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5 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO ....................................................

5.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1


5.2 GEOLOGIA ............................................................................................................. 3
5.2.1 CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL ...................................................................... 3
5.2.2 LITOLOGIA E UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS ..................................................... 4
5.2.3 CONTEXTO ESTRUTURAL REGIONAL ................................................................... 10
5.2.4 GEOLOGIA LOCAL.............................................................................................. 13
5.2.5 GEOLOGIA DO DEPÓSITO PEDRA BRANCA .......................................................... 17
5.2.5.1 Síntese geológica do domínio PB leste ........................................................ 17
5.2.5.2 Síntese geológica do domínio PB oeste ....................................................... 18
5.3 SOLO .................................................................................................................. 19
5.3.1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................ 19
5.3.2 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ............................................................................... 19
5.3.3 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 20
5.3.3.1 Metodologia de trabalho ............................................................................... 20
5.3.3.2 Método de coleta de solo.............................................................................. 21
5.3.4 RESULTADOS .................................................................................................... 30
5.3.4.1 Solos da região ............................................................................................ 30
5.3.4.2 Processos Erosivos ...................................................................................... 30
5.3.4.3 Resultados das análises físico-químicas ...................................................... 33
5.4 GEOMORFOLOGIA ................................................................................................ 41
5.4.1 DADOS E MÉTODOS UTILIZADOS. ....................................................................... 41
5.4.2 CONTEXTO GEOMORFOLÓGICO REGIONAL - AII................................................... 41
5.4.2.1 Caracterização das Unidades Geomorfológicas AII. ..................................... 41
5.4.3 CONDICIONAMENTO LITOESTRUTURAL DO RELEVO .............................................. 47
5.4.3.1 Região Sudeste do Pará............................................................................... 47
5.4.4 GEOMORFOGÊNESE .......................................................................................... 49
5.4.5 CONTEXTO GEOMORFOLÓGICO – AID/ADA ........................................................ 50
5.4.5.1 Caracterização das Unidades Geomorfológicas da AID/ADA. ...................... 50
5.4.6 DINÂMICA SUPERFICIAL ..................................................................................... 58
5.5 HIDROGEOLOGIA.................................................................................................. 59
5.5.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 59
5.5.2 HIDROGEOLOGIA DO EMBASAMENTO CRISTALINO................................................ 63
5.5.2.1 Parâmetros Hidrodinâmicos em Rochas Cristalinas ..................................... 63
5.5.2.2 Hidrogeologia do Domínio Carajás ............................................................... 65
5.5.2.3 Hidrogeologia dos Aluvioes na área do Projeto Pedra Branca ...................... 69
5.5.2.4 Informações Hidrogeológicas dos poços. ..................................................... 69
5.5.2.5 Avaliação de Vulnerabilidades dos Aquíferos ............................................... 73
5.5.2.6 Favorabilidade de ocorrência de água subterrâanea .................................... 77
5.6 CARACTERIZAÇÃO CLIMATOLÓGICA ..................................................................... 79
5.6.1 DADOS UTILIZADOS ........................................................................................... 79
5.6.1.1 Clima ............................................................................................................ 81

i
5.6.1.2 Padrões Climáticos Local ............................................................................. 84
5.7 CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DO AR ............................................................. 90
5.7.1 ASPECTOS GERAIS............................................................................................ 90
5.7.2 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 92
5.7.2.1 Padrões de Qualidade do Ar ........................................................................ 93
5.7.2.2 Pontos de Amostragem ................................................................................ 95
5.7.2.3 Parâmetros Analisados ................................................................................ 97
5.7.2.4 Número Amostral.......................................................................................... 97
5.7.2.5 Metodologia de Amostragem ........................................................................ 97
5.7.2.6 Índice de Qualidade do Ar - IQAr ................................................................ 100
5.7.3 RESULTADOS .................................................................................................. 102
5.7.4 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................ 105
5.8 RUÍDOS ............................................................................................................. 105
5.8.1 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 106
5.8.1.1 Pontos de medição ..................................................................................... 108
5.8.2 RESULTADOS .................................................................................................. 111
5.8.2.1 Níveis sonoros no ponto PR01 ................................................................... 112
5.8.2.2 Níveis sonoros no ponto PR02 ................................................................... 114
5.8.2.3 Níveis sonoros no ponto PR03 ................................................................... 116
5.8.2.4 Níveis sonoros no ponto PR04 ................................................................... 118
5.8.2.5 Níveis sonoros no ponto PR05 ................................................................... 120
5.8.2.6 Níveis sonoros no ponto PR06 ................................................................... 122
5.8.2.7 Níveis sonoros no ponto PR07 ................................................................... 124
5.8.2.8 Níveis sonoros no ponto PR08 ................................................................... 126
5.8.2.9 Níveis sonoros no ponto PR09 ................................................................... 128
5.8.2.10 Níveis sonoros no ponto PR10 ................................................................. 130
5.8.2.11 Níveis sonoros no ponto PR11 ................................................................. 132
5.8.2.12 Níveis sonoros no ponto PR12 ................................................................. 134
5.8.2.13 Níveis sonoros no ponto PR13 ................................................................. 136
5.8.2.14 Níveis sonoros no ponto PR14 ................................................................. 138
5.8.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 140
5.9 VIBRAÇÃO ......................................................................................................... 141
5.9.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................ 141
5.9.2 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 142
5.9.2.1 Equipamento de medição ........................................................................... 143
5.9.2.2 Limites Adotados ........................................................................................ 145
5.9.2.3 Pontos de Medição ..................................................................................... 147
5.9.3 RESULTADOS .................................................................................................. 152
5.9.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 169
5.10 RECURSOS HÍDRICOS ....................................................................................... 170
5.10.1 HIDROLOGIA ................................................................................................. 170
5.10.1.1 Divisão hidrográfica do estado do Pará .................................................... 170
5.10.1.2 Caracterização Hidrográfica do município Água Azul do Norte ................. 175
5.10.1.3 Contexto local da Hidrologia do município de Água azul do Norte ............ 176
5.10.1.4 Características hidrológicas locais ............................................................ 178
5.10.2 QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL ................................................................. 183
5.10.2.1 Metodologia .............................................................................................. 184
5.10.2.2 Índice de qualidade de água ..................................................................... 192
5.10.2.3 Resultados ............................................................................................... 194
5.10.2.4 Índice de Qualidade de Água – IQA.......................................................... 226
5.10.2.5 Considerações finais ................................................................................ 228
5.10.3 USOS MÚLTIPLOS DA ÁGUA ............................................................................ 228
5.10.4 DIAGNÓSTICO DE NASCENTES........................................................................ 234
5.11 ESPELEOLOGIA ................................................................................................ 247
5.11.1 POTENCIALIDADES GEOESPELEOLÓGICAS ....................................................... 248

ii
5.11.1.1 – Provincia espeleologica de carajás ........................................................ 248
5.11.2 TRABALHOS DE INVESTIGAÇÃO ESPELEOLOGICA NA AII/AID (ÁREA DE INFLUENCIA
DIRETA E INDIRETA)..................................................................................................... 252

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 253

iii
FIGURA 5.1-1– COMPONENTES AMBIENTAIS DO MEIO FÍSICO AVALIADOS PARA ATIVIDADE DE MINA NO
PROJETO PEDRA BRANCA. ....................................................................................................... 1
FIGURA 5.2-1 - MAPA MOSTRANDO A COMPARTIMENTAÇÃO TECTÔNICA DO CRATON AMAZÔNICO, COM
DESTAQUE PARA A PROVÍNCIA CARAJÁS, MODIFICADO DE VASQUEZ ET AL. (2008). ..................... 3
FIGURA 5.2-2 – MAPA GEOLÓGICO REGIONAL DO DOMÍNIO CARAJÁS, PORÇÃO NORTE DA PROVÍNCIA
HOMÔNIMA, EM QUE MOSTRA SUAS ASSOCIAÇÕES TECTÔNICAS E RECURSOS MINERAIS (VASQUEZ
ET AL. 2008). A ÁREA DO PROCESSO 850.318/2000 ESTÁ DESTACADA. ..................................... 5
FIGURA 5.2-3 - MAPA DE LINEAMENTOS DO CINTURÃO CUPRO-AURÍFERO DE CARAJÁS..................... 12
FIGURA 5.2-4 - MAPA GEOLÓGICO-ESTRUTURAL DA ÁREA REFERENTE PROCESSO DNPM 850.318/2000
(ÁREA ORIGINAL) REALIZADO PELA NORANDA EXPLORAÇÃO MIN. LTDA (POSTERIORMENTE XSTRATA
BRASIL EXP. MIN. LTDA). NOTAR QUE É REPRESENTADA A ÁREA ORIGINAL DO ALVARÁ. ............. 14
FIGURA 5.2-5 - MAPA GEOLÓGICO DO ALVO PEDRA BRANCA ATUALIZADO COM BASE EM SONDAGEM
(2013). ................................................................................................................................. 15
FIGURA 5.2-6 - MAPA DE ALTERAÇÃO HIDROTERMAL PROPOSTO PARA PEDRA BRANCA (2013). ......... 16
FIGURA 5.2-7 - ILUSTRAÇÃO DA GEOMETRIA DAS ZONAS DE ALTERAÇÃO HIDROTERMAL. .................... 17
FIGURA 5.3-1 - INDICADORES DA QUALIDADE DO SOLO..................................................................... 20
FIGURA 5.3-2 - METODOLOGIA DE TRABALHO PARA A CARACTERIZAÇÃO DO SOLO DA ÁREA DE
INFLUÊNCIA. .......................................................................................................................... 21
FIGURA 5.3-3 - ILUSTRAÇÃO DE PERCURSO PARA EXTRAÇÃO DAS SUB-AMOSTRAS. ........................... 24
FIGURA 5.3-4 - ESQUEMATIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE CAMPO. ............................................... 24
FIGURA 5.3-5 – PONTOS DE AMOSTRAGEM DO SOLO: (A) E (B) PS01; (C) E (D) PS02; (E) E (F) PS03; (G)
E (H) PS04; (I) E (J) PS05; (K) E (L) PS06; (M) E (N) PS07; (O) E (P) PS08; (Q) E (R) PS09; (S) E
(T) PS10 ............................................................................................................................... 25
FIGURA 5.3-6 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE COLETA DE SOLO ....................................... 29
FIGURA 5.3-7 – EROSÃO EM SULCO NAS PROXIMIDADES DO IGARAPÉ PEDRA BRANCA. PROJETO PEDRA
BRANCA. ............................................................................................................................... 30
FIGURA 5.3-8 - MAPA PEDOLÓGICO. ............................................................................................... 32
FIGURA 5.3-9 - RELAÇÃO DE PH DO SOLO COM A DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES. ......................... 33
FIGURA 5.3-10 – RESULTADO DE PH NAS AMOSTRAS DE SOLO......................................................... 34
FIGURA 5.3-11 – TEOR DE MATÉRIA ORGÂNICA PRESENTE NO SOLO. ................................................ 35
FIGURA 5.3-12 – TEORES DE MACRONUTRIENTES DO SOLO. ............................................................ 36
FIGURA 5.3-13 – TEORES DE MICRONUTRIENTES DO SOLO. ............................................................. 38
FIGURA 5.3-14 – PERCENTAGEM DE SATURAÇÃO POR BASES (V%) .................................................. 39
FIGURA 5.3-15 – RESULTADO DA PERCENTAGEM DE SATURAÇÃO POR BASES (V%). ......................... 39
FIGURA 5.3-16 – CLASSIFICAÇÃO DA TEXTURA. .............................................................................. 40
FIGURA 5.4-1 - UNIDADES DE RELEVO PRESENTES AO LONGO DA ÁREA DO PROJETO PEDRA BRANCA, NA
AII (ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA) E ENTORNO..................................................................... 43
FIGURA 5.4-2 – PERFIL SOBRE O RIO PARAUAPEBAS E PLAQUE, MOSTRANDO A ÁREA OCUPADA PELA
PLANÍCIE DO RIO, SOBRE O MODELO DIGITAL DE TERRENO SRTM. ............................................ 44
FIGURA 5.4-3 – FOTOS DA OCORRÊNCIA DE PLANÍCIE FLUVIAL AO LONGO DOS RIOS DO PROJETO PEDRA
BRANCA, EM (A), (B), (C) E (D) É POSSÍVEL OBSERVAR BLOCOS ROLADOS DE ROCHAS AS MARGENS
DO RIO PARAUAPEBAS E PLAQUE, EM (E) SÃO AREIAS NAS MARGENS DO RIO PARAUAPEBAS. ..... 45
FIGURA 5.4-4 – PERFIL TOPOGRÁFICO SOBRE A UNIDADE DEPRESSÃO DO MÉDIO XINGU CUJOS TOPOS
APRESENTAM-SE EM COTAS ALTIMETRICAS EM MÉDIA A 200 METROS, COM TOPOS CHEGANDO A 300
METROS EM ALGUNS LOCAIS. .................................................................................................. 47
FIGURA 5.4-5 – FORMAS GEOMORFOLÓGICAS TÍPICAS DA ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) DEFINIDA
PARA IMPLANTAÇÃO DA PESQUISA MINERAL COM GUIA DE UTILIZAÇÃO DO PROJETO PEDRA BRANCA,
REPRESENTADA NO PRIMEIRO PLANO POR RELEVOS DISSECADOS E NO SEGUNDO PLANO POR
MORROS E/OU RELEVOS EROSIVOS PERTENCENTES A UNIDADE DEPRESSÃO DO MÉDIO XINGU. .. 47
FIGURA 5.4-6 - ESTRUTURAS NEOTECTÔNICAS MAIORES DA REGIÃO SUDESTE DO PARÁ E OESTE DE
TOCANTINS............................................................................................................................ 49
FIGURA 5.4-7 – OCORRÊNCIA DAS FORMAS DE RELEVO DA ÁREA DO PROJETO PEDRA BRANCA. ........ 51

iv
FIGURA 5.4-8 – MAPA DE DECLIVIDADE DA AII DO PROJETO PEDRA BRANCA .................................... 52
FIGURA 5.4-9 – PERFIL TOPOGRÁFICO SOBRE A UNIDADE RELEVO FORMAS DE ACUMULAÇÃO,
MOSTRANDO A VARIAÇÃO DA TOPOGRAFIA NESTA UNIDADE. ..................................................... 53
FIGURA 5.4-10 – PERFIL TOPOGRÁFICO SOBRE A UNIDADE RELEVO DISSECADAS, MOSTRANDO A
VARIAÇÃO DA TOPOGRAFIA NESTA UNIDADE. ............................................................................ 54
FIGURA 5.4-11 – RELEVO PLANO COM PREDOMÍNIO DE DECLIVIDADES INFERIOR A 4%. AID DO PROJETO
PEDRA BRANCA. REGISTRO FOTOGRÁFICO EM NOVEMBRO DE 2015. ........................................ 55
FIGURA 5.4-12 – RELEVO PLANO LEVEMENTE ONDULADO COM DECLIVIDADES DE 4% A 6%. ADA DO
PROJETO PEDRA BRANCA. REGISTRO FOTOGRÁFICO EM NOVEMBRO DE 2015. ......................... 55
FIGURA 5.4-13 – RELEVO PLANO LEVEMENTE ONDULADO COM DECLIVIDADES DE 4% A 9%. VISTA DA
ADA DO PROJETO PEDRA BRANCA. REGISTRO FOTOGRÁFICO EM NOVEMBRO DE 2015. ........... 56
FIGURA 5.4-14 – PERFIL TOPOGRÁFICO SOBRE AS FORMAS DE RELEVO EROSÃO/APLAINAMENTO NA AII,
MOSTRANDO A VARIAÇÃO DA TOPOGRAFIA NESTA UNIDADE. ..................................................... 57
FIGURA 5.4-15 – RELEVO DE MORROS COM DECLIVIDADES SUPERIOR 9% NA REGIÃO DO PROJETO
PEDRA BRANCA. REGISTRO FOTOGRÁFICO EM NOVEMBRO DE 2015. ........................................ 57
FIGURA 5.5-1 – PRINCIPAIS UNIDADES GEOLÓGICAS PRESENTES NA AII E ENTORNO. ........................ 62
FIGURA 5.5-2 – ESQUEMA DE IDENTIFICAÇÃO DOS ÍNDICES DE VULNERABILIDADE DOS AQUÍFEROS, A
PARTIR DA CARACTERIZAÇÃO DOS COMPONENTES HIDROGEOLÓGICOS. .................................... 63
FIGURA 5.5-3 – MODELO HIDROGEOLÓGICO CONCEITUAL DO AQÜÍFERO NO EMBASAMENTO CRISTALINO
ALTERADO NA ÁFRICA. ........................................................................................................... 64
FIGURA 5.5-4 – VARIAÇÃO DA CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA EM FUNÇÃO DA ABERTURA DA FRATURA E DO
ESPAÇAMENTO DA FREQÜÊNCIA DE HOEK E BRAY.................................................................... 64
FIGURA 5.5-5 – DISTRIBUIÇÃO DOS VALORES DE POROSIDADE E CAPACIDADE ESPECIFICA EM ROCHAS
CRISTALINAS ESTIMADOS EM TESTES DE LABORATÓRIO. ........................................................... 65
FIGURA 5.5-6 – CORRELAÇÃO ENTRE TRANSMISSIVIDADE E A CAPACIDADE ESPECIFICA DE POÇOS DA
REGIÃO DE JUNDIAÍ. ............................................................................................................... 65
FIGURA 5.5-7 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS POÇOS CADASTRADOS NO SIAGAS. ............................ 71
FIGURA 5.5-8 – GRÁFICO ESTATÍSTICO DA FREQUÊNCIA X PROFUNDIDADES DOS POÇOS, EM AQUÍFEROS
EM ROCHAS CRISTALINAS, CONSTRUÍDOS NO ENTORNO DA ÁREA PROJETO PEDRA BRANCA. ..... 72
FIGURA 5.5-9– GRÁFICO ESTATÍSTICO DA FREQUÊNCIA X NE (NÍVEL ESTÁTICO) DOS POÇOS, EM
AQUÍFEROS EM ROCHAS CRISTALINAS, CONSTRUÍDOS NO ENTORNO DA ÁREA PROJETO PEDRA
BRANCA. ............................................................................................................................... 72
FIGURA 5.5-10 – GRÁFICO ESTATÍSTICO DA FREQUÊNCIA X ND (NÍVEL DINÂMICO) DOS POÇOS, EM
AQUÍFEROS EM ROCHAS CRISTALINAS, CONSTRUÍDOS NO ENTORNO DA ÁREA PROJETO PEDRA
BRANCA. ............................................................................................................................... 73
FIGURA 5.5-11 – GRÁFICO ESTATÍSTICO DA FREQUÊNCIA X VAZÕES DOS POÇOS, EM AQUÍFEROS EM
ROCHAS CRISTALINAS, CONSTRUÍDOS NO ENTORNO DA ÁREA PROJETO PEDRA BRANCA. ........... 73
FIGURA 5.5-12 – MAPA DE VULNERABILIDADE DA ÁREA DO DOMÍNIO CARAJÁS. ................................ 77
FIGURA 5.5-13 – MAPA DE OCORRÊNCIA DE ALUVIÕES, EM VERMELHO, NA ÁREA DO ENTORNO DA AII DO
PROJETO PEDRA BRANCA, LOCAL DE MAIOR FAVORABILIDADE A OCORRÊNCIA DE ÁGUA
SUBTERRÂNEA. ...................................................................................................................... 78
FIGURA 5.6-1 – CLIMATOLOGIA SAZONAL DA PRECIPITAÇÃO (MM). .................................................... 83
FIGURA 5.6-2 – CLIMATOLOGIA SAZONAL DA RADIAÇÃO DE ONDA LONGA - ROL (W/M²). ................... 83
FIGURA 5.6-3 - CLIMATOLOGIA MENSAL DA PRECIPITAÇÃO NA ESTAÇÃO PLUVIOMÉTRICA FAZENDA
CAIÇARA EM ÁGUA AZUL DO NORTE. ...................................................................................... 84
FIGURA 5.6-4 - CLIMATOLOGIA MENSAL DA TEMPERATURA DO AR NA ESTAÇÃO DE MARABÁ. .............. 85
FIGURA 5.6-5 - MÉDIA MENSAL DA INSOLAÇÃO E NEBULOSIDADE NA ESTAÇÃO DE MARABÁ. ............... 86
FIGURA 5.6-6 - MÉDIA MENSAL DA UMIDADE RELATIVA DO AR NA ESTAÇÃO DE MARABÁ. .................... 86
FIGURA 5.6-7 - MÉDIA MENSAL DA EVAPORAÇÃO NA ESTAÇÃO DE MARABÁ. ...................................... 87
FIGURA 5.6-8 - PREDOMINÂNCIA DA DIREÇÃO DO VENTO NA ESTAÇÃO DE MARABÁ. ........................... 88
FIGURA 5.6-9 - PREDOMINÂNCIA DA DIREÇÃO DO VENTO NA ESTAÇÃO DE MARABÁ. ........................... 88
FIGURA 5.6-10 - VARIAÇÃO MENSAL DOS DADOS METEOROLÓGICOS DE PRECIPITAÇÃO PARA A REGIÃO
DO EMPREENDIMENTO. ........................................................................................................... 89
FIGURA 5.6-11 - EXTRATO DO BALANÇO HÍDRICO NORMAL MENSAL, DÉFICIT E EXCEDENTE CONSIDERADO
PARA A REGIÃO DO EMPREENDIMENTO. ................................................................................... 90
FIGURA 5.7-1 – CAMADAS DA ATMOSFERA E OS POLUENTES DO AR. ................................................. 91
FIGURA 5.7-2 – RESUMO METODOLÓGICO DA CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DO AR. ..................... 93
FIGURA 5.7-3 – EQUIPAMENTOS INSTALADOS NO PONTO PQAR 01. ONDE: (A) APV TRIGAS; (B) AGV
PTS; (C) DISPOSIÇÃO DAS CASINHOLAS. ................................................................................. 95
FIGURA 5.7-4 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO DO PONTO PQAR 01. ......................................................... 96

v
FIGURA 5.7-5 – (A) CALIBRAÇÃO DO HI-VOL NO PONTO PQAR 01; (B) EQUIPAMENTO INSTALADO. ... 98
FIGURA 5.7-6 – (A) CALIBRAÇÃO DO APV TRIGÁS NO PONTO PQAR 01; (B) EQUIPAMENTO INSTALADO.
............................................................................................................................................. 99
FIGURA 5.7-7 –.EQUIPAMENTOS PARA MEDIÇÃO DE CO. ONDE (A) INSTRUTERM CO-1000; (C)
AEROQUAL S-500; (B) E (D) EQUIPAMENTO EM USO................................................................. 99
FIGURA 5.8-1 – RESUMO METODOLÓGICO DA CARACTERIZAÇÃO DOS NÍVEIS DE RUÍDO. ................... 106
FIGURA 5.8-2 - MEDIDOR DE NÍVEL SONORO PORTÁTIL. ................................................................. 107
FIGURA 5.8-3 – CALIBRADOR ACÚSTICO. ...................................................................................... 107
FIGURA 5.8-4 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE MEDIÇÃO DE RUÍDO. ................................. 110
FIGURA 5.8-5- NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO DIURNO NO PR01. .................................................. 113
FIGURA 5.8-6 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO NOTURNO NO PR01. .............................................. 113
FIGURA 5.8-7- MEDIÇÃO NO PR01 DURANTE O DIAGNÓSTICO. ONDE: (A) PERÍODO DIURNO E (B) PERÍODO
NOTURNO. ........................................................................................................................... 114
FIGURA 5.8-8 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO DIURNO NO PR02. ................................................. 115
FIGURA 5.8-9 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO NOTURNO NO PR02. .............................................. 115
FIGURA 5.8-10– MEDIÇÃO NO PR02 DURANTE O MONITORAMENTO. ONDE: (A) PERÍODO DIURNO E (B)
PERÍODO NOTURNO. ............................................................................................................. 116
FIGURA 5.8-11 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO DIURNO NO PR03. ............................................... 117
FIGURA 5.8-12 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO NOTURNO NO PR03. ............................................ 117
FIGURA 5.8-13- MEDIÇÃO NO PR03 DURANTE O MONITORAMENTO. ONDE: (A) PERÍODO DIURNO E (B)
PERÍODO NOTURNO. ............................................................................................................. 118
FIGURA 5.8-14 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO DIURNO NO PR04. ............................................... 119
FIGURA 5.8-15 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO NOTURNO NO PR04. ............................................ 119
FIGURA 5.8-16- MEDIÇÃO NO PR04 DURANTE O DIAGNÓSTICO. ONDE: (A) PERÍODO DIURNO E (B)
PERÍODO NOTURNO. ............................................................................................................. 120
FIGURA 5.8-17- NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO DIURNO NO PR05. ................................................ 121
FIGURA 5.8-18 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO NOTURNO NO PR05. ............................................ 121
FIGURA 5.8-19– MEDIÇÃO NO PR05 DURANTE O DIAGNÓSTICO. ONDE: (A) PERÍODO DIURNO E (B)
PERÍODO NOTURNO. ............................................................................................................. 122
FIGURA 5.8-20 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO DIURNO NO PR06. ............................................... 123
FIGURA 5.8-21 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO NOTURNO NO PR06. ............................................ 123
FIGURA 5.8-22– MEDIÇÃO NO PR06 DURANTE O DIAGNÓSTICO. ONDE: (A) PERÍODO DIURNO E (B)
PERÍODO NOTURNO. ............................................................................................................. 124
FIGURA 5.8-23 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO DIURNO NO PR07. ............................................... 125
FIGURA 5.8-24 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO NOTURNO NO PR07. ............................................ 125
FIGURA 5.8-25– MEDIÇÃO NO PR07 DURANTE O DIAGNÓSTICO. ONDE: (A) PERÍODO DIURNO E (B)
PERÍODO NOTURNO. ............................................................................................................. 126
FIGURA 5.8-26 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO DIURNO NO PR08. ............................................... 127
FIGURA 5.8-27 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO NOTURNO NO PR08. ............................................ 127
FIGURA 5.8-28– MEDIÇÃO NO PR08 DURANTE O DIAGNÓSTICO. ONDE: (A) PERÍODO DIURNO E (B)
PERÍODO NOTURNO. ............................................................................................................. 128
FIGURA 5.8-29 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO DIURNO NO PR09. ............................................... 129
FIGURA 5.8-30 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO NOTURNO NO PR09. ............................................ 129
FIGURA 5.8-31– MEDIÇÃO NO PR09 DURANTE O DIAGNÓSTICO. ONDE: (A) PERÍODO DIURNO E (B)
PERÍODO NOTURNO. ............................................................................................................. 130
FIGURA 5.8-32 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO DIURNO NO PR10. ............................................... 131
FIGURA 5.8-33 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO NOTURNO NO PR10. ............................................ 131
FIGURA 5.8-34– MEDIÇÃO NO PR10 DURANTE O DIAGNÓSTICO. ONDE: (A) PERÍODO DIURNO E (B)
PERÍODO NOTURNO. ............................................................................................................. 132
FIGURA 5.8-35 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO DIURNO NO PR11. ............................................... 133
FIGURA 5.8-36 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO NOTURNO NO PR11. ............................................ 133
FIGURA 5.8-37– MEDIÇÃO NO PR11 DURANTE O DIAGNÓSTICO. ONDE: (A) PERÍODO DIURNO E (B)
PERÍODO NOTURNO. ............................................................................................................. 134
FIGURA 5.8-38 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO DIURNO NO PR12. ............................................... 135
FIGURA 5.8-39 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO NOTURNO NO PR12. ............................................ 135
FIGURA 5.8-40– MEDIÇÃO NO PR12 DURANTE O DIAGNÓSTICO. ONDE: (A) PERÍODO DIURNO E (B)
PERÍODO NOTURNO. ............................................................................................................. 136
FIGURA 5.8-41 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO DIURNO NO PR13. ............................................... 137
FIGURA 5.8-42 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO NOTURNO NO PR13. ............................................ 137

vi
FIGURA 5.8-43– MEDIÇÃO NO PR13 DURANTE O DIAGNÓSTICO. ONDE: (A) PERÍODO DIURNO E (B)
PERÍODO NOTURNO. ............................................................................................................. 138
FIGURA 5.8-44 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO DIURNO NO PR14. ............................................... 139
FIGURA 5.8-45 - NÍVEIS DE RUÍDOS DO PERÍODO NOTURNO NO PR14. ............................................ 139
FIGURA 5.8-46– MEDIÇÃO NO PR14 DURANTE O DIAGNÓSTICO. ONDE: (A) PERÍODO DIURNO E (B)
PERÍODO NOTURNO. ............................................................................................................. 140
FIGURA 5.9-1 - ETAPAS PARA CARACTERIZAÇÃO DO BACKGROUND ................................................ 143
FIGURA 5.9-2- DIAGRAMA DE CAPTAÇÃO DO EQUIPAMENTO. .......................................................... 145
FIGURA 5.9-3 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DE VIBRAÇÃO ..................... 148
FIGURA 5.9-4 EQUIPAMENTO CRAVADO EM SOLO FIRME: (A) PONTO PPV01; (B) PONTO PPV02; (C)
PONTO PPV03; (D) PONTO PPV04 ....................................................................................... 150
FIGURA 5.9-5 EQUIPAMENTO CRAVADO EM SOLO FIRME: (A) PONTO PPV05; (B) PONTO PPV06; (C)
PONTO PPV07; (D) PONTO PPV08 ....................................................................................... 150
FIGURA 5.9-6 EQUIPAMENTO CRAVADO EM SOLO FIRME: (A) PONTO PPV09; (B) PONTO PPV10; (C)
PONTO PPV11; (D) PONTO PPV12 ....................................................................................... 151
FIGURA 5.9-7 EQUIPAMENTO CRAVADO EM SOLO FIRME: (A) PONTO PPV13; (B) PONTO PPV14; ..... 152
FIGURA 5.9-8 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DO PONTO PPV 01 COM OS LIMITES DA NBR E DE
PERCEPÇÃO......................................................................................................................... 155
FIGURA 5.9-9 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DO PONTO PPV 02 COM OS LIMITES DA NBR E DE
PERCEPÇÃO......................................................................................................................... 156
FIGURA 5.9-10 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DO PONTO PPV 03 COM OS LIMITES DA NBR E DE
PERCEPÇÃO......................................................................................................................... 157
FIGURA 5.9-11 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DO PONTO PPV 04 COM OS LIMITES DA NBR E DE
PERCEPÇÃO......................................................................................................................... 158
FIGURA 5.9-12 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DO PONTO PPV 05 COM OS LIMITES DA NBR E DE
PERCEPÇÃO......................................................................................................................... 159
FIGURA 5.9-13 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DO PONTO PPV 06 COM OS LIMITES DA NBR E DE
PERCEPÇÃO......................................................................................................................... 160
FIGURA 5.9-14 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DO PONTO PPV 07 COM OS LIMITES DA NBR E DE
PERCEPÇÃO......................................................................................................................... 161
FIGURA 5.9-15 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DO PONTO PPV 08 COM OS LIMITES DA NBR E DE
PERCEPÇÃO......................................................................................................................... 162
FIGURA 5.9-16 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DO PONTO PPV 09 COM OS LIMITES DA NBR E DE
PERCEPÇÃO......................................................................................................................... 163
FIGURA 5.9-17 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DO PONTO PPV 10 COM OS LIMITES DA NBR E DE
PERCEPÇÃO......................................................................................................................... 164
FIGURA 5.9-18 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DO PONTO PPV 11 COM OS LIMITES DA NBR E DE
PERCEPÇÃO......................................................................................................................... 165
FIGURA 5.9-19 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DO PONTO PPV 12 COM OS LIMITES DA NBR E DE
PERCEPÇÃO......................................................................................................................... 166
FIGURA 5.9-20 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DO PONTO PPV 13 COM OS LIMITES DA NBR E DE
PERCEPÇÃO......................................................................................................................... 167
FIGURA 5.9-21 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DO PONTO PPV 14 COM OS LIMITES DA NBR E DE
PERCEPÇÃO......................................................................................................................... 168
FIGURA 5.10-1 - DIVISÃO ESTADUAL DE BACIAS HIDROGRÁFICAS SEGUNDO O SISTEMA OTTO
PFAFSTETTER...................................................................................................................... 171
FIGURA 5.10-2 – MAPA DE REGIÕES HIDROGRÁFICAS DO ESTADO DO PARÁ. ................................. 173
FIGURA 5.10-3 – MAPA DE SUB-REGIÕES HIDROGRÁFICAS DO ESTADO PARÁ EM RELAÇÃO AO PROJETO
PEDRA BRANCA. .................................................................................................................. 174
FIGURA 5.10-4 – ÁREA OCUPADA DO ESTADO DO PARÁ POR CADA REGIÃO HIDROGRÁFICA E O
PERCENTUAL EM RELAÇÃO AO TERRITÓRIO DO ESTADO. ......................................................... 175
FIGURA 5.10-5 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO DAS MICROBACIAS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO PEDRA
BRANCA. ............................................................................................................................. 177
FIGURA 5.10-6 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DAS ESTAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS E FLUVIOMÉTRICA. ......... 179
FIGURA 5.10-7 - CLIMATOLOGIA MENSAL DA PRECIPITAÇÃO NA ESTAÇÃO PLUVIOMÉTRICA FAZENDA
CAIÇARA EM ÁGUA AZUL DO NORTE (CÓDIGO 00650001). .................................................... 180
FIGURA 5.10-8 - CLIMATOLOGIA MENSAL DA PRECIPITAÇÃO NA ESTAÇÃO PLUVIOMÉTRICA XINGUARA,
SITUADA NO MUNICÍPIO DE MESMO NOME. .............................................................................. 182
FIGURA 5.10-9 - CLIMATOLOGIA MENSAL DA PRECIPITAÇÃO NA ESTAÇÃO PLUVIOMÉTRICA REDENÇÃO,
SITUADA NO MUNICÍPIO DE MESMO NOME. .............................................................................. 183

vii
FIGURA 5.10-10 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO PARA CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS
SUPERFICIAIS....................................................................................................................... 184
FIGURA 5.10-11 – MEDIÇÃO DOS PARÂMETROS IN LOCO: (A) MEDIÇÃO DE SALINIDADE E STD; (B)
MEDIÇÃO DE CE, OD E TEMPERATURA; (C) MEDIÇÃO DE PH................................................... 186
FIGURA 5.10-12 – CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS PONTOS DE AMOSTRA DE QUALIDADE DE ÁGUA
SUPERFICIAL DO PROJETO PEDRA BRANCA, DURANTE A SEGUNDA CAMPANHA NO PERÍODO
CHUVOSO: (A) REPRESENTA O SUP01, (B) SUP02, (C) SUP03, (D) SUP04, E (E) SUP05. .... 188
FIGURA 5.10-13 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGENS DE QUALIDADE DE ÁGUA
SUPERFICIAL DO PROJETO PEDRA BRANCA. .......................................................................... 191
FIGURA 5.10-14 - CURVA MÉDIA DE VARIAÇÃO DE QUALIDADE CETESB (2013). ............................ 193
FIGURA 5.10-15 - RESULTADOS ANALÍTICOS DA COR VERDADEIRA NAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUPERFICIAL
DO PROJETO PEDRA BRANCA. .............................................................................................. 198
FIGURA 5.10-16 - RESULTADOS ANALÍTICOS DE PH NAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUPERFICIAL DO PROJETO
PEDRA BRANCA. .................................................................................................................. 199
FIGURA 5.10-17 - RESULTADOS ANALÍTICOS DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA NAS AMOSTRAS DE ÁGUA
SUPERFICIAL DO PROJETO PEDRA BRANCA. .......................................................................... 200
FIGURA 5.10-18 – RESULTADOS ANALÍTICOS DE SALINIDADE NAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUPERFICIAL DO
PROJETO PEDRA BRANCA. ................................................................................................... 201
FIGURA 5.10-19 – RESULTADOS ANALÍTICOS DE OXIGÊNIO DISSOLVIDO NAS AMOSTRAS DE ÁGUA
SUPERFICIAL DO PROJETO PEDRA BRANCA. .......................................................................... 202
FIGURA 5.10-20 - RESULTADOS ANALÍTICOS DE DBO NAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUPERFICIAL DO PROJETO
PEDRA BRANCA. .................................................................................................................. 203
FIGURA 5.10-21 - RESULTADOS ANALÍTICOS DA DQO NAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUPERFICIAL DO
PROJETO PEDRA BRANCA. ................................................................................................... 203
FIGURA 5.10-22 - RESULTADOS ANALÍTICOS DA SÓLIDOS SUSPENSOS TOTAIS NAS AMOSTRAS DE ÁGUA
SUPERFICIAL DO PROJETO PEDRA BRANCA. .......................................................................... 204
FIGURA 5.10-23 - RESULTADOS ANALÍTICOS DE SST NAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUPERFICIAL DO PROJETO
PEDRA BRANCA. .................................................................................................................. 205
FIGURA 5.10-24 – RESULTADOS ANALÍTICOS DE SÓLIDOS TOTAIS DISSOLVIDOS NAS AMOSTRAS DE ÁGUA
SUPERFICIAL DO PROJETO PEDRA BRANCA. .......................................................................... 205
FIGURA 5.10-25 - RESULTADOS ANALÍTICOS DE ST NAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUPERFICIAL DO PROJETO
PEDRA BRANCA. .................................................................................................................. 206
FIGURA 5.10-26 - RESULTADOS ANALÍTICOS DE NITROGÊNIO AMONIACAL NAS AMOSTRAS DE ÁGUA
SUPERFICIAL DO PROJETO PEDRA BRANCA. .......................................................................... 207
FIGURA 5.10-27 - RESULTADOS ANALÍTICOS DE AMÔNIA NAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUPERFICIAL DO
PROJETO PEDRA BRANCA. ................................................................................................... 208
FIGURA 5.10-28 - RESULTADOS ANALÍTICOS DE NITRATO NAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUPERFICIAL DO
PROJETO PEDRA BRANCA. ................................................................................................... 209
FIGURA 5.10-29 - RESULTADOS ANALÍTICOS DE NITROGÊNIO ORGÂNICO NAS AMOSTRAS DE ÁGUA
SUPERFICIAL DO PROJETO PEDRA BRANCA. .......................................................................... 210
FIGURA 5.10-30 - RESULTADOS ANALÍTICOS DE NITROGÊNIO KJELDHAL NAS AMOSTRAS DE ÁGUA
SUPERFICIAL DO PROJETO PEDRA BRANCA. .......................................................................... 210
FIGURA 5.10-31 - RESULTADOS ANALÍTICOS DE NITROGÊNIO TOTAL NAS AMOSTRAS DE ÁGUA
SUPERFICIAL DO PROJETO PEDRA BRANCA. .......................................................................... 211
FIGURA 5.10-32 – RESULTADOS ANALÍTICOS DE FÓSFORO TOTAL NAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUPERFICIAL
DO PROJETO PEDRA BRANCA. .............................................................................................. 212
FIGURA 5.10-33 - RESULTADOS ANALÍTICOS DE TEMPERATURA NAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUPERFICIAL
DO PROJETO PEDRA BRANCA. .............................................................................................. 213
FIGURA 5.10-34 – RESULTADOS ANALÍTICOS DE TURBIDEZ NAS AMOSTRAS DE ÁGUAS SUPERFICIAIS DO
PROJETO PEDRA BRANCA. ................................................................................................... 214
FIGURA 5.10-35 – RESULTADOS ANALÍTICOS DE FENÓIS NAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUPERFICIAL DO
PROJETO PEDRA BRANCA. ................................................................................................... 215
FIGURA 5.10-36 - RESULTADOS ANALÍTICOS DE ALUMÍNIO DISSOLVIDO NAS AMOSTRAS DE ÁGUA
SUPERFICIAL DO PROJETO PEDRA BRANCA. .......................................................................... 216
FIGURA 5.10-37 - RESULTADOS ANALÍTICOS DE FERRO DISSOLVIDO NAS AMOSTRAS DE ÁGUA
SUPERFICIAL DO PROJETO PEDRA BRANCA. .......................................................................... 217
FIGURA 5.10-38 - RESULTADOS ANALÍTICOS DE COBRE DISSOLVIDO NAS AMOSTRAS DE ÁGUA
SUPERFICIAL DO PROJETO PEDRA BRANCA. .......................................................................... 217
FIGURA 5.10-39 - RESULTADOS ANALÍTICOS PARA O COBALTO TOTAL NAS AMOSTRAS DE ÁGUA
SUPERFICIAL DO PROJETO PEDRA BRANCA. .......................................................................... 220

viii
FIGURA 5.10-40 – RESULTADOS ANALÍTICOS PARA O CROMO NAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUPERFICIAL DO
PROJETO PEDRA BRANCA. ................................................................................................... 222
FIGURA 5.10-41 – RESULTADOS ANALÍTICOS PARA O CHUMBO NAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUPERFICIAL DO
PROJETO PEDRA BRANCA. ................................................................................................... 223
FIGURA 5.10-42 – RESULTADOS ANALÍTICOS PARA O CIANETO NAS AMOSTRAS DE ÁGUAS SUPERFICIAIS
DO PROJETO PEDRA BRANCA. .............................................................................................. 224
FIGURA 5.10-43 – RESULTADOS ANALÍTICOS DE COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS AMOSTRAS DE
ÁGUA SUPERFICIAL DO PROJETO PEDRA BRANCA. ................................................................. 225
FIGURA 5.10-44 – RESULTADOS ANALÍTICOS DE E.COLI NAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUPERFICIAL DO
PROJETO PEDRA BRANCA .................................................................................................... 226
FIGURA 5.10-45 - PRINCIPAIS DEMANDA DE USO CONSUNTIVO DE ÁGUA NA REGIÃO HIDROGRÁFICA
TOCANTINS E ARAGUAIA....................................................................................................... 231
FIGURA 5.10-46 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO AO DIAGNÓSTICO DE AFLORAMENTOS NATURAIS . 236
FIGURA 5.10-47 IDENTIFICAÇÃO DOS AFLORAMENTOS LOCALIZADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO
PROJETO. ............................................................................................................................ 239
FIGURA 5.10-48 MAPA DE CARACTERIZAÇÃO DAS NASCENTES. ...................................................... 240
FIGURA 5.10-49 REGISTRO FOTOGRÁFICO DA NASCENTE PN 01: A) IDENTIFICAÇÃO DO AFLORAMENTO;
B) CURSO D’ÁGUA; C) MEDIÇÃO DE VAZÃO; D) MEDIÇÃO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE. ....... 241
FIGURA 5.10-50 REGISTRO FOTOGRÁFICO DA NASCENTE PN 01: A) IDENTIFICAÇÃO DO AFLORAMENTO;
B) SITUAÇÃO DA VEGETAÇÃO NO ENTORNO DA NASCENTE. ..................................................... 242
FIGURA 5.10-51 REGISTRO FOTOGRÁFICO DA NASCENTE PN 02.................................................... 243
FIGURA 5.10-52 REGISTRO FOTOGRÁFICO DA NASCENTE PN 01: A) VISTA PANORÂMICA DA VEGETAÇÃO
REMANESCENTE; B) CURSO DÁGUA SEM APP. ....................................................................... 244
FIGURA 5.10-53 REGISTRO FOTOGRÁFICO DA NASCENTE PN 03.................................................... 245
FIGURA 5.11-1 – PROVÍNCIAS ESPELEOLÓGICAS NO ESTADO DO PARÁ. .......................................... 248
FIGURA 5.11-2 – OCORRÊNCIAS DE CAVIDADES NA PROVÍNCIA ESPELEOLÓGICA DE CARAJÁS, ZOOM
SERRA SUL E SERRA DA BOCAINA. ......................................................................................... 250
FIGURA 5.11-3 – MAPA GEOLÓGICO DA PARTE SUL DA PROVÍNCIA ESPELEOLÓGICA DE CARAJÁS. .... 251
FIGURA 5.11-4 – MAPA DE OCORRÊNCIA DE CAVIDADES NA AII E ENTORNO .................................... 252

ix
TABELA 5.2-1 - HISTÓRIA GEOLÓGICO-ESTRUTURAL DOS SISTEMAS TRANSCORRENTES CARAJÁS E
CINZENTO. ............................................................................................................................ 12
TABELA 5.3-1 LOCALIZAÇÃO DOS VÉRTICES DOS POLÍGONOS. .......................................................... 21
TABELA 5.3-2 COORDENADAS GEOGRÁFICAS DAS SUB-AMOSTRAS. ................................................. 23
TABELA 5.5-1 - RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES DE VULNERABILIDADE DOS AQUÍFEROS. ..... 74
TABELA 5.7-1 - PADRÕES NACIONAIS DE QUALIDADE DO AR. ............................................................ 94
TABELA 5.7-2 - PADRÕES PARA EPISÓDIOS CRÍTICOS DE POLUIÇÃO DO AR. ....................................... 94
TABELA 5.7-3 - QUANTITATIVO DAS AMOSTRAGENS REALIZADAS. ..................................................... 97
TABELA 5.8-1- NÍVEL DE CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO (NCA) PARA AMBIENTES EXTERNOS. .................. 107
TABELA 5.8-2- LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE MEDIÇÃO DE PRESSÃO SONORA. .............................. 108
TABELA 5.8-3 - RESULTADOS DO MONITORAMENTO DOS NÍVEIS DE RUÍDO....................................... 111
TABELA 5.8-4- NCA PARA ÁREAS HABITADAS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO PEDRA BRANCA.
........................................................................................................................................... 140
TABELA 5.9-1 LIMITES SEGUNDO A NBR 9653:2005. .................................................................... 145
TABELA 5.9-2 LIMITES DA PVP EM MM/S DA NORMA ISO 2631-2 (1997). ....................................... 147
TABELA 5.9-3 RESUMO DAS MEDIÇÕES SISMOGRÁFICAS ................................................................ 152
TABELA 5.10-1 – REGIÕES E SUB-REGIÕES HIDROGRÁFICAS DO ESTADO DO PARÁ (RESOLUÇÃO Nº 004
DO CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS). ............................................................ 172
TABELA 5.10-2 – PRECIPITAÇÃO MÉDIA NA REGIÃO DO EMPREENDIMENTO, SEGUNDO DADOS DAS
ESTAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS FAZENDA CAIÇARA, REDENÇÃO E XINGUARA............................. 181
TABELA 5.10-3 - VALORES DOS PESOS QI DE CADA PARÂMETRO DO IQA. ....................................... 194
TABELA 5.10-4 - CLASSIFICAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA SEGUNDO IQA (CETESB, 2013). .......... 194
TABELA 5.10-5 – RESULTADOS ANALÍTICOS DAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUPERFICIAL COLETADAS NA ÁREA
DO PROJETO PEDRA BRANCA. .............................................................................................. 195
TABELA 5.10-6 - ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA – IQA DAS AMOSTRAS DE ÁGUA SUPERFICIAL DO
PROJETO PEDRA BRANCA. ................................................................................................... 227
TABELA 5.10-7 – DISPONIBILIDADE HÍDRICA DE ÁGUA SUPERFICIAL NA REGIÃO HIDROGRÁFICA
TOCANTINS E ARAGUAIA....................................................................................................... 230
TABELA 5.10-8 – CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA E DA VAZÃO MÉDIA OBSERVADA NA
NASCENTE LOCALIZADA NO PONTO PN 01. ............................................................................ 241
TABELA 5.10-9 – CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA E DA VAZÃO MÉDIA OBSERVADA NA
NASCENTE LOCALIZADA NO PONTO PN 02. ............................................................................ 243
TABELA 5.10-10 – CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA E DA VAZÃO MÉDIA OBSERVADA NA
NASCENTE LOCALIZADA NO PONTO PN 03. ............................................................................ 245
TABELA 5.10-11 – RESUMO DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS NASCENTES. ........................... 246

x
QUADRO 5.6-1– DESCRIÇÃO DAS ESTAÇÕES UTILIZADAS PARA NO ESTUDO. ..................................... 80
QUADRO 5.7-1 – LOCALIZAÇÃO DO PONTO PQAR 01 E PARÂMETROS DE REFERÊNCIA. ..................... 95
QUADRO 5.7-2– FAIXA DE ÍNDICE DE QUALIDADE DO AR................................................................ 101
QUADRO 5.7-3– ÍNDICE DE QUALIDADE DO AR PARA CADA PARÂMETRO. ........................................ 101
QUADRO 5.7-4– SIGNIFICADO DA CLASSIFICAÇÃO QUALITATIVA DO AR. ........................................... 101
QUADRO 5.7-5 - RESULTADO DAS MÉDIAS AMOSTRAIS DE QUALIDADE DO AR .................................. 102
QUADRO 5.7-6 – RESULTADOS DAS CONCENTRAÇÕES E IQA PARA O PARÂMETRO PTS. ................. 103
QUADRO 5.7-7 – RESULTADOS DAS CONCENTRAÇÕES E IQA PARA O PARÂMETRO SO2. ................. 103
QUADRO 5.7-8 – RESULTADOS DAS CONCENTRAÇÕES E COMPARAÇÃO COM O PADRÃO DE REFERÊNCIA
PARA O PARÂMETRO CO. ..................................................................................................... 104
QUADRO 5.9-1 INFORMAÇÕES DA CALIBRAÇÃO DO SISMÓGRÁFO .................................................... 144
QUADRO 5.9-2 - LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE MEDIÇÃO DE VIBRAÇÃO. ........................................ 149
QUADRO 5.9-3 UNIDADES SEGUNDO O SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES. ............................. 154
QUADRO 5.9-4 INCERTEZA EXPANDIDA DE MEDIÇÃO. ..................................................................... 154
QUADRO 5.10-1 – DESCRIÇÃO DAS ESTAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS. .................................................. 178
QUADRO 5.10-2 – DESCRIÇÃO DA ESTAÇÃO FLUVIOMÉTRICA. ........................................................ 178
QUADRO 5.10-3 – DESCRIÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DA QUALIDADE DA ÁGUA DO PROJETO
PEDRA BRANCA ................................................................................................................... 185
QUADRO 5.10-4 – MÉTODOS DE ANÁLISE DOS PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA DOS PONTOS DE
AMOSTRAGEM DO PROJETO PEDRA BRANCA. ........................................................................ 187
QUADRO 5.10-5 –DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS USOS DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA DO TOCANTINS
ARAGUAIA ........................................................................................................................... 230
QUADRO 5.10-6 - EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PARA AS MEDIÇÕES EM CAMPO................................ 237

xi
Anexo I - Laudos de análise do solo.

