contextos que podem ou não ser literais ou
figurativas por meio de histórias, contos e textos.

Tratando-se de literatura, uma criança pode relacionar a linguagem escrita e


oral bem cedo e começar a desenvolver conceitos de mundo e a convivência.

No Brasil, infelizmente ainda há um número muito grande de


semianalfabetos e analfabetos-funcionais, e talvez esse fenômeno se dê não
necessariamente pela evasão escolar, visto que ainda assim muitos desenvolvem
uma boa leitura e oratória, temos exemplos de pessoas que evadiram e obtiveram
grande sucesso em determinada área, como o próprio presidente da Microsoft, Bill
Gates que hoje é considerado um grande gênio da tecnologia com uma das maiores
empresas do mundo.

Talvez uma das causas desse fenômeno seja pelo pouco incentivo à leitura
e ao contato à literatura em geral, que no início da vida escolar acabou por não
desenvolver as competências e habilidades necessárias, eventualmente fazendo
com que as pessoas leiam cada vez menos no cotidiano, procurem menos
informações e desfrutem de estudos cada vez menos, tudo por uma falha na
condução desse incentivo na base da educação.

1.3Textos literários, uma leitura prazerosa

Talvez não seja certo dizer que a educação do Brasil não incentive a leitura
e o comprometimento com a literatura, uma vez que vivenciamos na escola vários
momentos em que se trabalha textos literários famosos de grandes autores do
cânon brasileiro, como Machado de Assis, Monteiro Lobado e outros, mas, ainda
assim, a crítica se faz válida. Não o incentivo é deixado de lado, mas a forma como
ele é realizado talvez não seja a mais adequada.

Se pensarmos de forma prática, é importante para os alunos, principalmente


nos anos iniciais, terem contato com textos literários da cultura em que estão
inseridos, porém é muito mais importante que eles o façam com deleite e
curiosidade. De nada adianta trazer uma obra por demais complexa e esperar que o
aluno, sem sentir prazer algum com a leitura, possa interpretar o significado ou
desfrutar da leitura. Um dos grandes problemas da educação do Brasil é a falta de
incentivo com o comprometimento do aluno em muitos lugares. Onde o aluno
deveria ter conhecimento de tais e tais coisas para responder questões simples, hoje
vemos apenas um meio decorativo de tornar senso comum.

Trazendo esse comentário em forma de ilustração, praticamente todos os


alunos aprendem o alfabeto, porém poucos de fato consegue distinguir as letras
desde sempre sem decorar a ordem alfabética como em uma música, e isso se
expande para muitas coisas simples que apenas são decoradas e não de fato
aprendida. Dificilmente um aluno, ou mesmo um adulto, saberá responder com
rapidez ou precisão qual o número correspondente ao nome do mês sem recitar
todos desde o primeiro até o mês alvo. Janeiro é o primeiro, facilmente reconhecível
como o mês 01, dezembro é o último, também facilmente lembrado como mês 02,
porém não com a mesma desenvoltura se reconhece setembro como mês 09 ou
maio como mês 05 sem contar por alto para conferir qual a ordem que eles vêm.

Esse fenômeno, por assim dizer, acaba se repetindo em diversos contextos,


pois não de fato estudar é uma atividade prazerosa para os alunos. Principalmente
nos anos iniciais, a leitura pode parecer monótona e sem objetivo, uma vez que se
tem recursos muito mais expressivos como músicas e vídeos educativos, mas a
leitura ainda se faz extremamente importante e, ouso dizer, essencial para o
desenvolvimento escolar.

Para uma leitura ser proveitosa, é necessário ser prazerosa. Um professor


pode muito bem trazer contos infantis para os alunos, nada mais instigante que uma
boa história para cativar a atenção de uma criança. Caso não seja o bastante, inove.
Que mal tem em mudar um pouco os nomes daqueles que apareceram na história?
Por que em vez de João e Maria não se pode dizer que aparecem Felipe e Ana, dois
alunos cuja atenção o professor ainda não tinha conquistado?

É um bom incentivo que as crianças possam se imaginar nas histórias os


fazê-los dos colegas. É ótimo quando um professor, com um sorriso expressivo no
rosto, elogia uma criança por ajudá-lo a ler uma historinha. O recurso do bom
incentivo faz com que as crianças se interessem por ler e até mesmo querer
escrever, assim nascem os grandes nomes da literatura. Para tanto, é necessário
que se dê objetivo à leitura e escrita, algo que a deixe prazerosa e dê uma sensação
de recompensa, pois assim uma criança pode compreender que se leu um texto
passado para ele, ele pode obter respostas para as quais os professores os
indagam.

Bamberger (1987) crê que a leitura deve ser algo a ser trazia para a vida
cotidiana, fazer parte da vida além da vida escolar. Para ele, leitura é algo a se ter
como um processo contínuo de desenvolvimento pessoal, algo a se ter prazer e
valor em ter.

