Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
Este artigo indica dados, reflexões e análises quanto aos desafios que o Brasil vem
enfrentando com a leitura. Essa pesquisa se originou da preocupação em relação ao nível de
leitura da população em virtude da sua aparente deficiência em relação à interpretação e
decodificação, além dos diversos casos de iletrismo e analfabetismo funcional que tem
ocorrido no país, que vem atingindo diretamente tanto no âmbito educacional como no
profissional. A Metodologia utilizada para a realização desta monografia foi de natureza
exploratória e qualitativa, sendo desenvolvido com base em um levantamento bibliográfico e
documental, sendo utilizados textos e artigos de autores da área de educação. Além de
aplicação de estatísticas acerca do tema proposto. O referencial teórico que fundamenta este
trabalho investiga as causas e fatores das dificuldades na formação de leitores, destacando as
seguintes causas como: motivos socioeconômicos e culturais, inadequação e mecanização da
leitura em sala de aula, falta de incentivos do governo em infraestrutura, desmotivação do
profissional educador, despreparo de alguns professores para lecionar, pouco apoio e
participação da família, bibliotecas em estado de precariedade, falta de metodologias
eficientes no âmbito escolar e acesso a conteúdos rasos na internet, como redes sociais e bate
papos. Enfim, este trabalho busca mostrar a importância de desenvolver e incentivar a prática
da leitura, para a construção da cidadania, proporcionando assim uma sociedade de indivíduos
mais críticos e reflexivos.
ABSTRACT
This article indicates data, reflections and analyzes regarding the challenges that Brazil is
facing with reading. This research originated from the concern about the level of reading of
the population due to its apparent deficiency in relation to interpretation and decoding, in
addition to the several cases of illiteracy and functional illiteracy that have occurred in the
country, which has been directly affecting both the educational field and the professional. The
Methodology used to carry out this work was exploratory and qualitative, being developed
based on a bibliographical and documentary survey, using texts and articles of authors of the
education area. In addition to applying statistics about the proposed theme. The theoretical
framework that underlies this work investigates the causes and factors of difficulties in the
formation of readers, highlighting the following causes such as: socioeconomic and cultural
motives, inadequacy and mechanization of reading in the classroom, lack of government
incentives in infrastructure, demotivation of professional educator, lack of preparation of
some teachers to teach, little support and participation of the family, libraries in a state of
precariousness, lack of efficient methodologies in the school environment and access to
shallow contents on the Internet, such as social networks and chat. Finally, this work seeks to
show the importance of developing and encouraging the practice of reading, for the
construction of citizenship, thus providing a society of more critical and reflexive individuals.
1. INTRODUÇÃO
A leitura é uma prática social de suma relevância e no qual é necessária uma total
atenção, pois é através dela que podemos aprender, ensinar e conhecer outras culturas. É com
a leitura que exercitamos o nosso cérebro a desenvolver raciocínio, a imaginação e a
criatividade. Além disso, aguça o nosso senso crítico e a nossa capacidade de interpretação,
proporcionando o desenvolvimento do intelecto, bem como o aumento do vocabulário e uma
maior habilidade na escrita. Prática essa que no qual é necessário um trabalho conjunto da
instituição e da família, pois apresentam um papel de extrema importância na formação de
futuros leitores/escritores, visto que é a partir do incentivo e da criação de hábitos nas fases
iniciais em que é desenvolvido o gosto pela leitura, auxiliando assim no desenvolvimento
intelectual e social da criança. Sendo então a leitura tão importante, por que o nível de leitores
no Brasil ainda é tão frustrante?
leitor basta ler? Porque o brasileiro não gosta de ler? Os profissionais educadores estão mal
preparados? A família e a escola tem realizado seu papel de incentivador da leitura?
a importância desta em todos os âmbitos, reconhecendo seus reflexos tanto no meio social
como no acadêmico. Desse modo, tanto para o curso de Pedagogia como para outras áreas do
conhecimento que envolva a leitura e a escrita, pesquisas sobre os desafios para a prática da
leitura no Brasil têm sido cada vez mais indispensáveis.
2. DESENVOLVIMENTO
Ler implica não só aprender o significado, mas também trazer para o texto
lido a experiência e a visão de mundo do leitor. Existe, portanto, uma
interação dinâmica entre leitor e texto, surgindo da leitura um novo texto
(ZILBERMANN, 1988. P.14)
O gosto pela leitura está diretamente associado aos estímulos que são
proporcionados à criança desde muito cedo. O contexto familiar é de grande
importância. Quando a criança cresce no meio de livros e vê, à sua volta,
adultos lendo é despertado nela o hábito de ler, considerando que a formação
de um leitor não se dá através de produtos, e sim, de estímulos.
(NASCIMETO; BARBOSA, 2006. P. 1).
Sendo assim, de acordo com o Barbosa (2006) uma criança que cresce em um
ambiente onde os pais têm o hábito de ler constantemente, é naturalmente levada a associar a
leitura como algo legal e divertido, logo, terá maiores chances de se tornar um leitor assíduo,
pois, geralmente os filhos são influenciados pelas práticas de seus pais. De acordo com
Kaloustian (2008):
2.2 Escola
Kleiman (2002, p.35) afirma que “[...] a leitura desmotivada não conduz à
aprendizagem”, ou seja, cabe ao educador desenvolver nos alunos o interesse e o hábito, não
priorizando atividades mecânicas e fórmulas decoradas, mas sim valorizando em sua
formação a interpretação e a compreensão do que se lê, que deve ser valorizado na formação
de leitores.