Anexo II - Laudos de calibração do AGV PTS e do CPV.

Anexo III - Laudos de calibração do orifício crítico e o do bolhômetro.

Anexo IV - Calibração Medidor de CO.

Anexo V - Calibração Decibelímetro.

Anexo VI - Calibração Sismográfo.

Anexo VII - Relatórios de análises sismográficas

Anexo VIII - Laudos de análise da água.

Anexo IX - Carta justificativa.

xii
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ADA Área Diretamente afetada
AGV Amostrador de Grande Volume
AID Área de Influência Direta
AII Área de Influência Indireta
ANA Agência Nacional de Águas
APP Área de Preservação Permanente
APV Amostrador de Pequeno Volume
ARM Método de variação do armazenamento
BC Bacia Carajás
BH Balanço Hídrico
Bt Horizonte B textural
CAD Capacidade de água disponível
CCI Cinturão de Cisalhamento Itacaiunas
CCPD Cinturão de Cisalhamento Pau D’Arco
CE Condutividade Elétrica
CERH Conselho Estadual de Recursos Hídricos
CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
CNPS Centro Nacional de Pesquisas em Solos da Embrapa
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
CPV Calibrador Padrão de Vazão
CTC Capacidade de Troca de Cátions
DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio
DC Densidade de Cavernas
DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral
DOCEGEO Rio Doce Geologia e Mineração
DQO Demana Química de Oxigênio
DSG Diretoria de Serviço Geográfico
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
ETP Evapotranspiração potencial
ETR Evapotranspiração real ou efetiva
Groundwater occurrence, Overall lithology of the unsaturated zone,
GOD
Depth to the water table

GPS Global Positioning System


HidroWeb Sistema de Informações Hidrológicas
HSDB Hazardous Substance Data Bank
Hz Hertz
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

xiii
IEC International Electrotechnical Commission
INMET Instituto Nacional de Meteorologia
IOCG Iron Oxide – Copper – Gold
IQA Índice de Qualidade das Águas
IQAr Índices de Qualidade do Ar
ISO International Organization for Standardization
Laeq Nível de Pressão Sonora Equivalente
LANDSAT 8 Land Remote Sensing Satellite 8
Lmn Valores Mínimos de niveis sonoros
Lmx Valores máximos de niveis sonoros
LQ Limite de Quantificação
Lra Nível de ruído ambiente
M.O. Matéria Orgânica
MMA Ministério do Meio Ambiente
MSH Material Solúvel em Hexano
N.A Nível da água
NBR Norma Brasileira
NCA Nível de Critério de Avaliação
National Centers for Environmental Prediction/National Center
NCEP/NCAR for Atmospheric Research (Centro Nacional de Previsão Ambiental
do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica
NOAA National Oceanic and Atmospheric Administration
NSF National Sanitation Foudantion
OD Oxigênio Dissolvido
OMM Organização Meteorológica Mundial
OMS Organização Mundial de Meteorologia
PA Pico de pressão acústica
PB Pedra
PLGB Projeto Levantamentos Geológicos Básicos
ppm Parte por milhão
PPV Pico de Velocidade da Vibração da Partícula
PQAr Ponto de amostragem da Qualidade do Ar
PR Ponto de medição de Ruídos
PTS Partículas Totais em Suspensão
PTS Partículas Totais em Suspensão
PVP Pico de Velocidade de Partícula
RADAM Projeto Radar da Amazônia
RFSP Ramal Ferroviário Sudeste do Pará
RH Região Hidrográfica
ROL Radiação de Onda Longa
SEMA Secretaria de Estado de Meio Ambiente
SEMAS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade
SIAGAS Sistema de Informações de Águas Subterrâneas
SRTM Shuttle Radar Topography Mission
SST Sólidos Suspensos Totais
ST Sólidos Totais
STD Sólidos Totais Dissolvidos
TGGRM Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria
Tmax Temperaturas máximas

xiv
Tmin Temperaturas mínimas
TTG Tonalito-Trondhjemito-Granodiorito
U.S. EPA United States Environmental Protection Agency
UFPA Universidade Federal do Pará
UPLAN's Unidade Hidrográficas de Planejamento
VMP Valores Máximos Permitidos
VR Vibração Resultante
ZCAS Zona de Convergência do Atlântico Sul
ZCIT Zona de Convergência Intertropical

xv
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO

5.1 INTRODUÇÃO

No presente diagnóstico são apresentadas as características associadas aos


componentes ambientais do meio físico (Figura 5.1-1), a partir da análise das
informações secundárias e primárias da área de influência do Projeto Pedra Branca,
além de ser considerada a unidade de apoio e as vias de acesso que deverão ser
utilizadas durante o desenvolvimento da atividade.

Figura 5.1-1– Componentes ambientais do meio físico avaliados para Atividade de Mina
no Projeto Pedra Branca.

Foram adotados procedimentos básicos de execução para a avaliação de componentes


ambientais, composto basicamente em três etapas distintas, sejam elas:

 Etapa de Escritório 1 – Preliminar

Esta etapa envolveu todo o processo de coleta e análise de informações iniciais e


documentos sobre a área de interesse à mina, a geração de documentos cartográficos
preliminares, e sobre os aspectos e impactos ambientais mais significativos para a
execução da Atividade de Mina. Todos os componentes ambientais considerados neste

1
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

diagnóstico do meio físico tiveram como base comum a utilização de estudos anteriores
realizados na região de Carajás. Sobretudo, documentos específicos da região, onde
está situado o Projeto Pedra Branca.

 Etapa de Campo

Nesta etapa foram realizadas visitas técnicas in situ para as observações e


caracterização dos componentes ambientais. As informações levantadas foram
georreferenciadas (confirmadas, adequadas e/ou corrigidas) e detalhada na área de
influência direta do empreendimento.

 Etapa de Escritório 2 – Pós-campo

Essa etapa correspondeu ao momento em que as informações obtidas em campo foram


compiladas e finalizadas. Nesta fase, foi concluído o diagnóstico da AII e elaborado o
diagnóstico da AID e ADA.

O geoprocessamento das informações foi importante ferramenta de trabalho, utilizado


durante todas as etapas deste estudo. Para tal, foram consultadas bases cartográficas
elaboradas pelos seguintes órgãos: IBGE, CPRM, EMBRAPA, RADAM e IBAMA. As
informações levantadas neste diagnóstico foram fundamentais para a identificação e
avaliação dos principais impactos negativos e positivos associados à Atividade de Mina
no Projeto Pedra Branca. Permitindo estabelecer as ações de mitigação, compensação
e/ou potencialização dos impactos identificados na matriz de impacto ambiental.

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AMBIENTAL NORTE/PA
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5.2 GEOLOGIA

5.2.1 CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

A Província Mineral de Carajás é o maior segmento de crosta arqueana (~3,0-2,5 Ga)


preservado do Craton Amazônico e é mundialmente conhecida por seu grande potencial
metalogenético. Ela está situada na porção sul-oriental do craton, sudeste do Estado do
Pará, Brasil. É delimitada a norte pelo Domínio Bacajá e a sul pelo Domínio Santana do
Araguaia, ambos pertencentes à Província Transamazonas. A leste, ela é cavalgada
pelo Cinturão Araguaia da Província Tocantins, e a oeste, é recoberta e cortada por
rochas ígneas e sedimentares paleoproterozóicas do Domínio Iriri-Xingu, Província
Amazônia Central (VASQUEZ et al,. 2008; Figura 5.2-1).

Figura 5.2-1 - Mapa mostrando a compartimentação tectônica do Craton Amazônico, com


destaque para a Província Carajás, modificado de Vasquez et al. (2008).

Nas últimas décadas, várias propostas de compartimentação tectônica têm sido


apontadas para a Província Carajás. Costa et al. (1995) distinguiram três domínios
tectônicos na Província Carajás: Cinturão de Cisalhamento Itacaiunas (CCI) a norte,
Cinturão de Cisalhamento Pau D’Arco (CCPD) a sul e o Terreno Granito-Greenstone de
Rio Maria (TGGRM), como um domínio preservado tectonicamente entre eles. Estudos
posteriores não consideram o CCPD como um domínio distinto e sim como um
prolongamento do TGGRM até a região de Redenção e Serra do Inajá (Althoff et al.
1991, 1995). Souza et al., (1996), por sua vez, subdividiram esta província em Terreno
Granito Greenstone de Rio Maria (TGGRM), a sul, e a Bacia Carajás (BC), a norte. O
primeiro compreenderia as rochas mais antigas e de características ígneas bem
preservadas, enquanto que a porção norte manteria um embasamento mesoarqueano,
afetado por eventos tectonotermais de idade neoarqueana, representado por uma vasta
sequência metavulcanossedimentar e intrusões granitoides. Posteriormente, Vasquez
et al. (2008), em revisão à geologia do Estado do Pará, subdividiram está província em
dois domínios tectônicos distintos (Figura 5.2-1):

 Domínio Rio Maria, de idade mesoarqueana, composto por greenstone belts do


Supergrupo Andorinhas (3,0 e 2,9 Ga) e por granitoides tipo TTG e cálcico-
alcalinos alto-K (Suíte Sanukitoide Rio Maria; Suíte Xingura e Suíte Guarantã),
colocados entre 2,98 e 2,86 Ga (Oliveira et al., 2009; Almeida et al., 2011; 2013);

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 Domínio Carajás, composto por oito grupos de greenstones belts de idade


neoarqueana que compõem a Bacia Carajás (~2,76-2,50 Ga), por rochas
indiferenciadas do Complexo Xingu (2,97-2,86 Ga) e por granitoides diversos de
idade meso- a neoarqueana (3,0 – 2,73 Ga; FEIO & DALL'AGNOL, 2012;
VASQUEZ et al. 2008).

5.2.2 LITOLOGIA E UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS

Neste tópico serão descritos as rochas que ocorrem no Domínio Carajás com ênfase na
região de Canaã dos Carajás, principalmente nas proximidades do Alvará No
850.318/500, onde se localiza o depósito Pedra Branca (Figura 5.2-2).

O Complexo Xingu, de idade mesoarqueana, é composto por rochas gnáissico-


migmatíticas (tonalitos, trondhjemitos e/ou granodioritos), granulitos e granitoides, além
de supracrustais. Ele representa o embasamento indiferenciado da Província Mineral de
Carajás e sua extensão areal vem sendo significativamente reduzida por estudos de
mapeamento geológico, petrografia e geoquímica realizados pelo Grupo de Pesquisa
Petrologia de Granitoides do Instituto de Geociências da UFPA (Figura 2). Nesse
contexto, estudos de mapeamento geológico, petrografia, geoquímica e geocronologia
realizados na região de Canaã dos Carajás diferenciaram vários intrusões cálcico-
alcalinas alto-K a partir do que era considerado como Complexo Xingu (FEIO &
DALL’AGNOL, 2012).

Os granitos cálcico-alcalinos alto-K mesoarqueanos de região de Canaã dos Carajás


foram diferenciados a partir do Complexo Xingu e formalizados por Feio & Dall’Agnol
(2012) e são representados pelos granitos Bom Jesus (ausente de datação), Cruzadão
(2,86-2,85 Ga), Serra Dourada (2,85-2,83 Ga) e Boa Sorte (2,86 Ga), este último
definido por Rodrigues et al. (2014). Esses leucogranitos têm a biotita como única fase
varietal e são predominantemente equigranulares, mostrando notável homogeneidade
textural. Eles são anisotrópicos e comumente mostram suave foliação espaçada,
definada pela orientação preferencial dos cristais de biotita ±feldspatos, frequentemente
com trend E-W, subparalelo a direção da foliação regional. Eles são interpretados como
produto de retrabalhamento da crosta juvenil, de composição TTG em 2,86-2,83 Ga
(Feio et al., 2013). Essas rochas mostram uma mineralogia primária formada por
plagioclásio, quartzo, microclima, biotita, opacos, titanita, epidoto, apatita e zircão; e
uma paragênese secundária composta por sericita, epidoto, titanita e clorita. Tal
magmatismo alto-K marca os estágios finais da colisão que encerrou o primeiro ciclo
geotectônico da Província Carajás e, portanto, registra sua estabilização crustal, onde
sequências de greenstones belts mesoarqueanas foram amalgamadas entre blocos de
crosta juvenil. Consequentemente, este período representa o pico de metamorfismo
dessas rochas, o qual atingiu fácies anfibolito durante resfriamento subsolidus. Tal
metamorfismo é caracterizado por fraco sinal magnético, que por vezes é mascarado
pelas fortes anomalias das formações ferríferas e das unidades máfico-ultramáficas
adjacentes.

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Figura 5.2-2 – Mapa geológico regional do Domínio Carajás, porção norte da Província
homônima, em que mostra suas associações tectônicas e recursos minerais (Vasquez et
al. 2008). A área do processo 850.318/2000 está destacada.

O Complexo Pium foi inicialmente definido pela DOCEGEO (1987) como uma
sequência de rochas granulíticas máfico-ultramáficas estratificadas, representadas
principalmente por piroclasitos, charnockitos, kinzigitos e enderbitos. As unidades
formariam uma sequência bimodal, onde os granulitos félsicos e máficos apresentariam
afinidades cálcio-alcalina e toleítica, respectivamente. Entretanto, Ricci (2006) indicou
que na área-tipo do Complexo Pium, nas margens do rio Pium, ocorrem apenas rochas
ígneas, monotonamente gabróicas (e não granulitos máficos), compondo um corpo
intrusivo, com deformação variável, e de cristalização profunda (gabros da série
charnockítica). Posteriormente, a CPRM (Vasquez et al., 2008), em revisão a geologia
do estado do Pará, definiram essas rochas gabroícas como Diopisidio-Norito Pium,
representado por um corpo batolítico, alongado na direção regional E-W, que reúne

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rochas gabróicas diversas (noritos, gabronoritos, hornblenda gabronoritos e hornblenda


gabros), maciças a foliadas, incluindo variedades ricas em quartzo. Engloba enclaves
de granulitos charnockíticos a enderbíticos, considerados por Ricci (2006) como
pertencentes à unidade ortogranulito Chicrim-Cateté. Pidgeon et al. (2000) obtiveram
idades U-Pb (SHRIMP) em cristais de zircão zonados de uma rocha de composição
enderbítica na área-tipo do Complexo Pium. A idade mais antiga, de 3002±14 Ma, seria
sua idade de cristalização e a idade mais jovem, 2859±9 Ma, corresponderia ao
metamorfismo granulítico. No entanto, Ricci & Carvalho (2006) argumentam que a rocha
datada por Pidgeon et al. (2000) seria, na realidade, um xenólito do ortogranulito
Chicrim-Cateté incluso no diopsídio-norito Pium. Mais recentemente, Santos et al.
(2013) obtiveram idade Pb-Pb de 2744 Ga para o diopsídio-norito Pium, interpretadas
como sua idade de cristalização, e idade modelo TDM entre 3,14 e 3,06 Ga. Esses
autores, ainda apontam que evidências de campo mostram relações de mingling entre
rochas máficas do diopsídio-norito Pium e rochas félsicas da Suíte Planalto, também
datada de 2,74 Ga (Huhn et al., 1999).

A Suíte Plaquê, foi definida incialmente por Araújo et al. (1988) como corpos lenticulares
de granitoides deformados, sin- a tardi-cinemáticos e alojados em regime de
cisalhamento dúctil. Esses corpos seriam amplamente distribuídos no Domínio Carajás
e seriam compostos por rochas graníticas (monzograníticas), leucocráticas,
mineralogicamente formados por microclina, albita-oligoclásio, quartzo, e
secundariamente biotita, muscovita, epidoto, clorita, apatita, titanita, opacos, alanita e
zircão. Entretanto, diversos trabalhos de mapeamento geológico em escala de semi-
detalhe (~1:50.000) aliados a estudos petrográficos e geoquímicos realizados pelo
Grupo de Pesquisa Petrologia de Granitoides da UFPA tem mostrado que os domínios
de ocorrência das rochas da Suíte Plaquê são compostos por leucogranitos cálcico-
alcalinos alto-K de idade mesoarqueana (~2,86-2,83 Ga) ou biotita-hornblenda granitos
subalcalinos de idade neoarqueana (~2,74 Ga) da Suíte Planalto (Feio et al. 2013;
Rodrigues et al. 2014).

A Suíte Planalto integra diversos plútons alongados de composição granítica, dispostos


segundo o trend E-W a NE-SW, comumente milonitizados e cujas idades de
cristalização variam entre 2,74 e 2,71 Ga (Huhn et al., 1999; Feio et al., 2012). Essas
rochas mostram características geoquímicas similares às de granitos tipo-A e são
formados por biotita-hornblenda sienogranito, hornblenda-biotita monzogranito e biotita-
hornblenda monzogranito, sendo os monzogranitos dominantes. Na região a sul de Vila
Feitosa ocorrem dois stocks, aproximadamente paralelos, de trend principal NE-SW,
com foliação milonítica de direção paralela ao eixo principal dos corpos.

Os Complexos Máfico-Ultramáficos Intrusivos são neoarqueanos e integram o


Complexo Luanga, a Suíte Cateté e o Gabro Santa Inês. O Complexo Luanga é
composto por cromititos maciços e disseminados associados aos ortopiroxenitos,
rochas máficas e ultramáficas bandadas e complexos diferenciados (dunitos e
peridotitos na base, gradando a ortopiroxenitos com zonas de cromititos, e passando a
noritos e leuconoritos na parte superior, deformado por processos predominantemente

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rúpteis, possui fraturas pelas quais percolaram soluções hidrotermais. Apresenta idade
U/Pb de 2.7636Ma. Machado et al. (1991). A Suíte Cateté integra os corpos
conhecidos como Serra da Onça, Serra do Puma, Serra do Jacaré, Serra do
Jacarezinho, Igarapé Carapanã, Fazenda Maginco, Ourilândia e Vermelho, e outros
sem denominação formal. Essas rochas são formadas por gabros, noritos, piroxenitos,
serpentinitos e peridotitos, geralmente de granulação média, equigranulares, e sem
evidências de deformação e metamorfismo (MACAMBIRA e VALE, 1997), o que os
diferencia do Complexo Luanga, que é metamorfizado em fácies xisto-verde. O Gabro
Santa Inês é representado por um corpo gabroide alongado segundo NE-SW,
localizado no extremo oeste do Domínio Carajás (Docegeo 1988). É constituído por
gabros, leucogabros, microgabros e anortositos, com texturas ofítica, subofítica e
porfirítica.

O Supergrupo Itacaiúnas representa o preenchimento da Bacia neoarqueana de


Carajás e foi definido por Docegeo (1988), englobando o Grupo Grão Pará e unidades
supracrustais similares, como os grupos Igarapé Salobo, Igarapé Pojuca, Igarapé Bahia
e Rio Novo, ocorrentes na Serra dos Carajás. A principal característica das unidades
deste supergrupo é serem formadas dominantemente por rochas vulcano-sedimentares,
de idade neoarqueana, apresentando graus variáveis de metamorfismo e litologias
distintas do Supergrupo Andorinhas, mapeado no Domínio Rio Maria. A CPRM
(Vasquez et al., 2008) optou por não reconhecer essa unidade como tal e preferiu
manter a individualidade estratigráfica dos diferentes grupos citados. Além disso, eles
ainda acrescentaram os grupos Aquiri, São Félix e São Sebastião.

O Grupo Grão-Pará é formado por uma espessa sequência de rochas vulcânicas


superiores e inferiores da Formação Parauapebas, e jaspilitos com minério de ferro da
Formação Carajás, ocorrentes nos flancos norte e sul da Serra dos Carajás, e em outros
segmentos alongados de direção geral E-W. Assim temos:

 Formação Parauapebas constituída por metavulcânicas máficas (metabasaltos),


com metavulcânicas félsicas (metariolitos/metariodacitos) em menor proporção,
metamorfizados em condições de fácies xisto verde baixo a alto. Os metabasaltos
são constituídos por plagioclásio-actinolita, diopsídio (reliquiar), quartzo
subordinadamente, titanita e opacos. Os metarriolitos e metariodacitos
apresentam textura blastoporfirítica e assembleia mineral formada por quartzo,
plagioclásio, feldspato potássico, e minerais ferro-magnesianos;
 Formação Carajás é composta por formações ferríferas bandadas, que
constituem os corpos de minério da jazida de ferro de Carajás. Os jaspilitos
apresentam bandas ricas em hematita/magnetita e bandas de jaspe, com várias
estruturas sedimentares do tipo cut-and-fill, esferulitos, brechas intrafoliais,
slumps, nódulos e veios. A idade de sedimentação de 2,74-2,75 Ga foi inferida a
partir da datação U-Pb de rochas metavulcânicas dispostas concordantemente ao
acamamento dos jaspilitos (Trendall et al., 1998, Macambira et al., 1996).

O Grupo Igarapé Salobo foi formalizado por Docegeo (1988), sendo definido como
uma sequência metavulcano-sedimentar cujas rochas sustentavam diversos segmentos

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de serras, tais como as do Salobo, da Redenção e do Cinzento, localizadas na região


limítrofe entre os domínios Carajás e Bacajá. Posteriormente, a CPRM (Vasquez et al.,
2008) redefiniu o Grupo Igarapé Salobo e este passa a ser representado apenas por
rochas metavulcano-sedimentares, com mineralização, expostas na serra do Salobo, ao
passo que as rochas que afloram nas serras da Redenção e do Cinzento foram
integradas a unidades do Domínio Bacajá. Dentro desta nova concepção apontada pela
CPRM o Grupo Igarapé Salobo é composto por rochas metaclásticas (quartzo-clorita
xistos, granada-biotita xistos e quartzitos), xistos com proporções variadas de
magnetita, fayalita, anfibólio, quartzo e plagioclásio. E metavulcânicas básicas a
intermediárias são subordinadas. O metamorfismo alcança a fácies anfibolito médio e o
padrão estrutural é de foliações verticalizadas com trend principal WNW-ESE, com
intensas feições de transposição e corpos rochosos estirados e interdigitados
tectonicamente (SIQUEIRA, 1996). A mineralização da jazida de Cu-Au do Salobo é
essencialmente sulfetada e constituída por bornita e calcocita, com quantidades
variadas de calcopirita, com proporções menores de molibdenita, cobaltita, ouro e prata.

O Grupo Igarapé Pojuca foi formalizado por Docegeo (1988), sendo definido em sua
área-tipo no igarapé Pojuca, afluente da margem esquerda do igarapé Azul, extremo
norte da Serra dos Carajás. Ele é composto por vulcânicas básicas e intermediárias,
com sedimentos clásticos e químicos intercalados e grau metamórfico variando de
fácies Xisto Verde a Anfibolito, hospedando depósitos de Cu e Cu-(Zn), com Au e Mo
(Lindenmayer et al., 2001; GALARZA, 2002). A partir de anomalias geoquímicas foram
individualizados ainda quatro corpos. O Grupo ainda possui metavulcânicas básicas-
intermediárias hidrotermalisadas, anfibolitos, metassedimentos pelíticos e formações
ferríferas bandadas, com intercalações de paragnaisses, ortoanfibolitos e hornblenditos.
O Depósito Pojuca consiste de uma espessa pilha de orto-anfibolitos intercalados com
formações ferríferas bandadas, sendo cobertos por arenitos e siltitos metamorfisados.
Esta sequência é cortada por diques e sills de metagabro e metadiabásio, e pelo granito
anorogênico Pojuca. Identificam-se os seguintes tipos de mineralização: (i) associado
às formações ferríferas; e (ii) associado a veios hidrotermais. Feições de cisalhamento
dúctil-rúptil WNW com variações NE-SW e movimentação oblíqua são bastante
expressivos na área.

O Grupo Igarapé-Bahia foi formalizado por Docegeo (1988) e apresenta-se restrito à


área da mina de ouro de mesmo nome, encaixados por rochas da Formação Águas
Claras e que, através de uma pequena janela erosiva, deixam aflorar o Grupo Igarapé
Bahia. É constituído por rochas metavulcânicas básicas, metapiroclásticas, além de
formações ferríferas, cortadas por vários diques de composição básica. O
metamorfismo foi de baixo grau. Idade de 2.57772 Ma (FERREIRA FILHO, 1985) foi
obitida nos diques básicos, sendo admitida como bem próxima a formação deste grupo.
Nas brechas, as quais contém fragmentos de formação ferrífera, púmice, chert e rochas
básicas, a mineralização é mais enriquecida em Cu e Au do que nas encaixantes. Estas
rochas hospedam também o Depósito de Cu e Au do Alemão.

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O Grupo Rio Novo foi formalizado por Araújo e Maia (1991) e ocorre na região de serra
Pelada, sendo constituído por metamafitos, metaultramafitos, metaquartzitos,
formações ferríferas bandadas, xistos micáceos e metapelitos grafitosos,
manganesíferos e ferruginosos (Oliveira et al., 1994). Os metaultramafitos são
representados por actinolita xistos, talco xistos, antofilita-clorita-talco xistos, antofilita-
tremolita xistos e serpentinitos. Os metamafitos são constituídos por actinolita xistos,
com foliação milonítica. Os metaquartzitos variam de granulação fina a muito grossa e
as formações ferríferas bandadas são constituídas por quartzo e hematita.
adicionalmente, vale destacar a sequência metassedimentar que ocorre no garimpo de
Serra Pelada, representada por filitos sericíticos e quartzo sericíticos, derivados de
siltitos, argilitos e argilitos siltícos.

O Grupo Aquiri foi proposto por Soares et al. (1988) para agrupar uma sequência
metavulcano-sedimentar que ocorre no extremo oeste da Serra dos Carajás, e que
constitui uma estrutura regional elíptica, de direção geral E-W, que se estreita na porção
ocidental. Ele é subdivido em quatro conjuntos rochosos, metamorfizados sob fácies
xisto verde a anquimetamórfico: (i) rochas metavulcânicas ácidas representadas por
metadacitos e metariodacitos; (ii) rochas metavulcânicas máficas constituídas
dominantemente por actinolita xistos; (iii) rochas metassedimentares formadas por
quartzitos micáceos, filitos ferruginosos e formações ferríferas bandadas; e (iv) arenitos
anquimetamorfizados.

O Grupo São Félix foi formalizado por Macambira e Vale (1997) como sequências
metavulcano-sedimentares aflorantes nas serras de São Félix e do Eldorado, porção
extremo sudoeste do Domínio Carajás, inicialmente correlacionadas ao Grupo Grão
Pará (Silva et al., 1974). Ele é constituído por rochas metaultramáficas, metamáficas,
metavulcânicas ácidas e metassedimentares, que apresentam deformação heterogênea
desde pouco deformadas até com forte estiramento mineral e milonitização. Suas
rochas são metamorfizadas sob fácies xisto verde.

O Grupo São Sebastião foi definido por Macambira e Vale (1997) para designar as
rochas metamáficas e metassedimentares que ocorrem nas margens do igarapé São
Sebastião, no extremo noroeste do Domínio Carajás, as quais também foram
inicialmente correlacionadas ao Grupo Grão Pará, por Silva et al. (1974). Ele é
representado principalmente por uma faixa alongada de direção NE-SW, cujos litotipos
são metarenitos, metarcóseos, quartzitos micáceos, formações ferríferas e
metavulcânicas máficas, com variada anisotropia estrutural e metamorfizados sob fácies
xisto verde.

A Formação Águas Claras, de idade neorqueana, representa uma cobertura


siliciclástica arqueana, não metamorfizada, distribuída amplamente na porção central
da estrutura sigmoidal da Serra dos Carajás. Ela foi formalizada por Araújo et al. (1988)
como a unidade superior do Grupo Grão Pará, e posteriormente redefinida por Nogueira
(1995), que admite um contato discordante desta formação com os grupos Grão-Pará e
Igarapé Pojuca, subjacentes. Ela foi subdividida por esses autores em duas unidades
litoestratigráficas, denominados de Membro Inferior e Membro Superior, com contato
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gradacional entre sí. O Membro Inferior é constituído por siltitos, pelitos e subordinados
arenitos finos, com estruturas tipo laminação plano-paralela, estratificação cruzada
hummocky, marcas onduladas e de sobrecarga, distribuídos em sete litofácies,
relacionadas a uma plataforma marinha influenciada por tempestades. O Membro
Superior é constituído por arenitos finos a grossos e subordinados ortoconglomerados
e pelitos, com estratificação do tipo plano-paralela, tabular, cruzada acanalada e
hummocky, que constituem 14 litofácies, interpretadas como depósitos litorâneos (parte
inferior) e fluviais entrelaçados. Os depósitos de Águas Claras, o qual está associado
com shear zones e falhas normais de direção N20-40W/70NW, que cortam os siltitos,
arenitos, sills e diques de diabásio, sendo a mineralização de origem hidrotermal (veios
de quartzo com cassiterita e wolframita, com silicificação, turmalinização, cloritização,
brechamento hidráulico, acompanhados de calcopirita, pirita e arsenopirita,
subordinadamente pirrotita, esfalerita, estanita, cobaltita, bismutinita, galena e
magnetita). Nesta sequência também ocorre o depósito Azul, de Mn, associado aos
membros inferiores, intercalados nas sequências metapelíticas na forma de duas
unidades manganesíferas consistindo de rodocrosita, quartzo, filossilicatos, feldspato e
matéria orgânica. O minério, de origem laterítica, desenvolveu-se a partir de alteração
e enriquecimento supergênico. Ainda nesta sequência, ocorre o depósito de Au de Serra
Pelada/Serra Leste o qual mostra uma geometria sinclinal, cujo desenvolvimento está
associado com um sistema transtencional dextral de direção ENE-WNW (dilational
environment), tendo o ouro depositado em brechas tectônicas ricas em carbonatos e
manganês. A sequência de sedimentos clásticos (arenitos) marinhos rasos a fluviais
(ARAÚJO & MAIA, 1991) foram intrudidos pelo corpo granítico Carajás, formando o
depósito de Cu-Au de origem hidrotermal de Águas Claras.

Os Granitos Tipo-A paleoproterozóico da Província Carajás são agrupados em dois


conjuntos de corpos, denominados de Suíte Intrusiva Serra dos Carajás, ocorrente no
Domínio Carajás, e a Suíte Intrusiva Jamon, situada no Domínio Rio Maria (Machado et
al. 1991; Dall’Agnol et al. 2005; Vasquez et al. 2008). A Suíte Serra dos Carajás é
formada por corpos de dimensões variáveis, representados pelos granitos Serra dos
Carajás (Central), Cigano, Pojuca e Rio Branco, datados do Paleoproterozóico (~1,88
Ga) e colocados em ambiente intracontinental. São rochas de coloração rosada,
avermelhada até cinza esbranquiçada, granulação média a grossa, isotrópicas, com
textura equigranular, podendo variar localmente para tipos porfiríticos, e em alguns
casos exibem textura rapakivi. Caracterizam-se por uma marcante homogeneidade
composicional, essencialmente monzogranítica e subordinadamente sienogranítica,
ocorrendo ainda álcali-feldspato granitos. Dall’Agnol et al. (2005) obtiveram idades TDM
arqueanas, entre 3,35 e 2,61 Ga, e valores de εNd fortemente negativos, entre -9,7 e -
7,9 (para t = 1880 Ma), que indicam que os magmas geradores derivam de crosta
arqueana.

5.2.3 CONTEXTO ESTRUTURAL REGIONAL

A área está inserida no sistema de falhas Carajás-Cinzento, localizado ao longo do


Cinturão Itacaiúnas, região sudeste do Cráton Amazônico. Tal cinturão é representado

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por dois domínios tectônicos principais (Pinheiro, 1997): (1) Sistemas transcorrentes
Cinzento e Carajás, a norte, envolvendo diversas sequências vulcânicas e sedimentares
arqueanas e proterozóicas; e (2) Sistema de leques imbricados de cavalgamentos, a
sul, estruturando rochas do embasamento. Dentro desse contexto, a área do Projeto
Pedra Branca está inserida neste último domínio tectônico. Assim, o quadro
tectonoestratigráfico da região pode ser subdividido em:

 (1) Assembleia de Embasamento, que inclui ortognaisses, migmatitos, granulitos


e granitoides (complexos Xingu e Pium; leucogranitos cálcico-alcalinos alto-K,
Suíte Plaque; Suíte Planalto e outras unidades plutônicas) e a sequência vulcano-
sedimentar (Grupo Igarapé Salobo). Estas rochas foram afetadas por intensa
deformação dúctil de alta temperatura, associada com a Zona de Cisalhamento
Itacaiúnas (ZCI);
 (2) Assembleia de Cobertura, representada por rochas vulcânicas e sedimentares,
em discordância sobre as rochas do embasamento. As rochas vulcânicas e
formações ferríferas (Grupos Igarapé Pojuca e Grão Pará; ca. 2.7 Ga) estão
superpostas por depósitos marinhos a fluviais da Formação Águas Claras.

Pinheiro (1997) sugere para a região de Carajás uma evolução baseada em


mecanismos de reativações de estruturas dúcteis, retrabalhadas como estruturas
rúpteis tardias, envolvendo diversos episódios alternados de deformação
transpressional e transtensional. Assim, esse autor propõe que no primeiro estágio
evolutivo regional no final do mesoarqueano (~2.8 Ga) ocorreu transpressão sinistral
dúctil de alta temperatura afetando a ZCI. Posteriormente, teria ocorrido um evento
transpressivo sinistral que ocasionou deformação e metamorfismo das rochas do Grupo
Igarapé Pojuca. Por volta de 2.7 Ga ocorreu a formação de uma bacia extensa
(intracratônica), acompanhada de vulcanismo e deposição do Grupo Grão Pará. Em
aproximadamente 2.6 Ga a região teria sido submetida à movimentação transtensional
dextral que ocasionou o desenvolvimento dos sistemas transcorrentes Carajás e
Cinzento. Nesse estágio houve a nucleação da Falha Carajás. Entre 2.6 e 1.9 Ga
(Proterozóico Inferior) teria ocorrido a inversão tectônica dada pela reativação por
transpressão sinistral particularmente da Falha Carajás, no entanto, esse último evento
ainda permanece incerto. Há evidências de reativações tardias, de menor intensidade,
durante o Fanerozóico e aparentemente, também no intervalo Cenozóico-Recente
(neotectônica). Um sumário da história geológica para os sistemas transcorrentes
Carajás-Cinzento pode ser observado na Tabela 5.2-1.

Na Figura 5.2-3 apresenta-se uma reinterpretação dos dados geofísico-estruturais dos


quais podem ser observadas uma estruturação dominante NE e, secundariamente, NW.
Tais orientações, em muitos dos casos, coincidem com minas/depósitos de Cu e Au tais
como o Sossego e Pedra Branca, respectivamente. As falhas atuaram como zonas de
fraqueza nesta região, onde os processos de fraturamento causaram o aumento da
permeabilidade das rochas, particularmente nas zonas de falhas, produzindo o ingresso
de fluidos, alguns dos quais, responsáveis por depósitos de cobre e ouro, dentre outros.

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Figura 5.2-3 - Mapa de lineamentos do Cinturão Cupro-Aurífero de Carajás.

Tabela 5.2-1 - História geológico-estrutural dos sistemas transcorrentes Carajás e


Cinzento.

SUMÁRIO DA HISTÓRIA GEOLÓGICA PARA A REGIÃO DE CARAJÁS (PA)

IDADE (GA) EVENTO CINEMÁTICA


Reativação dos sistemas de
falhas registrada por atividades Desconhecida
sísmicas de baixa intensidade
Reativação dos sistemas de
0,24 – 0,15 falhas durante a abertura do Extensão
Proto-Atlântico, no Mesozóico
Deposição de rochas Extensional (Bacia do
paleozoicas (Siluro-Ordoviciano) Parnaíba)
Intrusão de plútons graníticos e
1,9 Extensão (ou Transtensão)
diques
Inversão tectônica fraca por
reativação de falhas. Transpressão Sinistral
Deformação moderada a forte (Falhas transcorrentes, inversas
das rochas adjacente à Falha e dobramentos)
Carajás

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SUMÁRIO DA HISTÓRIA GEOLÓGICA PARA A REGIÃO DE CARAJÁS (PA)

IDADE (GA) EVENTO CINEMÁTICA


Desenvolvimento dos sistemas
transcorrentes Carajás e Transtensão destral
Cinzento. Sequências
supracrustais falhadas e Falhas transcorrentes E-W e
2,6 NW-SE e falhas normais
preservadas em zonas de
subsidência ao longo dos contornando blocos
sistemas de falhas. Nucleação losangulares.
da Falha Carajás
Deposição da formação de
águas claras
Deposição e derrames de
rochas vulcânicas e ferríferas do Extensão
Grupo Grão Pará, agetadas Ampla Bacia intracratônica
2,7 posteriormente por
metamorfismo e/ou
hidrotermalismo em grau muito
baixo (após 2.76 Ga)
Rochas do grupo Igarapé
Pojuca foram afetadas por Transpressão Sinistral
metamorfismo e deformação (Zonas de cisalhamento
dúctil de temperatura média a sinistrais e dobramentos)
baixa
Zona de Cisalhamento
Itacaiúnas. Deformação dúctil Transpressão Sinistral
2,8 de temperatura alta afetando as (Forte participação da
rochas da Assembléia do deformação)
Embasamento
Fonte: Pinheiro, 1997; Oliveira, 2002

5.2.4 GEOLOGIA LOCAL

O mapeamento geológico sistemático da área do alvará foi realizado entre os anos de


2003 e 2004 pela Noranda Exploração Mineral Ltda (posteriormente denominada de
Xstrata Brasil), e consistiu na coleta de dados de afloramento através de seções
perpendiculares (N-S) em relação à estruturação da área (Figura 5.2-4).

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Figura 5.2-4 - Mapa geológico-estrutural da área referente processo DNPM 850.318/2000


(área original) realizado pela Noranda Exploração Min. Ltda (posteriormente Xstrata Brasil
Exp. Min. Ltda). Notar que é representada a área original do alvará.

Em 2013, uma atualização desses dados foi realizada na área do depósito com base
em informações de sondagem diamantada realizada pela Vale Dourado Mineração
Ltda., com 39 furos executados (Figura 5.2-5).

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Figura 5.2-5 - Mapa Geológico do Alvo Pedra Branca atualizado com base em sondagem
(2013).

Junto com as rochas do embasamento ocorre um conjunto de rochas máficas, cujas


composições variam de diorítica a gabróica. Estas rochas também se encontram
foliadas a localmente cisalhadas sendo estruturalmente controladas por falhas
transcorrentes de orientação geral NW. Podem ser coletivamente relacionadas ao
Complexo Pium, visto que o mesmo caracteriza-se predominantemente pela ocorrência
de dioritos/quartzo-dioritos, noritos e em menor escala ortopiroxenitos.

A área é toda cortada por várias rochas intrusivas félsicas de composição granítica,
incluindo os seguintes tipos: (i) granitos a granodioritos foliados e de granulação fina; (ii)
granitos isotrópicos de granulação fina e magnetita na matriz, e (iii) alcali-feldspato
granitos de granulação grossa podendo ser localmente pegmatíticos, e não foliados. A
variedade foliada foi associada aos granitoides neoarqueanos, tipo Planalto, de
aproximadamente 2,74 Ga, enquanto os tipos isotrópicos possivelmente estão
relacionados ao magmatísmo Paleoproterozóico de cerca de 1,88 Ga.

Alterações de origem hidrotermal foram caracterizadas em diversas porções da área.


Estas são, de modo geral, estruturalmente controladas por zonas de cisalhamento
transcorrentes, cuja orientação varia de EW a ENE. As alterações metassomáticas
mostram uma zonação típica do modelo IOCG (Iron Oxide – Copper – Gold), sendo que
estas se repetem tanto na escala do alvará bem como na escala do depósito/alvo.

A alteração pervasiva regionalmente, e temporalmente mais precoce, é a alteração


calco-sódica que é caracterizada pela associação albita+sílica+escapolita.
Superpondo-se a esta alteração e de abrangência mais restrita, ocorrem halos de
alteração potássica reconhecidas pela associação K-feldspato e/ou biotita, com
proporções variadas de escapolita e magnetita. A associação mineral na zona potássica
está diretamente relacionada à composição química do tipo de rocha encaixante,

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quando máfica predomina a associação biotita+escapolita, quando félsica


microclina+magnetita. Superpondo-se a esta alteração, ocorre alteração
anfibólio+magnetita+sulfetos com ocorrência bastante focalizada e circunscrita à zona
potássica. Esta alteração se sobrepõe e, localmente, oblitera as associações
anteriormente citadas. Os estágios tardios da evolução do(s) fluido(s) incluem uma série
de vênulas entrecortadas preenchidas por quartzo+albita±epidoto (Figura 5.2-6). A
Figura 5.2-7 ilustra a geometria das zonas de alteração.

Figura 5.2-6 - Mapa de alteração hidrotermal proposto para Pedra Branca (2013).

A evolução estrutural inclui duas fases de deformação distintas, que foram designadas
de F1 e F2. Estas apresentam características e estilos distintos, conforme descritas
abaixo:

 Fase 1 - A principal estrutura relacionada a esta fase é uma foliação (S1) cuja
direção principal é EW, sendo caracterizada pela forte imbricação tectônica dos
minerais metamórficos. A esta fase associam-se zonas de cisalhamento
transcorrentes, com mergulhos que são em geral sub-verticais que podem variar
entre 70-80° para sul.
 Fase 2 – A este estágio da evolução deformacional associa-se uma série de falhas
de natureza rúptil-dúctil de orientação predominantemente NW. As últimas são
possíveis reativações de estruturas mais antigas.

A maioria das lineações de estiramento medidas na área do alvará são down dip e
implicam, portanto em um forte componente associado à tectônica vertical.

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Figura 5.2-7 - Ilustração da geometria das zonas de alteração hidrotermal.

5.2.5 GEOLOGIA DO DEPÓSITO PEDRA BRANCA

O depósito de Pedra Branca (PB) é um depósito do tipo IOCG (Iron Oxide Copper Gold)
e apresenta todas as características que permite qualificá-lo como tal. Pedra Branca
localiza-se na porção Centro-Oeste da área referente ao processo DNPM nº. 850.318/00
(Projeto Pedra Branca) e pode ser dividida em dois domínios (Pedra Branca Leste e
Pedra Branca Oeste). Esses domínios são divididos por uma falha rúptil de direção NW
interpretada por magnetometria.

Cada um desses domínios exibe características distintas quanto ao modo de ocorrência


e estilo das alterações hidrotermais e das mineralizações (Figura 06). Abaixo segue um
resumo de cada uma das características que marcam os dois domínios existentes no
depósito Pedra Branca.

5.2.5.1 Síntese geológica do domínio PB leste

Geologia: Gnaisses, granitos cisalhados e meta dioritos foliados cortados por


pegmatitos tardios e diques máficos e félsicos porfiríticos. No entorno desses litotipos,
ocorre à presença de granito pórfiro/deformado e de um grande corpo de pegmatito a
norte. Todas as rochas estão encaixadas na trama milonítica E-W do embasamento
Cristalino da Província Mineral de Carajás.

Estrutural: Zona de cisalhamento de direção EW/NE e mergulho subvertical para S,


balizando foliações de direção E-W a NE com mergulho de 70-80° para S. A zona de
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cisalhamento funciona como conduto preferencial para fluidos com consequente


mineralização associada.

Hidrotermalismo: As alterações hidrotermais relacionadas à mineralização são


balizadas pelo trend E-W/NE da área. Pervasivos à foliação ocorrem envelopes de
alteração regional/distal à albita+escapolita. Os halos mais proximais são de alteração
potássica (K-feldspato nas rochas félsicas, biotita nas rochas máficas). Circunscrito a
essa zona e associado à mineralização, ocorre a alteração hidrotermal com
hornblenda+actinolita+magnetita+sulfetos. As alterações proximais possuem caráter
mais rúptil. O último estágio é marcado por silicificação e epidotização que corta o corpo
como um todo.

Mineralização: É caracterizada pela presença de calcopirita±pirita+pirrotita em corpos


tabulares subverticais de alta tonelagem e teor médio a alto (20,48 Mt @ 1,5% Cu, 0,37
g/t Au e 0,82 g/t Ag) maciços a semi-maciços de brechas, micro-brechas, texturas em
rede e stringers, encaixados no contato granito/diorito. Apresenta aproximadamente
comprimento de 800 metros, largura variando de 10 a 50 metros, e profundidades
variando entre 125 e 800 m; todavia com potencial de abertura em profundidade devido
ao “plungeamento” do corpo e, provavelmente, lateralmente para leste. Com base nas
descrições de furos de sondagem, as rochas hospedeiras da mineralização é o
diorito/granito cisalhado.

5.2.5.2 Síntese geológica do domínio PB oeste

Geologia: Intercalações entre diorito, granito e gnaisses em zona de cisalhamento


anastomosada de direção E-W a NE. No sul ocorre um corpo de metadiorito foliado. Em
sua porção Norte, a área é cortada por um pegmatito tardio. Ocorrem ainda diques
félsicos porfiríticos. Estas rochas estão encaixadas na trama milonítica E-W do
embasamento Cristalino da Província Mineral de Carajás.

Estrutural: Splay de falha de direção E-W a NE. Intercalam-se lascas de diorito, granito
e gnaisses a milonitos com foliações sub-verticais e mergulhos para sul.

Hidrotermalismo: As alterações hidrotermais relacionadas à mineralização são


balizadas pelo trend E-W a NE da área. Pervasivos à foliação, envelopes de alteração
regional a albita+escapolita são periféricos às alterações mais proximais as quais são
representadas por halos de alteração potássica (K-feldspato-rochas félsicas e biotita -
rochas máficas) e; junto aos sulfetos, a alteração hidrotermal predominante é uma
assembleia de anfibólio+magnetita±biotita±K-feldspato. Ocorre uma zonação quanto à
alteração hidrotermal descrita acima, com um aumento da intensidade da alteração na
direção Oeste e com o aumento da quantidade de epidoto na direção Leste.

Mineralização: Baseando-se nas descrições de furos de sondagem, a rocha hospedeira


da mineralização é o diorito/granito cisalhado. A mineralização é caracterizada pela
presença de calcopirita±pirita disseminada, localmente em stringers e em veios ao longo
da foliação do splay de falha, principalmente nos contatos existentes. Trata-se de um

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sistema de veios, por vezes, interconectados com disseminações e localmente brechas


com alta tonelagem e teor baixo a moderado (26,34 Mt @ 0,96% Cu, 0,30 g/t Au e 0,69
g/t Ag). Apresenta comprimento de aproximadamente 500 metros, com espessuras
variando de 4 metros até 115 metros nas zonas mais espessas, e profundidade variando
de 80 até 600 metros. Assim como ocorre no corpo leste, o depósito do Oeste apresenta
mineralizações abertas em profundidade. Um “plungeamento” do extremo leste desse
corpo tem sido evidenciado pelas últimas sondagens realizadas.

5.3 SOLO

5.3.1 APRESENTAÇÃO

O presente item teve por objetivo reunir dados e informações para caracterização,
mapeamento e a avaliação dos solos identificados na área de influência do
empreendimento, realizando um diagnóstico que servirá como subsídio para
comparação futura, ou como base para esquematização de linhas de ação ou tomada
de decisões para prevenir, controlar e corrigir possíveis problemas ambientais.

5.3.2 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

Os solos são definidos como corpos naturais independentes, constituídos de materiais


minerais e orgânicos, organizados em camadas e/ou horizontes. A unidade básica do
solo é chamada de pedon, do grego que significa solo, terra. Ela vai da superfície ao
material de origem e se constitui na menor porção tridimensional, perfazendo um volume
mínimo que possibilite estudar o solo (SANTOS e ZARONI, s.d.).

A classificação de um solo começa com a descrição do seu perfil representativo, ou


seja, descrição de características identificadas no campo (características morfológicas)
e coleta de material para análises de laboratório.

A qualidade do solo pode ser mensurada através do uso de indicadores. Estes são
atributos que medem ou refletem o status ambiental ou a condição de sustentabilidade
do ecossistema (ARAÚJO e MONTEIRO, 2007).