“O desenvolvimento de interesse e hábitos permanentes de leitura é um


processo constante, que principia no lar, aperfeiçoa-se sistematicamente na escola e
continua pela vida afora” (BAMBERGER, 1987, p.5).
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

2.1 Método de pesquisa

A presente pesquisa sua metodologia fundamentada no modelo de pesquisa


qualitativa. Tal pesquisa dispensa o uso de representação gráfica e estatística. Para
Arilda Schmid Godoy (1995), a pesquisa qualitativa utiliza de variados métodos para
fundamentar o funcionamento de sua metodologia, utilizando modalidades de
investigação e teste de hipótese, tais como pesquisa documental, estudo de caso e
a etnografia.

2.2 Tipo de pesquisa

O presente trabalho tem como pesquisa o estudo de caso. William Goode


(1975) define esse tipo de pesquisa como um meio prático para organizar dados e
informações adquiridas. Para ele, é uma forma de trazer ao contexto da realidade
uma pesquisa, colhendo informações atuais, da realidade atual, enriquecendo,
assim, uma pesquisa.

Dito isso, é importante ressaltar a relevância de uma pesquisa feita através


de artigo, pois neles estão presentes informações resultante de diversas pesquisas
feitas por autores de renome que são usadas de parâmetro atrás os dias de hoje.

2.3 Instrumentos de pesquisa

Foram utilizados nesta pesquisa livros em formatos digitais, bem como livros
físicos presentes na biblioteca do campus Professor Possidônio Queiroz da
Universidade Estadual do Piauí da cidade de Oeiras Piauí.

Segundo Gil (2008), “a pesquisa de bibliográfica é desenvolvida com base


em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”.
Por tal pensamento, é fácil de se pensar que uma fonte rica de material de pesquisa,
uma vez se trata de um material desenvolvido e fundamentado através de pesquisas
em vários âmbitos.

2.4 Delineamento do local da pesquisa

A pesquisa em questão ocorreu por meio estudos bibliográficos mediante.


Para tal, foram utilizadas como base pesquisas no acervo de livros da biblioteca do
campus Professor Possidônio Queiroz da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e
em pesquisas em acervos digitais.

A pesquisa engloba como campo a ser pesquisado os anos iniciais do


processo escolarização, focando-se principalmente no início desse processo, na
base do ensino da leitura e escrita da formação.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A leitura e escrita nos anos iniciais, em suma o contato maior com a


literatura, é de extrema importância para a formação de leitores críticos e capazes.
Se de uma certa forma a literatura acaba por não se destacar em meio a tantos
métodos audiovisuais que auxiliam o professor, a literatura, se bem utilizada,
complementa esse processo de ensino-aprendizagem.

Alunos nos primeiros anos desse processo tem a necessidade de serem


incentivados para que possam aos poucos tomar gosto pela leitura, uma vez que
será algo importante e necessário para todo o restante do processo. Como de infeliz
fato o Brasil não é tão bem conhecido pelo seu incentivo à cultura literária, ainda é
um quadro que certamente será difícil de mudar e as mudanças serão ainda mais
difíceis de acontecer, mas, não obstante, devemos ter em mente a necessidade e a
importância do impacto disso em nossas vidas e na vida de nossas crianças.
REFERÊNCIAS

BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. Trad. Octavio


Mendes Cajado. SÃO Paulo: Ática, 1987.

BIAGGIO, Angela M. Brasil. Psicologia do Desenvolvimento. 23. ed. Petrópolis:


Editora vozes, 2015.

FERREIRO, Emilia; Teberosk, Ana. A Psicogênese da Língua Escrita. Porto


Alegre: Artes Medicas 1985. 284p.

FERREIRO, Emilia. Reflexões Sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez, 2000.

104p.

FREIRE, Paulo. Educação Como Prática de Liberdade. São Paulo: Paz e Terra,
2015.

GODOY, Arilda Schmid. Pesquisas Qualitativas: tipos fundamentais. Rev. Adm.


Empres., São Paulo, v. 35, n. 3, p. 20-29, jun.1995. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
75901995000300004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 16 de abril. 2021.

GOODE, William. HAT, Paul K. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. Editora


Nacional. São Paul, 1975.

GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisas. São Paulo: Atlas, 2002.

LAJOLO, Marisa. Do Mundo da Leitura Para a Leitura do Mundo. São Paulo:


Ática, 2011.

MARTINS, Maria Helena. O Que é Leitura. Brasília. Editora Brasiliense, 1982.

PIAGET, Jean. A Construção do Real na Criança. 3. ed. São Paulo: Editora Átic,
2008.

SMOLKA, Ana Luiza Bustamante. A Criança na Fase Inicial da Escrita – A


Alfabetização Como Processo Discursivo. 6. ed. Campinas: Editora UNICAMP,
1994.

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