Dessa forma:
Para tornar os alunos bons leitores – para desenvolver muito mais do que a
capacidade de ler, o gosto e o compromisso com a leitura, a escola terá de
mobilizá-los internamente, pois aprender a ler (e também ler para aprender)
requer esforço. Precisará fazê-los achar que a leitura é algo interessante e
desafiador, algo que, conquistado plenamente, dará autonomia e
independência. Precisará torná-los confiantes, condição para poderem se
desafiar a “aprender fazendo”. Uma prática de leitura que não desperte e
cultive o desejo de ler não é uma prática pedagógica eficiente (Parâmetros
Curriculares Nacionais: Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília,
1997, p.58).
9
um incentivo do prazer pela leitura, dessa forma, faz sentido o desinteresse de alguns jovens
pela leitura.
A maneira com a qual a escola tem ensinado apenas vem corroborando com a
formação de analfabetos funcionais, ou seja, pessoas que sabem ler e escrever textos simples,
porém não possuem capacidade de interpretação, isto é, não detêm habilidades necessárias
para viabilizar o seu desenvolvimento pessoal e profissional (UNESCO). Foucambert (1994,
p.118) caracteriza o analfabetismo e o iletrismo da seguinte forma:
despreparo de alguns para lecionar no qual foram capacitados apenas para ensinar os
conteúdos escolares, enfim, tudo isso contribui para a desmotivação do profissional educador.
2.3 Biblioteca
Função educativa:
A função educativa representa um reforço à ação do aluno e do professor.
Quanto ao primeiro, desenvolvendo habilidades de estudo independentes,
agindo como instrumento de autoeducação, motivando a uma busca do
conhecimento incrementando a leitura e ainda auxiliando na formação de
hábitos e atitudes de manuseio, consulta e utilização do livro, da biblioteca e
da informação. Quanto à atuação do educador e da instituição, a biblioteca
complementa as informações básicas e oferece seus recursos e serviços à
comunidade escolar de maneira a atender as necessidades do planejamento
curricular. (FRAGOSO, 2002, p.127)
Função cultural:
De acordo com Cruz (1979, p.841) uma biblioteca bem estruturada e organizada é
um “instrumento importante para o desenvolvimento satisfatório das atividades de ensino-
aprendizagem”, sendo assim, um requisito básico para desenvolver e estimular a leitura.
Entretanto é analisado que as bibliotecas escolares no Brasil apresentam um estado bem
precário em relação ao seu funcionamento, organização e atualização de acervos o que
demonstra uma falta de conscientização das autoridades no que tange a importância da
biblioteca para o desenvolvimento integral do aluno.
Além disso, é observado que com o passar do tempo às bibliotecas tem deixando de
realizar seu papel principal de estimular o prazer da leitura e a cultura dos cidadãos para
13
adotar uma nova finalidade como um espaço de estudo e pesquisa. Visto que, de acordo com
dados da última pesquisa realizada pelo instituto pró-livro “Retratos da leitura no Brasil”,
70% dos livros lidos mais frequentemente são didáticos e universitários. Milanesi (1983, p.
35), afirma que:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A leitura é a forma mais antiga e mais eficiente de se obter conhecimento, é através dela
que podemos aprimorar nossa capacidade interpretativa e intelectual. Além de ser um dos
principais agentes transformadores da sociedade. Por meio desta pesquisa foi analisado que
tanto a escola como a família são elementos essenciais na construção do hábito da leitura e
consequentemente na criação de indivíduos mais críticos, reflexivos e capazes de transformar
a sociedade em que vivem. Logo é necessário que haja uma relação mútua de parceria e
sintonia entre esses dois sistemas, família e escola.
Sendo assim, esta pesquisa viabilizou a revisão e a reflexão acerca dos atuais
problemas que vem colaborando com o fracasso na formação de sujeitos leitores, tanto no
meio familiar, escolar e governamental, podendo assim auxiliar na criação de novos métodos
e incentivos que serão de grande valia para a sociedade em geral.
14
REFERÊNCIAS
BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito da leitura. 5. Ed. São Paulo: Ática, 1991.
109p. (Educação em ação).
CHANTIER, Anne Marie. HEBRARD, Jean. Discours sur la lecture (1880-1980), paris: BPI
Centre George Pompidou. 1989.
CRUZ, Vilma A. Gimenes da; WELFENS, Irma A. I. Lorenzo. Avaliação das bibliotecas
escolares de 1º grau da cidade de Londrina. 1979.
FOUCAMBERT, Jean. A leitura em questão. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. 157p.
FRAGOSO, Graça Maria. Biblioteca na escola. Revista ACB, Santa Catarina, v.7, n.1, 2002.
KALOUSTIAN, Sílvio Manoug. (org.) Família brasileira, a base de tudo. 4. Ed. São Paulo:
Cortez, 2000.
KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. Campinas, São Paulo:
Pontes, 2002.
MARTINS, Monique da Costa. Perfil das Bibliotecas Escolares da Rede Municipal de Ensino
de São José dos Pinhais (PR). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA,
DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 2011.
SETZER, Valdemar W. Meios eletrônicos e educação: nova vida ou destruição? São Paulo:
Department of Computer Science, University of São Paulo, 2001.P. 6.
AGRADECIMENTOS
A Deus por cuidar de mim todo tempo, me dando força, saúde e persistência para alcançar
meus objetivos.
Ao meu esposo que muito colaborou em todo esse processo
A minha mãe heroína, que me deu apoio e me incentivou nas horas difíceis.
A minha filha que em todos os momentos esteve comigo me auxiliando.
A universidade Estágio pela oportunidade de fazer o curso.
A minha orientadora, pelo empenho e dedicação na elaboração deste trabalho.
A todos os professores por me proporcionarem conhecimento, apoio e confiança.