A dificuldade em qualificar e quantificar a qualidade do solo incide devido ao fato do


mesmo compreender seus componentes físicos, químicos e biológicos e suas
interações com o ecossistema. Do mesmo modo, a percepção de que um solo é de boa
qualidade pode variar de acordo com seu uso. Entretanto, para manejar adequadamente
e manter o solo em condições aceitáveis para futuros usos, qualidade do solo tem que
ser definida de maneira a considerar todos esses aspectos (SANTANA, 2002).

Indicadores da qualidade podem ser propriedades, processos, características físicas,


químicas ou biológicas que podem ser medidos para monitorar mudanças na qualidade
do solo. Segundo Santana (2002), podem ser divididos em quatro grupos gerais
conforme ilustrado na Figura 5.3-1.

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Figura 5.3-1 - Indicadores da qualidade do solo

Fonte: Santana, 2002. Adaptado.

5.3.3 MATERIAIS E MÉTODOS

5.3.3.1 Metodologia de trabalho

A caracterização pedológica da área de interesse englobou, basicamente, três fases


(Figura 5.3-2): i) a realização de procedimentos iniciais na coleta de informações
existentes sobre a área de influência do projeto e manuais de investigação do solo
(dados secundários); ii) a investigação da área de interesse incluindo a coleta de dados
primários; e iii) a classificação dos solos com a elaboração do mapa, após a compilação
das informações primárias e secundárias.

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Figura 5.3-2 - Metodologia de trabalho para a caracterização do solo da área de influência.

5.3.3.2 Método de coleta de solo

5.3.3.2.1 Tipo de amostra

Existem basicamente três tipos de amostragem com a finalidade de caracterização e


classificação dos solos: (i) Perfil Completo, (ii) Amostra Extra e (iii) Amostra para fins de
fertilidade. Esta última é executada para atender tanto levantamentos pedológicos
quanto para projetos agrícolas que envolvem correções químicas do solo. Neste tipo de
amostragem, sempre se coleta o horizonte superficial sendo que algumas vezes é
também coletado amostra de um horizonte interno a profundidade variável (IBGE, 2015).

Na amostragem de solos para a análise química, normalmente trabalha-se com


Amostras Simples e Amostras Compostas. Amostra simples é o volume de solo coletado
em um ponto e a amostra composta é a mistura homogênea das várias amostras
simples coletadas, sendo parte representativa desta, aquela que será submetida à
análise.

5.3.3.2.2 Áreas amostrais

Foram selecionados dez polígonos para caracterização do solo da área de influência do


empreendimento. Segundo o mapa pedológico gerado com bases da EMBRAPA, o tipo
de solo no local é o Argissolo Vermelho Amarelo. Para a escolha das áreas foi adotado
o critério de homogeneidade da cobertura vegetal e perfil topográfico. Cada polígono
configurou uma área de amostragem cuja localização dos vértices é indicada no Tabela
5.3-1.

Tabela 5.3-1 Localização dos vértices dos polígonos.

ÁREA VERTICES LESTE NORTE LONGITUDE LATITUDE


1 606102 9276463 50° 2' 25,140" W 6° 32' 41,510" S
2 606230 9276554 50° 2' 20,988" W 6° 32' 38,541" S
Polígono A1
3 606282 9276504 50° 2' 19,305" W 6° 32' 40,166" S
4 606169 9276414 50° 2' 22,956" W 6° 32' 43,120" S
5 606038 9273225 50° 2' 27,037" W 6° 34' 26,947" S
Polígono A2
6 606094 9273269 50° 2' 25,220" W 6° 34' 25,519" S

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ÁREA VERTICES LESTE NORTE LONGITUDE LATITUDE


7 606278 9273105 50° 2' 19,199" W 6° 34' 30,847" S
8 606215 9273044 50° 2' 21,251" W 6° 34' 32,822" S
9 606396 9273069 50° 2' 15,367" W 6° 34' 32,013" S
10 606448 9273071 50° 2' 13,662" W 6° 34' 31,932" S
11 606466 9272938 50° 2' 13,064" W 6° 34' 36,256" S
Polígono A3
12 606462 9272893 50° 2' 13,198" W 6° 34' 37,747" S
13 606422 9272867 50° 2' 14,515" W 6° 34' 38,571" S
14 606385 9272927 50° 2' 15,707" W 6° 34' 36,619" S
15 606650 9273336 50° 2' 7,114" W 6° 34' 23,293" S
16 606764 9273336 50° 2' 3,410" W 6° 34' 23,286" S
Polígono A4
17 606753 9273228 50° 2' 3,747" W 6° 34' 26,819" S
18 606629 9273179 50° 2' 7,793" W 6° 34' 28,420" S
19 606613 9272852 50° 2' 8,290" W 6° 34' 39,061" S
20 606694 9272912 50° 2' 5,666" W 6° 34' 37,118" S
Polígono A5
21 606764 9272827 50° 2' 3,378" W 6° 34' 39,870" S
22 606671 9272768 50° 2' 6,398" W 6° 34' 41,797" S
23 607342 9272532 50° 1' 44,544" W 6° 34' 49,440" S
24 607416 9272492 50° 1' 42,112" W 6° 34' 50,727" S
Polígono A6
25 607361 9272359 50° 1' 43,913" W 6° 34' 55,073" S
26 607283 9272397 50° 1' 46,448" W 6° 34' 53,837" S
27 607603 9272993 50° 1' 36,047" W 6° 34' 34,413" S
28 607675 9272846 50° 1' 33,721" W 6° 34' 39,199" S
Polígono A7 29 607477 9272782 50° 1' 40,155" W 6° 34' 41,271" S
30 607423 9272903 50° 1' 41,919" W 6° 34' 37,363" S
31 607407 9272932 50° 1' 42,449" W 6° 34' 36,416" S
32 607751 9272541 50° 1' 31,225" W 6° 34' 49,101" S
33 607923 9272515 50° 1' 25,623" W 6° 34' 49,952" S
Polígono A8
34 607837 9272320 50° 1' 28,411" W 6° 34' 56,311" S
35 607694 9272366 50° 1' 33,044" W 6° 34' 54,813" S
36 606401 9272257 50° 2' 15,143" W 6° 34' 58,448" S
37 606589 9272311 50° 2' 9,033" W 6° 34' 56,664" S
Polígono A9
38 606633 9272161 50° 2' 7,599" W 6° 35' 1,556" S
39 606453 9272116 50° 2' 13,434" W 6° 35' 3,046" S
40 604437 9273076 50° 3' 19,161" W 6° 34' 31,900" S
41 604465 9273092 50° 3' 18,230" W 6° 34' 31,386" S
Polígono A10
42 604533 9272960 50° 3' 16,008" W 6° 34' 35,659" S
43 604491 9272937 50° 3' 17,386" W 6° 34' 36,420" S

De cada polígono foi retirada uma amostra composta. Os polígonos estão localizados
conforme ilustrado no mapa da Figura 5.3-6.

22
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.3.3.2.3 Sistema de coleta

Foram distribuídos quatro pontos em cada polígono, correspondentes às quatro sub-


amostras cuja localização é apontada na Tabela 5.3-2

Tabela 5.3-2 Coordenadas Geográficas das sub-amostras.

COORDENADAS DAS SUB-AMOSTRAS


PONTO
AMOSTRAS LESTE NORTE LAT LONG
SUB01 607816 9272384 50° 1' 29,078" W 6° 34' 54,217" S
SUB02 607754 9272399 50° 1' 31,102" W 6° 34' 53,753" S
PS01
SUB03 607786 9272491 50° 1' 30,072" W 6° 34' 50,725" S
SUB04 607865 9272479 50° 1' 27,505" W 6° 34' 51,110" S
SUB01 607474 9272907 50° 1' 40,260" W 6° 34' 37,207" S
SUB02 607551 9272905 50° 1' 37,744" W 6° 34' 37,283" S
PS02
SUB03 607588 9272959 50° 1' 36,541" W 6° 34' 35,526" S
SUB04 607604 9272873 50° 1' 36,023" W 6° 34' 38,298" S
SUB01 607360 9272511 50° 1' 43,946" W 6° 34' 50,113" S
SUB02 607327 9272404 50° 1' 45,008" W 6° 34' 53,605" S
PS03
SUB03 607372 9272452 50° 1' 43,561" W 6° 34' 52,025" S
SUB04 607390 9272496 50° 1' 42,953" W 6° 34' 50,599" S
SUB01 606557 9272259 50° 2' 10,072" W 6° 34' 58,368" S
SUB02 606562 9272170 50° 2' 9,910" W 6° 35' 1,277" S
PS04
SUB03 606500 9272152 50° 2' 11,915" W 6° 35' 1,871" S
SUB04 606470 9272227 50° 2' 12,916" W 6° 34' 59,405" S
SUB01 606674 9272806 50° 2' 6,292" W 6° 34' 40,562" S
SUB02 606727 9272829 50° 2' 4,578" W 6° 34' 39,803" S
PS05
SUB03 606692 9272880 50° 2' 5,705" W 6° 34' 38,140" S
SUB04 606638 9272842 50° 2' 7,458" W 6° 34' 39,382" S
SUB01 606238 9273109 50° 2' 20,526" W 6° 34' 30,706" S
SUB02 606192 9273151 50° 2' 22,016" W 6° 34' 29,359" S
PS06
SUB03 606126 9273179 50° 2' 24,151" W 6° 34' 28,456" S
SUB04 606098 9273251 50° 2' 25,066" W 6° 34' 26,098" S
SUB01 606431 9272894 50° 2' 14,208" W 6° 34' 37,693" S
SUB02 606454 9272941 50° 2' 13,456" W 6° 34' 36,181" S
PS07
SUB03 606420 9273000 50° 2' 14,586" W 6° 34' 34,252" S
SUB04 606428 9273047 50° 2' 14,330" W 6° 34' 32,718" S
SUB01 606652 9273216 50° 2' 7,030" W 6° 34' 27,196" S
SUB02 606715 9273241 50° 2' 5,003" W 6° 34' 26,382" S
PS08
SUB03 606736 9273319 50° 2' 4,308" W 6° 34' 23,855" S
SUB04 606678 9273313 50° 2' 6,187" W 6° 34' 24,031" S
SUB01 604484 9272981 50° 3' 17,611" W 6° 34' 34,993" S
SUB02 604499 9272965 50° 3' 17,129" W 6° 34' 35,504" S
PS09
SUB03 604499 9272999 50° 3' 17,140" W 6° 34' 34,410" S
SUB04 604469 9273063 50° 3' 18,108" W 6° 34' 32,329" S

23
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

COORDENADAS DAS SUB-AMOSTRAS


PONTO
AMOSTRAS LESTE NORTE LAT LONG
SUB01 606167 9276486 50° 2' 23,046" W 6° 32' 40,772" S
SUB02 606197 9276500 50° 2' 22,056" W 6° 32' 40,286" S
PS10
SUB03 606212 9276476 50° 2' 21,574" W 6° 32' 41,093" S
SUB04 606237 9276490 50° 2' 20,768" W 6° 32' 40,619" S

Em relação a questão da distribuição espacial das amostras simples no polígono, estas


devem ser uniformemente distribuídas no mesmo, o que é obtido realizando a coleta ao
longo de um percurso em ziguezague pela área, com distância aproximada de 100m
entre si, semelhante ao padrão ilustrado na Figura 5.3-3.

Figura 5.3-3 - Ilustração de percurso para extração das sub-amostras.

O procedimento de amostragem seguiu conforme as etapas ilustradas na Figura 5.3-4.

Figura 5.3-4 - Esquematização dos procedimentos de campo.

As porções de solo foram extraídas na profundidade de 0-20cm com o auxílio da


cavadeira articulada com cabo de madeira, conforme o registro fotográfico de cada
ponto apresentado na Figura 5.3-5.

24
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

As amostras simples foram agrupadas em baldes e posteriormente homogeneizadas no


mesmo recipiente ou em plástico protetor sobre o solo, quebrando os torrões, sem ter
contato direto com as mãos (para evitar contaminação da amostra). Da mistura obtida
foi retirado 300g de solo, acondicionado e identificado em saco plástico para envio ao
laboratório MAGGISOLO. Os laudos das análises são apresentados Anexo I.

Figura 5.3-5 – Pontos de amostragem do solo: (a) e (b) PS01; (c) e (d) PS02; (e) e (f) PS03;
(g) e (h) PS04; (i) e (j) PS05; (k) e (l) PS06; (m) e (n) PS07; (o) e (p) PS08; (q) e (r) PS09; (s)
e (t) PS10

(a) (b)

(c) (d)

25
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

(e) (f)

(g) (h)

(i) (j)

(k) (l)

26
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

(m) (n)

(o) (p)

(q) (r)

27
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

(s) (t)

28
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.3-6 - Mapa de localização dos pontos de Coleta de solo

FIGURA EM A3

29
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.3.4 RESULTADOS

5.3.4.1 Solos da região

A elaboração do Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS) buscou atender


especialmente à necessidade de realizar, nos vários estados brasileiros, levantamentos
pedológicos nos níveis exploratórios e de reconhecimento. É composto com base de
dados do Brasil, a maior parte descrita no campo e analisada em laboratórios com
métodos estabelecidos pelo CNPS - Centro Nacional de Pesquisas em Solos da
Embrapa (LEPSCH, 2011).

O SiBCS é estruturado em categorias hierarquizadas. Os níveis categóricos aplicados


para o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos são seis: 1º nível categórico
(ordens), 2º nível categórico (subordens), 3º nível categórico (grandes grupos), 4º nível
categórico (subgrupos), 5º nível categórico (famílias) e 6º nível categórico (séries)
(EMBRAPA, 2016).

A legenda do mapa pedológico na Figura 5.3-8 considera basicamente os níveis de


ordem e sub ordem na classificação dos solos. Desse modo, nos solos presentes nas
regiões circunvizinhas predominam: Argissolo Vermelho, Latossolo Vermelho Amarelo,
Cambissolo, Argissolo Vermelho Amarelo, Neossolos Litólicos.

5.3.4.2 Processos Erosivos

Quanto ao fenômeno erosivo – embora de ocorrência restrita - em alguns locais foram


observadas erosões lineares em sulco, atribuídas não somente às características do
solo, como também à declividade do terreno (Figura 5.3-7). Essas erosões foram
observadas nas proximidades do igarapé Pedra Branca.

Figura 5.3-7 – Erosão em sulco nas proximidades do Igarapé Pedra Branca. Projeto Pedra
Branca.

30
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Segundo o mapa pedológico (Figura 5.3-8), produzido com base nas fontes da
EMBRAPA, na Área Diretamente afetada (ADA), na Área de Influência Direta (AID) e na
Área de Influência Indireta (AII) encontram-se predominantemente em um tipo de solo:
Argissolo Vermelho Amarelo.

5.3.4.2.1 Argissolo

Essa classe compreende solos compostos por material mineral, que possuem como
distinção diferencial a presença de horizonte B textural de argila de atividade baixa, ou
alta conjugada com saturação por bases baixa ou caráter alítico. O horizonte B textural
(Bt) encontra-se imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte superficial, exceto
o hístico, sem apresentar, contudo, os requisitos estabelecidos para serem
enquadrados nas classes dos Luvissolos, Planossolos, Plintossolos ou Gleissolos.

A maioria dos solos desta classe apresenta um evidente incremento no teor de argila do
horizonte superficial para o horizonte B, com ou sem decréscimo nos horizontes
subjacentes. A transição entre os horizontes A e Bt é usualmente clara, abrupta ou
gradual.

São de profundidade variável, desde forte a imperfeitamente drenados, de cores


avermelhadas ou amareladas, e mais raramente, brunadas ou acinzentadas. A textura
varia de arenosa a argilosa no horizonte A e de média a muito argilosa no horizonte Bt,
sempre havendo aumento de argila daquele para este.

São forte a moderadamente ácidos, com saturação por bases alta ou baixa,
predominantemente cauliníticos e com relação molecular Ki, em geral, variando de 1,0
a 3,3.

São solos constituídos por material mineral com argila de atividade baixa ou alta
conjugada com saturação por bases baixa ou caráter alítico e horizonte B textural
imediatamente abaixo de horizonte A ou E, e apresentando, ainda, os seguintes
requisitos:

 Horizonte plíntico, se presente, não está acima e nem é coincidente com a parte
superficial do horizonte B textural;
 Horizonte glei, se presente, não está acima e nem é coincidente com a parte
superficial do horizonte B textural. (EMBRAPA, 2006)

São juntamente com os Latossolos, os solos mais expressivos do Brasil, sendo


verificados em praticamente todas as regiões (IBGE, 2007).

31
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.3-8 - Mapa Pedológico.

FIGURA EM A3

32
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AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.3.4.3 Resultados das análises físico-químicas

Os parâmetros utilizados para este diagnóstico do solo são: pH; Teor de Matéria
Orgânica (M.O.); Nutrientes do solo (macro e micro); Percentagem por Saturação de
Bases V (%); Textura do solo.

5.3.4.3.1 pH

Sua determinação é extremamente importante para os solos, pois dão ideia de acidez
ou alcalinidade e solubilidade de alguns elementos, consequente, da disponibilidade dos
nutrientes (IBGE, 2015). Segundo Ronquim (2010), solos com acidez elevada
apresentam comumente: pobreza em bases (especialmente cálcio e magnésio);
elevado teor de alumínio tóxico; excesso de manganês; alta fixação de fósforo nos
coloides do solo e deficiência de alguns micronutrientes. Abaixo, a Figura 5.3-9 relaciona
o pH com a disponibilidade dos nutrientes, onde é possível observar que a maioria dos
nutrientes estão disponíveis na faixa de pH entre 6 e 7.

Figura 5.3-9 - Relação de pH do Solo com a disponibilidade de nutrientes.

Fonte: Maravolta, 1976

Os resultados analíticos para as amostras coletadas são indicados no gráfico da Figura


5.3-10. A média do pH em água, dos 10 pontos de coleta, foi de pH 5,67. De acordo
com Prochnow (2014) o pH do solo identifica o grau ou intensidade da acidez ativa ou
alcalinidade do solo. Quando utilizado sozinho, no entanto, não é um bom indicador da
necessidade de calagem.

33
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.3-10 – Resultado de pH nas amostras de solo.

pH H2O
8
6,8
7
6 6
6 5,6 5,7 5,5
5,4 5,4 5,3
5
5

0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06 PS 07 PS 08 PS 09 PS 10

5.3.4.3.2 Teor de Matéria Orgânica (M.O.)

A matéria orgânica (M.O.) abrange os macros e micronutrientes, aumentando sua


fertilidade, além de conferir melhor estrutura ao terreno (RONQUIM, 2010).

De acordo com Ricci (2006), a matéria orgânica afeta diretamente as características


físicas, químicas e biológicas dos solos, sendo assim de extrema importância para a
manutenção da capacidade produtiva dos solos. Como dito anteriormente a matéria
orgânica afere melhor estrutura do solo, mas também afeta outras características físicas
como: redução da plasticidade e a coesão, aumento da capacidade de retenção de água
e a aeração, permitindo maior penetração e distribuição das raízes.

Na área foi identificado o teor de M.O. com valores que variam entre 1,4 a 4 dag Kg-.
Os pontos PS03, PS09 e PS10 apresentaram os menores teores e o mesmo valor. O
ponto PS01 teve o teor mais elevado de 4 dag Kg-, como pode ser observado na Figura
5.3-11.

34
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.3-11 – Teor de matéria orgânica presente no solo.

M.O. dag Kg-


4,5
4
4
3,4
3,5
3 2,8
2,6 2,5 2,6
2,5
1,9
2
1,4 1,4 1,4
1,5
1
0,5
0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06 PS 07 PS 08 PS 09 PS 10

5.3.4.3.3 Nutrientes do solo

De acordo com estudos de Guilherme (2000), a presença de nutrientes constitui-se em


um dos aspectos fundamentais para garantir a boa qualidade do solo e seu adequado
funcionamento, principalmente no caso de agroecossistemas.

As quantidades demandadas de cada nutriente são variáveis, mas todos eles são
igualmente importantes. Basicamente os elementos essenciais podem ser classificados
em Macronutrientes (primários e secundários) e Micronutrientes.

 Macronutrientes

São considerados Macronutrientes Primários o Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio


(K), Macronutrientes Secundários o Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e o Enxofre (S);
Micronutrientes o Boro (B), Cloro (Cl), Cobre (Cu), Ferro (Fe), Manganês (Mn),
Molibdênio (Mo) e Zinco (Zn).

Segundo Lopes (1937), citado por Ribeiro e Vilela (2007), os Macronutrientes primários
geralmente tornam-se deficientes no solo antes dos demais, devido a maior utilização
desses nutrientes pela planta. Os Macronutrientes secundários são geralmente menos
deficientes e usados em quantidades menores, porém, a planta precisa tê-los a
disposição quando e onde for necessário.

Nas amostras coletadas não foram identificadas concentrações de Al do ponto PS 01


até o ponto PS09, somente no PS10 que apresentou baixíssima concentração de 0,2
cmolcdm-3. O Cálcio (Ca) foi o elemento que apresentou uma elevada concentração
quando comparado com os outros elementos, onde chega a alcançar o teor de 5,1
cmolcdm-3, conforme pode ser observado na Figura 5.3-12.

35
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO NORTE/PA

VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.3-12 – Teores de Macronutrientes do solo.

MACRONUTRIENTES
6,00
5,1

5,00

3,8
4,00
3,6

3,3
3,0

3,0
2,9

2,9
2,8

2,8
3,00

2,7
2,6
2,5

2,5

2,3
2,2

2,00
1,6

1,6

1,5
1,4

1,3

1,2
0,99

0,8
0,69

0,66
1,00

0,7

0,40
0,4
0,28
0,24
0,24
0,3

0,19
0,15

0,12
0,11

0,2

0,2

0,2
0,2
0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0
0,00
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06 PS 07 PS 08 PS 09 PS 10
cmolcdm-3

K Ca Mg Al H + Al

36
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

 Micronutrientes

Os micronutrientes de plantas, os quais abrangem B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Ni e Zn, são
requeridos em concentrações muito baixas para adequado crescimento e reprodução.
Entretanto, apesar de suas baixas concentrações dentro dos tecidos e dos órgãos das
plantas, os micronutrientes têm a mesma importância dos Macronutrientes para a
nutrição das mesmas.

Estão envolvidos na fase reprodutiva do crescimento das plantas e, consequentemente,


na determinação da produtividade e da qualidade da cultura colhida. Eles também
conferem resistência (Mn, Zn, Mo) contra estresses bióticos e abióticos, incluindo pragas
e doenças. Além do mais, há uma conscientização cada vez maior sobre a importância
dos micronutrientes para a saúde do ecossistema solo, culturas, seres humanos e
animais (E. A. KIRKBY E V. RÖMHELD, 2007).

No gráfico abaixo Figura 5.3-13 é possível observar que os valores de ferro (Fe) são
superiores aos valores de todos os outros elementos nos 10 (dez) pontos amostrais, em
um intervalo de 36 a 89 mg dm-3.O Mn apresentou teores entre 4,2 a 15,6 mg dm-3.
Enquanto que os outros elementos apresentam concentrações menores: B (0,07 a 0,4
mg dm-3); Cu (0,4 a 7,6 mg dm-3); Zn (0,6 a 4,9 mg dm-3).

37
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO NORTE/PA

VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.3-13 – Teores de micronutrientes do solo.

MICRONUTRIENTES
100,00

89

88
90,00

80
80,00

71

69
66
70,00

62
57
60,00
50

50,00
36

40,00

30,00

15,60
13,80

12,20

13,3
20,00

11,10

8,90
7,80

7,60
6,00

5,60
4,90

4,20
0,50

3,90

1,20
0,40

5,3
1,00

10,00

1,10
0,60

2,90

1,60
1,80

1,80
1,60

1,50
1,00
0,90

0,90
0,60
0,40

0,34

0,25

0,20
0,19

0,14
0,13
0,10

0,11

0,07
0,00
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06 PS 07 PS 08 PS 09 PS 10
mg dm -3

B Cu Fe Mn Zn

38
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.3.4.3.4 Percentagem por Saturação de Bases V (%)

A percentagem de saturação por bases (V%) é muito utilizada, em alguns Estados, para
cálculo da necessidade de calagem. O conhecimento da percentagem de saturação por
bases é muito importante para conhecer o nível de fertilidade do solo. Um solo que
apresenta baixo V% significa que existe uma maior adsorção de Al³+ e H+ e quantidades
menores dos cátions básicos Ca²+, Mg²+ e K+, adsorvidos nos coloides do solo.

Normalmente, o solo que apresentar a percentagem de saturação por bases V (%) maior
que 50% seriam chamados de "eutróficos" ou férteis. São solos ricos em nutrientes,
especialmente Ca. A CTC destes solos armazena mais da metade dos cátions básicos.
Os solos com V% menor que 50% seriam os solos "distróficos" ou pouco férteis (Figura
5.3-14). Os solos distróficos podem apresentar pobreza de bases trocáveis (Ca) e um
alto teor de Al³+ trocável ou uma percentagem de saturação por Al³+ (m%) maior que
50%, o que os caracterizariam como solos "álicos" ou muito pobres, ou seja, Al³+
trocável igual ou maior que 0,3 cmolc/dm³ (igual a 30 mmolc/dm³) e m% igual ou maior
que 50% (BRAGA, 2012).

Figura 5.3-14 – Percentagem de saturação por bases (V%)

Os valores encontrados nos resultados de todas os pontos amostrais foram superiores


à 50%, como pode ser observado no gráfico (Figura 5.3-15). O intervalo da percentagem
variou entre 36% a 84%.

Figura 5.3-15 – Resultado da Percentagem de saturação por bases (V%).

V(%)
90 84
80
70
70
60
60 55 56
50 48 51
50 42
40 36

30
20
10
0
PS 01 PS 02 PS 03 PS 04 PS 05 PS 06 PS 07 PS 08 PS 09 PS 10

39
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.3.4.3.5 Textura do solo

De acordo com os conteúdos de areia, silte e argila, determinados com análise de


laboratório, são caracterizados os grupamentos de classes de textura (IBGE, 2007). A
classificação das classes texturais dos solos é de grande importância para a
interpretação de uma série de características que, juntas, determinam as técnicas de
manejo e conservação que devem ser aplicadas para cada classe de solo (ROCHA,
2014).

A textura de um solo é classificada de acordo com a quantidade de constituintes


minerais. Assim, um solo chamado de textura arenosa apresenta grande quantidade de
areia, acima de 70 %. Se contiver entre 15 e 35% de argila, é chamado de textura média,
e de textura argilosa se for constituído por uma quantidade de argila maior que 35% e
menor que 60%. Solos com muita quantidade de argila, acima de 60%, são
denominados de textura muito argilosa (Coelho et al., 2013).

Após contagem de amostras para classificação da textura da região em estudo, a textura


predominante na área é a textura Média, característica encontrada em 8 pontos
amostrais, como pode ser verificado na Figura 5.3-16, enquanto que a textura do tipo
arenosa só foi detectada em dois pontos amostrais.

Figura 5.3-16 – Classificação da Textura.

Textura
9
8
8
7
6
5
4
3
2
2
1
0
Média Arenosa

40
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5.4 GEOMORFOLOGIA

Na elaboração do diagnóstico da geomorfologia para a área em questão, considerou-se


como referencial bibliográfico de orientação os estudos produzidos, ou contratados,
além de dados secundários na área do Projeto Pedra Branca, em instituições como o
IBGE, SIPAM e outros que disponibilizam dados georeferenciados, além de resultados
de investigações desenvolvidas para estudos ambientais durantes as etapas de campo.

Para a elaboração deste relatório adotou-se como forma de abordagem uma análise
integrada entre os temas do meio físico analisados. Tal abordagem permite uma visão
integrada das relações existentes entre estes, bem como a influência dos mesmos na
estruturação das paisagens naturais e daquelas oriundas da interferência humana.
Partiu-se de informações que priorizaram a caracterização da AII, buscando-se a
compreensão do arranjo da base física da mesma, objetivando-se uma
compartimentação adequada e representativa da geomorfologia da área em estudo
(IBGE, 2009).

Para o desenvolvimento do estudo referente a AII AID e ADA, foram utilizados os


conceitos de Ecologia da paisagem é a ciência que estuda e procura melhorar o
relacionamento entre os padrões espaciais e processos ecológicos em diversas escalas
de paisagem e níveis de organização (IBGE, 2009, TURNER 1989 e WU, J. 2008).

5.4.1 DADOS E MÉTODOS UTILIZADOS.

O método de mapeamento geomorfológico baseou-se na separação das unidades


seguindo critérios de agrupamento de tipos de modelados semelhantes, condicionado
à estrutura geológica e à morfodinâmica (IBGE, 2009). Na expressão cartográfica das
Unidades Geomorfológicas utilizou-se da base do IBGE, 2006, imagens Resourcesat e
LANDSAT 8, Radar SRTM e trabalhos de campo, obtendo-se os mapas temáticos
consolidados divididos de acordo com o corte cartográfico ao milionésimo do IBGE-
DSG. Assim, as unidades foram definidas como um arranjo de formas fisionomicamente
semelhantes em seus tipos de modelados. Essa convergência resulta de uma
determinada geomorfogênese de caráter local. A geomorfogênese e a convergência de
geoformas são explicadas por fatores bioclimáticos, geológico-estruturais,
paleoclimáticos, pedológicos e/ou por outros (IBGE, 2009). Cada Unidade
Geomorfológica representa a predominância de determinado tipo de modelado e de
processos originários, resultando em formações superficiais (solos) diferenciadas de
outras.

5.4.2 CONTEXTO GEOMORFOLÓGICO REGIONAL - AII

5.4.2.1 Caracterização das Unidades Geomorfológicas AII.

A Área de Influência Indireta do Projeto Pedra Branca, intercepta apenas uma unidade
geomorfológica ao longo do projeto (Figura 5.4-1). Os mapas, com maior detalhe, serão
apresentados na escala de 1:25.000 de acordo com o corte cartográfico internacional

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ao milionésimo, utilizados pelo DSG e IBGE. Abaixo, estão listadas as referidas


unidades geomorfológicas da forma como ocorrem na área do Projeto Pedra Branca.

 Planícies Fluviais
 Depressão do Médio Xingu

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO NORTE/PA

VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.4-1 - Unidades de relevo presentes ao longo da área do Projeto Pedra Branca, na AII (Área De Influência Indireta) e entorno.

Fonte: (IBGE, 2006).

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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.4.2.1.1 Planícies Fluviais

As planícies fluviais ocorrem ao longo dos principais rios que recortam a área do Projeto
Pedra Branca, que é caracterizada pela presença de vales encaixados, com estreita
faixa de cordões arenosos desenvolvidos pela sedimentação dos rios e blocos rolados
de rochas igneas.

São formadas por processos de arrastamento e saltação de material grosseiro; formado


por blocos rolados de rochas, como também suspensão de colóides e deposição de
sedimentos ao longo de trechos das margens. Por vezes o material acha-se
pedogeneizado. O Contato, com outras unidades e geralmente abrupto, por barrancas
marginais; eventualmente por superfície rampeada. Esta unidade é constituída de
materiais provenientes da alteração de rochas cristalinas e ou como material
retrabalhado de rochas sedimentares, que gerou solos Podzólicos Vermelho-Amarelos,
por vezes plínticos, associados a Plintossolos álicos, nos terraços; e Latossolos, por
vezes plínticos, associados a Gleissolos, nos terraços com planícies, formando
depósitos sedimentares inconsolidados.

A área de ocorrência é plana, resultante de diferentes acumulações fluviais, periódica,


comportando meandros abandonados e diques fluviais com diferentes orientações,
ligada com ou sem ruptura de declive a patamar mais elevado. Ocorrem nos vales com
preenchimento aluvial contendo material fino a grosseiro, pleistocênicos e holocênicos.
A Figura 5.4-1 mostra a disposição espacial regional das planícies fluviais na área do
projeto. A Figura 5.4-2 mostra um perfil sobre a Área de Influência Indireta, mostrando
a área ocupada pela Planície aluvial dos referidos Rios, cujos topos apresentam-se em
cotas altimetricas entorno de 220 metros. A Figura 5.4-3 mostra as fotos as áreas de
ocorrência desta unidade.

Figura 5.4-2 – Perfil sobre o rio Parauapebas e Plaque, mostrando a área ocupada pela
planície do rio, sobre o modelo digital de terreno SRTM.

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ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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Figura 5.4-3 – Fotos da ocorrência de planície fluvial ao longo dos rios do Projeto Pedra
Branca, em (a), (b), (c) e (d) é possível observar blocos rolados de rochas as margens do
rio Parauapebas e plaque, em (e) são areias nas margens do rio Parauapebas.

(a) (b)

(c)

(d) (e)

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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.4.2.1.2 Depressão do Médio Xingu

A unidade geomorfológica Depressão do Médio Xingu localiza-se na região centro sul


do estado do Pará, englobando a área do Projeto Pedra Branca.

A coalescência da superfície dessa unidade com a superfície de outras depressões,


constatadas como resultantes do processo de rebaixamento por erosão, já permite
supor a mesma origem para esse relevo deprimido. Regionalmente o contato é gradual
e efetuado através da coalescência de superfície com as Depressões do Jamanxin-Iriri,
de Santana do Araguaia e a Depressão Marginal à Serra do Roncador com os Planaltos
dos Parecis e das Cabeceiras do Xingu.

Os solos desta unidade de relevo são pouco expressivos na área, visto que a alteração
das rochas originou sobretudo solos Podzólicos. Solos Litólicos generalizam-se nos
trechos mais dissecados e nos setores embutidos nos grupamentos de residuais. Esta
unidade ocorre principalmente sobre o embasamento cristalino em estilos complexos de
rochas.

Estes relevos são caracterizados por uma superfície de aplanamento elaborada durante
fases sucessivas de retomada dos processos de erosão, os quais geraram sistemas de
planos inclinados, às vezes levemente côncavos. Aparece inumada por coberturas
detríticas e/ou de alteração, constituídas de sobre topos de planaltos e chapadões,
dominados por residuais ou dominando relevos dissecados; ocorre igualmente nas
depressões pediplanadas interplanálticas e periféricas em forma de "tabuleiros" e no
sopé de escarpas que dominam os níveis de erosão inferiores.

A Figura 5.4-1 mostra a disposição espacial regional da unidade de relevo Depressão


do Médio Xingu na área do projeto e entorno. A Figura 5.4-4 mostra o perfil topográfico
sobre a unidade Depressão do Médio Xingu cujos topos apresentam-se em cotas
altimetricas em média a 200 metros, com topos chegando a 300 metros em alguns
locais. A Figura 5.4-5 mostra fotos mostrando a superfície de aplanamento elaborada
durante fases sucessivas de retomada dos processos de erosão, os quais geraram
sistemas de planos inclinados, às vezes levemente côncavos e os morros ao fundo.

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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.4-4 – Perfil topográfico sobre a unidade depressão do médio Xingu cujos topos
apresentam-se em cotas altimetricas em média a 200 metros, com topos chegando a 300
metros em alguns locais.

Figura 5.4-5 – Formas geomorfológicas típicas da área diretamente afetada (ADA) definida
para implantação da pesquisa mineral com guia de utilização do projeto pedra branca,
representada no primeiro plano por relevos dissecados e no segundo plano por morros
e/ou relevos erosivos pertencentes a unidade depressão do médio Xingu.

5.4.3 CONDICIONAMENTO LITOESTRUTURAL DO RELEVO

Na AII do Projeto Pedra Branca, ocorrem rochas cristalinas e coberturas detríticas


arenosas do Terciário-Quaternário e sedimentos aluviais quaternários.

A distribuição das rochas e o condicionamento do relevo estão associados aos


processos tectônicos que vêm ocorrendo desde o início do Cenozoico, quando o regime
distensivo e compreensivo vigente, que foi importante na reorganização da paisagem
na área.

5.4.3.1 Região Sudeste do Pará

As principais estruturas neotectônicas da região sudeste do Pará são representadas por


três feixes de falhas transcorrentes E-W e dois feixes de falhas normais N-S (Figura
5.4-6): O feixe transcorrente que passa no extremo norte dessa área (1) tem extensão
superior a 500 km, (2) prolonga-se para leste em direção à parte norte do Estado do
Tocantins, (3) controla os baixos cursos dos rios Itacaiúnas e Parauapebas, e o alto
curso do Rio Bacajá, (4) gera anomalias em cotovelo no traçado dos rios Xingu,
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Araguaia e Tocantins definindo, nos dois últimos o “Bico do Papagaio”, e (5) constitui o
limite norte da Serra dos Carajás. Essas falhas afetam rochas pré-cambrianas,
seqüências sedimentares do Paleozóico e do Terciário Inferior, bem como o perfil
laterítico maturo.

O feixe transcorrente situado na porção central encontra-se entre os vales dos rios Xingu
e Araguaia, tem extensão aproximada de 370 km, responde por várias anomalias da
rede de drenagem (segmentos retos, cotovelos, sinuosidades etc.) e afeta
principalmente as rochas pré-cambrianas.

Esses dois feixes transcorrentes, norte e central, interligam-se através de


descontinuidades orientadas na direção NE-SW, que controlam a orientação de
extensos segmentos dos rios Itacaiúnas, Parauapebas e Vermelho, e são interpretados
como falhas inversas decorrentes da movimentação dextral. Grande parte da expressão
topográfica dessa região, representada por um sistema de serras de até 800 m (Serra
dos Carajás), está vinculada aos movimentos verticais associados a transpressão;
estima-se que os rejeitos ao longo das falhas inversas podem ter alcançado várias
centenas de metros, exumando um paleo-relevo fortemente condicionado pelas
estruturas pré-cambrianas subverticais. Os sistemas de serras com topos planos são
capeados pela crosta laterítica matura, a exemplo do que se verifica na área
transpressiva da Serra de Tiracambu na parte oeste do Maranhão. Os eventos de
sismicidade registrados recentemente na área do prospecto Salobo e as fontes termais
na região de Cururu são evidências de que as falhas da região da Serra dos Carajás
permanecem ativas.

O feixe transcorrente do sul da área tem extensão aproximada de 200 km, controla a
orientação geral do Rio Inajá e o alto curso do Rio Arraias do Araguaia, e se conecta ao
feixe transcorrente central através de um conjunto de falhas normais de direção NW-
SE, definindo uma estrutura transtensiva.

Os feixes de falhas normais N-S concentram-se nos extremos leste e oeste da área. O
feixe do lado oeste é realçado por extensos trechos retilíneos dos rios Xingu e Fresco,
bem como pela orientação geral das drenagens de primeira e segunda ordens, e
estende-se por mais de 1.000 km para norte e para sul, além dos limites da área
enfocada. O feixe do lado leste compreende falhas normais fortemente inclinadas para
oeste, as quais são destacadas por extensos trechos retilíneos do Rio Araguaia e de
seus principais afluentes; os movimentos verticais associados respondem pelo conjunto
de serras alinhadas na direção N-S (Serra do Estrondo) que compõem o divisor das
bacias hidrográficas dos rios Araguaia e Tocantins.

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Figura 5.4-6 - Estruturas neotectônicas maiores da região sudeste do Pará e oeste de


Tocantins.

5.4.4 GEOMORFOGÊNESE

O relevo dessa região tem sua origem associada a três grandes eventos de erosão,
ocorridos no Terciário Inferior e no Plio-Pleistoceno - holoceno, e a episódios de
movimentações tectônicas cenozóicas da Placa Sul-Americana.

O evento de aplainamento mais antigo seria responsável pelo nivelamento, hoje


preservado, no topo dos relevos de Superfície Tabular Erosiva, ao qual se associam
coberturas argilosas espessas e bancadas lateríticas de ferro e de alumínio (bauxitas).
Essa fase corresponderia ao período de estabilidade tectônica durante o qual teriam se
formado as bauxitas (Cretáceo-Terciário Inferior, Costa, 1991) e corresponderia ao
período de elaboração da Superfície Sul-Americana, que na região tem seu
desenvolvimento prolongado até o Mioceno.

O Mioceno marca uma época de significativa atividade tectônica que interrompe os


processos de aplainamento, favorecendo a dissecação do relevo e a destruição da
Superfície Sul Americana.

O quadro de estabilidade tectônica que se estabelece no Plio-Pleistoceno (Pleistoceno


Médio, para Costa et al., 1996), favorece o desenvolvimento de um novo episódio de
aplainamento e de laterização, que dá origem à superfície de aplainamento mais recente
e às lateritas imaturas (COSTA, 1991). Associado aos processos de aplainamento

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ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

ocorre o recuo das escarpas, que hoje limitam os remanescentes da Superfície Sul-
Americana.

Após essa fase ocorre uma retomada dos processos tectônicos, que associados às
mudanças climáticas, promovem a dissecação dessa superfície e das escarpas pré-
existentes, dando origem a Superfícies Pediplanadas, Planaltos Dissecados Relevos
Dissecados em interfluvios tabulares, Ravinas e Vales encaixados e tornando as
escarpas sinuosas e descontínuas.

A atividade neotectônica na região do entorno do Projeto Pedra Branca é ainda hoje


significativa, visto que os diversos tipologias de rochas apresentam-se em cotas
irregulares conforme informações secundárias da bibliografias de estudos realizados ao
longo no entrono da área do projeto, Franzinelli & Piuci (1980), Eiras & Kinoshita (1988),
Franzinelli & Igreja (1990), Cunha (1991), Bemerguy & J.B.S. Costa (1991), J.B.S. Costa
et al. (1993, 1994, 1995), Fernandes Filho et al. (1995), Bemerguy et al. (1995), Borges
et al. (1995a, b) e Ferreira Jr. et al. (1996).

5.4.5 CONTEXTO GEOMORFOLÓGICO – AID/ADA

A área de influência direta do Projeto Pedra Branca, foi definido como um Buffer de 5000
m no entorno do projeto, entrecortando 2 unidades geomorfológicas discriminadas em
3 modelados de relevos distribuídos, 3 unidades de formas de acumulação, 1 unidades
de aplainamento e 1 formas de dissecação.

5.4.5.1 Caracterização das Unidades Geomorfológicas da AID/ADA.

A interpretação das imagens Resourcesat e SRTM (Rabus et al., 2003) e as


observações de campo indicam que os componentes estruturais e litológicos são os
fatores mais relevantes na configuração dos padrões geomorfológicos gerais da área.

A morfologia da área é caracterizada por uma variedade de tipologias de relevo, relevos


tabulares com forte dissecação fluvial que propicia a formação de relevos
degradacionais, relevos de aplainamento e relevos de acumulação. A sustentação dos
topos, se dá pelo controle estrutural nos tipos litológicos presentes, propicia, também, a
formação de relevos residuais de formas de morros, gradando para superfícies de colina
na base do relevo.

Neste sentido, foram definidas para a área de influência direta do Projeto tres unidades
de modelados de relevo distintas, correspondendo às unidades de Áreas Dissecadas,
Formas de Erosão/aplainamento e Formas de Acumulação, conforme as unidades de
modelado de relevo apresentadas a seguir (Figura 5.4-7).

O mapa de declividade é mostrado na Figura 5.4-8 e discutido em cada unidade de


relevo.

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Figura 5.4-7 – Ocorrência das formas de relevo da área do Projeto Pedra Branca.

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Figura 5.4-8 – Mapa de declividade da AII do Projeto Pedra Branca

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5.4.5.1.1 Formas de Acumulação

Essas formas ocorrem predominantemente ao longo das drenagens da AII-AID, nas


várzeas dos rios que drenam a área do projeto Pedra Branca.

Planície e terraço – Aptf

Áreas planas resultantes de acumulação fluvial, periodicamente alagadas, comportando


meandros abandonados e cordões arenosos. Ocorrem nos vales com preenchimento
aluvial, contendo material fino a grosseiro, pleistocênico e holocênico. São identificados
em conjunto devido à limitação de representação nesta escala de mapeamento. A
Figura 5.4-9 mostra a variação topográfica nesta forma de relevo.

Figura 5.4-9 – Perfil topográfico sobre a unidade relevo formas de acumulação, mostrando
a variação da topografia nesta unidade.

A declividade nesta unidade caracteriza a área como de baixa e média d com


predomínio das baixas declividades menor que 3,6 % na área da AII.

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5.4.5.1.2 Formas Dissecadas

Na área de influência do projeto as formas de relevo dominantes são as diferentes


formas de dissecação, cuja altimetria varia de 220 a 235 m, e que conforme pode ser
visualizado nas unidades listadas a seguir.

 DA

Dissecação resultante em um conjunto de formas de relevo de topos estreitos e


alongados, esculpidas em rochas cristalinas e, eventualmente, em sedimentos,
denotando controle estrutural, definidas por vales encaixados, produto da Pediplanação
pleistocênica, que isolou blocos de relevos residuais em litologias mais resistentes do
Proterozóico.

 DC

Dissecação resultante em um conjunto de formas de relevo de topos convexos, em geral


esculpidas em rochas cristalinas e, eventualmente, também em sedimentos, às vezes
denotando controle estrutural, definidas por vales pouco profundos, apresentando
vertentes de declividade suave.

 Dei

Dissecação caracterizada pelos relevos fortemente controlados pela estrutura, em que


os processos de dissecação foram orientados por fraturas e falhas. Os topos nivelados
retratam atuação de antiga pediplanação sobre cobertura sedimentar mantida por nível
de couraça. E dominam as áreas escarpadas e pequenas colinas. O detalhamento desta
unidade pode ser visualizado na Figura 5.4-10.

Figura 5.4-10 – Perfil topográfico sobre a unidade relevo dissecadas, mostrando a variação
da topografia nesta unidade.

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A declividade nesta unidade caracteriza a área como de baixa e média d com


predomínio das baixas declividades menor que 9% na área da AII.

Observa-se na Figura 5.4-11 a Figura 5.4-13 fotos em detalhe desta unidade de relevo
presentes nas áreas de Influência do Projeto Pedra Branca.

Figura 5.4-11 – Relevo plano com predomínio de declividades inferior a 4%. AID do Projeto
Pedra Branca. Registro fotográfico em novembro de 2015.

Figura 5.4-12 – Relevo plano levemente ondulado com declividades de 4% a 6%. ADA do
Projeto Pedra Branca. Registro fotográfico em novembro de 2015.

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Figura 5.4-13 – Relevo plano levemente ondulado com declividades de 4% a 9%. Vista da
ADA do Projeto Pedra Branca. Registro fotográfico em novembro de 2015.

5.4.5.1.3 Formas de Erosão/Aplainamento

As superfícies pediplanas (Pri) dominam quase que exclusivamente as formas de relevo


em um nível de cota topográfica entre 240 a 350 m aproximadamente.

Pediplano Retocado Inumado/Desnudado – Pri, Pru

Superfície de aplanamento elaborada durante fases sucessivas de retomada de erosão,


sem, no entanto, perder suas características de aplanamento, cujos processos geram
sistemas de planos inclinados, às vezes levemente côncavos. Pode apresentar
cobertura detrítica e/ou encouraçamentos com mais de um metro de espessura,
indicando remanejamentos sucessivos (Pri). Ocorre nas depressões pediplanadas
interplanálticas e periféricas tabuliformes e no sopé de escarpas que dominam os níveis
de erosão inferiores e eventualmente nos topos de planaltos e chapadas ao longo dos
vales.

A unidade de relevo caracterizada por formas de erosão em Pediplano Degradado


Inumado/Desnudado (Pgi) ocorre na área onde está concentrada os furos de sondagens
esta unidade e caracterizada pelas maiores elevações na área de pesquisa sustentada
pelas rochas cristalinas.

A Figura 5.4-14 mostra o perfil topográfico, mostrando a variação altimetrica nesta forma
de relevo.

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Figura 5.4-14 – Perfil topográfico sobre as formas de relevo erosão/aplainamento na AII,


mostrando a variação da topografia nesta unidade.

A declividade nesta unidade caracteriza a área como de média a alta com predomínio
altas declividades maior que 10 % na área da AII.

Observa-se na Figura 5.4-15 foto em detalhe desta unidade de relevo presentes nas
áreas de Influência do Projeto Pedra Branca.

Figura 5.4-15 – Relevo de morros com declividades superior 9% na região do Projeto Pedra
Branca. Registro fotográfico em novembro de 2015.

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5.4.5.1.4 Características dinâmicas das formas de relevo

Todos os processos que modelaram e atuaram na dinâmica do relevo da região estão


intimamente ligados, segundo King (1956), a partir da atuação de três ciclos de erosão,
a saber:

Em um primeiro estágio a atuação do Ciclo Sulamericano – Onde ocorreu a principal


fase de erosão do Terceario Inferior ao Médio, através de intensa denudação erodiu as
partes elevadas, subsidiando as bacias mais próximas. No final do ciclo, apresentou um
panorama de área aplainada, cuja superfície constitui os topos residuais.

Em um segundo estágio a atuação do Ciclo das Velhas – que iniciou com atuação
tectônica após novos soerguimentos na região com a retomada erosional, sendo que as
camadas terciárias do Grupo Barreiras sofreram grandes aplainamentos devido a sua
pouca resistência e outras formações mais antigas foram preservadas devido ao
espesso perfil laterítica.

Em um terceiro estágio a atuação do Ciclo Paraguassu – cujos processos das atividades


iniciaram desde o Holoceno e estariam mais relacionados à formação das planícies de
terraços dos rios da região. Foi também responsável pela dissecação e erosão dos
sedimentos do Grupo Barreiras, o qual está vigente até o presente.

5.4.6 DINÂMICA SUPERFICIAL

A descrição e análise dos tipos de relevo da região mostram um domínio da presença


de superfícies de aplainamentos representadas pelos platôs onde ocorrem as
mineralizações de Bauxita. Esta área é caracterizada como pouco susceptíveis à ação
de processos erosivos superficiais, do tipo erosão laminar e em sulco, que tem
ocorrência restrita e de baixa intensidade, devido à presença de encostas com pequena
inclinação e à cobertura argilosa. Contudo a baixa permeabilidade dos solos de textura
muito argilosa e as baixas inclinações favorecem a formação de áreas encharcadas e
de alagadiços como ocorre na área de várzea do Rio Parauapebas em sua AII. Contudo
a zona de contato com o a unidade de dissecação, que é feita por segmento de encosta
íngreme e em alguns pontos escarpados, caracteriza áreas não susceptíveis à
ocupação devido a sua inclinação e a possibilidade de ocorrência de escorregamentos
e ravinas, principalmente nas áreas sujeitas à interferência antrópica.

O relevo dissecado em interflúvios tabulares, ravinas e vales encaixados caracterizam


terrenos susceptíveis a ação de processos erosivos superficiais tais como: erosão
laminar, erosão em sulcos e voçorocas, os quais se desenvolvem com maior intensidade
ao longo de caminhos e estradas e nas áreas desmatadas para agricultura.

A erosão laminar é um processo que ocorre mesmo em áreas de florestas, sendo


responsável pela remoção de areia para os canais fluviais. A erosão em sulcos é um
processo de ocorrência generalizada ao longo das drenagens de estradas, formando
ravinas com profundidade de até 1 m. O material removido comumente é transportado
para o fundo do vale onde provoca assoreamento dos canais fluviais.
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ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

A frequência e a intensidade dos processos erosivos e de assoreamento, nesta unidade


de relevo, devem ser atribuídas à presença de espessa cobertura detrítica areno-
argilosa e à inclinação de suas encostas. Essas características tornam esse relevo
susceptível à ocupação antrópica que intensifica a ação dos processos erosivos e
consequentemente de assoreamento dos canais fluviais.

As Escarpas são os relevos mais susceptíveis à ocupação antrópica devido à inclinação


das encostas e à ocorrência frequente de escorregamentos planares e
desmoronamentos, de média intensidade. Os desmoronamentos aos processos de
ravinamento e rastejo têm ocorrência localizada e de média intensidade, sendo mais
frequente sobre o material escorregado.

5.5 HIDROGEOLOGIA

5.5.1 INTRODUÇÃO

A hidrogeologia da área do Projeto Pedra Branca é apresentada considerando os


principais domínios hidrogeológicos, os quais são relacionados às características
litológicas das rochas da região. As pesquisas hidrogeológicas tiveram como base três
grandes unidades geológicas, representadas pelo Embasamento Cristalino ou Craton
Amazônico e pelas Bacia Carajás e as aluviões (Figura 5.5-1).

De acordo com a distribuição dos diferentes tipos de rocha que compõem uma
determinada região e as condições hidrogeológicas que se configuram, podem ser
identificados os domínios aquíferos, cujas características apontam para uma maior ou
menor propensão do meio a se contaminar. Uma metodologia de avaliação da
vulnerabilidade natural dos aquíferos à contaminação foi desenvolvida por Foster &
Hirata (1988). Tal metodologia, denominada GOD, tem sido aplicada como subsídio à
elaboração de diagnósticos ambientais. Esta metodologia permite identificar cinco
classes de vulnerabilidade natural: extrema, alta, moderada, baixa e negligenciável (e.g.
FOSTER; HIRATA, 1988; FOSTER et al., 2002).

O conceito de vulnerabilidade pressupõe, inicialmente, o reconhecimento das condições


de inter-relação das características intrínsecas de determinado ambiente aquífero,
representando assim, a sensibilidade desse meio em ser afetado adversamente por uma
carga contaminante imposta.

A carga contaminante pode ser entendida como aquela que decorre de qualquer
atividade humana que possa causar algum tipo de alteração na qualidade das águas
subterrâneas, tornando-a imprópria para um uso específico. A carga contaminante pode
variar com o tempo, entretanto, a vulnerabilidade natural é praticamente fixa (HIRATA,
1997).

Desse modo, o enfoque do presente diagnóstico ambiental busca retratar as condições


hidrogeológicas em que se encontram os diferentes tipos de rochas, discernindo, dentre

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suas características hidrogeológicas, os distintos graus de vulnerabilidade existentes


nesses ambientes aquíferos.

Conforme citado por Foster e Hirata (1987), a vulnerabilidade dos aquíferos varia em
função da condição em que se encontra o ambiente, quanto a dois aspectos
preponderantes, sendo:

 Acessibilidade da carga poluente à zona saturada do aquífero, em termos de sua


maior ou menor capacidade de conexão hidráulica.
 Capacidade de atenuação natural da cobertura correspondente à zona não-
saturada do aquífero (aquitardo ou zona aerada), como resultado de suas
propriedades físicas de retenção e de reações químicas com determinado
contaminante.

As limitações práticas, no entanto, relativas à disponibilidade de dados adequados


tornam o mapeamento da vulnerabilidade natural uma ferramenta auxiliar importante,
mas que deve ser encarada com reservas (FOSTER; HIRATA, 1987). Tendo em vista o
caráter regional do estudo, pode-se assumir que essa ferramenta funciona, ainda que
de forma genérica, como uma base orientadora voltada a ações preventivas e de
controle ambiental.

Quanto aos procedimentos de análise, os autores supracitados pontuam que os


componentes adotados no esquema geral de classificação da vulnerabilidade dos
aquíferos não podem ser medidos diretamente, sendo obtidos através de combinações
entre diversos fatores que, na realidade, nem sempre são definidos com rigor. Diversos
dados relacionados a estes fatores não se encontram disponíveis, em geral, sendo
necessariamente estimados. Assim, uma simplificação da lista de parâmetros a serem
estimados torna-se inevitável, no sentido de promover uma coleção de dados mais
realista, perseguindo-se as seguintes informações:

 Tipo de ocorrência das águas subterrâneas.


 Características gerais dos aquíferos, em termos litológicos, e o grau de
consolidação dos materiais que servem de cobertura à zona saturada do aquífero
(aquitardo ou zona aerada).
 Profundidade do nível d’água ou a direção de fluxo subterrâneo (no caso de
aquíferos confinados).

Os procedimentos metodológicos propostos por Foster (1987), para a avaliação da


vulnerabilidade natural dos aquíferos envolve alguns estágios fundamentais mostrados
na figura 2.

O primeiro, e mais importante, refere-se à identificação das formas de ocorrência das


águas subterrâneas, com a subsequente indexação desse parâmetro, entre os valores
de uma escala que deve variar de 0,0 a 1,0.

60
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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 O segundo é a especificação (a) do tipo de material que cobre a zona saturada do


aquífero, sendo aqui designada de zona aerada ou aquitardo, em termos de seu
grau de consolidação e da presença ou ausência de porosidade secundária
(fissuras/fraturas), e (b) as características litológicas no que se refere
indiretamente à porosidade, permeabilidade, teor de umidade e retenção
específica da zona aerada.
 Como última etapa, o conhecimento da profundidade do nível d’água no caso de
aquíferos livres, e a direção do fluxo subterrâneo no caso de aquíferos confinados,
culminando numa indexação de valores desses parâmetros entre 0,4 e 1,0.

Como propostas gerais para a avaliação dos distintos graus de vulnerabilidade dos
aquíferos, Foster e Hirata (1987) recomendam que:

 A litologia predominante relacionada à cobertura correspondente à zona aerada


ou aquitardo seja utilizada nas avaliações.
 As condições das águas subterrâneas sejam consideradas como aquíferos livres,
no caso de haver alguma dúvida quanto à continuidade e às propriedades do
suposto sistema confinado.
 O aquífero mais raso deve ser considerado, exceto no caso da presença de
aquíferos suspensos ou de aquíferos constituídos em zonas de capeamentos do
manto de intemperismo.

Os procedimentos metodológicos adotados para a elaboração do diagnóstico


hidrogeológico da AID foram:

 Seleção da documentação existente sobre a AII, sendo catalogados os mapas


geológicos em distintas escalas. Nesse sentido, cumpre ressaltar a existência de
cartas geológicas em escala 1:250.000.
 Atividades de campo destinadas aos levantamentos básicos de reconhecimento
da área e de cadastramento de pontos d’água, usuários e documentação
fotográfica. Os trabalhos de campo e pesquisa bibliográfica evidenciaram a
existência de usuários de águas subterrâneas por poços tubulares, no entorno do
Projeto Pedra Branca.
 Organização do tema geologia, a fim de compor uma base de serviços
abrangendo o a cobertura da AII. Considerando a AII, o mapeamento está
disponível na escala regional 1:250.000, oriundo do Projeto Levantamentos
Geológicos Básicos - PLGB, e compilação dos dados geológicos contidos nas
folhas de mapeamento geológico que recobrem o Projeto Pedra Branca.
 Delimitação das unidades hidrogeológicas complementares, no âmbito da
atualização do diagnóstico ambiental, tendo como apoio a base geológica
georreferenciada editada por CPRM compatível a escala regional 1:250.000,
recortada pela AID/AII do Projeto Pedra Branca
 Aplicação da metodologia GOD (FOSTER e HIRATA, 1987) para avaliação da
vulnerabilidade natural dos aquíferos. Esse método consiste, inicialmente, no
mapeamento dos tipos de rocha existentes, e o zoneamento referente às

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características litológicas intrínsecas dos materiais quanto às condições de


acessibilidade hidráulica e de atenuação de contaminantes em potencial.

A água subterrânea além de constituir-se num importante recurso para utilização é


também um constituinte fundamental do meio ambiente e de sua conservação. Os
recursos hídricos subterrâneos do Pará são ainda pouco conhecidos, sendo que na
região sudeste há uma grande lacuna de conhecimentos hidrogeológicos. A Figura
5.5-1, mostra a disposição espacial das unidades geológicas na área.

Figura 5.5-1 – Principais unidades geológicas presentes na AII e entorno.

Fonte: Vazques et all. 2008

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Figura 5.5-2 – Esquema de identificação dos índices de vulnerabilidade dos aquíferos, a


partir da caracterização dos componentes hidrogeológicos.

5.5.2 HIDROGEOLOGIA DO EMBASAMENTO CRISTALINO

O Embasamento Cristalino ou Craton Amazônico faz parte do Escudo Brasil Central e


situa-se na Região Sudeste do Pará. Possui litologia com rochas de variados graus de
metamorfismo e intrusões. O projeto encontra-se localizado no Domínio Carajás (Figura
5.5-2).

As rochas dessas unidades geológicas apresentam, devido às atividades tectônicas,


fendas, fraturas e falhas e, devido à ação climática e intenso intemperismo, o manto de
alteração atinge em alguns locais, mais de 100 m de espessura. Local esse de maior
favorabilidade para ocorrência da água subterrânea, e como este está intimamente
relacionado a recarga pela precipitação pluviométrica, será tratado aqui como aquífero
livre.

5.5.2.1 Parâmetros Hidrodinâmicos em Rochas Cristalinas

O comportamento hidrodinâmico de rochas cristalinas e diferenciado das rochas


sedimentares, um exemplo abaixo mostra o comportamento dos parâmetros
Condutividade Hidráulica, Transmissividade e Coeficiente de Armazenamento com a
profundidade.

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Figura 5.5-3 – Modelo hidrogeológico conceitual do aqüífero no embasamento cristalino


alterado na África.

Fonte: Foster, 1984 modificado por Chilton e Forster, 1995

Figura 5.5-4 – Variação da Condutividade Hidráulica em função da abertura da fratura e do


espaçamento da freqüência de Hoek e Bray.

Fonte: Hoek e Bray, 1981

A rocha cristalina não alterada e não fraturada tem menos que 1% de porosidade e a
permeabilidade é tão pequena que pode ser considerada desprezivel (DAVIS e TURK,
1964).

A porosidade da rocha sã geralmente varia entre 0,1 e 1%, enquanto a rocha alterada
pode ser até 45% de porosidade. A condutividade Hidráulica varia de 10-6 a 10-3 m/s,
dependendo também da intensidade do intemperismo e do grau de fraturamento. O
intemperismo e o grau de fraturamento dependem da profundidade e causam variações
na distribuição da capacidade específica.

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A permeabilidade é determinada pela abertura da fratura, que por sua vez, é governada
pelas propriedades geomecânicas da rocha (BANKS & ROBINS, 2002). De fato, a teoria
pode mostrar que uma simples fratura de 1,0 mm de abertura pode trasmitir mais água
do que 900 fraturas paralelas planares de 0,1 mm de abertura.

Figura 5.5-5 – Distribuição dos valores de porosidade e capacidade especifica em rochas


cristalinas estimados em testes de laboratório.

Fonte: Stewart, 1962

Figura 5.5-6 – Correlação entre Transmissividade e a capacidade especifica de poços da


região de Jundiaí.

Fonte: Bertachini 1987

A importância dessas características intrínsecas das rochas cristalinas se dá pela


extensão de terrenos desse tipo e, muito pouco se sabe acerca da hidrogeologia desses
terrenos. Nesse estudo utilizaremos as principais informações disponíveis acerca do
tema.

5.5.2.2 Hidrogeologia do Domínio Carajás

Localizado no sudeste do Pará e ao norte do Domínio Rio Maria é composto por


metamorfitos, granitoides, migmatitos, tonalitos, granulitos, anfibolitos e granodioritos.

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Essa região com rochas cristalinas e rochas de alto grau de metamorfismo pertence ao
Domínio Hidrogeológico do Cristalino e de Metassedimentares, domínios estes que são
relacionados às características litológicas das rochas.

A tectônica nesse domínio apresenta estruturas alinhados nas direções NNW-SSE a


NW-SE e NE-SW. No Domínio Carajás ocorre os cinturões de cisalhamento do
Itacaiúnas e do Araguaia, com feições de alinhamentos ou feixes, às vezes retilíneos,
às vezes sinuosos, os quais estão relacionados às falhas e aos fraturamentos, com
direção N-S. O cinturão de cisalhamento condicionou em sua área de ocorrência o
armazenamento da água subterrânea.

A litologia apresenta essas rochas com fendas, fissuras, falhas e com manto de
intemperismo.

O comportamento da água subterrânea nessa área é em grande parte condicionado


pela geomorfologia, compreendendo as serras e platôs e topos restritos da unidade
geomorfológica do Planalto Dissecado do Sul do Pará e os Vales Encaixados,
originando bacias internas na unidade geomorfológica de Depressões Periféricas.

A hidrogeologia apresenta rochas de porosidade fissural e secundária possibilitando a


infiltração da água pluvial, armazenamento e circulação da água subterrânea. Essas
rochas apresentam reservatórios descontínuos, aleatórios e de pequena extensão. As
rochas de porosidade secundária apresentam maior extensão.

A litologia apresenta rochas com fendas, fissuras, falhas e com manto de intemperismo,
constituindo-se em zonas de recarga da água subterrânea.

A água pluvial infiltrada nas serras e platôs é descarregada nas surgências e nos riachos
originados a partir das mesmas, em vales encaixados, formando bacias internas, com
padrão de drenagem dendritíco.

As depressões periféricas com manto de intemperismo e depósitos de colúvio


constituem-se em zona de descarga da água subterrânea. Essa zona armazena e
transmite a água subterrânea. Nessa zona ocorre também alimentação da água
subterrânea através da infiltração direta e/ou diferencial.

O colúvio e o manto de intemperismo das bacias internas são em grande parte, de


constituição essencialmente argilosa, sendo lenta a velocidade de circulação da água
subterrânea.

A circulação da água subterrânea ocorre essencialmente através das zonas de maior


potencial hidráulico para as zonas de menor potencial, ou seja, das partes mais
elevadas do terreno para as partes de topografia mais baixas, mantendo a drenagem
da água superficial. Durante a estação seca as surgências perenes, os riachos, igarapés
e rios são alimentados pelo fluxo de base da água subterrânea.

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Desse modo, apresenta-se a seguir, a caracterização dos principais atributos


hidrogeológicos existentes levantados através de estudos dessa unidade geotectônica
(Golder Associates, 2008).

Aquífero Cristalino do Complexo Granítico Cigano: constituído por anfibólio, biotita


monzogranito, microgranito, monzogranito, sienogranito. Os aquíferos instalados
nessas rochas constituem-se pelas zonas dos mantos de alteração superficial poroso e
pelas zonas fraturadas em profundidade. Distribuem-se regionalmente na forma do
manto poroso, apresentando vazões baixas voltadas ao atendimento de demandas
domésticas através de poços tipo cisternas, com profundidades máximas de 10 m. As
unidades fraturadas podem ser exploradas a partir de poços mais profundos (até 150
m), perfurados em rocha sã, para vazões médias em torno de 5 a 10 m3/h, sendo as
águas doces em geral e de boa qualidade.

Sistema Rio Novo: possui rochas que, devido à sua grande heterogeneidade
composicional, podem apresentar desde zonas favoráveis ao armazenamento e à
circulação das águas subterrâneas, através de formações ferríferas bandadas de
elevada produtividade e águas de boa qualidade e baixa salinidade, como também,
aquitardos compostos por basaltos e filitos. Ocorrem ainda aquíferos pobres
constituídos por gabronoritos, metarenitos e quartzitos, com distribuição local, extensão
variável e produtividade entre 5 e 15 m3/h, com águas doces e de boa qualidade,
podendo, localmente, apresentar salinidade moderada.

Sistema Águas Claras: representado basicamente por arenitos e conglomerados de


distribuição regional, podendo apresentar unidades de aquitardos de extensão variável
constituídos por siltitos e pelitos. Produtividade variável entre 5 e 40 m3/h, águas doces,
de boa qualidade em geral.

Sistema Hidrogeológico do Complexo Xingu: aquitardos e aquíferos pobres relativos


ao manto inconsolidado de intemperismo de rochas anfibolíticas, graníticas, gnáissicas
e metabásicas. Aquíferos fraturados em rocha sã, em profundidade média máxima
variando entre 15 e 80 m. Distribuição aleatória e extensão variável. Produtividade
aproximada entre um e 20 m3/h, águas doces, de boa qualidade em geral.

Aquitardos Parauapebas: representado por metabasaltos, metadacitos e metariolitos;


correspondentes a zonas de baixa permeabilidade, imprestável à produção de água
regional, sendo nestes locais a água de qualidade básica, com salinidade média.
Ocupam, juntamente com os metassedimentos representados pelas formações
ferríferas bandadas da Formação Carajás, o grupamento geomorfológico da Serra do
Rabo, na porção central do traçado do RFSP.

Aquífero Carajás: corresponde às rochas metassedimentares de formações ferríferas


que podem conter unidades porosas e fraturas portadoras de água. Podem distribuir-se
regionalmente por grandes extensões, com potencial elevado de produtividade, com
poços profundos de até 250 m3/h. As águas são de boa qualidade e de baixa salinidade.

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Aquíferos Cristalinos do Complexo Granítico Estrela: constituídos por granitos,


granodioritos e tonalitos, esses aquíferos constituem-se pelas zonas dos mantos de
alteração superficial poroso e pelas zonas fraturadas em profundidade. Distribuem-se
regionalmente na forma do manto poroso, apresentando vazões baixas voltadas ao
atendimento de demandas domésticas através de poços mais profundos, perfurados em
rocha sã, com vazões médias variando em torno de 5 a 10 m3/h. As águas são doces e,
em geral, de boa qualidade.

Embora não existam dados hidrogeológicos no cadastro do SIAGAS dentro dos limites
da AID, ressalta-se que os poços apresentam uma boa favorabilidade hidrogeológica.
Destaca- se ainda que foram identificadas propriedades ao longo da AII, que fazem uso
de água subterrânea através de poços escavados (cacimbas), refletindo, portanto, uma
certa potencialidade dos aquíferos. A figura 1 mostra o mapa geológico do Domínio
Carajás, mostrando que o Projeto Pedra Branca atravessa somente o Complexo de
rochas graníticas e o complexo Pium.

As características hidrogeológicas se alteram à medida que se percorre esta unidade


geotectônica. Considerando a extensão total de seu domínio de abrangência, os trechos
dominados por rochas cristalinas, seja do Complexo Xingu, do Complexo Pium, são
constituídos por rochas cuja afinidade para armazenamento e transmissividade dá-se
apenas através de fissuras da rocha em profundidade, ou pelos mantos de intemperismo
que podem fornecer pequenas quantidades de água subterrânea. A ocorrência desses
domínios acontece, principalmente, no entorno da Serra Sul de Carajás e abrange a
área do Projeto Pedra Branca (Golder Associates, 2008).

Há ainda nesse trecho, uma faixa compreendida pelo Sistema Rio Novo, com zonas
favoráveis ao armazenamento e à circulação das águas subterrâneas, de boa qualidade
e baixa salinidade (Golder Associates, 2008).

Em maior proporção, têm-se as rochas da Formação Parauapebas, as quais se mostram


pouco permeáveis, constituindo, na maioria das vezes, aquitardos que são imprestáveis
para produção de água subterrânea, devido à sua baixa vocação para armazenamento
e transmissividade. Esse domínio compõe grande parte da área correspondente à Serra
do Rabo, onde há também pequenas porções compostas pelo Aquífero Carajás, de
áreas porosas e com fraturas portadoras de água (Golder Associates, 2008).

Já as rochas areníticas e pelíticas da Formação Águas Claras podem oferecer alguma


possibilidade de aproveitamento das águas subterrâneas, onde as frações argilosas
sejam inexpressivas. (Golder Associates, 2008).

Os domínios relacionados à vulnerabilidade alta equivalem basicamente aos trechos


ocupados pelos arenitos da Formação Águas Claras, em face do predomínio de
ambientes aquíferos com elevada transmissividade e condutividade hidráulica, em
geral, além dos locais ocupados por zonas de recarga (Golder Associates, 2008)..

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Os domínios de vulnerabilidade moderada ocorrem na maior parte da área, destacando-


se aqueles embutidos nos complexos cristalinos Xingu, Estrela, Cigano e Pium face ao
potencial mais elevado de alteração de seus materiais constituintes resultarem em solos
arenosos de maior condutividade hidráulica. Também se encontram nessa categoria as
rochas do Sistema Rio Novo, cuja heterogeneidade litológica pode exibir afloramentos
de rochas metareníticas e itabiríticas com nível d’água relativamente raso (Golder
Associates, 2008).

Em relação aos domínios compreendidos pelos terrenos ocupados pelas rochas


vulcânicas ou por seus produtos de alteração mais argilosos, foi atribuída uma condição
de baixo grau de vulnerabilidade natural, como no caso da Formação Parauapebas
(Golder Associates, 2008).

5.5.2.3 Hidrogeologia dos Aluvioes na área do Projeto Pedra Branca

A zona aluvionar é constituida de areia, argila e cascalhos inconsolidados, distribuindo-


se ao longo das drenagens dos Rios Parauapebas e Plaque. São bastantes variáveis,
podendo, localmente, ultrapassar 10 m de espessura. As suas caracteristicas litologicas
possibilitam boas permeabilidade e porosidade, porém suscetiveis a
contaminação/poluição. O interesse hidrogeológico dessa zona se restringe as
espessuras de maior profundidade e onde predominem facies mais arenosos. Na area
de ocorrencia dessa unidade foram cadastradas algumas unidades de poços
escavados, cujas profundidades variam de 4m a 12m, alcançando um valor médio de
8m. Esses poços, dependendo da sua posição topográfica, secam durante os períodos
de maiores estiagens.

5.5.2.4 Informações Hidrogeológicas dos poços.

Durante os trabalhos de campo e pesquisando na Base de dados do SIAGAS. Foram


avaliados os dados construtivos de 31 poços a partir do qual podemos descrever dois
tipos de aquíferos que ocorrem nessa unidade, o primeiro de origem sedimentar
pertence ao quaternário aluvionar e das coberturas intempéricas de rochas básicas das
rochas aflorantes. O segundo fissural, em rochas cristalinas em subsuperfície e/ou ao
manto de alteração dessas rochas.

 Aquíferos de origem sedimentar

Na base do SIAGAS, não tem-se cadastrados poços nessa unidade, no entanto em


pesquisa de campo foram identificados poços em aluviões em áreas fora do AII do
empreendimento os mesmos estão perfurados e tem seus filtros aluviões, nestes
aquiferos a vazão varia de 5 a 20 m³/h em decorrência do acumulo de água nesses
depositos aluvionares. As informações desses aquiferos na área são imprecisas, visto
que poucos poços foram construídos nessa unidade aquifera.

 Aquíferos de origem cristalina

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Todos os poços cadastrados na base do SIAGAS, no entorno da AII, foram construídos


em aquíferos em fraturas de rochas cristalinas. Os poços estão locados em diversas
formações geológicas, desde rochas maficas-ultramáficas, granitos, dioritos e complexo
de rochas metamórficas de alto grau. Foram avaliados os parâmetros Profundidades,
Vazão, Nível Estático e Nível Dinâmico dos poços. A Figura 5.5-7 mostra as localizações
desses poços.

Com relação a profundidade os poços em sua maioria foram construídos entre 18 a 227
metros, credita-se a isso a construção de poços no manto de alteração dessas rochas,
que pode variar em alguns locais em até 100 m. A maioria dos poços construídos na
profundidade são em torno de 100 metros (Figura 5.5-8).

O NE desses poços variou de 2,17 m a 42,00 m, demostrando a forte relação destes


poços a recarga e a presença de aluviões (Figura 5.5-9).

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Figura 5.5-7 – Mapa de localização dos poços cadastrados no SIAGAS.

O ND desses poços variou de 5,3 m a 102,00 m, sendo que a maioria dos poços
apresenta ND entre dois conjuntos entre 14,5 e 60,0. a forte concentração nessas faixas
pode estar relacionada a presença de fraturamentos trativos que armazenam água
subterrânea (Figura 5.5-10).

A vazão dos poços varia de 0,1 a 49,5 m3/h, concentrando-se na faixa de 0,1 a 4,22
m3/h, vazão características de rochas cristalinas fraturadas (Figura 5.5-11).

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Figura 5.5-8 – Gráfico estatístico da Frequência x Profundidades dos poços, em aquíferos


em rochas Cristalinas, construídos no entorno da área projeto Pedra Branca.

Figura 5.5-9– Gráfico estatístico da Frequência x NE (Nível Estático) dos poços, em


aquíferos em rochas Cristalinas, construídos no entorno da área projeto Pedra Branca.

Histograma
16 120,00%
14 100,00%
12
80,00%
Freqüência

10
8 60,00%
6 40,00% Freqüência
4 % cumulativo
2 20,00%
0 0,00%
12,75 Mais 3 32,25 22,5
NE

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Figura 5.5-10 – Gráfico estatístico da Frequência x ND (Nível Dinâmico) dos poços, em


aquíferos em rochas Cristalinas, construídos no entorno da área projeto Pedra Branca.

Histograma
7 120,00%
6 100,00%
5
80,00%
Freqüência

4
60,00%
3 Freqüência
40,00%
2 % cumulativo
1 20,00%

0 0,00%
29,475 77,825 Mais 53,65 5,3
ND

Figura 5.5-11 – Gráfico estatístico da Frequência x Vazões dos poços, em aquíferos em


rochas Cristalinas, construídos no entorno da área projeto Pedra Branca.

Histograma
7 120,00%
6 100,00%
5
80,00%
Freqüência

4
60,00%
3 Freqüência
40,00%
2 % cumulativo
1 20,00%

0 0,00%
29,475 77,825 Mais 53,65 5,3
Vazão m3/h

5.5.2.5 Avaliação de Vulnerabilidades dos Aquíferos

Do ponto de vista ambiental, diante do contexto hidrogeológico apresentado, o objetivo


principal é identificar os distintos domínios de vulnerabilidade natural dos aquíferos a
partir das configurações que podem ser obtidas aplicando-se a metodologia (GOD),
apresentada anteriormente, conforme proposição de Foster & Hirata (1987).

Desse modo, tendo-se observado os diferentes tipos litológicos existentes no Emntorno


da AII do Projeto Pedra Branca, que corta essa unidade geotectônica, e sua distribuição
espacial, apresenta-se na Tabela 5.5-1, a seguir, as relações entre os parâmetros de
interesse na análise, conforme Foster & Hirata (1987).

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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Tabela 5.5-1 - Resultados da avaliação dos índices de vulnerabilidade dos aquíferos.

Parâmetros indicadores dos Graus de


Resultados dos produtos /
Vulnerabilidade dos aquíferos (Valor
Classificação
GOD, Fig.1)
Grupo / Formação Tipos litológicos
Profundidade
Tipo de Produto
Litologia do nível Vulnerabilidade
aquifero (valores)
d’água

Granitóides,
anfibolitos,
gnaisse,
Complexo Xingu 0,7 0,5 0,9 0,315 Moderada
dioritos,
granulitos e
metabásicas
Dacitos,
Fm. Parauapebas Andesitos,
Riolitos e
Metabasaltos/ 0,6 0,4 1 0,24 Baixa
Produtos de
alteração

Formação
Ferrífera
Fm. Carajás 0,9 1 0,6 0,54 Alta
Bandada,
jaspelito
Arenito,
Siltitos,
Fm. Águas Claras Pelitos e 1 1 0,7 0,7 Alta

Conglomerados
Granitos,
Granitos Estrela e
dioritos e 0,7 0,5 0,9 0,315 Moderada
Carajás
tonalitos
Monzogranitos,
Complexo Cigano biotita granitos, 0,7 0,5 0,9 0,315 Moderada
sienogranitos.
Basaltos,
filitos,
form. ferríferas,
Sistema Rio Novo 0,8 0,8 0,7 0,448 Moderada
gabronoritos,
metarenitos e
quartzitos
Fonte: Modificado de Golder Associates, 2008.

Cumpre salientar que os índices adotados com base na metodologia GOD de Foster &
Hirata (1987), apresentados na Tabela 1, levam em consideração, além da tipologia
aquífera local, os tipos de produtos esperados quanto à constituição do manto de
alteração, se mais argiloso ou arenoso, e a profundidade do nível d’água que, neste
caso, reflete uma aproximação de valores esperados perante seu posicionamento no
cenário geomorfológico local. Por outro lado, as zonas de recarga são também incluídas
como áreas de vulnerabilidade elevada.

74
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Conforme os tipos de rocha descritos anteriormente, apenas uma pequena parte das
mesmas deve conter, majoritariamente, tipologias aquíferas cujos fluxos ocorram em
meio poroso, quais sejam: os arenitos da Formação Águas Claras e parte das formações
ferríferas bandadas (Formação Carajás), cujas zonas constituídas pelos bandamentos
de quartzo podem ter originado porções friáveis no interior dos maciços, que constituem
essas formações ferríferas, a partir da solubilização da sílica. Além dessas litologias,
apenas os materiais de cobertura provenientes do intemperismo das rochas, na forma
de solos residuais, podem

promover a existência de aquíferos porosos. Todos os demais tipos de rocha


correspondem aos sistemas aquíferos, cuja dinâmica de fluxos se dá por meio de
porosidades secundárias, ou seja, através da circulação da água subterrânea em
fraturas e fissuras dos materiais coesos.

Os domínios relacionados à vulnerabilidade alta equivalem basicamente aos trechos


ocupados pelas unidades ferríferas da Formação Carajás e pelos arenitos da Formação
Águas Claras, em face do predomínio de ambientes aquíferos com elevada
transmissividade e condutividade hidráulica, em geral, além dos locais ocupados por
zonas de recarga.

Dentre os domínios cuja vulnerabilidade se apresentou como moderada a baixa,


destacam-se aqueles embutidos no Complexo Xingu, face ao potencial mais elevado de
alteração de seus materiais constituintes resultarem em solos arenosos de maior
condutividade hidráulica. Em relação aos domínios compreendidos nos terrenos
ocupados pelas rochas vulcânicas ou por seus produtos de alteração mais argilosos, foi
atribuída uma condição de baixo grau de vulnerabilidade natural.

De maneira distinta, ocorre uma menor contribuição de águas subterrâneas nas porções
associadas à margem direita do rio Parauapebas e Plaque. Essas menores
contribuições devem-se, basicamente, aos tipos de rocha encontrados neste domínio
sul e ao baixo gradiente hidráulico imposto localmente em decorrência dos fatores
planialtimétricos. As rochas de afinidade cristalina do Complexo Xingu determinam uma
condição em que a espessura da zona saturada do aquífero fica restringida pela limitada
profundidade em que as fraturas podem armazenar e conduzir água.

No que se refere à Formação Águas Claras, os arenitos representam o tipo litológico


mais importante do ponto de vista hidrogeológico, embora restritos do ponto de vista de
seu percentual de ocupação na bacia. Estes arenitos podem conter maior volume de
água armazenada e maiores permeabilidades, que decorrem tanto de sua porosidade
primária, através de espaços intersticiais dos sedimentos, como de uma porosidade
secundária potencial, associada às zonas de fraturas das faixas areníticas mais coesas.

Os aquíferos associados aos minérios de ferro da Formação Carajás podem apresentar


água armazenada, tanto em fraturas existentes nos jaspelitos e nos minérios
compactos, como nos espaços porosos presentes, seja no minério friável, seja nas
coberturas lateríticas e nos depósitos de tálus. Estes ocorrem no sopé das encostas

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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

mais íngremes, compostos por detritos gravitacionais que, geralmente, recobrem zonas
de ocorrência de rochas básicas da Formação Parauapebas, ou até mesmo as rochas
do Complexo Xingu.

Os aquíferos associados aos aluviões, sedimentos incosolidados que ocorre ao longo


das principais drenagens deste dominio apresenta alto indice de vulnerabilidade a
contaminação visto que são formados em sua maioria por areias, produto da
inteperização de rochas ígneas básica em sua maioria.

Para o caso dos aquíferos associados às zonas porosas mais rasas, as coberturas de
canga, além de funcionarem como uma verdadeira zona de recarga dos aquíferos
inferiores, podem se comportar como um aquífero temporário, transmitindo de modo
relativamente rápido os aportes pluviométricos infiltrados, devido à sua elevada
porosidade. Na forma de um aquitardo pode promover a liberação lenta da água que se
armazena nas coberturas lateríticas, em face da existência localizada de níveis argilosos
situados na base dessas carapaças ferruginosas as quais podem se manifestar como
lagoas temporárias ou não.

Os corpos de minério de ferro que constituem as zonas mineralizadas da Formação


Carajás podem atingir grandes espessuras e, assim, o fluxo d’água subterrâneo pode
atingir zonas mais profundas. Esse cenário ocorre em função da maior condutividade
hidráulica, associada a sua maior espessura saturada, permitindo uma maior
transmissividade desse aquífero, tanto através de fraturas como da existência do
minério friável. No entanto, os jaspelitos e minérios compactos da Formação Carajás
podem se comportar como aquifugos, ou seja, compreendem um tipo de rocha que não
pode armazenar água.

O aquífero associado às rochas básicas da Formação Parauapebas, as quais servem


de encaixantes do corpo mineralizado, somente assumem condições de
armazenamento e de transmissividade quando se encontram fraturadas, representando
outro sistema aquífero distinto. Quando se depara com os produtos de alteração da
Formação Parauapebas, há presença de argilas, as quais podem constituir apenas
aquicludes, ou seja, rochas que conseguem armazenar água, mas não conseguem
transmiti-la. Para o caso destas rochas se encontrarem densamente coesas, sem a
presença de fraturas, as mesmas são consideradas apenas aquifugos. A Figura 5.5-12
apresenta o mapa de vulnerabilidade, mostrando a espacialização das informações
mostradas acima.

76
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Figura 5.5-12 – Mapa de Vulnerabilidade da área do Domínio Carajás.

5.5.2.6 Favorabilidade de ocorrência de água subterrâanea

Os aquíferos livres individualizados, apresentam baixa favorabilidade em termos do


potencial de água subterrânea para abastecimento público. Contudo, o aquífero livre
relacionado à zona aluvionar passa a configurar-se como uma das melhores alternativas
de água para a população desse domínio geológico. É importante lembrar que este
aquífero apresenta um índice de vulnerabilidade natural classificado como extremo.
Quando feita a explotação do aquífero, o bombeamento reduz a pressão da água e
reduz a sua descarga para o rio. A provável pluma de contaminação começará a
avançar, podendo atingir os poços e contaminar todo o aquífero. Deve-se eliminar toda
e qualquer fonte potencial de contaminação. Considerando-se as limitações quanto a
provável qualidade das águas do lençol freático e a eliminação de toda e qualquer fonte
de poluição, sugere-se que os poços a serem perfurados sejam posicionados nos
aqüíferos aluvionares, partes destes locais ainda encontram-se preservados em sua
paisagem natural. A Figura 5.5-13 apresenta o mapa de aluviões que ocorrem nessa
área, é possível observar em vermelho as zonas mais promissoras para a captação de
água subterrânea, ao longo dos aluviões dos rios Parauapebas, Plaque e demais
afluentes do Rio Parauapebas. Esses rios encontram-se encaixados nas estruturas NS,
e nas estruturas NE-SW e NW-SE, esses últimos são possíveis estruturas trativas. Vale
ressaltar, no entanto, que em alguns locais esses aluviões são incipientes ou

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inexistentes, estando a água subterrânea armazenadas nas fraturas logo abaixo desses
depósitos.

Figura 5.5-13 – Mapa de ocorrência de aluviões, em vermelho, na área do entorno da AII


do Projeto Pedra Branca, local de maior favorabilidade a ocorrência de água subterrânea.

78
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5.6 CARACTERIZAÇÃO CLIMATOLÓGICA

Neste item, será discutida a caracterização climática da área onde será implantado o
empreendimento, com base nas literaturas conceituadas e, principalmente, em uma
série de dados climatológicos das principais variáveis meteorológicas, tais como
precipitação, temperatura do ar, umidade relativa do ar, evaporação, insolação,
nebulosidade, direção e velocidade do vento.

5.6.1 DADOS UTILIZADOS

Para o conhecimento do clima da área de influência deste projeto foram utilizados os


dados de precipitação da estação pluviométrica localizada no município de Água Azul
do Norte, a fim de retratar a variabilidade temporal e espacial das precipitações,
utilizando uma série histórica de 32 anos. Os registros das demais variáveis foram
coletados da estação climatológica situada em Marabá, a mais próxima do
empreendimento, com base no período histórico de 1973 a 2013. Para a seleção das
referidas estações considerou-se a consistência técnica dos dados existentes e as suas
localizações.

Os dados pluviométricos foram coletados do banco de registro do Sistema de


Informações Hidrológicas (HidroWeb) da Agência Nacional de Águas – ANA, uma rede
densa de estações. Já os dados das estações meteorológicas convencionais, que são
operadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia – INMET foram utilizadas para a
caracterização dos demais parâmetros. As Normas Climatológicas são obtidas através
do cálculo dos valores médios observados e obedecem aos critérios e normas
determinadas pela Organização Meteorológica Mundial - OMM.

O Quadro 5.6-1 apresenta as informações das estações utilizadas para a caracterização


do clima na área do empreendimento.

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Quadro 5.6-1– Descrição das estações utilizadas para no estudo.

TIPO ESTAÇÃO LATITUDE LONGITUDE PERÍODO OPERADORA

Pluviométrica Fazenda Caiçara 6°48’55’’ S 50°32’20’’ W 1984 - 2015 CPRM

Climatológica Marabá 05°36’00’’ S 49°13’00’’ W 1973 - 2013 INMET


Fonte: ANA e INMET, 2015.

O diagnóstico climatológico baseou-se nas características de grande escala e escala


local. A análise de grande escala englobou o comportamento regional da precipitação e
os respectivos sistemas atmosféricos baseados na análise de Radiação de Onda Longa
(ROL). A evolução temporal foi baseada na sazonalidade, utilizando-se médias
trimestrais representativas do Verão (Dezembro, Janeiro e Fevereiro), Outono (Março,
Abril e Maio), Inverno (Junho, Julho e Agosto) e Primavera (Setembro, Outubro e
Novembro).

Os dados de ROL derivados da National Oceanic and Atmospheric Administration


(NOAA) que usam satélites meteorológicos de órbita polar como identificadores da
convecção tropical (LIEBMANN; SMITH, 1996). As reanálises do NCEP/NCAR e os
dados de ROL estão em uma grade de 2,5° × 2,5° e a precipitação em uma grade de 1°
× 1° de latitude por longitude. O ROL medido por satélite pode ser usado como uma
aproximação para a convecção profunda nos trópicos e nos subtrópicos, uma vez que
baixos valores de ROL sobre estas regiões geralmente indicam atividade convectiva
profunda (ZHANG, 1993). Neste estudo os valores de ROL abaixo de 240 w/m² são
associados com a convecção profunda de grande escala.

Para determinar o Balanço Hídrico (BH) para a área de estudo, utilizou-se uma planilha
de ExcelTM desenvolvida por Rolim et al. (1998). Para a criação da planilha para o cálculo
do BH, Rolim et. al. (1998) utilizaram o método de Thornthwaite e Mather (1955). Com
o conhecimento desse parâmetro climático, foram determinadas as características
sazonais de excesso e déficit de água, e assim, definidos os meses de maior ou menor
disponibilidade de água no solo.

O método considera que a variação do armazenamento (ARM) de água do solo é uma


função exponencial que envolve capacidade de água disponível (CAD) (Função da
profundidade de exploração efetiva das raízes e características físicas do solo) e perda
de água acumulada (Negativo Acumulado). Para a estimativa da ETP os programas
utilizam o procedimento proposto por Thornthwaite (1948), o qual tem a vantagem de
necessitar apenas dos dados de temperatura média do ar dos períodos e da latitude
local e fornece resultados confiáveis entre as latitudes de 40o N e 40º S (DOURADO
NETO & VAN LIER, 1991).

O BH é um método de cálculo utilizado para determinar o armazenamento de água no


solo, contabilizando a entrada (precipitação) e a saída (evapotranspiração). O método
determina se a região apresenta excesso ou deficiência de água no solo, e estima a
evapotranspiração real e ao longo do ano (PEREIRA et al., 1997).

80
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5.6.1.1 Clima

O clima da região amazônica é uma combinação de vários fatores, sendo a


disponibilidade de energia solar o mais importante para os processos de superfície.
Pesquisas indicam que os maiores totais de radiação que chegam à superfície ocorrem
nos meses de setembro e outubro, enquanto os mínimos ocorrem entre dezembro e
fevereiro (Horel et al., 1989). Devido aos altos valores de energia que incidem na
superfície, o comportamento da temperatura do ar mostra uma pequena variação ao
longo do ano, com exceção da parte mais ao sul, que sofre a ação de sistemas frontais.

De maneira geral o Pará está situado na Zona do Equador, possui clima equatorial,
caracterizado por ser quente e úmido, com ventos constantes e abundante pluviosidade.
O conceito de estações do ano para a Amazônia, bem como para o Estado, é diferente
das demais regiões do Brasil. Em geral, tem-se o “período seco”, compreendendo os
meses de inverno e primavera (de julho a outubro), se notabiliza por chuvas muito
reduzidas, onde são registrados geralmente totais precipitados abaixo de 60 mm; e o
“período chuvoso” (de dezembro a maio), abrangendo o verão e o outono, se caracteriza
por chuvas de grande intensidade, quando os totais mensais chegam a ultrapassar os
300 mm, sendo os meses de junho e novembro, os períodos de transição, apresentando
semelhança na distribuição da temperatura.

A precipitação é um dos elementos climáticos meteorológicos mais importantes a ser


analisado na região tropical, já que induz as características de outros elementos, tais
como temperatura, umidade relativa e vento. Dentro da região amazônica, a
precipitação é um parâmetro meteorológico de grande variabilidade no tempo e espaço,
que está associada à influencia de diferentes sistemas de mesoescala, escala sinótica
e grande escala (AMANAJÁS & BRAGA, 2012; ROCHA, 2011).

Segundo Rocha (2001) a precipitação na Amazônia é causada entre outros sistemas


atmosféricos pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e a Zona de Convergência
do Atlântico Sul (ZCAS). A Zona de Convergência Intertropical é composta de um
aglomerado de nuvens distintas, formada pelo encontro dos ventos alísios de NE e SE
e situa-se em latitudes próximas ao equador, elevando os índices pluviométricos das
localidades por onde ela passa. Já a Zona de Convergência do Atlântico Sul é
caracterizada pela presença de uma faixa de nebulosidade convectiva estacionada por
vários dias e consequentemente alterando o regime de chuvas nas regiões afetadas.
Esta faixa de nebulosidade orientada no sentido noroeste-sudeste estende desde o sul
da Amazônia em direção ao Atlântico Subtropical (QUADRO, 1994). A ZCAS é
observada durante os meses de Novembro a Março, alterando o regime de chuvas das
regiões afetadas (SILVA DIAS, 1991).

5.6.1.1.1 Comportamento das Variáveis Meteorológicas

A área do Projeto Pedra Branca está situada entre os municípios de Água Azul do Norte
e Canaã dos Carajás, localizados na mesorregião do sudeste paraense, onde, de
acordo com a climatologia sazonal da precipitação (Figura 5.6-1) nota-se que a estação

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chuvosa na localidade (área do empreendimento) se inicia no final da primavera


(Setembro-Outubro-Novembro), quando a Zona de Convergência do Atlântico Sul e os
sistemas frontais passam a interagir com a convecção da região Amazônica
aumentando o volume de chuvas (volume de até 150 mm).

No verão (Dezembro-Janeiro-Fevereiro) variação da posição da ZCIT para a parte


central da Amazônia (em torno de 5°S) determina o regime da precipitação na região
observando o máximo índice pluviométrico na região, podendo chegar até 300 mm,
também provocado pelos sistemas meteorológicos atuantes durante a primavera em
conjunto com a ZCIT, que neste período se posiciona mais ao sul. No outono (Março-
Abril-Maio) o volume da precipitação diminui, em relação à estação anterior, alcançando
um índice pluviométrico de 250 mm. E no inverno (Junho-Julho-Agosto), nota-se a
estação mais seca na região (menor quantidade de chuvas), com o volume chuva
variando entre 10 e 25 mm.

Na Figura 5.6-2 notam-se os dois principais fenômenos meteorológicos responsáveis


por ocasionar altos índices de precipitação no sudeste do estado do Pará.

82
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Figura 5.6-1 – Climatologia sazonal da precipitação (mm).

Figura 5.6-2 – Climatologia sazonal da Radiação de Onda Longa - ROL (w/m²).

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5.6.1.2 Padrões Climáticos Local

Segundo a classificação de Köeppen, os municípios de Água Azul do Norte e Canaã


dos Carajás, onde está localizado o projeto, o clima é caracterizado como do tipo Aw,
onde a temperatura do ar apresenta variações muito baixas, no tempo e no espaço. A
amplitude anual é pequena, não se notando a existência de inverno, uma vez que a
temperatura do mês mais frio é superior a 18ºC e a oscilação anual de temperatura, de
modo geral, é sempre inferior a 5ºC. Trata-se de um clima quente, sem verão ou inverno
sazonal. A precipitação média infere a 60 mm em pelo menos um dos meses da estação.

5.6.1.2.1 Precipitação Local

De acordo com os dados da ANA, na estação pluviométrica da Fazenda Caiçara,


localizada no município de Água Azul do Norte, observa-se (Figura 5.6-3) que a
precipitação local possui uma grande variabilidade ao longo do ano, diferenciada por
uma época mais chuvosa, de Novembro a Abril, e outra menos chuvosa, de Maio a
Outubro, correspondendo um total anual de 1.820 mm.

Na época chuvosa (Novembro a Abril) o total da precipitação é em média de 1.398 mm,


mais de 77% da precipitação anual, atentando para o mês de Março com 299 mm.
Enquanto que na estação seca (Maio a Outubro) foi registrado um total de 421 mm,
onde a média do volume mais baixo registrado nessa localidade gira entorno de 19 mm
(Julho).

Figura 5.6-3 - Climatologia mensal da precipitação na estação pluviométrica Fazenda


Caiçara em Água Azul do Norte.

350

300
Precipitação (mm)

250

200

150

100

50

0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
Fonte: HidroWeb-ANA, período: 1984-2015.

5.6.1.2.2 Temperatura do ar

Na Figura 5.6-4 são observadas as médias das temperaturas, onde se é notado a pouca
variabilidade térmica ao longo do ano (INMET), com uma temperatura média anual

84
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(Tmédia) de 27,7°C. As máximas temperaturas (Tmax) estão em torno de 32,4°C, sendo


que a maior temperatura é observada no mês de agosto (34,4°C). As temperaturas
mínimas (Tmin) estão em torno de 22,9°C. Estas temperaturas elevadas e a pequena
variação térmica estão associadas à proximidade desta localidade da linha Equador,
verificando que as temperaturas menos acentuadas com maior freqüência ocorrem por
ocasião do período mais chuvoso, enquanto as mais elevadas coincidem com o período
menos chuvoso.

Figura 5.6-4 - Climatologia mensal da temperatura do ar na estação de Marabá.

35,0 34,4
Temperatura do Ar (°C)

30,0 28,5

27,0
25,0

20,0 21,9

Tmax Tmin Tmédia


15,0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Meses
Fonte: INMET, período: 1973 - 2013.

5.6.1.2.3 Insolação e Nebulosidade

De acordo com os dados do INMET, na Figura 5.6-5 é possível observar o


comportamento da variação da insolação e da nebulosidade próximo ao local do
empreendimento. O período de maior de insolação corresponde aos meses de Maio a
Setembro, que consequentemente são os meses que apresentam as menores taxas de
nebulosidade (estação menos chuvosa). Por conseguinte, o período de menor insolação
(Outubro a Abril) está associado ao período de maior nebulosidade (estação chuvosa).
Esta relação inversa ocorre, pois quanto maior for a cobertura de nuvens, menor será a
penetração dos raios solares na atmosfera, e, quando o céu estiver sem ou com poucas
nuvens acorrerá maior penetração dos raios solares na atmosfera.

85
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Figura 5.6-5 - Média mensal da insolação e nebulosidade na estação de Marabá.

Insolação Nebulosidade
300,0 6,0000

250,0 5,0000

Nebulosidade (décimos)
Insolação (horas)

200,0 4,0000

150,0 3,0000

100,0 2,0000

50,0 1,0000

0,0 0,0000

Meses
Fonte: INMET, período: 1973 - 2013.

5.6.1.2.4 Umidade relativa do ar

Na Figura 5.6-6 são analisadas as médias mensais da umidade relativa, onde a mesma
apresenta uma média anual de 79%, tendo uma variação em média de 69% (Agosto) a
85% (Fevereiro e Março). De acordo com os registros da estação, são nos meses de
Janeiro, Fevereiro, Março e Abril em que ocorrem os maiores valores de umidade
relativa do ar enquanto que os menores são vistos no trimestre Julho, Agosto e
Setembro, observando assim que a mesma está estritamente relacionada ao ciclo anual
da precipitação (Figura 5.6-3).

Figura 5.6-6 - Média mensal da umidade relativa do ar na estação de Marabá.

100
90
80
70
UR do Ar (%)

60
50
40
30
20
10
0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Meses
Fonte: INMET, período: 1973 – 2013.

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5.6.1.2.5 Evaporação

Na Figura 5.6-7 observa-se a quantidade da evaporação referente à área onde se


encontra a estação meteorológica. A normal climatológica mostra que a evaporação é
menor durante os meses de novembro a maio, mas durante os meses de junho a
outubro é que se ressaltam os maiores índices de evaporação, com um máximo de 145
mm somente no mês de agosto. Percebe-se que o período em que há menor e maior
evaporação está relacionado com os meses de maior e menor insolação (Figura 5.6-5)
e temperatura (Figura 5.6-4), pois a evaporação depende da quantidade de energia
disponível.

O comportamento da umidade relativa do ar que acompanha o ciclo da precipitação


também está diretamente relacionado com as taxas de evaporação, pois quanto mais
úmido estiver o ar, menor será a evaporação.

Figura 5.6-7 - Média mensal da evaporação na estação de Marabá.

160
Evaporação de Piche (mm)

140
120
100
80
60
40
20
0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Meses

Fonte: INMET, período: 1973 – 2013.

5.6.1.2.6 Direção e velocidade do vento

Conforme observado na Figura 5.6-8, os ventos da estação mais próxima do


empreendimento (estação meteorológica de Marabá operada pelo INMET) variam
principalmente de norte, nordeste e leste, associados aos ventos alísios vindos de
nordeste, mas a predominância da direção é de norte (53%).

87
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Figura 5.6-8 - Predominância da direção do vento na estação de Marabá.

N
60%

50%
NW NE
40%

30%

20%

10%

W 0% E

SW SE

S Freq. Média

Fonte: INMET, período: 1973 – 2013.

Segundo os dados INMET a velocidade do vento varia de 1,2 a 1,6 m/s ao longo do ano,
sendo que a média do vento é de 1,3 m/s (Figura 5.6-9). É possível perceber que as
maiores velocidades do vento ocorrem durante o período menos chuvoso, decorrente,
entre outros fatores, pela menor atuação da ZCIT na região nessa época do ano, isto é,
proporcionando maior contraste de temperatura entre o continente e o oceano e
induzindo a circulação de brisa marítima (DA SILVA, 2006).

Figura 5.6-9 - Predominância da direção do vento na estação de Marabá.

2,0
1,6
Vel. do vento (m/s)

1,5

1,0 1,2

0,5

0,0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Meses
Fonte: INMET, período: 1973 – 2013.

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5.6.1.2.7 Balanço Hídrico

As Figura 5.6-10 e Figura 5.6-11 mostram a distribuição mensal dos principais


componentes do balanço hídrico (BH) para a área onde será construído o
empreendimento.

A Figura 5.6-10 apresenta os volumes mensais da ETP, que está em torno de 1.904
mm. Os altos índices concentram-se nos meses de agosto a outubro; neste período, os
baixos volumes de água disponível favorece a maior intensidade da evapotranspiração,
pois o maior potencial de radiação solar concentra-se neste período. Já o total anual da
ETR em média é de 1.279 mm.

Os máximos valores da ETP e as mínimas da ETR acontecem nos meses onde a


quantidade de horas dos raios solares são maiores e a nebulosidade é mínima (maio a
outubro). Portanto, entende-se que de janeiro a abril não há restrição hídrica para
atender às necessidades da evaporação do solo e da transpiração. Mas, durante os
meses de maio a outubro é evidente a limitação hídrica na área, ou seja, a umidade do
solo está abaixo do desejável.

Figura 5.6-10 - Variação mensal dos dados meteorológicos de precipitação para a região
do empreendimento.

Precipitação ETP ETR


350

300

250

200
mm

150

100

50

0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Meses

Fonte: ANA e INMET;

(ETP) - evapotranspiração potencial; (ETR) evapotranspiração real

A grande quantidade de chuva que cai sobre a região (total anual de 1.820 mm) resulta
em um considerável excesso hídrico anual de 406,3 mm. Esse excedente ocorre durante
os meses de janeiro até abril, provocado pelo grande volume da precipitação nestes
seis meses (1.039 mm), como mostrado na Figura 5.6-11. No entanto, durante o mês

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de maio até novembro percebe-se que há uma deficiência hídrica (624,6 mm)
caracterizando o período de estiagem, pois neste período o volume pluviométrico é de
apenas 584 mm.

Figura 5.6-11 - Extrato do balanço hídrico normal mensal, déficit e excedente considerado
para a região do empreendimento.

DEF(-1) EXC
200

150

100

50
mm

-50

-100

-150

-200
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Meses
Fonte: ANA e INMET.

5.7 CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DO AR

5.7.1 ASPECTOS GERAIS

O ar atmosférico (99%) encontra-se numa fina camada que recobre a terra, localizando-
se nos primeiros trinta quilômetros de altitude; sendo que, 50% estão localizados nos
primeiros cinco quilômetros (VIEIRA, 2009).

Do ponto de vista ambiental, destacam-se duas camadas na atmosfera: a troposfera,


onde ocorre a maioria dos fenômenos relacionados com a poluição do ar e a
estratosfera, onde ocorrem os fenômenos da depleção da camada de ozônio.

A Figura 5.7-1 apresenta as interações atmosféricas, a composição da atmosfera e os


poluentes do ar detalhados por camada da atmosfera.

90
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.7-1 – Camadas da atmosfera e os poluentes do ar.

Fonte: Ribeiro, 2000.

A qualidade do ar é determinada em função da presença e concentração de poluentes


atmosféricos, na forma de material particulado ou gasoso. Estes são classificados de
acordo com sua origem, composição e efeitos. Podem ser lançados de forma natural ou
podem ser produzidos a partir da dinâmica humana, em seu processo de urbanização,
industrialização e modificações no espaço.

Segundo Santana et al. (2012), a degradação da qualidade do ar é influenciada por um


conjunto de fatores tais como a localização e o porte das fontes de emissão de poluentes
atmosféricos - fixas, móveis e agrossilvopastoris, as características dos poluentes
emitidos, bem como a dispersão destes na atmosfera e as reações químicas que
acontecem entre eles (fatores estes infuenciados pelas condições meteorológicas).

Poluente atmosférico é toda e qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e


em quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis
estabelecidos em legislação, e que tornem ou possam tornar o ar impróprio, nocivo ou
ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e
à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais
da comunidade (CETESB, 2014).

91
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

As concentrações de poluentes são diretamente influenciadas pelas condições


meteorológicas e de topografia. Altos níveis de concentração em um determinado local
podem ocorrer não só pela condição desfavorável à dispersão, como pelo transporte de
poluentes de regiões vizinhas.

A gestão da qualidade do ar tem como objetivo garantir que o desenvolvimento


socioeconômico ocorra de forma sustentável e ambientalmente segura. Para tanto, se
fazem necessárias ações de prevenção, combate e redução das emissões de poluentes
e dos efeitos da degradação do ambiente atmosférico.

A avaliação da qualidade do ar é feita através da comparação das concentrações dos


poluentes aos padrões que estabelecem os níveis máximos permitidos para cada
substância, de acordo com as referências legais em vigor no Brasil. Através destes
resultados, podem ser calculados Índices de Qualidade do Ar (IQA) que facilitam a
compreensão dos resultados apresentados.

A apresentação e avaliação destes resultados têm como objetivo oferecer um


levantamento do background da qualidade do ar na região, visando o acompanhamento
futuro dos parâmetros indicadores da qualidade do ar, conforme a legislação ambiental
vigente, devido ao potencial modificador decorrente das atividades a serem implantadas
pelo Projeto Pedra Branca.

5.7.2 MATERIAL E MÉTODOS

Este documento apresenta o cenário atual da qualidade do ar na área de influência do


empreendimento através da instalação de um ponto para amostragens e medições ao
background, de forma a compor o Estudo de Impactos Ambientais durante o processo
de licenciamento ambiental do Projeto Pedra Branca na Secretaria de Estado de Meio
Ambiente e Sustentabilidade-SEMAS.

A caracterização da qualidade do ar compreendeu cinco etapas conforme é apresentado


na Figura 5.7-2.

92
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.7-2 – Resumo metodológico da caracterização da qualidade do ar.

Inicialmente foi realizado um trabalho de reconhecimento da área através da análise de


bases cartográficas à avaliação do ponto a ser adotado na caracterização da qualidade
do ar na área de influência do empreendimento, atentando às condições de
fornecimento de energia e segurança dos equipamentos, considerando as exigências
de localização recomendadas como critérios pela United States Environmental
Protection Agency (U.S. EPA).

A partir da alocação do ponto, foram executadas duas campanhas de amostragem,


distribuídas em função dos períodos sazonais: chuvoso e seco, característicos da
região. A 1ª campanha ocorreu do dia 20 a 26 de Outubro de 2015, enquanto que a 2ª
campanha aconteceu no período de 10 a 16 de Março de 2016.

5.7.2.1 Padrões de Qualidade do Ar

Os padrões de qualidade do ar definidos pelo CONAMA n° 03/1990 (Tabela 5.7-1),


estabelecem as concentrações de poluentes atmosféricos que, ultrapassadas, poderão
afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, bem como ocasionar danos à
flora, à fauna, aos materiais e ao meio ambiente em geral.

93
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Tabela 5.7-1 - Padrões nacionais de qualidade do ar.

TEMPO DE PADRÃO PADRÃO MÉTODO DE


POLUENTE
AMOSTRAGEM PRIMÁRIO SECUNDÁRIO MEDIÇÃO

Partículas totais em 24 horas1 240 µg/m3 150 µg/m3 Amostrador de


suspensão MGA² 80 µg/m3 60 µg/m3 Grande Volume4

24 horas1 365 µg/m3 100 µg/m3 Peróxido de


Dióxido de Enxofre
MAA³ 80 µg/m3 40 µg/m3 Hidrogênio

Monóxido de 40.000 µg/m3 40.000 µg/m3 Infravermelho não


1 hora1
Carbono 35 ppm 35 ppm disperso4

Fonte: Conselho Nacional de Meio Ambiente (Brasil). Resolução Nº 003, de 28 de junho de 1990.

(1) Não são calculadas médias anuais. (2) Média geométrica anual. (3) Média aritmética anual. (4) ou método equivalente.

A mesma resolução estabelece ainda critérios para episódios críticos de poluição do ar,
conforme apresentado na Tabela 5.7-2, tendo sido classificados os níveis de Atenção,
Alerta e Emergência.

Tabela 5.7-2 - Padrões para episódios críticos de poluição do ar.

TEMPO DE
POLUENTES ATENÇÃO ALERTA EMERGÊNCIA
AMOSTRAGEM

Partículas Totais em Suspensão 24 horas 375 625 875

Dióxido de Enxofre 24 horas 800 1.600 2.100

Monóxido de Carbono 8 horas 15 30 40


Fonte: Conselho Nacional de Meio Ambiente (Brasil). Resolução Nº 03, de 28 de junho de 1990.

Padrões primários de qualidade do ar são as concentrações de poluentes que,


ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. Podem ser entendidos como o
máximo tolerável de concentração de poluentes e está atrelado a metas de curto prazo.

Já os padrões secundários de qualidade do ar são as concentrações de poluentes


atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem estar da
população, assim como o mínimo dano à fauna e à flora, aos materiais e ao meio
ambiente em geral. Entende-se como o nível ideal de concentração de poluentes,
estando atrelado a metas de longo prazo, como em áreas de preservação ambiental.

Como a área do Projeto Pedra Branca é caracterizada por ser uma região em
desenvolvimento, são considerados os padrões primários à caracterização do ar na área
de influência do Projeto.

Desse modo, o diagnóstico da qualidade do ar foi feito através da determinação e


análise dos parâmetros conforme as metodologias indicadas nas resoluções do
CONAMA Nº 03/90 em comparação aos padrões primários de qualidade do ar
estabelecidos pela mesma.

94
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5.7.2.2 Pontos de Amostragem

Para a realização do background da qualidade do ar na área de influência do Projeto


Pedra Branca, foi considerado o ponto de amostragem PQAr 01 (Figura 5.7-3),
localizado na ADA, em frente à casa sede da fazenda, conforme descrito no Quadro
5.7-1 e indicado no mapa da Figura 5.7-4.

Figura 5.7-3 – Equipamentos instalados no ponto PQAr 01. Onde: (a) APV TRIGAS; (b) AGV
PTS; (c) Disposição das casinholas.

(a) (b)

(c)

Quadro 5.7-1 – localização do ponto PQAr 01 e Parâmetros de referência.

COORDENADAS
PONTO PARÂMETROS
LONGITUDE LATITUDE
PTS
PQAr 01 50° 2' 18,185" W 6° 34' 18,8" S SO2
CO

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Figura 5.7-4 – Mapa de localização do ponto PQAr 01.

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5.7.2.3 Parâmetros Analisados

A presente caracterização da qualidade do ar foi feita através da determinação e análise


de parâmetros elencados na Resolução CONAMA Nº 003, de 28 de junho de 1990, que
indica limites de concentração de forma a estabelecer padrões da qualidade do ar. Para
este relatório foram considerados: Dióxido de Enxofre (SO2), monóxido de carbono (CO)
e Partículas Totais em Suspensão (PTS).

A emissão de SO2 está principalmente relacionada ao uso de combustíveis de origem


fóssil. A emissão de CO está relacionada com a queima incompleta de combustíveis de
origem orgânica (combustíveis fósseis e biomassa) tanto em fontes móveis quanto em
fontes fixas. E o parâmetro PTS pode ser de origem mineral (sílica, carbono resultante
de combustões incompletas, fibras de vidro etc) ou orgânica (pólen, algumas fibras etc.),
sendo uma das principais causas as poeiras fugitivas em suspensão, a partir de
estradas ou áreas com solos expostos sob ação de vento ou movimentação de
máquinas e veículos.

5.7.2.4 Número Amostral

Para o ponto PQAr 01 foram realizadas seis amostragens, durante seis dias contínuos,
dos parâmetros PTS e SO2. Para o parâmetro CO, foi realizada uma única amostragem,
composta de seis medições (Tabela 5.7-3).

Tabela 5.7-3 - Quantitativo das amostragens realizadas.

Nº DE AMOSTRAS
PARÂMETROS PONTOS AMOSTRAIS TOTAL DE AMOSTRAS
1ª CAMP 2ª CAMP

PTS 06 06 01 12
SO2 06 06 01 12
CO 01 01 01 02

5.7.2.5 Metodologia de Amostragem

A metodologia adotada à amostragem dos parâmetros selecionados se deu em função


da Resolução CONAMA N° 03, de 28 de junho de 1990, que estabelece os métodos de
amostragem e de análise dos poluentes atmosféricos, segundo as instruções
normativas específicas de cada composto.

 PTS

A amostragem do parâmetro PTS ocorreu segundo a norma NBR 9547 de setembro de


1997, através da determinação da concentração total pelo método do Amostrador de
Grande Volume – AGV PTS / HI-VOL. Cada amostragem compreendeu o tempo de 24h.

O HI-VOL foi calibrado ao início das amostragens, segundo a NBR 9547/97 (Figura
5.7-5). Foi utilizando o Calibrador Padrão de Vazão (CPV), calibrado pela empresa

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especializada ENERGÉTICA – Qualidade do Ar, no Rio de Janeiro. Os laudos de


calibração do AGV PTS e do CPV são apresentados no Anexo II.

Figura 5.7-5 – (a) Calibração do HI-VOL no ponto PQAr 01; (b) Equipamento instalado.

(a) (b)

 SO2

A determinação das concentrações de dióxido de enxofre o métodos do peróxido de


hidrogênio, normatizado pela NBR 12979 de setembro de 1993. Para isso, se fez uso
de um Amostrador de Pequenos Volumes para a coleta simultânea de até três gases -
APV TRIGÁS da marca ENERGÉTICA. Cada amostragem compreendeu o tempo de
24h.

A vazão do orifício crítico foi verificada ao início das amostragens segundo a norma NBR
10562/88 de calibração de vazão pelo método da bolha de sabão (Figura 5.7-6). Foi
utilizado bolhômetro, calibrado pela empresa ENERGÉTICA - Qualidade do Ar, no Rio
de Janeiro. Os laudos de calibração do orifício crítico e o do bolhômetro são
apresentados no Anexo III.

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Figura 5.7-6 – (a) Calibração do APV TRIGÁS no ponto PQAr 01; (b) Equipamento instalado.

(a) (b)

 CO

Cada amostragem deste parâmetro compreendeu o período de 1 hora, tendo sido


calculada a média de 6 máximos registrados a cada 10 minutos.

Durante a primeira campanha foi utilizado equipamento digital e portátil da marca


INSTRUTHERM e modelo MOD. CO-1000. No Anexo IV é apresentado o laudo de
calibração do equipamento utilizado. Para a segunda campanha, as medições foram
realizadas a partir de equipamento portátil modelo S-500, da marca Aeroqual.

Figura 5.7-7 –.Equipamentos para medição de CO. Onde (a) Instruterm CO-1000; (c)
Aeroqual S-500; (b) e (d) Equipamento em uso.

(a) (v)

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(c) (d)

5.7.2.6 Índice de Qualidade do Ar - IQAr

Para a apresentação dos dados, utilizou-se o índice de qualidade do ar, que é uma
ferramenta matemática desenvolvida para simplificar o processo de divulgação da
qualidade do ar. Esse índice é utilizado desde 1981, e foi criado usando como base uma
longa experiência desenvolvida no Canadá e EUA.

Para cada amostra de poluente medido é calculado um índice, de acordo com a equação
seguinte:

Í𝒏𝒅𝒊𝒄𝒆𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 − Í𝒏𝒅𝒊𝒄𝒆𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍
Í𝒏𝒅𝒊𝒄𝒆 = Í𝒏𝒅𝒊𝒄𝒆𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 + ( ) × (𝑪𝒐𝒏𝒄.𝒎𝒆𝒅𝒊𝒅𝒂 – 𝑪𝒐𝒏𝒄.𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 )
𝑪𝒐𝒏𝒄.𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 − 𝑪𝒐𝒏𝒄.𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍

Onde:

 Índice: índice de qualidade do ar desejado;


 Conc.medida: Concentração medida;
 Conc.inicial: Concentração inicial da faixa onde se encontra a
concentração medida;
 Conc.final: Concentração final da faixa onde se encontra a
concentração medida;
 Índiceinicial: Valor do índice correspondente à Conc.inicial;
 Índicefinal: Valor do índice correspondente à Conc.final.

Os intervalos referentes a cada parâmetro avaliado são definidos conforme os padrões


estabelecidos pela Resolução CONAMA N° 03/90, considerando os valores primários e
os valores referentes aos critérios de alerta (Quadro 5.7-2).

Através do índice obtido, o ar recebe uma qualificação, que é uma espécie de nota,
realizada conforme apresentado no Quadro 5.7-3. Cada nota, relacionada aos intervalos
do IQAr, é classificada em níveis de qualidade indicados por cores correspondentes.

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Cada cor/classificação representa um significado quanto aos efeitos causados à saúde


humana (Quadro 5.7-4).

Quadro 5.7-2– Faixa de Índice de Qualidade do Ar.

QUALIDADE ÍNDICE PADRÕES DE QUALIDADE DO AR – CONAMA*

Verde 0 – 50 Dentro dos padrões de qualidade

Amarelo 51 – 100 Dentro dos padrões de qualidade

Laranja 101 – 200 Fora dos padrões de qualidade

Vermelho 201 – 300 Acima do nível de atenção

Roxo 301 – 400 Acima do nível de alerta

Marrom >400 Acima do nível de emergência


* Resolução CONAMA nº 03 de 28/06/1990.> 1 Atende ao padrão primário anual> 2 Atende aos padrões primários de
qualidade; Fonte: EPA, 2000, adaptado.

Quadro 5.7-3– Índice de Qualidade do Ar para cada parâmetro.

PTS * SO2* IQA QUAL. DO AR COR

0 – 80 0 – 80 0 - 50 Boa Verde

81 – 240 80 – 365 51 - 100 Regular Amarelo

241 – 375 365 – 800 101 – 150 Inadequado Laranja

376 – 625 800 – 1600 151 – 200 Má Vermelho

626 – 875 1601 – 2100 201 – 300 Péssima Roxo

>876 >2100 301 - 500 Crítica Marrom


*µg/m3; **ppm; Fonte: EPA, 2000, adaptado.

Os índices até a classificação REGULAR atendem aos padrões de qualidade do ar


estabelecidos pela Resolução CONAMA 03/90.

Quadro 5.7-4– Significado da classificação qualitativa do ar.

QUALIDADE SIGNIFICADO

Boa Qualidade do ar satisfatória, pouco ou nenhum risco à saúde.

Qualidade do ar aceitável, possibilidade de problemas respiratórios ao grupo de


Regular indivíduos mais sensíveis (crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias
e cardíacas).
Insalubre ao grupo mais sensível, com riscos de problemas mais sérios à saúde.
Inadequado
Pouco provável o efeito sobre os demais indivíduos.
Problemas de saúde em toda a população, com riscos altos ao grupo mais

sensível.
Péssima Situação de alerta à saúde pública.

101
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QUALIDADE SIGNIFICADO

Crítica Situação de emergência.


FONTE: EPA, 2000, adaptado.

5.7.3 RESULTADOS

As médias das concentrações dos parâmetros amostrados se encontram em


conformidade com o padrão estabelecido pela legislação conforme apresentado no
Quadro 5.7-5, onde são comparados com a Resolução CONAMA N° 03/1990.

Quadro 5.7-5 - Resultado das médias amostrais de qualidade do ar

MÉDIAS
PARÂMETRO UNID. V. M. A*
1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA

PTS µg/m3 124,83 59,82 240

SO2 µg/m3 25,71 108,38 365

CO ppm 0 0 35
*V.M.A. – Valores Máximos Admitidos conforme a Resolução CONAMA 03/1990 (padrão primário).

A caracterização detalhada das concentrações dos poluentes (PTS, CO e SO2)


analisados durante todo o período de amostragem e seus respectivos IQAs podem ser
observados nos quadros Quadro 5.7-6, Quadro 5.7-7 e Quadro 5.7-8.

5.7.3.1.1 PTS

A análise do parâmetro PTS indicou que todas as amostras, das duas campanhas,
apresentaram concentração abaixo do limite máximo permitido pela Resolução
CONAMA 03:1990.

Durante a primeira campanha, as concentrações variaram de 89,10 a 166,92 µg/m³.


Resultando em IQA calculado como REGULAR (Quadro 5.7-6).

Durante a segunda campanha, a variação foi de 41,78 a 69,36 µg/m³, resultando em


IQA com classificação de qualidade BOA em todas as amostras (Quadro 5.7-6).

102
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Quadro 5.7-6 – Resultados das concentrações e IQA para o parâmetro PTS.

CONCENT. IQA QUALIDADE COR DE


PONTO DATA
(µG/M3) (µG/M3) DO AR REFERÊNCIA
OUTUBRO / 2015

20/10/2015 163,9 76,55 Regular


CAMPANHA

21/10/2015 166,92 77,48 Regular


22/10/2015 89,1 53,50 Regular
23/10/2015 91,25 54,16 Regular
24/10/2015 107,77 59,25 Regular
25/10/2015 130,07 66,12 Regular
PQAr 01
10/03/2016 57.67 36.04 Boa
MARÇO / 2016

11/03/2016 55.47 34.67 Boa


CAMPANHA

12/03/2016 41.78 26.11 Boa


13/03/2016 69.36 43.35 Boa
14/03/2016 66.62 41.64 Boa
15/03/2016 68 42.50 Boa

5.7.3.1.2 SO2

O dióxido de enxofre amostrado durante as duas campanhas não ultrappassou o padrão


estabelecido pela Resolução CONAMA 03:1990 (365 μg/m³).

De acordo com o Quadro 5.7-7. A concentração de SO2 manteve- variações


assentuadas, onde os valore máximos foram de 24,16 μg/m³ (1ª campanha) e 58,03
μg/m³ (2ª campanha).

A partir dos valores analisados, foram calculados os IQAs para cada amostra, indicando
IQA de qualidade BOA durante a 1ª campanha e REGULAR durante a 2ª campanha.

Quadro 5.7-7 – Resultados das concentrações e IQA para o parâmetro SO2.

103
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CONCENT. IQA QUALIDADE COR DE


PONTO DATA
OUTUBRO / 2015
(µG/M3) (µG/M3) DO AR REFERÊNCIA

20/10/2015 30,31 18,94 Boa


CAMPANHA

21/10/2015 15,07 9,42 Boa


22/10/2015 20,52 12,83 Boa
23/10/2015 24,79 15,49 Boa
24/10/2015 38,65 24,16 Boa
25/10/2015 24,93 15,58 Boa
PQAr 01
10/03/2016 108.38 55.88 Regular
MARÇO / 2016

11/03/2016 115.77 57.15 Regular


CAMPANHA

12/03/2016 92.59 53.16 Regular


13/03/2016 118.2 57.57 Regular
14/03/2016 120.87 58.03 Regular
15/03/2016 94.49 53.49 Regular

5.7.3.1.3 CO

O CO pode ser encontrado nos fumos de escapes de automóvel, fogões, sistemas de


aquecimento, incêndios e inclusive no fumo de cigarros. Geralmente em lugares com
pequena emissão de CO a concentração deste poluente no ar será em torno de 0,5 a 5
ppm.

O Quadro 5.7-8 apresenta os valores obtidos durante o período de medição de


monóxido de carbono, onde é possível observar que não houve detecção da
concentração de tal poluente no ponto adotado, ou seja, em relação ao CO, a qualidade
do ar nos pontos analisados permaneceu em conformidade com a legislação vigente.

Quadro 5.7-8 – Resultados das concentrações e comparação com o padrão de referência


para o parâmetro CO.

CONCENT. PADRÃO DE
PONTO DATA. HORA REFERÊNCIA (PPM)
(PPM)
02/11/15 14:04 0
OUTUBRO / 2015
CAMPANHA

02/11/15 14:14 0
02/11/15 14:24 0
02/11/15 14:34 0
02/11/15 14:44 0
02/11/15 14:54 0
PQAr 01 35
12/02/17 15:12 0
FEVEREIRO /2017
CAMPANHA

12/02/17 15:22 0
12/02/17 15:32 0
12/02/17 15:42 0
12/02/17 15:52 0
12/02/17 16:02 0

104
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5.7.4 CONSIDERAÇÕES

Conforme os resultados analisados aos parâmetros SO2 e PTS, observou-se que as


concentrações obtidas em todas as amostragens foram abaixo do limite estabelecido
pela Resolução CONAMA 03/1990, segundo o padrão primário, para as duas
campanhas.

Para a 1ª campanha os resultados demonstraram que a qualidade do ar é REGULAR


para o poluente PTS e BOA para o SO2.

Para a 2ª campanha os resultados demonstraram qualidade do ar BOA para o poluente


PTS e REGULAR para o SO2.

No caso do CO, as concentrações ficaram abaixo do limite de detecção, se


apresentando também dentro dos padrões estabelecidos pela legislação vigente.

5.8 RUÍDOS

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (NBR 101/1963), o som


é uma forma de energia proveniente de um corpo emitindo, em uma ou em todas as
direções, certos movimentos ondulatórios que se propagam em meios elásticos e que
se pode ouvir.

Há momentos em que os sons podem não ser bem recebidos pelas pessoas que os
ouvem, assim, são chamados de ruído ou barulho. O ruído é definido como um som ou
um conjunto de sons (desarmônicos) que causam no receptor uma sensação de
desconforto.

O ruído é juridicamente caracterizado como agente poluente e é resultante das diversas


atividades desenvolvidas pelos seres humanos. Os problemas que lhe estão associados
resultam, na maioria dos casos, da utilização conflituosa de espaços comuns ou de
zonas contínuas.

A exposição ao ruído tem reflexo em todo o organismo e não apenas no aparelho


auditivo, como: distúrbios em todo o sistema circulatório, respiratório e digestivo,
insônia, dor de cabeça, perda de concentração e atenção, estresse, ansiedade,
agressividade, depressão etc.

Em zonas urbanas, um dos maiores responsáveis pelo ruído são os veículos


automotivos (carros, caminhões, ônibus). No caso de ambientes rurais, os ruídos e as
vibrações são mais intensamente percebidos em atividades envolvendo tratores,
motosserras, ferramentas manuais, silo e armazéns.

Neste contexto, a execução deste relatório é conduzida ao Estudo de Impacto Ambiental


ao diagnóstico ambiental para instalação do Projeto Pedra Branca.

105
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.8.1 MATERIAL E MÉTODOS

A caracterização de níveis de ruído na Área de Influência do Projeto Água Branca


compreendeu quatro etapas para que o Background do ruído fosse elaborado, conforme
é apresentado na Figura 5.8-1, as quais serão detalhadas nos itens seguintes.

Figura 5.8-1 – Resumo metodológico da caracterização dos níveis de ruído.

Inicialmente foi realizado um trabalho de reconhecimento da área através de análise de


bases cartográficas e avaliação dos possíveis pontos a serem adotados na
caracterização dos níveis de ruído. Definidos os pontos, foi executada a campanha de
campo para confirmação dos pontos e amostragem de dados, seguida pela compilação
e cálculos dos resultados obtidos e elaboração do presente documento.

Para as medições das pressões sonoras foi utilizado um medidor de pressão sonora
portátil (Figura 5.8-2) da marca INSTRUTHERM, modelo DEC-490 em conformidade
com a norma ISO/IEC 17025 e a IEC 60651:2001 Classe II e ANSI S1.4 Classe II,
calibrado pela INSTRUTHERM, cujo certificado encontra-se no Anexo V.

Utilizou-se nas medições a curva de ponderação “A”, para que o medidor perceba o som
como é ouvido pelo ser humano, com circuito de resposta lenta (“Slow”, indicado para
medir a média do nível sonoro). A escala de nível sonoro foi graduada para a faixa de
30dB~130dB. O equipamento possui um microfone de eletreto de ½’’, e para que o vento
não interfira nos resultados das medições foi utilizado um componente esponjoso
esférico para abafar o ruído do vento (windscreen).

106
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-2 - Medidor de nível sonoro portátil.

O tempo de duração de cada medição foi de 15 minutos, com intervalos de registros a


cada 05 segundos, efetuando também os registros dos máximos e mínimos.

Foi realizada verificação do medidor de Nível de Pressão Sonora (NPS) com calibrador
acústico (Figura 5.8-3) da marca INSTRUTHERM, modelo C-4000, em conformidade
com a IEC 942, Classe 2, imediatamente antes e após cada período de medição.

Figura 5.8-3 – Calibrador acústico.

As medições foram realizadas de acordo com as determinações estabelecidas pela


ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, utilizando a norma NBR10151/2000
- Avaliação do ruído em áreas habitadas visando o conforto da comunidade.

Os resultados obtidos na campanha de amostragem foram comparados com os Níveis


de Critério de Avaliação (NCA), conforme estabelecidos na NBR 10151 (ABNT, 2000).
Observa-se que estes níveis de referência dependem do tipo de área onde se situa o
receptor e do período do dia (diurno e noturno), conforme mostrado na Tabela 5.8-1.

Tabela 5.8-1- Nível de Critério de Avaliação (NCA) para ambientes externos.

DIURNO NOTURNO
TIPOS DE ÁREAS
DB(A) DB(A)
Áreas de sítios e fazendas 40 35
Área estritamente residencial urbana ou de hospitais ou de escolas 50 45
Área mista, predominantemente residencial 55 50
Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55
Área mista, com vocação de recreacional 65 55

107
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

DIURNO NOTURNO
TIPOS DE ÁREAS
DB(A) DB(A)
Área predominantemente industrial 70 60
Fonte: NBR 10.151 (ABNT, 2000).

Para efeito de comparação com o NCA, foi calculado o Nível de Pressão Sonora
Equivalente (LAeq), obtido através do valor médio quadrático da pressão sonora (com a
ponderação A) referente a todo o intervalo de medição, calculado através da Equação
(a).

(a)
Onde:
 𝐋𝐢 é o nível de pressão sonora, em dB(A), a cada 5 segundos durante
o tempo de medição do ruído;
 𝒏 é o número total de leituras.
 O LAeq, em dB(A) é o nível que, na hipótese de poder ser mantido
constante durante o período de medição, acumularia a mesma
quantidade de energia acústica que os diversos níveis variáveis
acumulam no mesmo período. Segundo a NBR 10151:2000, “é o
nível obtido a partir do valor médio quadrático da pressão sonora
(com ponderação em A) referente a todo o intervalo de medição”.
 O Lra é o nível de pressão sonora equivalente ponderado em “A”, no
local e horário considerados, na ausência do ruído gerado pela fonte
sonora em questão (ABNT, 2000).

5.8.1.1 Pontos de medição

As medições foram executadas nos períodos diurno e noturno entre os dias 29 e 30 de


outubro de 2015 e de 02 a 04 de novembro de 2015 em 14 pontos distribuídos na Área
de Influência do empreendimento, conforme indicado no mapa da Figura 5.8-4. Todos
os pontos estão descritos na Tabela 5.8-2.

Tabela 5.8-2- Localização dos pontos de medição de pressão sonora.

COORDENADAS (UTM)
PONTO
LATITUDE LONGITUDE
PR01 50° 2' 7,825" W 6° 35' 27,989" S
PR02 50° 2' 18,341" W 6° 35' 9,514" S
PR03 50° 2' 33,752" W 6° 34' 51,492" S
PR04 50° 2' 41,658" W 6° 34' 35,915" S
PR05 50° 2' 32,230" W 6° 33' 48,031" S
PR06 50° 2' 15,212" W 6° 33' 47,293" S
PR07 50° 0' 46,976" W 6° 35' 22,463" S

108
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

COORDENADAS (UTM)
PONTO
LATITUDE LONGITUDE
PR08 50° 0' 39,175" W 6° 34' 40,534" S
PR09 50° 1' 1,146" W 6° 34' 29,500" S
PR10 50° 1' 7,187" W 6° 34' 26,180" S
PR11 50° 1' 29,460" W 6° 34' 15,722" S
PR12 50° 1' 52,828" W 6° 33' 58,187" S
PR13 50° 2' 26,232" W 6° 33'09,094" S
PR14 50° 1' 45,628" W 6° 31' 37,576" S

Como a área de influência dos pontos monitorados está compreendida em uma área de
sítios e fazendas, foram considerados como Nível de Critério de Avaliação os valores
de 40 e 35 dB(A), para os períodos diurnos e noturnos, respectivamente.

109
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-4 - Mapa de localização dos pontos de medição de ruído.

110
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.8.2 RESULTADOS

Na Tabela 5.8-3 são apresentados os valores máximos (Lmx) e os mínimos (Lmn) dos
níveis sonoros que foram registrados para compor este relatório, além dos Níveis de
Pressão Sonora Equivalente (LAeq) que foram calculados para todos os pontos de
monitoramento. Para efeito de comparação, são apresentados também os Níveis de
Critério de Avaliação (NCA) estabelecidos pela ABNT - NBR 10151/2000 para avaliação
do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade.

Tabela 5.8-3 - Resultados do monitoramento dos níveis de ruído.

RESULTADOS [DB(A)]
PONTO TERMINOLOGIA
DIURNO NCA NOTURNO NCA
Lmx 50,30 70,10
PR01 Lmn 34,40 40 33,20 35
LAeq 46,54 51,36
Lmx 54,60 45,50
PR02 Lmn 27,20 40 33,10 35
LAeq 36,73 35,48
Lmx 68,70 72,20
PR03 Lmn 30,00 40 38,40 35
LAeq 47,00 52,32
Lmx 67,70 47,80
PR04 Lmn 29,30 40 41,00 35
LAeq 45,85 43,71
Lmx 62,00 54,50
PR05 Lmn 30,00 40 37,60 35
LAeq 40,97 48,26
Lmx 42,20 58,50
PR06 Lmn 35,70 40 45,90 35
LAeq 39,00 47,82
Lmx 57,30 44,40
PR07 Lmn 28,70 40 31,40 35
LAeq 38,40 34,17
Lmx 63,70 60,10
PR08 Lmn 28,50 40 32,80 35
LAeq 42,94 51,20
Lmx 46,80 56,90
PR09 Lmn 28,00 40 33,60 35
LAeq 34,87 40,34
Lmx 48,90 43,70
PR10 Lmn 30,00 40 37,40 35
LAeq 34,92 38,54
Lmx 39,60 44,60
PR11 Lmn 28,80 40 41,70 35
LAeq 31,43 42,62

111
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

RESULTADOS [DB(A)]
PONTO TERMINOLOGIA
DIURNO NCA NOTURNO NCA
Lmx 59,90 46,80
PR12 Lmn 29,70 40 40,90 35
LAeq 49,33 43,97
Lmx 71,70 43,10
PR13 Lmn 32,50 40 32,90 35
LAeq 54,02 36,35
Lmx 53,70 52,60
PR14 Lmn 32,20 40 37,80 35
LAeq 38,94 44,64

5.8.2.1 Níveis sonoros no ponto PR01

Na medição de ruído no Ponto PR01 durante o período diurno (Figura 5.8-7a), foram
registrados valores entre 50,30 dBA (Lmx) e 34,30 dBA (Lmn). De acordo com os níveis
registrados, o cálculo do Nível de Pressão Sonora Equivalente resultou em 46,54 dBA,
não se encaixando no padrão regulamentado pela norma, cujo valor máximo consentido
é 40 dBA (Figura 5.8-5).

Durante a medição, os ruídos registrados foram originados de atividades como


construção de cerca e ruído da fauna local.

Durante a medição realizada no período noturno (Figura 5.8-7b) o máximo e o mínimo


nível de ruídos registrados foram de 70,10 e 33,20 dBA, respectivamente.

De acordo com os níveis registrados, o cálculo do Nível de Pressão Sonora Equivalente


resultou em 51,36 dBA, não se encaixando no padrão regulamentado pela norma, cujo
valor máximo consentido é 35 dBA como mostrado na Figura 5.8-6. Os picos dos valores
encontrados estão relacionados à passagem de automóveis próximos ao ponto.

Uma vez que a fonte sonora motivadora deste estudo são as atividades decorrentes da
instalação do Projeto Pedra Branca, que ainda não se iniciou, podemos considerar o
LAeq medido como o Lra (nível de ruído ambiente), que tendo sido superior ao Nível de
Critério de Avaliação, passa a assumir o valor de referência para o ponto PR01 nos
períodos diurno e noturno (46,54 dBA e 51,36 dBA, respectivamente), neste ponto,
conforme direcionado no item 6,2,4 da NBR 10151:2000.

112
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-5- Níveis de ruídos do período diurno no PR01.

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Tempo

Figura 5.8-6 - Níveis de ruídos do período noturno no PR01.

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NPS (Li)
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NBR 10.152
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Tempo

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ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-7- Medição no PR01 durante o diagnóstico. Onde: (a) período diurno e (b)
período noturno.

(a) (b)

5.8.2.2 Níveis sonoros no ponto PR02

No Ponto PR02, as medições realizadas no período diurno (Figura 5.8-10a) mostraram


variações de 27,20 a 54,60 dBA, Lmn e Lmx, respectivamente. O Nível de Pressão
Sonora Equivalente calculado (36,73 dBA) para este ponto está dentro do aceitável na
Norma Regulamentadora, onde o valor de comparação do Nível de Critério de Avaliação
é 40 dBA (Figura 5.8-8).

Os ruídos registrados pelo equipamento foram decorrentes da passagem de carros


pequenos (Figura 5.8-10a).

No período noturno observou-se que os ruídos registrados no Ponto PR02 (Figura


5.8-10b) estiveram acima do designado pela NBR 10.151 (ABNT, 2000), onde houve
uma variação dos mesmos de 33,10 dBA (Lmn) a 45,50 dBA (Lmx), resultando em um
Nível de Pressão Sonora Equivalente de 35,48 dBA que superou o NCA determinado
para esta área, como observado na Figura 5.8-9.

Não constatou-se níveis muito elevados de ruído no período noturno, onde os picos
estiveram associados aos eventuais mugidos de vacas e entomofauna (Figura 5.8-10b).

Uma vez que a fonte sonora motivadora deste estudo são as atividades decorrentes da
instalação do Projeto Pedra Branca, que ainda não se iniciou, podemos considerar o
LAeq medido como o Lra (nível de ruído ambiente), que tendo sido superior ao Nível de
Critério de Avaliação, passa a assumir o valor de referência para o ponto PR02 no
período noturno (35,48 dBA), neste ponto, conforme direcionado no item 6,2,4 da NBR
10151:2000.

114
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Figura 5.8-8 - Níveis de ruídos do período diurno no PR02.

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Tempo

Figura 5.8-9 - Níveis de ruídos do período noturno no PR02.

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Tempo

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Figura 5.8-10– Medição no PR02 durante o Monitoramento. Onde: (a) período diurno e (b)
período noturno.

(a) (b)

5.8.2.3 Níveis sonoros no ponto PR03

Em relação à medição de ruído no Ponto PR03 durante o período diurno (Figura


5.8-13a), foram indicados valores entre 68,70 dBA (Lmx) e 30,00 dBA (Lmn). De acordo
com os níveis registrados, o cálculo do Nível de Pressão Sonora Equivalente resultou
em 47,00 dBA, não se encaixando no padrão regulamentado pela norma, cujo valor
máximo consentido é 40 dBA (Figura 5.8-11).

O pico de ruído registrado durante a medição teve origem do tráfico de motocicletas


próximo ao ponto de caracterização.

Durante a medição realizada no período noturno (Figura 5.8-13b) o máximo e o mínimo


nível de ruído foram de 72,20 dBA e 38,40 dBA, respectivamente. De acordo com os
níveis registrados, o cálculo do Nível de Pressão Sonora Equivalente resultou em 52,32
dBA, não se encaixando no padrão regulamentado pela norma, cujo valor máximo
consentido é 35 dBA como mostrado na Figura 5.8-12.

Os picos dos valores encontrados estão relacionados à passagem de automóveis e sons


de conversa de transeuntes próximos ao referente ponto.

Uma vez que a fonte sonora motivadora deste estudo são as atividades decorrentes da
instalação do Projeto Pedra Branca, que ainda não se iniciou, podemos considerar o
LAeq medido como o Lra (nível de ruído ambiente), que tendo sido superior ao Nível de
Critério de Avaliação, passa a assumir o valor de referência para o ponto PR03 nos
períodos diurno e noturno (47,00 dBA e 52,32 dBA, respectivamente), neste ponto,
conforme direcionado no item 6,2,4 da NBR 10151:2000.

116
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AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-11 - Níveis de ruídos do período diurno no PR03.

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Tempo

Figura 5.8-12 - Níveis de ruídos do período noturno no PR03.

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Tempo

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Figura 5.8-13- Medição no PR03 durante o Monitoramento. Onde: (a) período diurno e (b)
período noturno.

(a) (b)

5.8.2.4 Níveis sonoros no ponto PR04

Para o ponto PR04 foram encontrados durante a medição sonora do período diurno
(Figura 5.8-16a) valores entre 29,3 dBA e 67,7 dBA sendo o Nível de Pressão Sonora
Equivalente de 45,85 dBA superando o valor da Norma Regulamentadora, cujo é 40
dBA (Figura 5.8-14). Os ruídos medidos neste ponto estão associados à passagem de
automóveis e ruído de avifauna.

Não houveram grandes oscilações entre os valores de ruídos medidos durante o período
noturno (Figura 5.8-16b) sendo o máximo e o mínimo registrados de 47,80 e 41 dBA,
respectivamente. O cálculo do Nível de Pressão Sonora Equivalente resultou em 43,71
dBA, não estando em conformidade com o padrão regulamentado pela norma, cujo valor
máximo consentido é 35 dBA como mostrado na Figura 5.8-15.

Uma vez que a fonte sonora motivadora deste estudo são as atividades decorrentes da
instalação do Projeto Pedra Branca, que ainda não se iniciou, podemos considerar o
LAeq medido como o Lra (nível de ruído ambiente), que tendo sido superior ao Nível de
Critério de Avaliação, passa a assumir o valor de referência para o ponto PR04 nos
períodos diurno e noturno (45,85 dBA e 43,71 dBA, respectivamente), neste ponto,
conforme direcionado no item 6,2,4 da NBR 10151:2000.

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ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-14 - Níveis de ruídos do período diurno no PR04.

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Tempo

Figura 5.8-15 - Níveis de ruídos do período noturno no PR04.

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NBR 10.152
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Tempo

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ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-16- Medição no PR04 durante o Diagnóstico. Onde: (a) período diurno e (b)
período noturno.

(a) (b)

5.8.2.5 Níveis sonoros no ponto PR05

No ponto PR05 os níveis de ruído no período diurno (Figura 5.8-19a), oscilaram de 62,00
dBA a 30,00 dBA. O Nível de Pressão Sonora Equivalente calculado (40,97 dBA) para
este ponto superou o limite aceitável na Norma Regulamentadora, cujo valor é 40 dBA
(Figura 5.8-17). O pico de ruído registrado pelo medidor sonoro foi decorrente da
passagem de uma motocicleta próximo ao ponto monitorado.

Durante o período noturno observou-se que os ruídos registrados no referido ponto


(Figura 5.8-19b) estiveram acima do regulamentado pela NBR 10.151 (ABNT, 2000),
onde houve uma variação de 37,60 dBA (Lmn) a 54,50 dBA (Lmx), o que resultou em um
Nível de Pressão Sonora Equivalente de 48,26 dBA, superando o NCA determinado
para esta área, como observado na Figura 5.8-18.

Não se constatou níveis muito elevados de ruído no período noturno, onde os picos
estiveram associados aos latidos de cachorros.

Uma vez que a fonte sonora motivadora deste estudo são as atividades decorrentes da
instalação do Projeto Pedra Branca, que ainda não se iniciou, podemos considerar o
LAeq medido como o Lra (nível de ruído ambiente), que tendo sido superior ao Nível de
Critério de Avaliação, passa a assumir o valor de referência para o ponto PR05 nos
períodos diurno e noturno (40,97 dBA e 48,26 dBA, respectivamente), neste ponto,
conforme direcionado no item 6,2,4 da NBR 10151:2000.

120
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-17- Níveis de ruídos do período diurno no PR05.

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Figura 5.8-18 - Níveis de ruídos do período noturno no PR05.

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NBR 10.152
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Tempo

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ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-19– Medição no PR05 durante o Diagnóstico. Onde: (a) período diurno e (b)
período noturno.

(a) (b)

5.8.2.6 Níveis sonoros no ponto PR06

Em relação às medições realizadas no período diurno no ponto PR06 (Figura 5.8-22a)


observou-se variações de 35,70 dBA a 42,20 dBA, Lmn e Lmx, respectivamente. O Nível
de Pressão Sonora Equivalente calculado para esse ponto foi de 39,00 dBA, estando
em conformidade com o aceitável da Norma Regulamentadora, onde o valor de
comparação do NCA é 40 dBA (Figura 5.8-20).

Durante o período noturno observou-se que os ruídos registrados no Ponto PR06


(Figura 5.8-22b) apresentaram valores acima do designado pela Norma
Regulamentadora, de 45,90 dBA (Lmn) a 58,50 dBA (Lmx), resultando em um Nível de
Pressão Sonora Equivalente de 47,82 dBA que superou o NCA determinado para esta
área, como observado na Figura 5.8-21. Não foram observados níveis muito elevados
de ruído no período noturno, onde o único pico esteve associado à passagem de uma
motocicleta próxima ao local de medição.

Uma vez que a fonte sonora motivadora deste estudo são as atividades decorrentes da
instalação do Projeto Pedra Branca, que ainda não se iniciou, podemos considerar o
LAeq medido como o Lra (nível de ruído ambiente), que tendo sido superior ao Nível de
Critério de Avaliação, passa a assumir o valor de referência para o ponto PR06 no
período noturno (47,82 dBA), neste ponto, conforme direcionado no item 6,2,4 da NBR
10151:2000.

122
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-20 - Níveis de ruídos do período diurno no PR06.

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NPS (Li)
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Figura 5.8-21 - Níveis de ruídos do período noturno no PR06.

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NPS (Li)
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Laeq
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Tempo

123
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-22– Medição no PR06 durante o Diagnóstico. Onde: (a) período diurno e (b)
período noturno.

(a) (b)

5.8.2.7 Níveis sonoros no ponto PR07

Contatou-se que as medições realizadas no período diurno no Ponto PR07 (Figura


5.8-25a) variaram de 28,7 a 57,3 dBA, para Lmn e Lmx, respectivamente. O valor de
comparação do Nível de Critério de Avaliação é 40 dBA conforme regulamentado pela
norma de referência, dessa forma, o valor do Nível de Pressão Sonora Equivalente
calculado (38,40 dBA) encontrou-se em concordância para este ponto (Figura 5.8-23).

O pico de ruído registrado pelo medidor sonoro teve origem da passagem de uma
motocicleta próxima ao ponto de monitoramento.

Para as medições do período noturno do Ponto PR07 (Figura 5.8-25b), observaram-se


os menores níveis de ruídos, sendo o único ponto noturno que esteve em conformidade
com o designado pela NBR 10.151 (ABNT, 2000), onde houve uma variação de 31,40
dBA (Lmn) a 44,40 dBA (Lmx), resultando em um Nível de Pressão Sonora Equivalente
de 34,17 dBA como pode ser observado na Figura 5.8-24.

124
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-23 - Níveis de ruídos do período diurno no PR07.

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Figura 5.8-24 - Níveis de ruídos do período noturno no PR07.

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ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-25– Medição no PR07 durante o Diagnóstico. Onde: (a) período diurno e (b)
período noturno.

(a) (b)

5.8.2.8 Níveis sonoros no ponto PR08

No Ponto PR08, as medições realizadas no período diurno (Figura 5.8-28a) mostraram


variações de 28,50 dBA a 63,70 dBA, para Lmn e Lmx, respectivamente. O Nível de
Pressão Sonora Equivalente calculado (42,94 dBA), superando o aceitável na Norma
Regulamentadora, onde o valor de comparação do Nível de Critério de Avaliação é 40
dBA (Figura 5.8-26).

No período noturno observou-se que os ruídos registrados no Ponto PR08 (Figura


5.8-28b) estiveram acima do designado pela NBR 10.151 (ABNT, 2000), onde houve
uma variação de 32,80 dBA (Lmn) a 60,10 dBA (Lmx), resultando em um Nível de Pressão
Sonora Equivalente de 51,20 dBA que superou o NCA determinado para esta área,
como observado na Figura 5.8-27.

Não constataram-se níveis muito elevados de ruído no período noturno, onde os picos
estiveram associados aos eventuais mugidos de vacas e entomofauna.

Uma vez que a fonte sonora motivadora deste estudo são as atividades decorrentes da
instalação do Projeto Pedra Branca, que ainda não se iniciou, podemos considerar o
LAeq medido como o Lra (nível de ruído ambiente), que tendo sido superior ao Nível de
Critério de Avaliação, passa a assumir o valor de referência para o ponto PR08 nos
períodos diurno e noturno (42,94 dBA e 51,20 dBA, respectivamente), neste ponto,
conforme direcionado no item 6,2,4 da NBR 10151:2000.

126
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-26 - Níveis de ruídos do período diurno no PR08.

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Figura 5.8-27 - Níveis de ruídos do período noturno no PR08.

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ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-28– Medição no PR08 durante o Diagnóstico. Onde: (a) período diurno e (b)
período noturno.

(a) (b)

5.8.2.9 Níveis sonoros no ponto PR09

Para o Ponto PR09, foram encontrados valores de ruído no período diurno (Figura
5.8-31a) de Lmn de 28,00 dBA e 46,80 dBA, de Lmx. O Nível de Pressão Sonora
Equivalente calculado (34,87 dBA) para este ponto o valor presente atendeu o
especificado na Norma Regulamentadora, cujo é 40 dBA (Figura 5.8-29).

No período noturno observou-se que os ruídos registrados no Ponto PR09 (Figura


5.8-31b) estiveram acima do designado pela NBR 10.151 (ABNT, 2000), onde houve
uma variação de 33,60 dBA (Lmn) a 56,90 dBA (Lmx), resultando em um Nível de Pressão
Sonora Equivalente de 40,34 dBA que superou o NCA determinado para esta área,
como observado na Figura 5.8-30. Com isso, o novo NCA utilizado nos próximos
monitoramentos será de 33,60 dBA.

Não constatou-se níveis muito elevados de ruído no período noturno, onde os picos
estiveram associados ao latido de um cachorro no local de medição.

Uma vez que a fonte sonora motivadora deste estudo são as atividades decorrentes da
instalação do Projeto Pedra Branca, que ainda não se iniciou, podemos considerar o
LAeq medido como o Lra (nível de ruído ambiente), que tendo sido superior ao Nível de
Critério de Avaliação, passa a assumir o valor de referência para o ponto PR09 no
período (40,34 dBA), neste ponto, conforme direcionado no item 6,2,4 da NBR
10151:2000.

128
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-29 - Níveis de ruídos do período diurno no PR09.

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Figura 5.8-30 - Níveis de ruídos do período noturno no PR09.

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ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-31– Medição no PR09 durante o Diagnóstico. Onde: (a) período diurno e (b)
período noturno.

(a) (b)

5.8.2.10 Níveis sonoros no ponto PR10

No Ponto PR10, as medições realizadas no período diurno (Figura 5.8-34a) mostraram


variações de 30,00 a 48,90 dBA, Lmn e Lmx, respectivamente. O Nível de Pressão Sonora
Equivalente calculado (34,92 dBA) para esse ponto esta dentro do aceitável segundo a
Norma Regulamentadora, onde o valor de comparação do Nível de Critério de Avaliação
é 40 dBA (Figura 5.8-32).

Durante o período noturno (Figura 5.8-34b) foi observado que até o valor mínimo (37,40
dBA) de ruído registrado no Ponto PR10 esteve acima do regulamentado pela NBR
10.151 (ABNT, 2000) como pode ser observado na Figura 5.8-33. Com isso, o cálculo
do Nível de Pressão Sonora Equivalente resultou em 38,54 dBA superando o NCA
determinado para esta área.

Uma vez que a fonte sonora motivadora deste estudo são as atividades decorrentes da
instalação do Projeto Pedra Branca, que ainda não se iniciou, podemos considerar o
LAeq medido como o Lra (nível de ruído ambiente), que tendo sido superior ao Nível de
Critério de Avaliação, passa a assumir o valor de referência para o ponto PR10 no
período (38,54 dBA), neste ponto, conforme direcionado no item 6,2,4 da NBR
10151:2000.

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ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-32 - Níveis de ruídos do período diurno no PR10.

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Figura 5.8-33 - Níveis de ruídos do período noturno no PR10.

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ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-34– Medição no PR10 durante o Diagnóstico. Onde: (a) período diurno e (b)
período noturno.

(a) (b)

5.8.2.11 Níveis sonoros no ponto PR11

As medições realizadas no período diurno no Ponto PR11 (Figura 5.8-37a) mostraram


variações de 28,80 a 39,60 dBA, para Lmn e Lmx, respectivamente. O Nível de Pressão
Sonora Equivalente calculado (31,43 dBA) para este ponto está de acordo com o
aceitável na Norma Regulamentadora, cujo o valor de comparação do Nível de Critério
de Avaliação é 40 dBA (Figura 5.8-35).

Durante o período noturno observou-se que o valor mínimo (41,70 dBA), assim como o
máximo (44,60 dBA) de ruído registrado no Ponto PR11 (Figura 5.8-37b) estiveram
acima do regulamentado pela NBR 10.151 (ABNT, 2000) como pode ser observado na
Figura 5.8-36. O cálculo do Nível de Pressão Sonora Equivalente resultou em 42,62 dBA
superando o NCA determinado para esta área.

Uma vez que a fonte sonora motivadora deste estudo são as atividades decorrentes da
instalação do Projeto Pedra Branca, que ainda não se iniciou, podemos considerar o
LAeq medido como o Lra (nível de ruído ambiente), que tendo sido superior ao Nível de
Critério de Avaliação, passa a assumir o valor de referência para o ponto PR11 no
período noturno (42,62 dBA), neste ponto, conforme direcionado no item 6,2,4 da NBR
10151:2000.

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ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-35 - Níveis de ruídos do período diurno no PR11.

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Figura 5.8-36 - Níveis de ruídos do período noturno no PR11.

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ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-37– Medição no PR11 durante o Diagnóstico. Onde: (a) período diurno e (b)
período noturno.

(a) (b)

5.8.2.12 Níveis sonoros no ponto PR12

O Ponto PR12 apresentou variações de 29,70 a 59,90 dBA, para Lmn e Lmx,
respectivamente para as medições realizadas no período diurno (Figura 5.8-40a). O
Nível de Pressão Sonora Equivalente calculado (49,33 dBA) para este ponto superou o
aceitável na Norma Regulamentadora, onde o valor de comparação do Nível de Critério
de Avaliação é 40 dBA (Figura 5.8-38).

No período noturno observou-se que os ruídos registrados (Figura 5.8-40b) estiveram


acima do designado pela NBR 10.151 (ABNT, 2000), onde houve uma variação de 40,90
dBA (Lmn) a 46,80 dBA (Lmx), resultando em um Nível de Pressão Sonora Equivalente
de 43,97 dBA que superou o NCA determinado para esta área cujo é de 35 dBA, como
observado na Figura 5.8-39.

Uma vez que a fonte sonora motivadora deste estudo são as atividades decorrentes da
instalação do Projeto Pedra Branca, que ainda não se iniciou, podemos considerar o
LAeq medido como o Lra (nível de ruído ambiente), que tendo sido superior ao Nível de
Critério de Avaliação, passa a assumir o valor de referência para o ponto PR12 nos
períodos diurno e noturno (49,33 dBA e 43,97 dBA, respectivamente), neste ponto,
conforme direcionado no item 6,2,4 da NBR 10151:2000.

134
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-38 - Níveis de ruídos do período diurno no PR12.


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Figura 5.8-39 - Níveis de ruídos do período noturno no PR12.


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ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-40– Medição no PR12 durante o Diagnóstico. Onde: (a) período diurno e (b)
período noturno.

(a) (b)

5.8.2.13 Níveis sonoros no ponto PR13

No Ponto PR13, as medições realizadas no período diurno (Figura 5.8-43a) mostraram


as variação de 32,50 a 71,70 dBA, para Lmn e Lmx, respectivamente. O Nível de Pressão
Sonora Equivalente calculado (54,02 dBA) para este ponto superou o aceitável na
Norma Regulamentadora, onde o valor de comparação do Nível de Critério de Avaliação
é 40 dBA (Figura 5.8-41). Os ruídos registrados pelo medidor sonoro foram decorrentes
da passagem de motocicletas e conversas de transeuntes, próximas ao local de
medição.

Para o período noturno observou-se que os ruídos registrados no Ponto PR13 (Figura
5.8-43b) estiveram acima do designado pela NBR 10.151 (ABNT, 2000), onde houve
uma variação dos mesmos de 32,90 dBA (Lmn) a 43,10 dBA (Lmx), resultando em um
Nível de Pressão Sonora Equivalente de 36,35 dBA que superou o NCA determinado
para esta área, como observado na Figura 5.8-42.

Uma vez que a fonte sonora motivadora deste estudo são as atividades decorrentes da
instalação do Projeto Pedra Branca, que ainda não se iniciou, podemos considerar o
LAeq medido como o Lra (nível de ruído ambiente), que tendo sido superior ao Nível de
Critério de Avaliação, passa a assumir o valor de referência para o ponto PR13 nos
períodos diurno e noturno (54,02 dBA e 36,35 dBA, respectivamente), neste ponto,
conforme direcionado no item 6,2,4 da NBR 10151:2000.

136
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-41 - Níveis de ruídos do período diurno no PR13.

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Figura 5.8-42 - Níveis de ruídos do período noturno no PR13.

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ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-43– Medição no PR13 durante o Diagnóstico. Onde: (a) período diurno e (b)
período noturno.

(a) (b)

5.8.2.14 Níveis sonoros no ponto PR14

Em relação ao Ponto PR14, as medições realizadas no período diurno (Figura 5.8-46a)


mostraram variações de 32,30 a 53,70 dBA, para Lmn e Lmx, respectivamente. O Nível
de Pressão Sonora Equivalente calculado (38,94 dBA) para este ponto está de acordo
com aceitável na Norma Regulamentadora, onde o valor de comparação do Nível de
Critério de Avaliação é 40 dBA (Figura 5.8-44). Os picos dos ruídos registrados pelo
medidor sonoro foram decorrentes da passagem de motocicletas e conversas de
transeuntes.

Para o período noturno observou-se que os ruídos registrados no Ponto PR14 (Figura
5.8-46b) estiveram acima do designado pela NBR 10.151 (ABNT, 2000), onde houve
uma variação dos mesmos de 37,80 dBA (Lmn) a 52,60 dBA (Lmx), resultando em um
Nível de Pressão Sonora Equivalente de 44,64 dBA que superou o NCA determinado
para esta área, como observado na Figura 5.8-45.

Não constatou-se níveis muito elevados de ruído no período noturno, onde os picos
estiveram associados aos eventuais mugidos de vacas e latidos de cachorros.

Uma vez que a fonte sonora motivadora deste estudo são as atividades decorrentes da
instalação do Projeto Pedra Branca, que ainda não se iniciou, podemos considerar o
LAeq medido como o Lra (nível de ruído ambiente), que tendo sido superior ao Nível de
Critério de Avaliação, passa a assumir o valor de referência para o ponto PR14 no
período noturno (44,64 dBA), neste ponto, conforme direcionado no item 6,2,4 da NBR
10151:2000.

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ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-44 - Níveis de ruídos do período diurno no PR14.

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Figura 5.8-45 - Níveis de ruídos do período noturno no PR14.

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ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.8-46– Medição no PR14 durante o Diagnóstico. Onde: (a) período diurno e (b)
período noturno.

(a) (b)

5.8.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em relação aos resultados das medições dos níveis de ruído calculados durante o
período diurno, 50% apresentaram valores de LAeq acima do NCA da NBR 10.151:2000.
Do período noturno, apenas um ponto esteve em conformidade com o regulamentado
pela norma de referência.

Observando os gráficos, é possível perceber que em todos os pontos, os registros


noturnos possuem um aumento considerável, condicionados aos sons gerados por
animais (herpetofauna e entomofauna) que se tornam mais fortes nesse período do dia.
No geral, os ruídos diurnos e noturnos estão relacionados à passagem de pequenos
carros e motos, havendo característico som da herpetofauna, avifauna e da
entomofauna.

Uma vez que a fonte sonora motivadora deste estudo são as atividades decorrentes da
instalação do Projeto Pedra Branca, que ainda não se iniciou, podemos considerar o
LAeq medido como o Lra (nível de ruído ambiente). Dessa forma, todas as vezes que os
valores indicados pelo Lra ficaram acima do limite estabelecido pela NBR 1021:2000, o
LAeq tornou-se o novo limite de referência para os correspondentes pontos e horários a
serem monitorados, conforme direcionado no item 6,2,4 da mesma norma.

Dessa forma, temos os seguintes limites de comparação especificados na Tabela 5.8-4,


que deverão ser adotados em futuros monitoramentos.

Tabela 5.8-4- NCA para áreas habitadas na Área de Influência do Projeto Pedra Branca.

DIURNO NOTURNO
PONTO A SER MONITORADO
DB(A) DB(A)
PR01 46,54 51,36
PR02 40* 35,48
PR03 47,00 52,32

140
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

DIURNO NOTURNO
PONTO A SER MONITORADO
DB(A) DB(A)
PR04 45,85 43,71
PR05 40,97 48,26
PR06 40* 47,82
PR07 40* 35*
PR08 42,94 51,20
PR09 40* 40,34
PR10 40* 38,54
PR11 40* 42,62
PR12 49,33 43,97
PR13 54,02 36,35
PR14 40* 44,64
*Permaneceu o limite da NBR 1021:2000.

5.9 VIBRAÇÃO

5.9.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

As fontes de vibração podem ser naturais ou provenientes das atividades antrópicas. As


fontes naturais estão relacionadas aos fenômenos naturais como terremotos e o efeito
de ventos fortes em grandes estruturas, por exemplo. As formas de vibração geradas
pelo ser humano geralmente estão relacionadas com a operação de máquinas
industriais, tráfego rodoviário e ferroviário e as atividades ligadas à construção civil
(BRITO, 2014).

Reil (1998) menciona que os três principais fatores relacionados à vibração no solo
determinantes para as estruturas construídas vibrarem, são:

 Velocidade de vibração máxima de partícula e vibração resultante


(VR);
 Duração da vibração;
 Frequência de vibração.

Se algum tipo de obra ou atividade é realizada em área habitada, em algumas situações,


será alvo de reclamações contantes, mesmo que esteja em conformidade com a norma
vigente.

Segundo Cunha (s.d.) as vibrações de baixíssima frequência afetam as pessoas de


várias maneiras causando desconforto, problemas de saúde, diminuição da capacidade
de concentração e da eficiência no trabalho e até mesmo enjôos.

A forma pela qual a vibração estrutural dos prédios influencia o conforto dos ocupantes
depende da frequência, da direção que atinge o corpo humano e de seu comportamento
ao longo do tempo, se contínua, intermitente ou transitória. Além disso, a percepção e
tolerância à vibração dependem do local, do tipo de atividade, do horário e da

141
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

expectativa de conforto e privacidade das pessoas. Uma avaliação precisa da


aceitabilidade das vibrações e o estabelecimento de limites quanto ao conforto
ambiental podem ser feitos somente com conhecimento desses fatores (PINTO, 2015).

Os limites aceitáveis de vibração para o homem são amplamente discutíveis uma vez
que dependem de muitas variáveis e a sensibilidade às vibrações é um tanto quanto
subjetiva, variando de pessoa para pessoa e com o ambiente onde ocorre a vibração
(RIMOLA, 2010).

O objeto da avaliação da vibração ambiental é o estudo de impacto das vibrações


mecânicas e a probabilidade de danos à saúde, ao bem estar e as estruturais das
edificações, ocasionados pela energia vibratória.

A apresentação e a avaliação dos resultados que compõe este estudo têm como
objetivo oferecer um levantamento do background de vibração na área de influência
direta do projeto Pedra Branca., visando o acompanhamento futuro, conforme a
legislação ambiental vigente, devido ao potencial modificador decorrente das atividades
a serem implantadas.

5.9.2 MATERIAL E MÉTODOS

Para o levantamento dos dados foi realizado inicialmente um trabalho de


reconhecimento da área e avaliação dos possíveis pontos a serem adotados para
caracterização dos níveis de vibração.

A campanha de campo foi executada no mês de fevereiro de 2017. Após medição e


armazenamento dos eventos sísmicos, os dados foram baixados e então gerados os
relatórios sismográficos, seguida pela compilação dos resultados obtidos. As etapas
para caracterização do Background são sucintamente apresentadas na Figura 5.9-1.

142
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.9-1 - Etapas para caracterização do Background

5.9.2.1 Equipamento de medição

A medição foi efetuada utilizando-se um sismógrafo da marca GEOSONICS®, modelo


SSU 3000 EZ+ com características e número de série descritos abaixo:

Geofone composto de três transdutores posicionados tri-ortogonalmente (L, T e V) e um


microfone, com faixas de captação de velocidade de vibração de partícula e pressão
acústica, conforme descrito no Quadro 5.9-1.

A transmissão das ondas vibratórias pelo solo depende de sua composição e


estratificação e do tipo de fonte geradora. Para quantificação da energia vibratória é
utilizado o pico de velocidade da partícula (PVP). A PVP é obtida pela somatória do
vetor aceleração nos três eixos ortogonais que é integrado pelo medidor resultando na
velocidade (BRITO, KAMIMURA, SANTOS, 2015).

A vibração pode ser caracterizada pelo deslocamento, velocidade ou aceleração


(VENDRAME, s.d.). Neste estudo é caracterizada pela velocidade.

O equipamento utilizado possui certificado de calibração com o prazo em vigor. O


Quadro 5.9-1 apresenta dados da calibração e características da unidade, cujo
certificado está no Anexo VI.

143
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Quadro 5.9-1 Informações da calibração do sismógráfo

CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO Nº A-005/2017


Equipamento Sob Calibração: Referente ao microfone
Sismógrafo de
Equipamento: Faixa Nominal: 78 a 142
Engenharia
Fabricante: Geosonics Faixa Calibrada: 134 @ 2 a 250 Hz
Modelo: SSU 3000 EZ+ Resolução: 1
Serial: 28024 Unidade de Medida: dBL
Código: 28024 Leitura: Digital
Padrões e Instrumentação Utilizados
CALIBRADO Nº VÁLIDO
CÓDIGO DESCRIÇÃO LABORATÓRIO
EM CERTIFICADO ATÉ
Microfone
MIC-001 29/09/2016 TECHNOBLAST M-001/16 Set/17
Padrão
Gerador de
VIB-003 16/09/2016 SIGTRON RBC-16/0508 Set/18
Frequência
TH-001 Termohigrômetro 23/09/2016 SETTING TP-09-461/16 Set/18
CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO Nº: V – 005/2017
Equipamento Sob Calibração: Referente ao Geofone
Sismógrafo de
Equipamento: Faixa Nominal: 0,13 a 127,0 mm/s
Engenharia
Fabricante: Geosonics Faixa Calibrada: 3,81 a 25,4 mm/s
Modelo: SSU 3000 EZ+ Resolução: 0,06 mm/s
Serial: 28024 Unidade de Medida: mm/s
Código: 28024 Leitura: Digital
Padrões e Instrumentação Utilizados
CALIBRADO Nº VÁLIDO
CÓDIGO DESCRIÇÃO LABORATÓRIO
EM CERTIFICADO ATÉ
Shake Table
VIB-001 26/08/2015 GEOSONICS ST-008-15 Ago/17
System
Gerador de
VIB-003 16/09/2016 SIGTRON RBC-16/0508 Set/18
Frequência
TH-001 Termohigrômetro 23/09/2016 SETTING TP-09-461/16 Set/18

O sismógrafo foi programado para operar no modo contínuo (histograma), por ser este
o usualmente utilizado para esse tipo de monitoramento (fontes geradoras de vibrações
contínuas), registrando os valores de pico de velocidade de partícula, e respectiva
frequência, em cada componente ortogonal: vertical [V(1)], longitudinal [L(2)] e
transversal [T(3)] (Figura 5.9-2), a cada 30 segundos, durante 30 minutos.

144
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.9-2- Diagrama de captação do equipamento.

Fonte: UFRRJ, 2008 – Adaptado.

Os dados das medições foram baixados e então gerados os relatórios de análise


sismográfica, que apresentam os valores de pico de velocidade de vibração de partícula
obtidos a cada minuto, onde as componentes ortogonais longitudinal, transversal e
vertical são representadas respectivamente por L, T e V.

A direção longitudinal é definida pelos pontos de origem da vibração e de captação


enquanto que a direção transversal é definida como a direção no plano horizontal
perpendicular à direção longitudinal. A direção vertical é definida pelo plano
perpendicular às demais.

5.9.2.2 Limites Adotados

5.9.2.2.1 Danos

No Brasil, a ABNT, através da NBR 9653:2005, estabelece os seguintes limites para


prevenção de danos superficiais em edificações causados por detonações de rocha
(evento impulsivo) com o uso de explosivos, conforme descrito na Tabela 5.9-1.

Tabela 5.9-1 Limites segundo a NBR 9653:2005.

FAIXA DE LIMITE DE VIBRAÇÃO DE PARTÍCULA DE


PRESSÃO ACÚSTICA
FREQUÊNCIA PICO
4 a 15 Hz 15 a 20 mm/s
15 a 40 Hz 20 a 50 mm/s 134 dBL
Acima de 40 Hz 50 mm/s
Nota: Para valores de frequência abaixo de 4 Hz deve ser utilizado como limite o critério de deslocamento de partícula
de pico de no máximo 0,6mm (de zero a pico).

145
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Por mais que a atividade monitorada não seja de detonação, foram utilizados os
parâmetros da Norma NBR 9653:2005 como referência, por ser a que mais se adequa
considerando limites de segurança para prevenção de danos estruturais provocados por
vibrações contínuas ou intermitentes.

5.9.2.2.2 Desconforto

No que se refere aos efeitos provocados sobre as pessoas que ocupam os imóveis que
sofrem o impacto de vibrações, alguns trabalhos publicados, como o de Wiss e
Parmelee, 1974, indicam faixas de vibração que podem ser classificadas como:

 Levemente perceptíveis, a partir de 0,3 mm/s até 1,5 mm/s,


 Bastante perceptíveis (desconforto), variando de 1,5 mm/s até 8 mm/s
 Fortemente perceptíveis (incômodo) entre 8 mm/s e 25 mm/s.

Acima deste nível de vibração, a sensação passa a ser considerada como intolerável.

5.9.2.2.3 Incomodidade

Os efeitos da vibração também podem ser abordados pelo critério de incomodidade.


Com uma velocidade da partícula peak (PVP) de 0,14 mm/s a vibração já pode ser
perceptível. A partir de 0,3 mm/s a vibração já é perceptível no ambiente residencial, em
1 mm/s pode motivar reclamações, mas pode ser tolerada se a causa da mesma for
previamente avisada e em 10 mm/s a vibração é intolerável mesmo que seja por breve
exposição (BRITISH, 2009).

A norma ISO 2631-2:2003 afirma que a vibração pode ser intolerável para os ocupantes
de uma edificação devido à sensação física de movimento que interfere em algumas
atividades como o sono e conversação. O efeito da incomodidade também é causado
pelo ruído gerado pela vibração de janelas e movimentação de objetos. Os limites de
incomodidade para os ocupantes de uma edificação não são dados na versão de 2003
da referida norma, sendo, portanto, considerado o da versão de 1997 como ilustra a
Tabela 5.9-2.

Nesse caso, a variável utilizada para quantificação da vibração em uma superfície é a


velocidade da partícula peak (PVP), pois tem conotação de tensão, sendo esta
relacionada com os principais danos estruturais. A aceleração está relacionada com a
deformação sendo adotada por sismologistas em análises de terremotos (ATTEWELL;
SELBY; UROMEIHY, 1989). A velocidade da partícula peak (PVP) indica o máximo valor
do movimento de uma partícula em um ponto da superfície ou de uma estrutura. A PVP
deve ser analisada pelo vetor resultante das medidas nos três eixos ortogonais (X, Y, Z)
em função do tempo, mas haverá situações em análises estruturais em que velocidades
em eixos específicos devem ser monitoradas (ATTEWELL; SELBY;O’DONNELL, 1992).

146
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Tabela 5.9-2 Limites da PVP em mm/s da norma ISO 2631-2 (1997).

TIPOS DE EDIFICAÇÃO DIURNO PVP (MM/S)


Hospitais 0,10
Residências 0,40
Escritórios 0,40
Oficinas 0,80

5.9.2.3 Pontos de Medição

Foi realizado o levantamento da vibração seguindo como critério a presença de áreas


habitadas na área de influência direta do empreendimento, já que estes deverão ser os
principais afetados pelo efeito vibratório decorrente da atividade, permitindo a
determinação do background da vibração da área de interesse.

Foram levantados 14 pontos para a caracterização dos níveis de vibração ambiental,


coincidentes com os pontos de medição de níveis de ruído, localizados conforme
detalhado no Quadro 5.9-2. As medições foram realizadas em fevereiro, durante um
tempo aproximado de 30 minutos, em cada ponto. A localização dos pontos à
caracterização de vibração é apontada no mapa da Figura 5.9-3.

147
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.9-3 - Mapa de localização dos pontos de amostragem de vibração

148
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AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Quadro 5.9-2 - Localização dos pontos de medição de vibração.

COORDENADAS
PONTOS MUNICÍPIO DESCRIÇÃO PROPRIEDADE
NORTE ESTE
Água Azul do Próximo a estrada –
PPV01 9.271.521.017 606.284.903 Sítio Brejão
Norte tráfico de motos
Próximo a estrada.
Durante a medição o
Água Azul do caseiro exercitou
PPV02 9271919.203 606.254.492 Fazenda Pedra Branca
Norte atividades com a
roçadeira (início: 16h00;
término: 16h16)
Próximo a estrada –
Água Azul do ruídos constante de
PPV03 9272443.884 605813.252 Fazenda Pedra Branca
Norte animais domésticos
(galinha, cão, gado)
240m da estrada –
Água Azul do
PPV04 9272883.974 605376.266 ruídos constante de Sítio Beija-Flor
Norte
animais domésticos
Próximo a estrada –
Água Azul do
PPV05 9274398.965 605846.733 constante tráfico de Fazenda
Norte
veículos
Próximo a estrada –
Água Azul do
PPV06 9274559.746 606410.155 ruídos constante de Fazenda Bela Vista
Norte
animais domésticos
Água Azul do
PPV07 9271640.857 608953.967 150 da estrada Fazenda
Norte
Água Azul do
PPV08 9272782.212 609329.149 Próximo a estrada Casa/Bar
Norte
Água Azul do
PPV09 9273204.720 608797.506 153 m da estrada Sítio
Norte
Próximo a estrada -
medição realizada em
Água Azul do
PPV10 9273232.737 608492.845 frente a cerca, Sítio
Norte
aproximadamente 15 m
da casa
Próximo a estrada –
medição realizada em
Água Azul do
PPV11 9273575.271 607805.691 frente a cerca, Sítio Brejão
Norte
aproximadamente 5 m
da casa
Água Azul do
PPV12 9274414.977 607408.291 400 m da estrada Fazenda Pedra Branca
Norte
Próximo a estrada –
medição realizada em
Água Azul do
PPV13 9275610.627 606060.563 frente a cerca, Fazenda Pedra Branca
Norte
aproximadamente 15 m
da casa
Próximo a estrada –
medição realizada em
Água Azul do
PPV14 9278450.673 607341.344 frente a cerca, Sítio Beija-Flor
Norte
aproximadamente 30 m
da casa

A instalação do equipamento para a medição considerou as instruções especificadas na


NBR 9653:2005 a respeito do posicionamento de transdutores e equipamentos. Desse

149
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

modo, o Geofone foi cravado em solo firme conforme ilustrado nas Figura 5.9-4, Figura
5.9-5, Figura 5.9-6 e Figura 5.9-7 abaixo.

Figura 5.9-4 Equipamento cravado em solo firme: (a) ponto PPV01; (b) ponto PPV02; (c)
ponto PPV03; (d) ponto PPV04

(a) (b)

(c) (d)

Figura 5.9-5 Equipamento cravado em solo firme: (a) ponto PPV05; (b) ponto PPV06; (c)
ponto PPV07; (d) ponto PPV08

150
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

(a) (b)

(c) (d)

Figura 5.9-6 Equipamento cravado em solo firme: (a) ponto PPV09; (b) ponto PPV10; (c)
ponto PPV11; (d) ponto PPV12

(a) (b)

(c) (d)

151
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.9-7 Equipamento cravado em solo firme: (a) ponto PPV13; (b) ponto PPV14;

(a) (b)

5.9.3 RESULTADOS

Na Tabela 5.9-3, são apresentados os valores de vibração registrados durante o período


de monitoramento realizado em cada ponto. No Quadro 5.9-3 são apresentadas as
unidades utilizadas e suas correspondentes segundo o Sistema Internacional de
Unidades. O Anexo VII apresenta os Relatórios de Analises Sismográficas de todos os
pontos de amostragens realizados para este estudo.

Tabela 5.9-3 Resumo das medições sismográficas

VELOCIDADE DE PARTÍCULA DE
PERÍODO
PICO/FREQUÊNCIA
PONTO
INÍCIO FIM L FRE. T FRE. V FRE.
DIA
(HORA) (HORA) (MM/S) (HZ) (MM/S) (HZ) (MM/S) (HZ)
08/02/2017 14:53 15:23 PPV 01 0,19 0,5 0,25 0,3 0,19 0,4
08/02/2017 15:50 16:20 PPV 02 0,25 71,4 0,25 0,3 0,19 0,3
08/02/2017 16:41 17:11 PPV 03 0,83 166,7 0,44 166,7 0,32 166,7
09/02/2017 10:04 10:34 PPV 04 0,51 125 1,33 166,7 0,38 500
08/02/2017 17:42 18:12 PPV 05 0,44 125 0,32 166,7 0,19 166,7
09/02/2017 10:30 11:00 PPV 06 0,19 0,6 0,25 0,3 0,19 0,4
09/02/2017 16:09 16:39 PPV 07 0,19 0,4 0,25 0,3 0,19 0,3
09/02/2017 11:30 12:00 PPV 08 0,19 0,6 0,25 0,3 0,19 0,3
09/02/2017 14:25 14:55 PPV 09 0,19 0,4 0,25 0,3 0,19 0,3
09/02/2017 16:56 17:26 PPV 10 0,19 0,4 0,25 0,2 0,19 0,3
09/02/2017 15:21 15:51 PPV 11 0,64 166,7 0,38 166,7 0,25 166,7
09/02/2017 17:56 18:26 PPV 12 0,19 100,0 0,32 83,3 0,19 0,3
11/02/2017 15:51 16:21 PPV 13 0,19 31,3 0,25 0,3 0,19 0,3
10/02/2017 13:49 14:19 PPV 14 0,19 0,3 0,25 0,2 0,19 0,3
Onde: Fre - Frequência de vibração de partícula; L - Velocidade de vibração de partícula de pico longitudinal (direção do
fogo detonado); T - Velocidade de vibração de partícula de pico perpendicular à longitudinal, no plano horizontal; V -
Velocidade de vibração de partícula de pico perpendicular ao plano determinado por L e T;

152
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

153
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Quadro 5.9-3 Unidades segundo o Sistema Internacional de Unidades.

UNIDADES DE MEDIDAS SEGUNDO SI


Pico de velocidade de vibração de partícula (PPV) Pico de pressão acústica (PA)
1 in/s → 0,0254 m/s → 25,4 mm/s 134 dBL → 100 Pa (Pascal)

A incerteza expandida de medição (U) (Quadro 5.9-4) relatada é declarada como a


incerteza padrão multiplicada pelo fator de abrangência k = 2,00, o qual para uma
distribuição t com vf (graus de liberdade efetivos) corresponde a uma probabilidade de
abrangência de aproximadamente 95%. A incerteza padrão de medição foi determinada
de acordo com a publicação EA-4/02.

Quadro 5.9-4 Incerteza expandida de medição.

INCERTEZAS DE MEDIÇÃO (U)


PPV PA
Canal Longitudinal, Transversal e Vertical
0,01 in/s (0,254 mm/s). 1 dBL

Serão apresentados os resultados obtidos nos 14 pontos de medição nos referidos


locais onde foi instalado o sismógrafo, comparando-os com as faixas de limite de
conforto ambiental e com a linha representativa dos limites definidos pela NBR 9653,
em função da frequência (em vermelho).

154
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.9.3.1.1 PPV 01

Conforme podemos observar na Figura 5.9-8, os resultados obtidos ficaram abaixo dos
limites para prevenção de danos preconizados pela NBR 9653, norma utilizada como
parâmetro de comparação.

Podemos também observar que a sensação das vibrações percebidas pelas pessoas
próximas aos pontos de medição se manteve abaixo do limite de percepção (Levemente
Perceptível), de acordo com o estudo de Wiss e Parmelee.

Para a incomodidade abordada na norma ISO 2631-2:2003, as medições também se


mantiveram dentro do padrão especificado para residências.

Figura 5.9-8 - Comparação dos resultados do ponto PPV 01 com os limites da NBR e de
percepção.

Limites de Velocidade de Partícula


Componentes Vetoriais L T V
NBR 9653:2005 e Estudo de Wiss e Parmelee
100
Velocidade de partícula (mm/s)

10

0,1
1 10 100 1000

Frequência (Hz)
Limite ABNT PPV 01

155
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.9.3.1.2 PPV 02

Os resultados obtidos ficaram abaixo dos limites para prevenção de danos preconizados
pela NBR 9653, norma utilizada como parâmetro de comparação, conforme podemos
observar na Figura 5.9-9

De acordo com o estudo de Wiss e Parmelee, podemos observar que a sensação das
vibrações nos pontos de medição se manteve abaixo do limite de percepção (Levemente
Perceptível).

Quanto a incomodidade abordada na norma ISO 2631-2:2003, as medições também se


mantiveram dentro do padrão especificado para residências.

Figura 5.9-9 - Comparação dos resultados do ponto PPV 02 com os limites da NBR e de
percepção.

Limites de Velocidade de Partícula


Componentes Vetoriais L T V
NBR 9653:2005 e Estudo de Wiss e Parmelee
100
Velocidade de partícula (mm/s)

10

0,1
1 10 100 1000

Frequência (Hz)
Limite ABNT PPV 02

156
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.9.3.1.3 PPV 03

Os valores obtidos ficaram abaixo dos limites para prevenção de danos preconizados
pela NBR 9653, norma utilizada como parâmetro de comparação, conforme podemos
observar na Figura 5.9-10

A sensação das vibrações percebidas pelas pessoas próximas aos pontos de medição
se mantiveram exatamente na faixa Levemente Perceptível e bem no inicio, de acordo
com o estudo de Wiss e Parmelee.

Quanto a incomodidade abordada na norma ISO 2631-2:2003, a medição da


componente Vertical se manteve dentro do padrão especificado para residências, porém
as componentes Longitudinal e Transversal ficaram acima do limite.

Figura 5.9-10 - Comparação dos resultados do ponto PPV 03 com os limites da NBR e de
percepção

Limites de Velocidade de Partícula


Componentes Vetoriais L T V
NBR 9653:2005 e Estudo de Wiss e Parmelee
100
Velocidade de partícula (mm/s)

10

0,1
1 10 100 1000

Frequência (Hz)
Limite ABNT PPV 03

157
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.9.3.1.4 PPV 04

Conforme podemos observar na Figura 5.9-11, os resultados obtidos ficaram abaixo dos
limites para prevenção de danos preconizados pela NBR 9653, norma utilizada como
parâmetro de comparação,

A sensação das vibrações percebidas pelas pessoas próximas aos pontos de medição
se mantiveram exatamente na faixa Levemente Perceptível e quase na faixa de
Bastante Perceptível, de acordo com o estudo de Wiss e Parmelee.

Quanto a incomodidade abordada na norma ISO 2631-2:2003, as medições das


componentes verticais Transversal e Vertical se mantiveram dentro do padrão
especificado para residências, porém a componente Longitudinal ficou levemente acima
do limite.

Figura 5.9-11 - Comparação dos resultados do ponto PPV 04 com os limites da NBR e de
percepção.

Limites de Velocidade de Partícula


Componentes Vetoriais L T V
NBR 9653:2005 e Estudo de Wiss e Parmelee
100
Velocidade de partícula (mm/s)

10

0,1
1 10 100 1000

Frequência (Hz)
Limite ABNT PPV 04

158
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.9.3.1.5 PPV 05

Os resultados obtidos ficaram abaixo dos limites para prevenção de danos preconizados
pela NBR 9653, norma utilizada como parâmetro de comparação, conforme podemos
observar na Figura 5.9-12.

De acordo com o estudo de Wiss e Parmelee, empregado como referência, podemos


observar na imagem acima que os resultados obtidos nos pontos monitorados se
encontram abaixo e na faixa do limite de percepção (Levemente Perceptível).

Quanto a incomodidade abordada na norma ISO 2631-2:2003, a medição da


componente Vertical se manteve dentro do padrão especificado para residências, porém
as componentes Longitudinal e Transversal ficaram acima do limite.

Figura 5.9-12 - Comparação dos resultados do ponto PPV 05 com os limites da NBR e de
percepção.

Limites de Velocidade de Partícula


Componentes Vetoriais L T V
NBR 9653:2005 e Estudo de Wiss e Parmelee
100
Velocidade de partícula (mm/s)

10

0,1
1 10 100 1000

Frequência (Hz)
Limite ABNT PPV 05

159
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.9.3.1.6 PPV 06

Os resultados obtidos ficaram abaixo dos limites para prevenção de danos preconizados
pela NBR 9653, norma utilizada como parâmetro de comparação, conforme podemos
observar na Figura 5.9-13.

De acordo com o estudo de Wiss e Parmelee, podemos observar que a sensação das
vibrações nos pontos de medição se manteve abaixo do limite de percepção (Levemente
Perceptível).

Para a incomodidade abordada na norma ISO 2631-2:2003, as medições também se


mantiveram dentro do padrão especificado para residências.

Figura 5.9-13 - Comparação dos resultados do ponto PPV 06 com os limites da NBR e de
percepção.

Limites de Velocidade de Partícula


Componentes Vetoriais L T V
NBR 9653:2005 e Estudo de Wiss e Parmelee
100
Velocidade de partícula (mm/s)

10

0,1
1 10 100 1000

Frequência (Hz)
Limite ABNT PPV 06

160
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.9.3.1.7 PPV 07

Conforme podemos observar na Figura 5.9-14, os resultados obtidos ficaram abaixo dos
limites para prevenção de danos preconizados pela NBR 9653, norma utilizada como
parâmetro de comparação.

Podemos observar que a sensação das vibrações nos pontos de medição se manteve
abaixo do limite de percepção (Levemente Perceptível), de acordo com o estudo de
Wiss e Parmelee.

Para a incomodidade abordada na norma ISO 2631-2:2003, as medições também se


mantiveram dentro do padrão especificado para residências.

Figura 5.9-14 - Comparação dos resultados do ponto PPV 07 com os limites da NBR e de
percepção.

Limites de Velocidade de Partícula


Componentes Vetoriais L T V
NBR 9653:2005 e Estudo de Wiss e Parmelee
100
Velocidade de partícula (mm/s)

10

0,1
1 10 100 1000

Frequência (Hz)
Limite ABNT PPV 07

161
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AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.9.3.1.8 PPV 08

Conforme podemos observar na Figura 5.9-15, os resultados obtidos ficaram abaixo dos
limites para prevenção de danos preconizados pela NBR 9653, norma utilizada como
parâmetro de comparação.

De acordo com o estudo de Wiss e Parmelee, podemos observar que a sensação das
vibrações nos pontos de medição se manteve abaixo do limite de percepção (Levemente
Perceptível).

Quanto a incomodidade abordada na norma ISO 2631-2:2003, as medições das


componentes verticais Transversal e Vertical se mantiveram dentro do padrão
especificado para residências, porém a componente Longitudinal ficou levemente acima
do limite.

Figura 5.9-15 - Comparação dos resultados do ponto PPV 08 com os limites da NBR e de
percepção.

Limites de Velocidade de Partícula


Componentes Vetoriais L T V
NBR 9653:2005 e Estudo de Wiss e Parmelee
100
Velocidade de partícula (mm/s)

10

0,1
1 10 100 1000

Frequência (Hz)
Limite ABNT PPV 08

162
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AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.9.3.1.9 PPV 09

Podemos observar que os resultados obtidos ficaram abaixo dos limites para prevenção
de danos preconizados pela NBR 9653, norma utilizada como parâmetro de
comparação. Conforme mostra a Figura 5.9-16.

Constata-se que a sensação das vibrações percebidas pelas pessoas próximas aos
pontos de medição se manteve abaixo do limite Levemente Perceptível, de acordo com
o estudo de Wiss e Parmelee.

Para a incomodidade abordada na norma ISO 2631-2:2003, as medições também se


mantiveram dentro do padrão especificado para residências.

Figura 5.9-16 - Comparação dos resultados do ponto PPV 09 com os limites da NBR e de
percepção.

Limites de Velocidade de Partícula


Componentes Vetoriais L T V
NBR 9653:2005 e Estudo de Wiss e Parmelee
100
Velocidade de partícula (mm/s)

10

0,1
1 10 100 1000

Frequência (Hz)
Limite ABNT PPV 09

163
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.9.3.1.10 PPV 10

Conforme a Figura 5.9-17, podemos observar que os resultados obtidos ficaram abaixo
dos limites para prevenção de danos preconizados pela NBR 9653, norma utilizada
como parâmetro de comparação.

Constata-se que a sensação das vibrações percebidas pelas pessoas próximas aos
pontos de medição se manteve abaixo do limite Levemente Perceptível, de acordo com
o estudo de Wiss e Parmelee.

Para a incomodidade abordada na norma ISO 2631-2:2003, as medições também se


mantiveram dentro do padrão especificado para residências.

Figura 5.9-17 - Comparação dos resultados do ponto PPV 10 com os limites da NBR e de
percepção.

Limites de Velocidade de Partícula


Componentes Vetoriais L T V
NBR 9653:2005 e Estudo de Wiss e Parmelee
100
Velocidade de partícula (mm/s)

10

0,1
1 10 100 1000

Frequência (Hz)
Limite ABNT PPV 10

164
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.9.3.1.11 PPV 11

Conforme a Figura 5.9-18, podemos observar que os resultados obtidos ficaram abaixo
dos limites para prevenção de danos preconizados pela NBR 9653, norma utilizada
como parâmetro de comparação.

De acordo com o estudo de Wiss e Parmelee, empregado como referência, podemos


observar na imagem acima que os resultados obtidos nos pontos monitorados se
encontram abaixo e na faixa do limite de percepção (Levemente Perceptível).

Para a incomodidade abordada na norma ISO 2631-2:2003, as medições também se


mantiveram dentro do padrão especificado para residências.

Figura 5.9-18 - Comparação dos resultados do ponto PPV 11 com os limites da NBR e de
percepção.

Limites de Velocidade de Partícula


Componentes Vetoriais L T V
NBR 9653:2005 e Estudo de Wiss e Parmelee
100
Velocidade de partícula (mm/s)

10

0,1
1 10 100 1000

Frequência (Hz)
Limite ABNT PPV 11

165
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.9.3.1.12 PPV 12

Observa-se na Figura 5.9-19 que os resultados obtidos ficaram abaixo dos limites para
prevenção de danos preconizados pela NBR 9653, norma utilizada como parâmetro de
comparação.

A sensação das vibrações percebidas pelas pessoas próximas aos pontos de medição
se mantiveram abaixo e no inicio da faixa Levemente Perceptível, de acordo com o
estudo de Wiss e Parmelee.

Para a incomodidade abordada na norma ISO 2631-2:2003, todas as medições ficaram


fora do padrão especificado para residências.

Figura 5.9-19 - Comparação dos resultados do ponto PPV 12 com os limites da NBR e de
percepção.

Limites de Velocidade de Partícula


Componentes Vetoriais L T V
NBR 9653:2005 e Estudo de Wiss e Parmelee
100
Velocidade de partícula (mm/s)

10

0,1
1 10 100 1000

Frequência (Hz)
Limite ABNT PPV 12

166
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.9.3.1.13 PPV 13

Os dados obtidos ficaram abaixo dos limites para prevenção de danos preconizados
pela NBR 9653, norma utilizada como parâmetro de comparação. Como mostra a Figura
5.9-20.

A sensação das vibrações percebidas pelas pessoas próximas aos pontos de medição
se manteve abaixo da faixa Levemente Perceptível, de acordo com o estudo de Wiss e
Parmelee.

Para a incomodidade abordada na norma ISO 2631-2:2003, apenas a componente


ortogonal Transversal ficou acima do limiar estabelecido para residências.

Figura 5.9-20 - Comparação dos resultados do ponto PPV 13 com os limites da NBR e de
percepção.

Limites de Velocidade de Partícula


Componentes Vetoriais L T V
NBR 9653:2005 e Estudo de Wiss e Parmelee
100
Velocidade de partícula (mm/s)

10

0,1
1 10 100 1000

Frequência (Hz)
Limite ABNT PPV 13

167
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.9.3.1.14 PPV 14

Podemos observar, de acordo com a Figura 5.9-21, que os resultados obtidos ficaram
abaixo dos limites para prevenção de danos preconizados pela NBR 9653, norma
utilizada como parâmetro de comparação.

Constata-se que a sensação das vibrações percebidas pelas pessoas próximas aos
pontos de medição se manteve abaixo do limite Levemente Perceptível, de acordo com
o estudo de Wiss e Parmelee.

Para a incomodidade abordada na norma ISO 2631-2:2003, as medições também se


mantiveram dentro do padrão especificado para residências.

Figura 5.9-21 - Comparação dos resultados do ponto PPV 14 com os limites da NBR e de
percepção.

Limites de Velocidade de Partícula


Componentes Vetoriais L T V
NBR 9653:2005 e Estudo de Wiss e Parmelee
100
Velocidade de partícula (mm/s)

10

0,1
1 10 100 1000

Frequência (Hz)
Limite ABNT PPV 14

168
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.9.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pela análise da velocidade de vibração de partícula de pico, referida como PPV (Peak
Particle Velocity), a NBR 9653:2005 recomenda que os riscos de ocorrência de danos
induzidos sejam avaliados levando-se em consideração a magnitude e a frequência de
vibração de partícula.

Ao analisar a tabela com a velocidade de vibração de partícula de pico de cada


componente ortogonal juntamente com os gráficos, os níveis de vibração de fundo
gerados permaneceram consistentemente abaixo dos limites para prevenção de danos
preconizados pela NBR 9653:2005, demostrando que as vibrações atuais não são
capazes de causar danos estruturais as construções ali alocadas.

Ressalta-se que quanto a questão do desconforto não há norma brasileira, nem


internacional, que estabeleça limites de velocidade de partícula para desconforto
humano, por ser esse tipo de sensação extremamente variável de pessoa para pessoa
e sujeita a fatores subjetivos. Deste modo, baseado na classificação do estudo de Wiss
e Parmelee, observa-se que a sensação das vibrações percebidas pelas pessoas se
manteve abaixo do limite de percepção, e entre o intervalo (de 0,3 mm/s até 1,5 mm/s)
do da faixa Levemente perceptível.

A incomodidade humana perante fenômenos vibratórios consiste em algo difícil de


quantificar e que traduz a reação do desconforto que a maioria das pessoas
experimentam perante tal estímulo. Em relação ao padrão estabelecido à incomodidade
pela norma ISO 2631-2:2003, apenas os pontos PPV 03, PPV 04, PPV 05 E PPV 08
registraram, em pelo menos uma componente ortogonal, valores acima do padrão
especificado para residências. Contudo, tais medições coincidem com algum evento
impulsivo oriundo das atividades rotineiras locais.

Os resultados obtidos podem ser utilizados como referência em futuras avaliações de


incomôdo possivelmente provocados nesses locais.

169
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.10 RECURSOS HÍDRICOS

O presente item teve por objetivo reunir dados e informações para caracterização dos
recursos hídricos na área de influência do empreendimento. A primeira parte envolveu
temas referentes a hidrografia e aos aspectos hidrológicos da região, em seguida foi
realizada a caracterização dos recursos hídricos com ênfase a qualidade da água
superficial e no capítulo de hidrogeologia estudou-se os aspectos dos aquíferos
subterrâneos. Por ultimo, foi realizado o estudo de caracterização das nascentes
localizada na área de influência do projeto Pedra Branca.

5.10.1 HIDROLOGIA

5.10.1.1 Divisão hidrográfica do estado do Pará

Para a classificação hidrográfica, foi adotada a legislação estadual, através da


Resolução 04/2008 do CERH, que trata da padronização de subdivisões e
agrupamentos de bacias e regiões hidrográficas. Nesta é direcionado que o corpo
hídrico em análise seja classificado quanto ao método de codificação Otto Pfafstetter e
ainda segundo a divisão de regiões e sub-regiões inseridas nas macro-regiões
hidrográficas brasileiras.

Otto Pfafstetter desenvolveu um método de subdivisão e codificação de bacias


hidrográficas, utilizando dez algarismos, diretamente relacionados com a área de
drenagem dos cursos d’água, com o objetivo de subsidiar o Plano Nacional dos
Recursos Hídricos (Figura 5.10-1). A adoção deste método está em conformidade com
a Resolução nº 30/2002 do CNRH e a Resolução nº 04/2008 do CERH

170
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-1 - Divisão Estadual de Bacias Hidrográficas segundo o Sistema Otto


Pfafstetter.

Fonte: CERH, 2008.

No enquadramento de região hidrográfica, o estado do Pará está dividido em 07 (sete)


Macrorregiões Hidrográficas, conforme mostra o mapa da Figura 5.10-2, que são: Costa
Atlântica-Nordeste, Tocantins-Araguaia, Xingu, Portel-Marajó, Tapajós, Baixo
Amazonas e Calha Norte. Essa divisão foi estabelecida a partir das características
geofisiográficas, como: geomorfologia, geologia, hidrografia, solos e fator hidroclimático
(SEMA, 2012). No entanto, consideraram-se os municípios envolvidos e respeitando os
seguintes critérios:

 Limite: limite geográfico das regiões hidrográficas coincide com os divisores de


água das bacias limítrofes da região considerada. A calha do rio Amazonas é a
feição geomorfológica de maior importância, as bacias componentes de cada
região deságuam em suas margens ou diretamente na foz;
 Homogeneidade: as regiões apresentam homogeneidade nos aspectos
geofisiográficos, em termos de ecossistemas componentes e socioeconômicos;
 Política: os municípios componentes de uma mesma região hidrográfica
apresentam históricos de ocupação e desenvolvimento econômico próximos.

De acordo com a Resolução do Conselho Estadual de Meio Ambiente – nº 004,


consideraram-se as Sub-Regiões Hidrográficas como Unidades Hidrográficas de
Planejamento (UPLAN’s). Essas Sub-Regiões, conforme descrito na Tabela 5.10-1 e
ilustrado na Figura 5.10-3, são classificadas a partir das bacias hidrográficas de maior
área, onde os afluentes menores serão agrupados de jusante à montante, respeitando
os limites dos divisores d’água (SEMA, 2012).

171
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Tabela 5.10-1 – Regiões e Sub-regiões hidrográficas do estado do Pará (Resolução nº 004


do Conselho Estadual de Recursos Hídricos).

DIVISÃO HIDROGRÁFICA DO ESTADO DO PARÁ

ÁREA DA
% EM RELAÇÃO
REGIÕES REGIÃO
A ÁREA TOTAL SUB-REGIÕES HIDROGRÁFICAS
HIDROGRÁFICA HIDROGRÁFICA
DO ESTADO
(KM2)
Nhamundá –Trombetas, Cuminapanema
Calha Norte 272.599,81 21,8
–Maecurú, Parú – Jarí
Tapajós 210.318,18 16,8 Tapajós – Amazonas, Tapajós
Baixo
41.531,51 3,3 -
Amazonas
Xingu 335.316,04 26,9 Fresco, Iriri, Baixo Xingu e Alto Xingu
Calha Amazônica, Marajó Ocidental,
Portel Marajó 109.863,79 8,8 Marajó Oriental, Rio Pará, Baía de
Caxuanã
Tocantins-
128.580,09 10,3 Tocantins, Itacaiúnas e Araguaia
Araguaia
Costa Atlântica-
118.683,23 9,5 Guamá-Moju. Gurupi e Costa Atlãntica
Nordeste
Fonte: SEMA, 2012.

172
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-2 – Mapa de Regiões Hidrográficas do Estado do Pará.

173
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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Figura 5.10-3 – Mapa de Sub-Regiões Hidrográficas do estado Pará em relação ao Projeto


Pedra Branca.

174
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.10.1.2 Caracterização Hidrográfica do município Água Azul do Norte

A empresa Vale Dourado Mineração Ltda, está localizada no município de Água Azul do
Norte, estado do Pará. O município pertence à região Sudoeste Paraense e Microrregião
de Parauapebas.

A Área Diretamente Afetada – ADA está localizada no código 62, segundo a codificação
adotada pela metodologia Otto Pfafstetter (Figura 5.10-1). Segundo a Resolução nº
04/2008 do Conselho Estadual dos Recursos Hídricos no seu anexo I, o Projeto Pedra
Branca está inserido na Sub-Região Hidrográfica Itacaiúnas, pertencente à Região
Hidrográfica Tocantins - Araguaia, conforme indicado no mapa da Figura 5.10-3A Bacia
Hidrográfica Tocantins - Araguaia possui uma área de aproximadamente 918.822 km²
(11% do território nacional) e abrange os estados de Goiás (21%), Tocantins (30%),
Pará (30%), Maranhão (4%), Mato Grosso (15%) e o Distrito Federal (0,1%). O rio
percorre por 470 municípios, entre eles destacam-se: Belém (PA), Imperatriz (MA),
Marabá (PA), Palmas (TO) e Araguaína (TO).

No estado do Pará, a RH Tocantins-Araguaia ocupa 10,3% da área do estado (Figura


5.10-4) e é constituída pelas bacias dos rios Tocantins e Araguaia, e, tem como
principais drenagens os rios de mesmo nome, e ainda os rios Preto, Jacundá, Oeiras,
Inajá, Gameleira ou Chicão, Salobo, Itacaiúnas, Madeira, Parauapebas, Sereno, Sororó,
Praia Alta e Trocará.

Figura 5.10-4 – Área ocupada do estado do Pará por cada região hidrográfica e o
percentual em relação ao território do estado.

Calha Norte
9,5%

21,8% Tapajós
10,3%
Baixo Amazonas

8,8% Xingu

16,8% Portel Marajó

Tocantins-Araguaia

26,9%
Costa Atlântica-Nordeste
3,3%

Na região hidrográfica inserem-se 32 municípios do Estado do Pará, que são: Oeiras do


Pará, Marabá, Itupiranga, Novo Repartimento, Nova Ipixuna, jacundá, Bom Jesus do
Tocantins, São João do Araguaia, São Domingos do Araguaia, Brejo Grande do
Araguaia, São Geraldo do Araguaia, Eldorado dos Carajás, Piçarra, Curionópolis,

175
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Parauapebas, Sapucaia, Canaã do Carajás, Xinguara, Água Azul do Norte, Rio Maria,
Floresta do Araguaia, Pau d’ Arco, Redenção, Conceição do Araguaia, Santa Maria das
Barreiras, Santana do Araguaia, Novo Repartimento, Breu Branco, Baião, Mocajuba,
Igarapé-Miri e Cametá.

5.10.1.3 Contexto local da Hidrologia do município de Água azul do Norte

O município de Água Azul do Norte dispõe de 0,92 km² de hidrografia (TerraClass,


2011). Nesta área de drenagem está inserido Projeto Pedra Branca, em que a Área de
Influência Direta está localizada na bacia do Rio Parauapebas, que é a sua principal
drenagem municipal (Figura 5.10-5). Além dele, outras drenagens secundárias são
consideradas nesse estudo, pois estão na Área de Influência Direta - AID do
empreendimento, tais como o Igarapé Pedra Branca, o Igarapé Vale Dourado o Rio
Plaquê e seus afluentes.

5.10.1.3.1 Rio Parauapebas

O rio Parauapebas, localizado no centro-sul do Estado do Pará com nascentes na Serra


Arqueada, em altitudes da ordem de 300 m, nos limites do município de Água Azul do
Norte, e correndo na direção S-N, é o principal afluente do rio Itacaiúnas, sendo formado
pela junção do Ribeirão do Caracol e do Córrego da Onça (Figura 5.10-5), recebendo
pela margem esquerda os rios Córrego da Goiaba, Rio Sossego, Igarapé da Gal, Rio
Gelado e Rio Sapucaia; e pela margem direita os rios Plaquê, Verde, Novo e Caracol e
o Igarapé Ilha do Coco, que deságua no Rio Verde. O rio só é navegável por pequenas
embarcações em trechos frequentemente interrompidos por corredeiras e pequenas
cachoeiras (SIQUEIRA et al., 2012).

O rio Parauapebas também é conhecido como Rio Caracol ou Rio Plaquê em seu alto
curso até a foz do Sossego, e como Rio Branco, em seus cursos médio e baixo, após a
foz do Sossego.

Tem aproximadamente 350 km de extensão. As planícies aluviais do sistema


hidrográfico do rio Parauapebas compõem a unidade do relevo de interesse desse
estudo. Observa-se que a direção geral do sistema fluvial tem direção S-N.

As planícies, no conjunto da paisagem, posicionam-se abaixo da cota 200 m e


apresentam pequenas dimensões e “flats” estreitos com baixa inclinação (0 a 10%). As
planícies aluvionares, no geral, apresentam poucos depósitos na forma de bancos e de
bacias de inundação. Nos drenos secundários predominam depósitos de canal.

Na planície do rio Parauapebas, no entanto, é possível identificar a formação de terraços


ainda ativos, constituídos por areias siltosas, com setores concrecionados. Os terraços
se posicionavam a 4 m a 6 m acima do N.A. do rio na época da visita (out./99). Destaca-
se, também, a 13 m acima do rio, um paleoterraço formado por um horizonte
conglomerático, localmente encouraçado.

176
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-5 – Mapa de localização das microbacias na área de Influência do Projeto Pedra
Branca.

177
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.10.1.4 Características hidrológicas locais

5.10.1.4.1 Material e métodos

Para a caracterização hidrológica local levou-se em consideração os dados de


precipitação, de vazão e de cotas hidrológicas. O município de Água Azul do Norte,
dispõe de uma estação pluviométrica. No entanto, para melhor caracterizar o regime de
chuva da região, buscou-se um número maior de estações localizadas nas adjacências
do projeto Pedra Branca (Figura 5.10-6), correspondendo ao total de 03 (três) estações
pluviométricas, conforme descrito no Quadro 5.10-1. Levou-se em consideração a série
histórica de dados disponíveis, de no mínimo 30 anos, conforme recomenda a
Organização Mundial de Meteorologia - OMS.

Quadro 5.10-1 – Descrição das estações pluviométricas.

COORDENADAS
ESTAÇÃO NOME CÓDIGO OPERADORA PERÍODO GEOGRÁFICAS

LATITUDE LONGITUDE
Fazenda
01 00650001 CPRM 1984-2016 06°48'55" 50°32'20'
Caiçara
02 Redenção 00850000 CPRM 1984-2016 08°02'38" 50°00'02"
03 Xinguara 00749002 CPRM 1984-2016 07°05'55" 49°57'35"
Fonte: Hidroweb-ANA.

A partir do Sistema de Informações Hidrológicas - Hidroweb, da Agencia Nacional de


Águas - ANA, que disponibiliza em seu banco de dados, a série histórica de precipitação
nas estações pluviométricas acima descritas (Quadro 5.10-1), foi possível compor o
gráfico com a média dos dados das três estações e assim fazer a caracterização
pluviométrica do município de Água Azul do Norte.

A caracterização fluviométrica do município de Água Azul do Norte, partiu-se de dados


da estação fluviométrica de Parauapebas (Quadro 5.10-2), localizada no rio de mesmo
nome. Os dados estão disponíveis no Portal do Sistema de Informações Hidrológicas -
Hidroweb, da Agência Nacional de Águas – ANA. Porém, esta estação é recente, desde
2008, e os dados estão incompletos e não apresentam consistência. Deste modo,
considerou-se apenas um ano (ano de 2011) para avaliar o comportamento da vazão,
área molhada e largura do rio para traçar o comportamento hidrológico da bacia do rio
Parauapebas.

Quadro 5.10-2 – Descrição da estação fluviométrica.

COORDENADAS
ESTAÇÃO TIPO CÓDIGO OPERADORA PERÍODO GEOGRÁFICAS

LATITUDE LONGITUDE
Parauapebas Fluviométrica 29070100 CPRM 2011 06°05’29” 49°54’16”
Fonte: Hidroweb-ANA.

178
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-6 - Mapa de localização das estações pluviométricas e fluviométrica.

179
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.10.1.4.2 Caracterização Pluviométrica

Considerando a análise de pluviometria das três estações: Fazenda Caiçara, Redenção


e Xinguara, a média anual de pluviosidade na região do empreendimento é 1.790 mm
(Tabela 5.10-2), sendo que o mês mais chuvoso é março com média de 289 mm e o
menos chuvoso é julho com apenas 12 mm.

Diante das 03 (três) estações pluviométricas utilizadas para este estudo, a de Fazenda
Caiçara, que está localizada no Município de Água Azul do Norte, apresentou grande
variabilidade ao longo do ano, diferenciada por dois períodos sazonais distintos, onde
os meses mais chuvosos são de novembro a abril (Figura 5.10-7), e o menos chuvoso
de Maio a Outubro. O total de chuva registrado nessa estação para o período
considerado foi 1.787 mm anual.

No período com maior intensidade pluviométrica (Novembro a Abril), registrou-se uma


média de 1.376 mm, correspondendo a 77% da precipitação anual, observando o mês
de Março com 298 mm como o mais chuvoso. No entanto, na época menos chuvosa
(Maio a Outubro), o total de precipitação foi de 411 mm, onde a média de volume mais
baixo registrado nessa estação ficou entorno de 20 mm (Julho).

Figura 5.10-7 - Climatologia mensal da precipitação na estação pluviométrica Fazenda


Caiçara em Água Azul do Norte (Código 00650001).

350
298
300
266
242
Precipitação (mm)

250
216
194
200
160
143
150
108
100 87

50 24 30
20

0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Meses

Fonte: HidroWeb-ANA, período: 1984-2016.

180
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO NORTE/PA

VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Tabela 5.10-2 – Precipitação média na região do empreendimento, segundo dados das Estações Pluviométricas Fazenda Caiçara, Redenção e
Xinguara.

MESES TOTAL
SÉRIE
ESTAÇÃO HISTÓRICA JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ ANUAL (MM)

Caiçara 1984-2016 242 266 298 216 87 24 20 30 108 143 160 194 1787
Redenção 1984-2015 242 257 294 197 86 10 5 14 77 172 212 239 1805
Xinguara 1984-2016 255 266 276 197 97 15 12 16 59 162 200 222 1778
Média 246 263 289 203 90 16 12 20 81 159 191 218 1790
Fonte:Hidroweb.

181
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Nas estações pluviométricas Xinguara e Redenção As estações pluviométricas, ambas


situadas nos municípios de mesmo nome, que também estão próximas em relação a
área de estudo apresentaram dados que mostram comportamento pluviométrico
semelhantes ao da Fazenda Caiçara, sendo que a estação Xinguara (Figura 5.10-8),
registrou um total de 1778 mm anual. Para o período mais chuvoso, registra valores de
pluviosidade na média de 1416 mm, representando 80% do total anual, enquanto que a
época mais seca apresenta a média de 362 mm ou 20% do total anual.

Figura 5.10-8 - Climatologia mensal da precipitação na estação pluviométrica Xinguara,


situada no município de mesmo nome.

300 276
266
255
250
222
Precipitação (mm)

197 200
200
162
150

97
100
59
50
15 12 16

0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Meses

Fonte: HidroWeb-ANA, período: 1984-2015.

Para a estação Redenção (Figura 5.10-9), observou-se um valor total de precipitação


de 1.804 mm anual. Distribuídos da seguinte forma: época de maior precipitação, com
registro de 1.446 mm, correspondendo a 77% do total anual, e para a época menos
chuvosa, um total de 365 mm (23% do total anual).

182
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-9 - Climatologia mensal da precipitação na estação pluviométrica Redenção,


situada no município de mesmo nome.

350
294
300
257
242 239
Precipitação (mm)

250
212
197
200 172

150

100 86 77

50
10 5 14
0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Meses

Fonte: HidroWeb-ANA, período: 1984-2016.

Deste modo, pode-se compreender a partir dos gráficos das estações pluviométricas
selecionadas para o estudo, um padrão sazonal de precipitação distribuídos em dois
períodos, onde se observa que nos meses de novembro a abril há um maior índice
pluviométrico, atentando para o mês de março, onde obteve-se um maior volume de
chuva nas três estações consideradas para este estudo. Também existe o período
menos chuvoso, compreendido entre os meses de Maio a Outubro, sendo que o mês
de Julho foi o qual apresentou a menor intensidade de chuva.

5.10.1.4.3 Comportamento fluviométrico do Rio Parauapebas

Para a caracterização fluviométrica, observou-se dados ano de 2011, a estação


fluviométrica Parauapebas. No período chuvoso, exatamente no mês de março, obteve
uma vazão de 324 m³.s-1, com uma área molhada de 349 m² e largura de 64 m. Em
contrapartida, para a época menos chuvosa, verificou-se uma vazão de 39 m³.s-1 no
mês de Julho, com área molhada de 181 m² e uma largura de 56 m.

Em vista disso, a curva hidrométrica no rio Parauapebas seguiu o mesmo padrão de


precipitação, onde no mês de março, representando o mês mais chuvoso, apresentou
um valor acentuado de vazão em contraste ao mês de Julho, mês menos, que
apresentou a menor vazão. Assim, pode-se correlacionar os períodos de maior
precipitação influenciando nos meses de maior vazão do Rio Parauapebas.

5.10.2 QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL

Este capítulo apresenta os resultados obtidos a partir do monitoramento dos recursos


hídricos, relacionados à qualidade da água superficial, na área de influência do Projeto
Pedra Branca. A partir da análise desses parâmetros é possível traçar o diagnóstico
ambiental dos recursos hídricos da área de influência direta do empreendimento.

183
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

A qualidade das águas é representada por um conjunto de características de natureza


química, física e biológica. Sendo um recurso comum a todos e de caráter estratégico,
foi necessário, para a proteção dos corpos d'água, instituir restrições legais de uso
através de leis, resoluções e diretrizes. Desse modo, as propriedades e atributos da
água, devem ser mantidas, dentro de certos limites, os quais são representados por
padrões, valores orientadores da qualidade de água, dos sedimentos e da biota.

O monitoramento de qualidade das águas é um dos mais importantes instrumentos da


gestão ambiental. Ele consiste, basicamente, no acompanhamento sistemático dos
aspectos qualitativos das águas, visando a produção de informações e é destinado à
comunidade científica, ao público em geral e, principalmente, às diversas instâncias
decisórias. Nesse sentido, o monitoramento é um dos fatores determinantes no
processo de gestão ambiental, uma vez que propicia uma percepção sistemática e
integrada da realidade ambiental.

5.10.2.1 Metodologia

Para o diagnóstico da qualidade das águas do Projeto Pedra Branca foram selecionados
cinco pontos de amostragens, conforme descrito no Quadro 5.10-3 com as suas
respectivas coordenadas geográficas. Para a caracterização da qualidade das águas
superficiais foram definidos pontos de medição para a análise parâmetros selecionados,
de acordo com a metodologia apresentada esquematicamente na Figura 5.10-10
descrita a seguir.

Figura 5.10-10 Procedimento metodológico para caracterização da qualidade das águas


superficiais.

Os cursos de drenagem, onde foram realizadas as amostragens de água, segundo a


resolução CONAMA 357/2005 se enquadram na classificação de águas doces classe 2,
com potencialidade de serem utilizadas para o abastecimento humano após tratamento
convencional. Nesse sentido as características ambientais são avaliadas considerando

184
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AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

os limites de aceitabilidade para os padrões físico-químicos e bacteriológicos pela


resolução CONAMA 357/2005.

Quadro 5.10-3 – Descrição dos pontos de amostragem da qualidade da água do Projeto


Pedra Branca

PONTO LONGITUDE LATITUDE DESCRIÇÃO


Rio Itacaiúnas com fundo argiloso,
alternando de areia e lama; mata
SUP01 050°03’22,5’’W 06°34’29,1’’S
ciliar bastante preservada, com
árvores de médio e grande porte.
Rio Itacaiúnas com margem com
fundo argiloso, outra com areia e no
SUP02 050°03’15,8’’W 06°33’43,7’’S meio observa-se grandes rochas;
mata ciliar preservada, mas com
algumas clareiras.
Igarapé com fundo de areia e lama;
SUP03 050°02’34,4’’W 06°34’19,9’’S mata ciliar resumida a área de
pastagem.
Fundo lamoso, a beira da estrada;
presença de muita vegetação dentro
SUP04 050°02’23,1’’W 06°35’26,4’’S
do ponto; nível de água baixo e
presença de óleo.
Fundo de areia e lama; presença de
vegetação dentro do ponto e uma
SUP05 050°00’39,8’’W 06°34’35,7’’S
barragem de terra devido à criação
de um açude.

Os parâmetros Condutividade Elétrica (CE), Oxigênio Dissolvido (OD), pH (a 20°C),


Salinidade, Sólidos Totais Dissolvidos (STD) e Temperatura (T) foram medidos pela
equipe responsável em campo, no ato da coleta, conforme fotos da Figura 5.10-11. Os
demais parâmetros foram realizados através de amostras coletadas e encaminhadas
para ao laboratório, que conduziu o processamento de ensaios, para obtenção dos
resultados.

As amostras de águas superficiais foram coletadas pela equipe técnica da Terra Ltda e,
posteriormente, encaminhadas para o Laboratório Bioagri Ambiental Ltda. em
Parauapebas-PA, que conduziu as análises para a emissão dos laudos (Anexo VIII) com
os respectivos resultados, respeitando o limite de 24 horas para determinados
parâmetros, como por exemplo, os bacteriológicos. Ressalta-se que três parâmetros
não foram analisados na segunda campanha, conforme Carta Justificativa (Anexo IX)
emitida pelo laboratório responsável pelas análises. Os parâmetros não analisados na
segunda campanha foram: Amônio, Mercúrio e óleos e graxas

Foram realizadas duas amostragens considerando os dois períodos sazonais distintos


na região do empreendimento: o período seco e o período chuvoso. As coletas da
primeira campanha referentes ao período seco, ocorreu no período de 25 a 30 de
novembro de 2016. Ressalta-se que devido à forte estiagem da região, não foi possível
realizar coletas nos pontos SUP04 e SUP05, pois os mesmos estavam secos. Já as
coletas referentes a segunda campanha, no período chuvoso, ocorreram nos dias 05 a
11 de fevereiro de 2017.

185
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

A Figura 5.10-11 apresenta as fotos do momento da mediação de parâmetros in loco


nos pontos SUP01 (a), SUP02 (b), SUP03 (c), SUP04 (d) e SUP05 (e) durante o período
chuvoso.

Figura 5.10-11 – Medição dos parâmetros in loco: (a) medição de salinidade e STD; (b)
medição de CE, OD e Temperatura; (c) medição de pH.

(a) (b)

(c) (d)

(e)

186
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Os parâmetros analisados para água superficial foram comparados aos valores


máximos permitidos (VMP) pela Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente –
CONAMA nº 357/2005, que determina padrão de qualidade para águas doces - classe
2.

O Quadro 5.10-4 descreve os parâmetros analisados com seus respectivos métodos de


análise.

Quadro 5.10-4 – Métodos de análise dos parâmetros de qualidade de água dos pontos de
amostragem do Projeto Pedra Branca.

PARÂMETROS MÉTODO
Alumínio dissolvido Standard Methods 21st – Método 3120B
Cádmio Total ICP-AES
Chumbo ICP-AES
Cianeto livre HPLC
Cobalto total ICP-AES
Cobre Dissolvido Standard Methods 21st – Método 3120B
Coliformes termotolerantes NMP
Coliformes totais NMP
Condutividade Elétrica Potenciometria
Cor Verdadeira Espectrofotometria
Cromo Standard Methods 21st – Método 3500B
Cromo Hexavalente Standard Methods 21st – Método 3500B
Cromo Trivalente Standard Methods 21st – Método 3500B
DBO Incubação por 5 dias
DQO Digestão Ácido/Espectrofotometria
E. Coli Bioquímica Reacional
Fenóis Totais Espectrofotometria
Ferro Dissolvido Espectrofotometria
Fósforo total Espectrofotometria
Mercúrio Total ICP-AES
Nitrato Espectrofotometria
Nitrito Espectrofotometria
Nitrogênio Amoniacal Espectrofotometria
Amonia Espectrofotometria
Nitrogênio Kjeldhal Standard Methods 21st
Nitrogênio Orgânico Espectrofotometria
NitrogênioTotal Espectrofotometria
Óleos e Graxas Extração para solvente
Oxigênio Dissolvido Winkler
pH (a 20°C) Potenciometria
Sólidos Sedimentáveis Totais (SST) Cone Imhoff

187
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PARÂMETROS MÉTODO
Sólidos Suspensos Totais Espectrofotometria
Sólidos Totais (ST) Gravimetria
Temperatura Termometria
Turbidez Espectrofotometria

A Figura 5.10-13 mostra o mapa de localização dos pontos selecionados para o


diagnóstico de qualidade das águas superficial do Projeto de Mineração Pedra Branca.
Os pontos de coleta de amostras de água foram definidos de forma a contemplar as
áreas de influência do empreendimento.

Vale ressaltar que durante o período seco só foi possível coletar amostras em três
pontos de amostragens de água superficial, sendo os pontos SUP01, SUP02, e SUP03
pois os demais pontos secaram devido à forte estiagem que está ocorrendo na região.

As fotos da Figura 5.10-12 mostram os pontos de amostragem de água superficial na


área de influência do Projeto Pedra Branca, considerando os dois períodos de coleta.

Figura 5.10-12 – Caracterização geral dos pontos de amostra de qualidade de água


superficial do Projeto Pedra Branca, durante a segunda campanha no período chuvoso:
(a) representa o SUP01, (b) SUP02, (c) SUP03, (d) SUP04, e (e) SUP05.

(a)

188
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(b)

(c)

(d)

189
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(e)

190
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Figura 5.10-13 – Mapa de localização dos pontos de amostragens de qualidade de água


superficial do Projeto Pedra Branca.

191
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5.10.2.2 Índice de qualidade de água

Os índices e indicadores ambientais surgiram como resultado da crescente


preocupação social com os aspectos ambientais do desenvolvimento, processo que
requer um número elevado de informações em graus de complexidade cada vez
maiores. Por outro lado, os indicadores tornaram-se fundamentais no processo
decisório das políticas públicas e no acompanhamento de seus efeitos. Esta dupla
vertente apresenta-se como um desafio permanente de gerar indicadores e índices que
tratem um número cada vez maior de informações, de forma sistemática e acessível,
para os tomadores de decisão (CETESB, 2013).

Para o público em geral, a informação dos valores de concentrações dos poluentes nos
corpos d’água tem pouco significado, devido às tecnicalidades envolvidas na
interpretação dos resultados. Por este motivo, podem-se adotar, a fim de facilitar a
comunicação com o público, os Índices de Qualidade das Águas (IQA), que retratam
através de um índice global, a qualidade das águas em um determinado ponto de
monitoramento, ou seja, utiliza a média de diversas variáveis, resultando em apenas um
único valor que retratam condições variando de “muito ruim” a “excelente”, ou que
permitam interferências sobre alguns aspectos específicos sobre o curso d’água, tal
como biodiversidade e toxicidade.

Na caracterização da qualidade da água dos corpos hídricos monitorados, utilizaram-se


alguns parâmetros que representam suas características físico-químicas e biológicas,
os indicadores da qualidade da água, que representam impurezas quando ultrapassam
a certos valores estabelecidos. Estes parâmetros foram estabelecidos pela National
Sanitation Foudantion (NSF) nos Estados Unidos, através de pesquisa de opinião junto
a vários especialistas da área ambiental, para o desenvolvimento de um índice que
indicasse a qualidade da água (IQA).
𝒏

𝑰𝑸𝑨 = ∏ 𝒒𝒊 𝒘𝒊
𝒊=𝟏
Onde:
 IQA: Índice de Qualidade das Águas (número entre 0 e 100)
 qi: qualidade do i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 100, obtido da respectiva
“curva média de variação de qualidade”, observada na Figura 5.10-14 em função
de sua concentração ou medida
 wi: peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 1, atribuído
em função da sua importância para conformação global de qualidade
 i: número do parâmetro, variando de 1 a 9 (n=9), ou seja, o número de parâmetro
que compõem o IQA é 9.

192
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Figura 5.10-14 - Curva média de variação de qualidade CETESB (2013).

Fonte: CETESB, 2003.

O somatório dos pesos de todos os parâmetros é igual a 1 ou seja:


𝑛

∑ 𝑤𝑖 = 1
𝑖=1

193
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Com isso nove parâmetros foram considerados mais representativos para a


caracterização da qualidade das águas: oxigênio dissolvido, coliformes fecais, pH,
demanda bioquímica de oxigênio, nitrogênio total, fosfato total, temperatura da água,
turbidez e sólidos totais. A cada parâmetro foi atribuído um peso de acordo com sua
importância relativa no cálculo do IQA.

Os pesos (qi) de cada parâmetro estão apresentados na Tabela 5.10-3, estes pesos
foram determinados pelo painel de especialistas que desenvolveu o IQA-NSF, e
retratam a importância relativa de cada parâmetro.

Tabela 5.10-3 - Valores dos pesos qi de cada parâmetro do IQA.

PARÂMETRO UNIDADE QI
Coliformes Termotolerantes NMP/100 ml 0,15
pH - 0,12
DBO5 mg/L 0,10
Nitrogênio Total mgN/L 0,10
Fósforo total mgP/L 0,10
Diferença de temperatura °C 0,10
Turbidez NTU 0,08
Sólidos Totais mg/L 0,08
OD % saturação 0,17

A classificação da qualidade da água segundo o IQA é feita de acordo com a Tabela


5.10-4, apresentam-se a versão adaptada pela CETESB a partir da classificação original
do NSF.

Tabela 5.10-4 - Classificação da qualidade da água segundo IQA (CETESB, 2013).

CLASSIFICAÇÃO COR FAIXA DE IQA


Ótima Azul 80≤IQA≤100
Boa Verde 52≤IQA<80
Aceitável Amarela 37≤IQA<52
Ruim Vermelha 20≤IQA<37
Péssima Preta 0≤IQA<20

5.10.2.3 Resultados

A partir da coleta de amostras e da condução das análises laboratoriais é possível


apresentar o diagnóstico da situação dos recursos hídricos superficiais da área do
empreendimento do Projeto Pedra Branca. Os laudos com os resultados das análises
estão apresentados no Anexo I.

A Tabela 5.10-5 apresenta os resultados analíticos dos parâmetros dos cinco pontos de
água superficial amostrados para a composição deste diagnóstico.

194
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Tabela 5.10-5 – Resultados analíticos das amostras de água superficial coletadas na área do Projeto Pedra Branca.

PERÍODO SECO PERÍODO CHUVOSO VMP


PARÂMETROS UNIDADES LQ CONAMA
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05 357/2005
Alumínio Dissolvido mg.L-1 0,005 0,0338 0,435 0,0808 0,0318 0,0251 0,09 0,288 0,228 0,1
Cádmio Total mg.L-1 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 0,001
Cobalto Total mg.L-1 0,001 <0,001 <0,001 0,00856 <0,001 <0,001 0,00992 0,00763 0,012 0,05
Cobre Dissolvido mg.L-1 0,001 0,00386 0,00487 0,00534 0,00201 0,00218 0,00467 0,00824 0,0105 0,009
Coliformes Termotolerantes NMP/100mL 10 441 448 591 160 134 63 468 504 1000
Condutividade Elétrica¹ µS.cm-1 - 207 186 156 158 168 174 239 243 -
Cor Verdadeira mg_Pt.L-1 5 108 117 120 124 131 280 332 549 Até 75
Escherichia Coli NMP/100mL 100 630 610 610 162 326 575 1011 1011 600
Fenóis Totais mg.L-1 0,001 <0,001 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 0,002 0,002 0,003
Ferro Dissolvido mg.L-1 0,02 1,32 0,864 18,1 1,66 1,98 8,88 7,99 14,8 0,3
Fósforo Total mg.L-1 0,01 0,13 0,16 0,18 0,12 0,16 0,08 0,32 0,4 0,1
Mercúrio Total mg.L-1 - NC NC NC <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 0,0002
Nitrato (N) mg.L-1 2,2 2,21 3,23 3,54 3,41 3,48 <2,2 5,04 <2,2 10
Nitrito (N) mg.L-1 0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 1
Nitrogênio Amoniacal mg.L-1 0,01 <0,01 0,685 <0,1 0,212 <0,1 0,46 0,17 0,707 3,7
Nitrogênio Kjeldahl mg.L-1 0,1 1,74 1,37 3,11 1,4 1,48 1,83 5,19 6,79 -
Nitrogênio Orgânico mg.L-1 0,1 1,74 0,69 3,11 1,19 1,48 1,37 5,02 6,08 -
Nitrogênio Total mg.L-1 0,5 2,24 2,1 3,91 1,56 1,56 1,90 6,8 7,93 -
Óleos e Graxas Totais mg.L-1 5 NC NC NC <5 <5 <5 <5 <5 VA
Oxigênio Dissolvido¹ mg.L-1 - 4,5 4,80 0,9 5 6,5 1,3 5,1 4,8 5
pH¹ - 1 7,2 7,35 6,23 7,19 7,04 6,24 6,5 6,34 9
Sólidos Sedimentáveis ml.L-1 0,3 <0,3 <0,3 3 <0,3 <0,3 <0,3 <0,3 <0,3 -
Sólidos Suspensos Totais mg.L-1 5 13 <5 26 6 6 <5 <5 11 500
Sólidos Totais mg.L-1 5 212 179 251 85 90 220 279,0 377 -

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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

PERÍODO SECO PERÍODO CHUVOSO VMP


PARÂMETROS UNIDADES LQ CONAMA
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05 357/2005
Sólidos Dissolvidos Totais ppm 13,00 124,00 100 104 112 116 159,0 151 500
Temperatura Amostra¹ ºC - 29,2 27,70 26,6 27,6 27,7 26,1 29,3 32,2 -
Turbidez UNT 0,1 14,4 13,50 33,5 31,1 12 16,4 20,1 49,2 100
Salinidade ppm 100,00 93,00 76 77 84 87,000 120,0 121
Amônia mg.L-1 0,12 NC NC NC 0,257 <0,12 0,561 0,206 0,859 -
Cromo Hexavalente mg.L-1 0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,02 <0,01 <0,02 -
Cromo Trivalente mg.L-1 0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 0,0106 -
Chumbo mg.L-1 0,001 0,00119 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 0,00104 0,00264 0,01
Cianeto Livre mg.L-1 0,001 0,00393 0,00189 0,00241 0,00236 <0,001 0,00154 0,00286 0,00331 0,005
Cromo mg.L-1 0,001 0,00228 0,0029 0,00145 <0,001 0,00243 0,00141 0,00322 0,0106 0,05
Coliformes Totais NMP/100mL 100 11120 68930 68930 8297 14136 2924 10112 10112 -
DBO mg.L-1 3 <3 <3 24,6 <3 <3 <4 <4 34,2 5
DQO mg.L-1 26 56,8 56,7 117 52,8 55,1 73,9 94,7 189 -
VPM – Valor Máximo Permitido; NC – Não Coletado; 1 - Parâmetros medidos in loco. NMP – Números Mais Prováveis; LQ – Limite de quantificação.

196
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.10.2.3.1 Cor Verdadeira

A cor de uma amostra de água está associada ao grau de redução de intensidade que
a luz sofre ao atravessá-la (e esta redução dá-se por absorção de parte da radiação
eletromagnética), devido à presença de sólidos dissolvidos, principalmente material em
estado coloidal orgânico e inorgânico. Dentre os coloides orgânicos pode-se mencionar
os ácidos húmico e fúlvico, substâncias naturais resultantes da decomposição parcial
de compostos orgânicos presentes em folhas, dentre outros substratos. Também os
esgotos sanitários se caracterizam por apresentarem predominantemente matéria em
estado coloidal, além de diversos efluentes industriais contendo taninos (efluentes de
curtumes, por exemplo), anilinas (efluentes de indústrias têxteis, indústrias de
pigmentos, etc), lignina e celulose (efluentes de indústrias de celulose e papel, da
madeira, etc.).

A cor da água é definida em cor verdadeira e cor aparente. A diferença é que a cor
verdadeira é definida sem turbidez e a cor aparente apresenta turbidez. A Resolução
CONAMA 357/2005 determina um limite de até 75 mg Pt.L-1 apenas para a Cor
verdadeira para os mananciais de água classe II.

O resultado analítico da cor verdadeira está apresentado na Figura 5.10-15. Conforme


se pode observar, dentre os três pontos amostrados no período seco, os valores
variaram muito pouco, podendo observar valores entre 108 e 120 mg Pt.L-1 nos pontos
SUP01 e SIP03, respectivamente. No entanto, durante o período chuvoso, os valores
foram mais elevados nos cinco pontos amostrados, variando entre 124 mg Pt.L-1 no
ponto SUP01 a 549 mgPt.L-1 no ponto SUP05. Em todos os pontos amostrados, os
resultados estão em desacordo com a Resolução CONAMA 357/2005.

Apesar da redução na quantidade de água associada ao aumento da concentração de


sólidos dissolvidos presentes nesse corpo hídrico, os valores de cor verdadeira no
período seco foram abaixo de todos os valores no período chuvoso. Isto acontece
devido a água das chuvas transportar sólidos encontrados na camada superficial do
solo para os rios, aumentando a concentração de sólidos dissolvidos acarretando em
um aumento dos valores de cor verdadeira. Observa-se também que os valores de cor
verdadeira foram mais elevados nos três pontos localizados em área de pastagens com
áreas de drenagens menores e onde os locais de coleta está desprovido de vegetação
ciliar e por isso estão mais e estão expostos as ações das chuvas e as ações antrópicas.

197
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-15 - Resultados analíticos da cor verdadeira nas amostras de água superficial
do Projeto Pedra Branca.

600,0000 549

500,0000

400,0000
332
mgPt.L-1

280
300,0000

200,0000
124
108,0000 117 131 120
100,0000

0,0000
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos amostrados

Período Seco Período Chuvoso VMP CONAMA 357/2005

5.10.2.3.2 Potencial Hidrogeniônico – pH.

O pH representa a concentração de íons de hidrogênio (H+), em escala antilogarítmica,


dando uma indicação sobre a acidez, neutralidade ou alcalinidade da água. Sua faixa
de variação é de 0 a 14. A salvo sob valores bastante baixos ou elevados (pode causar
irritação na pele e nos olhos), não tem implicação em termos de saúde pública.
Entretanto, para valores altos de pH, a vida aquática pode ser afetada por estar
associado à proliferação de algas (VON SPERLING, 2005).

As águas doces de classe 2 apresentam padrão de qualidade para o parâmetro pH, cuja
Resolução CONAMA n° 357/05 limita à faixa de 6 a 9.

De acordo com a Figura 5.10-16, que mostra os resultados desse parâmetro nos pontos
amostrados de água superficial, os valores variaram de 6,23 a 7,35 no período seco nos
pontos SUP03 e SUP01, respectivamente. Já no período chuvoso, os valores variaram
de entre 6,24 no ponto SUP03 a 7,35 no ponto SUP01. As águas doces de classe 2
apresentam padrão de qualidade para o parâmetro pH, cuja Resolução CONAMA n°
357/05 limita à faixa de 6 a 9, portanto, os valores de pH das amostras estão todos em
conformidade com a referida Resolução.

O pH dessas amostras tende a neutralidade e indicam que essas águas têm menores
concentrações de íon H+, o que pode estar ocorrendo pela presença de espécies
químicas, tais como bicarbonatos (HCO3-), carbonatos (CO32-) e os hidróxidos (OH-)
advindos da decomposição de rochas. Os resultados de pH observados nessas águas,
representam os valores de pH normais, pois, segundo Fenzl (1986), as águas naturais,
contém geralmente, CO2 dissolvido, íons HCO3- e CO2 livre, que juntos formam um
sistema tampão, razão pela qual, a variação de pH é relativamente pequenas nessas
águas, com pH variando entre 6 a 8.

198
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-16 - Resultados analíticos de pH nas amostras de água superficial do Projeto


Pedra Branca.

10
9 9,00
8 7,20007,19 7,35
7,04
7 6,23 6,24 6,50 6,34
6 6
pH

5
4
3
2
1
0
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos de amostragens

Período Seco Período Chuvoso Valor Máx. Valor Min.

5.10.2.3.3 Condutividade elétrica e Salinidade

A condutividade elétrica - CE é dada pela capacidade de uma amostra de água em


transmitir corrente elétrica. Apresenta relação proporcional à concentração de
substâncias iônicas dissolvidas. É determinada pela presença de substâncias
dissolvidas que se dissociam em ânions e cátions. Em águas continentais, os principais
íons responsáveis pelos valores de condutividade são entre outros, cálcio, magnésio,
potássio, sódio, carbonatos, sulfatos e cloretos.

Os resultados de condutividade elétrica são apresentados na Figura 5.10-17. No


Período seco, os valores de CE variaram de 207 a 156 µS.cm-1 em SUP01 e SUP03,
respectivamente. Durante o período chuvoso, o maior valor de CE ocorreu no ponto
SUP05, com 243 µS.cm-1, no entanto, a resolução CONAMA 357/2005 não determina
valor padrão para este parâmetro. O maior valor de CE no SUP05 pode explicar o alto
valor de cor verdadeira neste ponto, sendo os dois parâmetros influenciados pela
quantidade de sólidos na água.

Durante a campanha do período seco, os valores de CE foram mais elevados em dois


pontos amostrados em relação ao período chuvoso, o SUP01 e o SUP02, sendo o
SUP03 o único que teve seu valor menor quando comparado com o período chuvoso.
Este aumento de condutividade pode ser atribuído a maior concentração de cátions e
ânions nesses igarapés com a redução da quantidade da água nesse período.

199
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AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-17 - Resultados analíticos de Condutividade elétrica nas amostras de água


superficial do Projeto Pedra Branca.

300
239 243
250
207
200 186
168 174
158
µS.cm-1

156
150

100

50

0
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos amostrados

Período Seco Período Chuvoso

A salinidade refere-se à quantidade de sais dissolvidos na água, sendo definida pelo


peso total de sais inorgânicos dissolvidos em 1 Kg de água. Sua mensuração é feita
pela determinação da condutividade elétrica, que tende a aumentar com a elevação da
quantidade de sais dissolvidos. A salinidade pode variar ainda em função da
profundidade. Águas superficiais são mais salinas que águas profundas, e isto acontece
principalmente por causa das interações entre a superfície oceânica e a atmosfera.

A salinidade é um importante padrão de classificação das águas brasileira, pois


dependendo da quantidade de sais presentes, as aguas podem ser classificadas em
doces, salobras ou salinas.

O CONAMA 357/2005 não determina valor padrão para este parâmetro. Conforme
mostra a Figura 5.10-18, da mesma forma que a CE, a salinidade foi mais elevada no
ponto SUP05 (121 ppm).

Ao comparar os resultados das duas campanhas, se observa que os valores de


salinidade do período seco foram superiores ao do período chuvoso em dois pontos
amostrados, SUP01 e SUP02, indicando assim que a redução da água nesses igarapés
contribui para o aumento da concentração de íons nessas amostras. Apenas no SUP03
o valor no período chuvoso foi maior, assim como os valores de CE para este ponto.

200
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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Figura 5.10-18 – Resultados analíticos de Salinidade nas amostras de água superficial do


Projeto Pedra Branca.

140
120 121
120
100
100 93
84 87
77 76
80
ppm

60
40
20
0
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos de amostragens

Período Seco Período Chuvoso

5.10.2.3.4 Oxigênio Dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio e Demanda


Química de Oxigênio.

O Oxigênio Dissolvido (OD) é essencial para a manutenção de processos de


autodepuração em sistemas aquáticos naturais. A redução/estabilização da matéria
orgânica é feita através de bactérias, que utilizam o oxigênio em seus processos
respiratórios. Além da autodepuração, a concentração de OD também indica a
capacidade de um corpo d’água natural em manter a vida aquática.

A taxa de reintrodução de oxigênio dissolvido em águas naturais através da superfície


depende das características hidráulicas, como turbulência e é proporcional à
velocidade.

De acordo com a legislação ambiental é estabelecido para as águas doces Classe 2,


um padrão superior a 5 mg.L-1 de OD. Em relação aos resultados obtidos nas amostras
coletadas no Projeto Pedra Branca durante o período seco, as concentrações de OD
variaram entre 4,8 mg.L-1 no ponto SUP02 a 0,9 mg.L-1 no ponto SUP03. Os três pontos
amostrados no período seco estão em desacordo com a legislação do CONAMA. No
período chuvoso, três pontos apresentaram valores em conformidade com o CONAMA,
sendo eles SUP01, SUP02 e SUP04 com concentração de 5 mg.L-1, 6,5 mg.L-1 e 5,1
mg.L-1, respectivamente, enquanto que os pontos SUP03 e SUP05 ficaram em
desacordo com a legislação, pois apresentaram valores respectivos de 4,8 e 1,3 mg.L-1
em SUP05 e SUP03, conforme Figura 5.10-19. A menor concentração foi no ponto
SUP03 com valor de concentração próximo de zero na campanha do período seco e
pode estar relacionado ao consumo de oxigênio pela decomposição do material
orgânico disponível no ambiente represado no local da coleta, conforme se observou in
loco.

201
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-19 – Resultados analíticos de Oxigênio Dissolvido nas amostras de água


superficial do Projeto Pedra Branca.

7 6,5

6
5 5,1 5 4,8
4,80
5 4,50
mg_OD.L-1

2
1,3
0,9
1

0
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05

Período Seco Período Chuvoso VMP CONAMA 357

A quantidade de oxigênio dissolvido na água necessária para a decomposição da


matéria orgânica é chamada de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), ou seja, a
DBO é a quantidade de oxigênio consumida pelos microrganismos decompositores
aeróbios para a decomposição do material orgânico presente na água.

Dessa forma, a DBO serve como parâmetro de medição do potencial poluidor de certas
substâncias biodegradáveis em relação ao consumo de OD. Conforme a Resolução
357/2005 do CONAMA, a DBO em águas doces classe 2 não pode ser superior a 5
mg/L.

Assim, conforme mostra a Figura 5.10-20, apenas os pontos SUP05 e SUP03 estão em
desacordo com a determinação da resolução do CONAMA. O SUP03 apresentou um
valor de 24,6 mg.L-1 durante o período seco, e o SUP05 apresentou um valor de 34,2
mg.L-1 durante o período chuvoso. Os demais pontos apresentaram valores inferiores a
4 mg.L-1, conforme Tabela 5.10-5, estando de acordo com a referida Resolução.

202
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Figura 5.10-20 - Resultados analíticos de DBO nas amostras de água superficial do Projeto
Pedra Branca.

40
34,2
35
30
24,6
25
mg.L-1

20
15
10
5 5
0 0 0 0 0 0
0
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos amostrados

Período Seco Período Chuvoso VMP CONAMA 357/2005

A Demanda Química de Oxigênio (DQO) indica a presença de substâncias químicas


orgânicas e inorgânicas que podem ser estabilizadas pela via de oxidação química, ou
seja, ela indica a quantidade de oxigênio que é consumido em uma amostra para
degradação da matéria orgânica e inorgânica, por via química. A DQO não possui
padrão de qualidade para águas doces classe 2.

A Figura 5.10-21 apresenta os resultados de DQO para os dois períodos amostrados.


De acordo com a referida figura, o ponto SUP05 divergiu bastante dos demais
apresentando valor de 189 mg/L durante o período chuvoso. Durante a campanha do
período seco, todos os três pontos onde houve coleta, os valores ficaram acima quando
comparados com o período chuvoso. Contudo, em todos os pontos amostrados
apresentaram elevados valores de BQO.

Figura 5.10-21 - Resultados analíticos da DQO nas amostras de água superficial do Projeto
Pedra Branca.

200 189
180
160
140
117
120
mg.L-1

94,7
100
73,9
80
56,8 56,7 55,1
60 52,8
40
20
0
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos amostrados

Período Seco Período Chuvoso

203
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.10.2.3.5 Sólidos Suspensos totais, Sólidos Sedimentáveis, Sólidos Totais e


Sólidos Dissolvidos totais.

Os Sólidos Suspensos Totais - SST compreendem os sólidos orgânicos e inorgânicos


em suspensão transportados pela água com um diâmetro maior que 0,45 µm
(TORDESCHINI, 2004). Segundo Esteves (1998), a fração orgânica é representada
principalmente pelo fitoplâncton, zooplâncton e substâncias húmicas e a fração
inorgânica é constituída principalmente de silte e argila.

É possível observar que o ponto SUP03, durante o período seco, apresentou valor de
26 mg.L-1. No ponto SUP02 durante o período seco, o valor de SST foi menor 5 mg.L-1,
o mesmo aconteceu com o SUP03 no período chuvoso e com o SUP04 nos dois
períodos. Contudo, o CONAMA não determina um valor padrão para este parâmetro.

Figura 5.10-22 - Resultados analíticos da Sólidos Suspensos Totais nas amostras de água
superficial do Projeto Pedra Branca.

30
26
25
mg_SST.L-1

20

15 13
11
10
6 6
5

0
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos de amostragens

Período Seco Período Chuvoso

Os Sólidos Sedimentáveis totais - SST representam todas as substâncias (orgânicas e


inorgânicas) existentes em um litro de uma amostra que sedimentem por ação da
gravidade em cone Imhoff. São frações de substancias orgânicas e inorgânicas

Considerando os resultados obtidos para os sólidos sedimentáveis mostrado na Figura


5.10-23 se observa mais uma vez que o maior valor de SST foi obtido no ponto SUP03
com 3 mg.L-1. No entanto, a resolução CONAMA não determina um valor padrão para
este parâmetro. Os outros pontos apresentaram valores inferiores a 0,3 mg.L-1 de
sólidos sedimentáveis.

204
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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Figura 5.10-23 - Resultados analíticos de SST nas amostras de água superficial do Projeto
Pedra Branca.

3,50
3
3,00
2,50
2,00
ml.L-1

1,50
1,00
0,50
0,00
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos de amostragens

Período Seco Período Chuvoso

Os Sólidos Totais Dissolvidos - STD é o parâmetro de qualidade de água utilizado para


classificar amostras de águas superficiais doces classe 2, não podendo ultrapassar 500
mg.L-1. Durante os dois períodos, as amostras apresentaram valores em conformidade
com o padrão estabelecido pelo CONAMA 357/2005 para as águas doces classe II, de
acordo com a Figura 5.10-24. Os valores variaram entre 104 mg.L-1 no SUP01 a 159
mg.L-1 no ponto SUP04, durante o período chuvoso. No período seco, as concentrações
variaram entre 130 mg.L-1 no SUP01 a 124 mg.L-1 no SUP02.

Figura 5.10-24 – Resultados analíticos de Sólidos totais dissolvidos nas amostras de água
superficial do Projeto Pedra Branca.

600

500 500

400
mg_STD-L-1

300

200 159 151


136 124 112
104 100 116
100

0
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos de amostragens

Período Seco Período Chuvoso VMP CONAMA 357/2005

Os Sólidos Totais - ST são aqueles que representam os orgânicos e inorgânicos, os


suspensos e dissolvidos e sedimentáveis de uma amostra, ou seja, representa todas as
frações de sólidos presentes em uma amostra.

205
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Conforme é mostrado na Figura 5.10-25, o valor mais elevado no período chuvoso foi
no ponto SUP05 (377 mg.L-1). Para este parâmetro, o CONAMA não faz menção de
valor padrão em sua resolução. Porém, no período seco a concentração variou de 179
mg.L-1 no ponto SUP02 a 251 mg.L-1 no ponto SUP03. Já o período chuvoso apresentou
uma variação maior, com concentrações entre 85 mg.L-1 no SUP01 a 377 mg.L-1 no
SUP05.

Figura 5.10-25 - Resultados analíticos de ST nas amostras de água superficial do Projeto


Pedra Branca.

400 377
350
300 279
251
250 212 220
mg.L-1

200 179

150
85 90
100
50
0
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos de amostragens

Período Seco Período Chuvoso

5.10.2.3.6 Nitrogênio e Fósforo Total

O nitrogênio pode ser encontrado nas águas nas formas de nitrogênio orgânico,
amoniacal, nitrito e nitrato. As duas primeiras são formas reduzidas e as duas últimas,
oxidadas. A importância da determinação deste parâmetro é devido ao mesmo estar
associado as etapas de degradação da poluição orgânica. Nas zonas de autodepuração
natural em rios, distinguem-se as presenças de nitrogênio orgânico na zona de
degradação, amoniacal na zona de decomposição ativa, nitrito na zona de recuperação
e nitrato na zona de águas limpas, sendo o nitrito uma forma mais difícil de ser
encontrado em águas, devido estar em processo de transição entre o Nitrogênio
Amoniacal e o Nitrato, processo esse chamado de nitrificação.

Os compostos nitrogenados como amônia e o nitrito são tóxicos ao ambiente aquático


quando apresentam altas concentrações, principalmente aos peixes. Além disso, no
processo de oxidação do nitrogênio (nitrificação), o oxigênio dissolvido no meio é
consumido, podendo resultar em uma queda de oxigênio dissolvido no corpo d’agua ou
estado de anoxia.

O nitrogênio é um importante elemento nas reações biológicas. Ele pode estar ligado a
componentes que produzem muita energia, como aminoácidos e aminas, e nessas
formas, o nitrogênio é conhecido como nitrogênio orgânico. Um dos elementos
intermediários formados durante o metabolismo biológico é o nitrogênio amoniacal. Com

206
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

o nitrogênio orgânico, o amoniacal é considerado um indicador de poluição recente. A


decomposição aeróbia finalmente leva à conversão de nitrogênio em nitrito e depois em
nitrato. Nitrogênio com alto teor de nitrato e com baixo teor de amônia sugere que a
poluição aconteceu há mais tempo (VESILIND; MORGAN, 2011).

A Resolução CONAMA 357/05 determina valor padrão para Nitrogênio Amoniacal (3,7
mg.L-1 para amostras com pH até 7,5), Nitrato (10 mg.L-1) e Nitrito (1 mg.L-1), já para as
outras formas de Nitrogênio, tais como o Orgânico e Nitrogênio Total, a referida
resolução não faz menção.

A Figura 5.10-26 mostra os resultados analíticos para o parâmetro Nitrogênio Amoniacal


(NH3+). De acordo com essa figura, todos os cinco pontos amostrados ficaram dentro do
padrão estabelecido pelo CONAMA 357/2005. Em relação ao período seco, o único
ponto com valor absoluto foi o SUP02, com concentração de 0,685 mg.L-1. No período
chuvoso, o ponto SUP02 foi o único a não apresentar valores absolutos, a concentração
nesse período variou ente 0,17 mg.L-1 no SUP04 a 0,707 mg.L-1 no SUP05. A presença
de nitrogênio amoniacal no meio ambiente significa o estado de poluição recente por
matéria orgânica.

Figura 5.10-26 - Resultados analíticos de Nitrogênio Amoniacal nas amostras de água


superficial do Projeto Pedra Branca.

4,0
3,70
3,5
3,0
2,5
mg.L-1

2,0
1,5
1,0 0,685 0,707
0,462
0,5 0,212 0,170
0,000 0,000 0,000
0,0
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos de amostragens

Período Seco Período Chuvoso VMP CONAMA 357/2005

A amônia (NH3+) está presente naturalmente nos corpos d’água como produto da
degradação de compostos orgânicos e inorgânicos do solo e da água, resultado da
excreção da biota, redução do nitrogênio gasoso da água por microrganismos ou por
trocas gasosas com a atmosfera. A amônia é, também, constituinte comum no esgoto
sanitário, resultado direto de descargas de efluentes domésticos e industriais, da
hidrólise da ureia e da degradação biológica de aminoácidos e outros compostos
orgânicos nitrogenados (REIS; MENDONÇA, 2009). As espécies de amônia ionizada e
não ionizada (NH3) são toxicas para o ambiente, mas a não ionizada é

207
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

reconhecidamente mais tóxica. A concentração dessa espécie química aumenta com o


aumento de pH e temperatura da água, no entanto, a sua toxidade diminui.

Este parâmetro foi analisado apenas nos cinco pontos amostrados no período chuvoso
conforme Figura 5.10-27. A menor concentração ocorreu no ponto SUP02 com valor
abaixo de 0,12 mg.L-1 (Tabela 5.10-5), enquanto que a maior concentração ocorreu no
ponto SUP05 mg.L-1, no entanto, a Resolução CONAMA 357/2005 não apresenta valor
de referência para este parâmetro.

Figura 5.10-27 - Resultados analíticos de Amônia nas amostras de água superficial do


Projeto Pedra Branca.

1
0,9 0,859
0,8
0,7
0,6 0,561
mg.L-1

0,5
0,4
0,3 0,257
0,206
0,2
0,1 0
0
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos amostrados

Período Chuvoso

A concentração de Nitrato (NO3-) é apresentada na Figura 5.10-28. Conforme se pode


observar, as concentrações do período chuvoso variaram de 3,41 a 5,04 mg.L-1, nos
pontos SUP01 e SUP04, respectivamente. Já no período seco, as concentrações
variaram entre 2,21 mg.L-1 em SUP01 e 3,54 mg.L-1. Não foram encontrados valores
absolutos para o ponto SUP03 e SUP05 no período chuvoso. Em todos os pontos
amostrados, as concentrações ficaram em conformidade com padrão estabelecido pelo
CONAMA 357/2005.

208
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
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Figura 5.10-28 - Resultados analíticos de Nitrato nas amostras de água superficial do


Projeto Pedra Branca.

12

10 10

8
mg/L

6 5,04
3,54
4 3,41 3,23 3,48
2,21
2

0
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05

Período Seco Período Chuvoso VMP CONAMA 357

O nitrito é uma forma química do nitrogênio normalmente encontrada em pequenas


quantidades nas águas superficiais e subterrâneas, pois o nitrito é instável na presença
do oxigênio, ocorrendo como uma forma intermediária. A sua presença na água indica
a presença de processos biológicos influenciada por matéria orgânica.

Os níveis de Nitrito das amostras analisadas ficaram bem abaixo da determinação do


CONAMA 357/2005 (1 mg.L-1), apresentando conformidade para este parâmetro. Vale
ressaltar que não foram encontrados valores absolutos para este parâmetro, como
mostra a Tabela 5.10-5, pois todas as amostras apresentaram concentrações abaixo de
0,05 mg.L1. A Figura 5.10-29, Figura 5.10-30 e Figura 5.10-31 representam,
respectivamente, as concentrações das frações de nitrogênio orgânico, nitrogênio
Kjeldhal e nitrogênio total. Essas frações de nitrogênio não têm valores de referência na
Resolução CONAMA 357/2005.

As concentrações de nitrogênio orgânico variaram de 1,19 mg.L-1 no ponto SUP01 até


6,08 mg.L-1 no ponto SUP05 no período chuvoso. No período seco as concentrações
variaram entre 0,69 mg.L-1 no ponto SUP02 até 3,11 mg.L-1 no ponto SUP03. O
Nitrogênio Kjeldhal, que representa as frações de nitrogênio amoniacal e orgânico,
apresentou maior concentração no ponto SUP05, com 6,79 mg.L-1. Este foi também o
ponto que teve a maior concentração de nitrogênio na forma amoniacal. Já o nitrogênio
total, que somam todas as formas de nitrogênio presente em uma amostra (amoniacal,
orgânico, nitrito, nitrato, dentre outras) apresentou concentração que variou de 1,4 mg.L-
1
no ponto SUP01 a 7,93 mg.L-1 no ponto SUP05 durante a campanha do período de
chuva. Já no período de estiagem apresentou variação na concentração entre 2,1 e 3,91
mg.L-1 nos pontos SUP02 e SUP03, respectivamente.

209
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-29 - Resultados analíticos de Nitrogênio orgânico nas amostras de água


superficial do Projeto Pedra Branca.

7
6,08
6
5,02
5
mg.L-1

4
3,11
3
1,74
2 1,48 1,37
1,19
1 0,69

0
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos de amostragens

Período Seco Período Chuvoso

Figura 5.10-30 - Resultados analíticos de Nitrogênio Kjeldhal nas amostras de água


superficial do Projeto Pedra Branca.

8
6,79
7
6 5,19
5
mg.L-1

4
3,11
3
1,74 1,83
2 1,4 1,37 1,48
1
0
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos de amostragens

Período Seco Período Chuvoso

210
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-31 - Resultados analíticos de Nitrogênio total nas amostras de água superficial
do Projeto Pedra Branca.

9
7,93
8
6,80
7
6
mg.L-1

5
3,91
4
3 2,24 2,1 1,90
2 1,56 1,56
1
0
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos de amostragens

Período Seco Período Chuvoso

O Fósforo - P é um dos principais elementos químicos que compõe o metabolismo


celular. É um importante nutriente para o crescimento e reprodução dos
microorganismos que promovem a estabilização da matéria orgânica presente nas
águas.

O fósforo pode se apresentar nas águas sob três formas diferentes. Os fosfatos
orgânicos são a forma em que o fósforo compõe moléculas orgânicas, como a de um
detergente, por exemplo. Os ortofosfatos são representados pelos radicais, que se
combinam com cátions formando sais inorgânicos nas águas. Por fim os polifosfatos, ou
fosfatos condensados, polímeros de ortofosfatos. Esta terceira forma não é muito
importante nos estudos de controle de qualidade das águas, porque sofre hidrólise,
convertendo-se rapidamente em ortofosfatos nas águas naturais (CETESB, 2009).

Em águas naturais, o fosfato é formado principalmente durante os processos biológicos


de transformação de substâncias orgânicas em fosfato inorgânico ou pela lixiviação de
solos e minerais. Maiores concentrações decorrem do lançamento de esgotos
domésticos, águas residuárias industriais e efluentes diversos que contenham
detergentes (NASCIMENTO, 1998).

Assim como o nitrogênio, o fósforo constitui-se em um dos principais nutrientes para os


processos biológicos, ou seja, é um dos chamados macronutrientes, por ser exigido
também em grandes quantidades pelas células (CETESB, 2009).

Conforme se pode observar na Figura 5.10-32, as concentrações de fósforo total


variaram de 0,08 a 0,4 mg.L-1 nos pontos SUP03 e SUP05, respectivamente, no período
chuvoso. No período seco, as três amostras coletadas tiveram suas concentrações
variando entre 0,13 e 0,18 mg.L-1 nos pontos SUP01 e SUP03, respectivamente. A
Resolução do CONAMA 357/2005 determinada um padrão de 0,1 mg.L-1 de Fósforo
total em águas doces classes 2 em ambientes lóticos. De acordo com o gráfico, todos
os pontos estão com concentração acima daquele determinado pelo CONAMA, menos
211
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

o ponto SUP03 no período chuvoso, que apresentou concentração de 0,08 mg.L-1. A


principal fonte de fósforo parece advir de fontes naturais, pois os rios banham rochas,
que podem lixiviar os minerais ricos em fósforo presentes nessas rochas.

Figura 5.10-32 – Resultados analíticos de Fósforo Total nas amostras de água superficial
do Projeto Pedra Branca.

0,45
0,4
0,40
0,35 0,32
0,30
mg.L-1

0,25
0,20 0,18
0,16 0,16
0,15 0,13 0,12

0,10 0,08 0,10


0,05
0,00
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos de amostragens

Período Seco Período Chuvoso VMP CONAMA 357/2005

5.10.2.3.7 Temperatura e Turbidez

A temperatura é uma condição ambiental muito importante em diversos estudos


relacionados ao monitoramento da qualidade de águas. Sob o aspecto referente à biota
aquática, a maior parte dos organismos possui faixas de temperatura "ótimas" para a
sua reprodução. Por um lado, o aumento da temperatura provoca o aumento da
velocidade das reações, em particular, as de natureza bioquímica de decomposição de
compostos orgânicos. Por outro lado, diminui a solubilidade de gases dissolvidos na
água, em particular o oxigênio, base para a decomposição aeróbia. Estes dois fatores
se superpõem, fazendo com que nos meses quentes de verão os níveis de oxigênio
dissolvido nas águas poluídas sejam mínimos, frequentemente provocando mortandade
de peixes e, em casos extremos, exalação de maus odores devido ao esgotamento total
do oxigênio e consequente decomposição anaeróbia dos compostos orgânicos
sulfatados, produzindo o gás sulfídrico, H2S. Desta forma, a definição da temperatura
de trabalho nos estudos de autodepuração natural faz-se necessária para a correção
das taxas de desoxigenação e de reaeração, normalmente obtidas para a temperatura
de referência de 20°C.

A temperatura mais elevada foi observada no ponto SUP05 com 32,2°C (Figura 5.10-33)
durante o período chuvoso. Dentre os pontos amostrados, este ponto é o que se
apresenta com mais exposição aos raios solares e este fato pode ser determinante para
a elevação da temperatura dessa amostra. A resolução 357/2005, que determina padrão
de qualidade de águas doces Classe 2 não tem padrão determinado para este
parâmetro.

212
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-33 - Resultados analíticos de Temperatura nas amostras de água superficial


do Projeto Pedra Branca.

60
49,2
50

40
33,5
31,1
°C

30
20,1
20 16,400
14,40 13,50
12
10

0
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05

Período Seco Período Chuvoso

Segundo Von Sperling (2005), a Turbidez, que representa o grau de interferência à


passagem de luz através da água, conferindo uma aparência turva à mesma, está
relacionada à presença de sólidos em suspensão. De origem natural, a turbidez é um
parâmetro indicador da possível presença de partículas de rocha, argila, silte,
substâncias orgânicas (Ex: húmus) ou inorgânicas (Ex: óxidos) finamente divididas,
plâncton e algas. De origem antropogênica, pode estar associado aos despejos
industriais, domésticos, microrganismos e erosão.

A Figura 5.10-34 mostra os resultados de Turbidez obtidos nas amostras de água


superficial do Projeto Pedra Branca para os dois períodos amostrados. Conforme se
pode observar, nenhum ponto ultrapassou o valor máximo permitido pelo CONAMA. A
resolução determina valor de até 100 UNT nas águas doces classe 2. Os valores de
turbidez no período seco variaram de 13,5 UNT no ponto SUP03 a 33,5 UNT no ponto
SUP03. No período chuvoso os valores de turbidez de 12 a 49,2 UNT nos pontos SUP02
e SUP05, respectivamente. Assim, todos os pontos estão em conformidade com o
padrão legislado.

213
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-34 – Resultados analíticos de Turbidez nas amostras de águas superficiais do


Projeto Pedra Branca.

120

100 100

80
UNT

60 49,2

40 31,1 33,5

16,4 20,1
20 14,4 13,512,0

0
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos de amostragens

Período Seco Período Chuvoso VMP CONAMA 357/2005

5.10.2.3.8 Óleos e Graxas

Os óleos e graxas são substâncias orgânicas de origem mineral, vegetal ou animal.


Estas substâncias geralmente são hidrocarbonetos, gorduras, ésteres, entre outros. São
raramente encontrados em águas naturais, sendo normalmente oriundas de despejos e
resíduos industriais, esgotos domésticos, efluentes de oficinas mecânicas, postos de
gasolina, estradas e vias públicas (CETESB, 2009).

Óleos e graxas, de acordo com o procedimento analítico empregado, consistem no


conjunto de substâncias que consegue ser extraído da amostra por determinado
solvente e que não se volatiliza durante a evaporação do solvente a 100°C (CETESB,
2009).

Essas substâncias, solúveis em n-hexano, compreendem ácidos graxos, gorduras


animais, sabões, graxas, óleos vegetais, ceras, óleos minerais, etc. Este parâmetro
costuma ser identificado também por MSH – material solúvel em hexano.

O CONAMA 357/2005 determina que as águas doces classes 2 devem estar


virtualmente ausentes de óleos e graxas. De acordo com a Tabela 5.10-5, não houve
analise deste parâmetro no período seco, e durante o período chuvoso, todos os
resultados foram inferiores a 5 mg.L-1. Ainda assim, no ponto SUP05 foi possível
observar a presença óleos na água durante a campanha do período chuvoso, estando,
portanto em descordo com a determinação do CONAMA.

5.10.2.3.9 Fenóis Totais

Segundo a CETESB (2009), os fenóis e seus derivados aparecem nas águas naturais
através das descargas de efluentes industriais. Indústrias de processamento da
borracha, colas e adesivos, resinas impregnantes, componentes elétricos (plásticos) e

214
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

as siderúrgicas, entre outras, são responsáveis pela presença de fenóis nas águas
naturais.

Os fenóis são tóxicos ao homem, aos organismos aquáticos e aos microrganismos que
tomam parte dos sistemas de tratamento de esgotos sanitários e de efluentes
industriais.

As águas doces classe 2, de acordo com a Resolução 357/2005 limitam a 0,003 mg/L.
A Figura 5.10-35 apresenta os valores analíticos para o parâmetro fenóis. Dentre as
amostras coletadas no período seco, apenas o ponto SUP02 apresentou valores
absolutos de 0,001 mg.L-1 e nos demais, a concentração ficaram menores que 0,001
mg.L-1. Quanto ao período chuvoso, os pontos SUP04 e SUP05 de 0,002 mg.L-1 e nos
demais, a concentração ficaram menores que 0,001 mg.L-1. Mesmo assim, em nenhum
ponto amostrado, as concentrações ficaram em desacordo com a resolução CONAMA
357/2005.

Figura 5.10-35 – Resultados analíticos de fenóis nas amostras de água superficial do


Projeto Pedra Branca.

0,004
0,003 0,003
0,003
0,002 0,002
mg.L-1

0,002
0,002
0,001
0,001
0,001
0,000
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos amostrados

Período Seco Período Chuvoso VMP CONAMA 357

5.10.2.3.10 Alumínio, Ferro e Cobre dissolvido

Na água, o metal alumínio pode ocorrer em diferentes formas e é influenciado pelo pH,
temperatura e presença de fluoretos, sulfatos, matéria orgânica e outros ligantes. A
solubilidade é baixa em pH entre 5,5 e 6,0. As concentrações de alumínio dissolvido em
águas com pH neutro variam de 0,001 a 0,05 mg.L-1, mas aumentam para 0,5-1mg.L-1
em águas mais ácidas ou ricas em matéria orgânica (CETESB, 2009).

A Figura 5.10-36 apresenta os valores de alumínio dissolvido encontradas nas amostras


analisadas. Durante o período seco, das três amostras analisadas, apenas o ponto
SUP02 apresentou valor de 0,435 mg.L-1 em desacordo com o padrão do CONAMA
357/2005 (que é de 0,1 mg.L-1). Na campanha do período chuvoso, os pontos SUP04 e
SUP05 apresentaram concentrações de alumínio de 0,288 e 0,228 mg.L-1,
respectivamente, ficando, portanto em desacordo com a legislação.

215
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Figura 5.10-36 - Resultados analíticos de Alumínio dissolvido nas amostras de água


superficial do Projeto Pedra Branca.

0,50
0,435
0,45
0,40
0,35
0,288
mg_Al.L-1

0,30
0,25 0,228
0,20
0,0808
0,15
0,0338 0,09
0,10 0,10 0,10
0,05 0,0318 0,0251
0,00
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos amostrados

Período Seco Período Chuvoso VMP CONAMA 357/2005

O ferro aparece principalmente em águas subterrâneas devido à dissolução do minério


pelo gás carbônico da água. Segundo Piveli ([s.d]), o carbonato ferroso é solúvel e
frequentemente é encontrado em águas de poços contendo elevados níveis de
concentração de ferro. Nas águas superficiais, o nível de ferro aumenta nas estações
chuvosas devido ao carreamento de solos e à ocorrência de processos de erosão das
margens. Também poderá ser importante a contribuição devida a efluentes industriais,
pois muitas indústrias metalúrgicas desenvolvem atividades de remoção da camada
oxidada (ferrugem) das peças antes de seu uso, processo conhecido por decapagem,
que normalmente é procedida através da passagem da peça em banho ácido. Nas
águas tratadas para abastecimento público, o emprego de coagulantes à base de ferro
provoca elevação em seu teor.

Basicamente, o ferro pode se apresentar nas águas nos estados de oxidação Fe+2 e
Fe+3, sendo que a primeira forma é mais solúvel que a segunda.

Os resultados analíticos de ferro dissolvido nas amostras de água superficial do Projeto


Pedra Branca estão apresentados na Figura 5.10-37. Conforme se pode observar, todas
as amostras analisadas nos dois períodos estão em desconformidade com a Resolução
do CONAMA 357/2005, que determina um limite de 0,3 mg.L-1 para as águas doces
classe 2. Os valores variaram entre 1,32 a 18,10 mg.L-1 no período seco, e entre 1,66 a
14,8 mg.L-1 no período chuvoso.

Apesar de estarem em desacordo com o padrão legislado, é necessário observar, que


a região onde o projeto está localizado tem solo rico em jazidas de minério de ferro e
essa riqueza natural, pode ter contribuição crucial para a ocorrência de altas
concentrações nas aguas desses riachos, especialmente no período chuvoso, onde as
enxurradas carreiam material diversos para os mananciais.

216
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-37 - Resultados analíticos de Ferro dissolvido nas amostras de água


superficial do Projeto Pedra Branca.

20 18,10
18
16 14,8
14
mg_Fe.L-1

12
10 8,88
7,99
8
6 1,66
4
1,98
2 1,3200 0,864
0 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos de amostragens

Período Seco Período Chuvoso VMP CONAMA 357/2005

O cobre ocorre geralmente nas águas, naturalmente, em concentrações inferiores a 20


µg.L-1. Quando em concentrações elevadas, é prejudicial à saúde e confere sabor às
águas. Segundo pesquisas efetuadas, é necessária uma concentração de 20 mg.L-1 de
cobre ou um teor total de 100 mg.L-1 por dia na água para produzirem intoxicações
humanas com lesões no fígado. No entanto, concentrações de 5 mg.L-1 tornam a água
absolutamente impalatável, devido ao gosto produzido.

O cobre em pequenas quantidades é até benéfico ao organismo humano, catalisando a


assimilação do ferro e seu aproveitamento na síntese da hemoglobina do sangue,
facilitando a cura de anemias. Para os peixes, muito mais que para o homem, as doses
elevadas de cobre são extremamente nocivas. Assim, trutas, carpas, bagres, peixes
vermelhos de aquários ornamentais e outros, morrem em dosagens de 0,5 mg.L-1. Os
peixes morrem pela coagulação do muco das 11 brânquias e consequente asfixia (ação
oligodinâmica). Os microrganismos perecem em concentrações superiores a 1,0 mg/L.
O cobre aplicado em sua forma de sulfato de cobre, CuSO4.5H2O, em dosagens de 0,5
mg.L-1 é um poderoso algicida. O Water Quality Criteria indica a concentração de 1,0
mg.L-1 de cobre como máxima permissível para águas reservadas para o abastecimento
público.

Segundo a Resolução CONAMA 357/2005, o limite de concentração de cobre dissolvido


nas aguas doces classe 2 deve ser de 0,009 mg.L-1. No entanto, dos cinco pontos
amostrados no Projeto Pedra Branca, a presença de cobre acima do limite permitido foi
detectada somente no ponto SUP05 no período chuvoso, com concentração de 0,0105
mg.L-1, conforme Figura 5.10-38.

Figura 5.10-38 - Resultados analíticos de Cobre dissolvido nas amostras de água


superficial do Projeto Pedra Branca.

217
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

0,0120
0,0105
0,009
0,0100
0,00824
0,0080
mg_Cu.L-1

0,0060 0,00534
0,00487 0,00467
0,0039
0,0040
0,00201 0,00218
0,0020

0,0000
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos de amostragens

Período Seco Período Chuvoso VMP CONAMA 357/2005

5.10.2.3.11 Cadmio, Cobalto e Mercúrio total

O Cádmio (Cd) se apresenta nas águas naturais devido às descargas de efluentes


industriais, principalmente as galvanoplastias, produção de pigmentos, soldas,
equipamentos eletrônicos, lubrificantes e acessórios fotográficos, bem como por
poluição difusa causada por fertilizantes e poluição do ar local (CETESB, 2009). É
também usado como inseticida. Apresenta efeito agudo, sendo que uma única dose de
9,0 gramas pode levar à morte e efeito crônico, pois concentra-se nos rins, no fígado,
no pâncreas e na tireóide. O cádmio não apresenta nenhuma qualidade, pelo menos
conhecida até o presente, que o torne benéfico ou essencial para os seres vivos.
Estudos feitos com animais demonstram a possibilidade de causar anemia,
retardamento de crescimento e morte. O padrão de qualidade é fixado pela Resolução
357/2005 do CONAMA em 0,001 mg.L-1. O cádmio ocorre na forma inorgânica, pois
seus compostos orgânicos são instáveis; além dos malefícios já mencionados, é um
irritante gastrointestinal, causando intoxicação aguda ou crônica sob a forma de sais
solúveis. A literatura, no entanto, registra o caso de quatro pessoas que, por longo
tempo, ingeriram água com teor de 0,047 mg.L-1 de cádmio, nada apresentando de
sintomas adversos.

Ainda assim, a Resolução CONAMA 357/2005 determina que as águas doces classes
2 apresentem como padrão de qualidade a concentração de 0,001 mg.L-1. As amostras
coletadas no Projeto Pedra Branca detectaram valores menores que 0,001 mg.L-1,
conforme a Tabela 5.10-5, estando assim em conformidade com a legislação vigente.

Segundo a CETESB (2012), o Cobalto (Co) é um elemento metálico relativamente raro,


mas que ocorre na natureza associado a outros minérios, como prata, chumbo e cobre.
A principal utilização é na produção de ligas metálicas. Vários sais de cobalto, como
acetato de cobalto II ou III, naftenato e octanato, são usados como pigmentos na
indústria de vidro e de cerâmica e como agente secante de tintas e vernizes. Os óxidos

218
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

são utilizados como catalisadores nas indústrias química e de óleos. Também é


empregado no tratamento de alguns tipos de câncer.

O cobalto é encontrado naturalmente em rochas, solos, águas, plantas e animais em


quantidades-traço. As fontes naturais de emissão do composto para a atmosfera são
vulcões e incêndios florestais. As fontes antropogênicas incluem queima de
combustíveis fósseis, uso de biossólidos e fertilizantes fosfatados, mineração e fundição
de minérios contendo cobalto e processos industriais que utilizam compostos de cobalto.
O cobalto liberado para a atmosfera é depositado no solo e água superficial por
deposição seca e úmida. No solo, o metal geralmente apresenta baixa mobilidade e
forte adsorção, porém a adsorção aumenta em solos ácidos. A precipitação mineral e a
adsorção são dois processos que limitam as concentrações do metal na água.

A Figura 5.10-39 apresenta as concentrações de cobalto total nas amostras de água


superficial avaliadas no Projeto Pedra Branca. Conforme se observa, os pontos SUP01
e SUP02 apresentaram valores inferiores a 0,0001 mg.L-1 no período seco. Nos demais
pontos foram encontrados teores de Cobalto que variaram 0,00763 a 0,012 mg.L-1 no
período chuvoso, e na campanha do período seco, foi obtido apenas um valor, no ponto
SUP03 de 0,00856 mg/L. E com isso, esses resultados estão em conformidade com a
determinação do CONAMA 357/2005 que limita a 0,05 mg.L-1 nas aguas doces classe
2 para este composto químico.

219
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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Figura 5.10-39 - Resultados analíticos para o Cobalto total nas amostras de água
superficial do Projeto Pedra Branca.

0,06

0,05 0,05

0,04
mg_Co.L-1

0,03
0,00992
0,02
0,012
0,00856 0,00763
0,01
0,0000 0 0,000 0
0,00
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos amostrados

Período Seco Período Chuvoso VMP CONAMA 357/2005

O Mercúrio (Hg) é um metal pesado de aspecto argênteo e inodoro, que normalmente


é encontrado em dois estados de oxidação. Na sua forma elementar é um líquido denso,
prateado nas condições normais de temperatura e pressão.

O Mercúrio raramente é encontrado como elemento livre na natureza. Encontra-se


amplamente distribuído, porém em baixas concentrações por toda a crostra terrestre.
Na forma de mercúrio elementar (Hg°), se encontra na 16ª posição em relação a sua
abundancia na natureza e suas reservas são avaliadas em cerca de 30 bilhões de
toneladas (NASCIMENTO; CHASIN, 2001).

As fontes mais importantes provêm do minério de cinábrio (HgS) encontrado em rochas


próximas de atividades vulcânicas, em veios ou fraturas minerais e em áreas próximas
as fontes de águas termais.

As fontes naturais mais significativas de mercúrio são gaseificação da crosta terrestre,


as emissões vulcânicas e evaporação de corpos aquáticos (WHO, 1991). O Hg é
encontrado em vários tipos de rochas, tais como

As contribuições antrópicas, as indústrias de cloro-álcali e de equipamentos elétricos e


as pinturas a base de mercuriais são apontados como contribuintes com cerca de 55%
da produção total de Hg (WHO, 1989).

A concentração de Mercúrio é limitada a 0,0002 mg.L-1 em águas doces classe 2 de


acordo com Resolução 357/2005. As amostras avaliadas apresentaram valores
menores que 0,0001 mg/L em suas águas (Tabela 5.10-5), estando, portanto, em
conformidade com essa resolução.

220
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.10.2.3.12 Cromo, Cromo Hexavalente, Cromo Trivalente, Cianeto e Chumbo

O Cromo (Cr) é um metal cinza aço com forma cristalina cúbica, sem odor e muito
resistente a corrosão. É o sétimo metal mais abundante da terra e não é encontrado
livre na natureza (SILVA; PEDROZO, 2001).

O minério cromita - Fe (CrO2)2 é o mais abundante composto de cromo encontrado na


natureza, contendo de 40 a 50% de cromo em sua composição (HSDB, 2000). O cromo
é encontrado na natureza em rochas, animais, plantas, poeira e névoas vulcânicas
(ATSDR, 2000; WHO, 1988). A concentração de cromo em rochas varia de 2 a 90 ppm
em rochas graníticas, 1.000 a 3.400 ppm em rochas ultramáficas, de 30 a 590 ppm em
xistos e argilas (HSDB, 2000).

No ar atmosférico, as concentrações de cromo encontradas são menores que 0,1 µg/m3.


Em águas não contaminadas os valores estão na faixa de fração de 0,1 µg a poucas
µg/L. Na água do mar, as concentrações estão na faixa de 1 a 10 µg/kg. No solo, a
maioria provém cromo na faixa de 2 a 60 mg/kg. Quase todo o cromo hexavalente
encontrado no solo provem de atividades humanas (WHO, 1988).

Dentre as fontes de contaminação natural por cromo estão os incêndios florestais e as


erupções vulcânicas. As principais atividades humanas em que o cromo é liberado para
a natureza são: emissões decorrentes de fabricação de cimentos, construção civil
devido os resíduos provenientes do cimento, soldagem de liga metálica, fundições
manufatura do aço e ligas, indústria de galvanoplastia, lâmpadas, minas, resíduos
sólidos urbanos e industriais, incineração de resíduos, curtumes, preservativos de
madeira e fertilizantes. Em todos esses processos, o cromo aparece na forma trivalente,
hexavalente e elementar.

Na água superficial, o cromo pode estar presente como material particulado ou


depositado no sedimento de fundo. Os compostos solúveis em aguas superficiais estão
em sua maioria na forma de cromo hexavalente e apenas uma pequena parte está sob
a forma de cromo trivalente. As principais fontes de contaminação antropogênica na
água é das industrias de galvanoplastia, indústria de tingimento de couro e a manufatura
de tecidos.

Na forma trivalente, o cromo é essencial ao metabolismo humano e sua carência causa


doenças. Na forma hexavalente, é tóxico e cancerígeno (CETESB, 2009).

Para as águas superficiais, o CONAMA determina uma concentração limite de 0,05


mg.L-1 apenas para o Cromo total (cromo III + Cromo VI).

A Tabela 5.10-5 mostra que as concentrações de cromo nas formas trivalente e


hexavalente. Conforme se pode observar, apenas no ponto SUP05 no período chuvoso
apresentou valor de 0,0106 mg.L-1, enquanto que no demais pontos, as concentrações
foram inferiores a 0,01 mg.L-1. Da mesma forma, a forma hexavalente apresentaram
valores inferiores a 0,02 mg.L-1. A resolução do CONAMA não determina valor de

221
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

referência para essas duas formas de cromo. Porém, o CONAMA estabelece o limite de
0,05 mg.L-1 para o cromo total (cromo III + Cromo VI). De acordo com a Figura 5.10-40,
as amostras estão em conformidade com a resolução.

Figura 5.10-40 – Resultados analíticos para o Cromo nas amostras de água superficial do
Projeto Pedra Branca.

0,06

0,05 0,05

0,04
mg_Cr_L-1

0,03

0,02
0,00243 0,00141 0,0106
0,01
0,0023 0,00290 0,00145 0,00322
0
0,00
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos de amostragens

Período Seco Período Chuvoso VMP CONAMA 357/2005

O Chumbo (Pb) é um metal cinza azulado, inodoro, maleável e sensível ao ar


(PAOLIELLO; CHASIN, 2001). O chumbo está presente no ar, no tabaco, nas bebidas
e nos alimentos. O chumbo tem ampla aplicação industrial, como na fabricação de
baterias, tintas, esmaltes, inseticidas, vidros, ligas metálicas etc. A presença do metal
na água ocorre por deposição atmosférica ou lixiviação do solo (CETESB, 2009;
PAOLIELLO; CHASIN, 2001).

Segundo Paoliello e Chasin (2001), a solubilidade de chumbo na água depende do pH,


e da concentração de cálcio, pois em águas duras, com excesso de cálcio, com pH
inferior a 5,4, a solubilidade é na ordem de 30µg.L-1. Já em águas com menores
concentrações de cálcio, a solubilidade pode chegar a 500 µg.L-1.

A grande fração de chumbo carregado para os rios tem sido encontrados na forma
indissolúvel, que consiste em partículas coloidais ou partículas grandes insolúveis de
carbonato de chumbo, oxido de chumbo, hidróxido de chumbo, ou outros compostos de
chumbo incorporados em outros componentes de matérias particuladas lixiviados do
solo.

O chumbo encontrado em aguas superficiais pode estar complexado tanto com


compostos orgânicos naturais (ácidos húmicos ou fúlvicos) como compostos de origem
antropogênico.

Segundo a Resolução 357/2005, que padroniza a qualidade de águas doces classe 2,


limita a concentração de chumbo a 0,01 mg.L-1. Das cinco amostras avaliadas do Projeto
Pedra Branca, apenas três detectaram valores absolutos de chumbo, os pontos SUP01,
222
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

SUP04 e SUP05 (Figura 5.10-41). Sendo o SUP01 o único que obteve valor no período
seco. Todos apresentaram valores em conformidade da legislação do CONAMA.

Figura 5.10-41 – Resultados analíticos para o Chumbo nas amostras de água superficial
do Projeto Pedra Branca.

0,012

0,010 0,01

0,008
mg_Pb.L-1

0,006

0,004
0,00264
0,002 0,0012 0,00104
0 0,00 0 0 0,000
0,000
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos de amostragens

Período Seco Período Chuvoso VMP CONAMA 357/2005

Segundo a Cetesb (2014), os Cianetos (CN) são uma família de compostos que contêm
o ânion cianeto altamente reativo. Os compostos de cianeto comumente encontrados
no ambiente são o cianeto de hidrogênio e dois de seus sais, cianeto de sódio e cianeto
de potássio. O cianeto de hidrogênio (HCN) é um líquido ou gás incolor ou azul pálido
com odor de amêndoa amarga, enquanto que o cianeto de sódio (NaCN) e o cianeto de
potássio (KCN) são sólidos solúveis em água. Os glicosídeos cianogênicos são
compostos de cianeto produzidos naturalmente por várias plantas. Quando são
hidrolisados ou digeridos, formam cianeto de hidrogênio. Os cianetos formam
complexos fortes com vários metais como por exemplo o ferro formando o ferrocianeto.
Os cianetos são usados em galvanoplastia, extração de ouro e prata, limpeza de metais,
na produção de fibras sintéticas, corantes, pigmentos e nylon, como reagente em
química analítica, agente de fumigação e gaseificação do carvão.

A Resolução CONAMA 357/2005 determina a concentração de 0,005 mg.L-1 de cianeto


em aguas doces classe 2. Os pontos amostrados no Projeto Pedra Branca não
apresentaram concentrações em desacordo com a legislação, conforme a Figura
5.10-42.

223
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-42 – Resultados analíticos para o Cianeto nas amostras de águas superficiais
do Projeto Pedra Branca.

0,0060

0,0050 0,005
0,0039
0,0040
mg_CN.L-1

0,00331
0,00286
0,0030 0,00241
0,00236
0,00189
0,0020 0,00154

0,0010
0
0,0000
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos de amostragens

Período Seco Período Chuvoso VMP CONAMA 357/2005

5.10.2.3.13 Coliformes Termotolerantes, Coliformes Totais e E. Coli

Os coliformes Termotolerantes (ou Fecais) são indicativos de poluição antropogênica


causada principalmente por lançamento, pontual ou difuso, de esgoto doméstico.
Portanto, para a avaliação das condições sanitárias de um corpo hídrico, utilizam-se
bactérias do grupo coliforme, que atuam como indicadores de poluição fecal.

Os Coliformes Termotolerantes são os coliformes capazes de se desenvolver e


fermentar a lactose com produção de ácido e gás à temperatura de 44,5 ± 0,2°C em 24
horas. O principal componente deste grupo é Escherichia coli, sendo que alguns
coliformes do gênero Klebisiela também apresentam essa capacidade.

A determinação da concentração de coliformes assume muita importância por constituir


não somente um parâmetro indicador da possibilidade de existência de microrganismos
entéricos patogênicos, mas também da presença de qualquer outro componente normal
de esgotos de origem doméstica (BRANCO; ROCHA, 1977).

Outras bactérias de origem fecal, como por exemplo, as do gênero Streptoccoccus, têm
sido investigadas como possíveis auxiliares de comprovação da poluição de águas
(BRANCO; ROCHA, 1977). As fezes de animais de sangue quente contêm
estreptococos fecais em números relativamente altos, podendo este grupo de bactérias
ser utilizado como indicador de poluição fecal no exame de águas (GAGLIANONE,
1976). Não foram encontradas Estreptococos fecais nas amostras analisadas nessa
Sub-Bacia.

Os Coliformes Termotolerantes apresentam padrão de qualidade para águas doces


classe 2, conforme estabelecido pela Resolução CONAMA nº 357/2005, não podendo
ultrapassar valores de 1000 NMP/100ml. Os resultados demostram, de acordo com a

224
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-43, que todos os pontos estão dentro do padrão estabelecido pelo
CONAMA, nos dois períodos.

Figura 5.10-43 – Resultados analíticos de Coliformes Termotolerantes nas amostras de


água superficial do Projeto Pedra Branca.

1200

1000 1000

800
UFC/100ml

591
600 504
441 448 468
400

160 134
200
63
0
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos amostrados

Período Seco Período Chuvoso VMP CONAMA 357/2005

Segundo a Resolução CONAMA 357, de 17 de março de 2005, A Escherichia Coli – E.


coli é uma bactéria pertencente à família Enterobacteriaceae caracterizada pela
atividade da enzima β-glicuronidase. Produz indol a partir do aminoácido triptofano. E a
única espécie do grupo dos coliformes termotolerantes cujo habitat exclusivo e o
intestino humano e de animais homeotérmicos (animais de sangue quente), onde ocorre
em densidades elevadas.

E. coli é de origem exclusivamente fecal, estando sempre presente, em densidades


elevadas nas fezes de humanos, mamíferos e pássaros, sendo raramente encontrada
na água ou solo que não tenham recebido contaminação fecal (CETESB, 2009).

Conforme mostra a Figura 5.10-44, as amostras coletadas no período seco variaram de


610 a 630 NMP/100 ml nos pontos SUP02, SUP02 e SUP03, respectivamente e,
portanto, esses três pontos estão em desacordo com a legislação. Com relação ao
período chuvoso, dos cinco pontos amostrados, dois estão em desacordo com a
legislação do CONAMA, os pontos SUP04 e SUP05, que apresentaram valores de 1011
NMP/100 ml. É comum a presença de animais nas águas desses dois igarapés, tais
como cavalo e bois e podem estar contribuindo para a presença desses microrganismos
nessas aguas, pois, alguns animais foram vistos na água durante a campanha.

225
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-44 – Resultados analíticos de E.Coli nas amostras de água superficial do


Projeto Pedra Branca

1200
1011 1011
1000

800
NMP/100ml

630 610 610 575


600 600

400 326

162
200

0
SUP 01 SUP 02 SUP 03 SUP 04 SUP 05
Pontos de amostragens

Período Seco Período Chuvoso VMP CONAMA 357/2005

5.10.2.4 Índice de Qualidade de Água – IQA

Para avaliar a qualidade da água superficial do projeto Pedra Branca nos cinco pontos
amostrados em campanhas e períodos sazonais diferentes, em que as coletas da 1ª
campanha foram realizadas no período seco e da 2ª campanha, no período chuvoso, foi
aplicado o Índice de Qualidade de Água, a partir da análise dos dados, conforme
descrito na Tabela 5.10-6.

Como pode ser observado na referida tabela, dos três pontos amostrados na 1ª
campanha, os pontos SUP01 e SUP02 apresentaram classificação BOA, em contraste
com o ponto SUP03, que teve sua classificação avaliada como RUIM. E em relação à
2ª campanha, no conjunto dos cinco pontos amostrados, três apresentaram
classificação BOA, sendo eles os pontos SUP 01, SUP02 e SUP04, ao passo que o
ponto SUP03 foi classificado como ACEITÁVEL e o ponto SUP05 teve classificação
dada como RUIM.

Ao que tudo indica, o nível crítico de OD próximo de zero na amostra do ponto SUP03
durante a primeira campanha aliado ao resultado de coliformes termotolerantes teve
muita contribuição para que este ponto fosse classificado como RUIM. O aumento de
OD medido durante a 2ª campanha do período chuvoso e a redução de coliformes
termotolerantes ajudou a melhorar o índice para o patamar ACEITÁVEL neste mesmo
ponto.

Em relação ao ponto SUP05 medido apenas na campanha do período chuvoso, que


apresentou índice de qualidade RUIM pode ser atribuído ao valor de coliformes
termotolerantes e ao alto valor da Demanda Bioquímica de Oxigênio de 34,2 mg.L-1.

226
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO NORTE/PA

VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Tabela 5.10-6 - Índice de qualidade da água – IQA das amostras de água superficial do Projeto Pedra Branca.

PONTOS DE COLETA

PARÂMETRO UNIDADE 1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA

SUP01 SUP02 SUP03 SUP01 SUP02 SUP03 SUP04 SUP05


Coliformes Termotolerantes (E. coli) NMP/100mL 411 448 591 160 134 63 468 504
pH* - 7,2 7,4 6,2 7,2 7,0 6,2 6,5 6,3
DBO₅ mg.L-1 1,5 1,5 24,6 1,5 1,5 2,00 2,0 34,2
Nitrogênio Total mg.L-1 2,2 2,1 3,91 1,56 1,56 1,9 6,80 7,93
Fósforo Total mg.L-1 0,1 0,2 0,20 0,1 0,2 0,1 0,3 0,4
Temperatura ºC 29,2 27,7 26,6 27,6 27,7 26,1 29,3 32,2
Turbidez UNT 14,4 13,5 33,5 31,1 12 16,4 20,1 49,2
Sólidos Totais mg.L-1 212,0 179,0 251,0 85,0 90,0 220,0 279,0 377,0
Oxigênio Dissolvido* mg.L-1 4,5 4,8 0,90 5,0 6,5 1,3 5,1 4,8
Altitude m
Cálculo IQA 62,44 62,61 30,69 68,14 73,7 51,22 55,9 35,28
Inter. Cetesb Boa Boa Ruim Boa Boa Aceitável Boa Ruim

227
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.10.2.5 Considerações finais

O diagnóstico da qualidade da água do Pedra Branca retrata condições adversas dos


recursos hídricos da área do projeto. Os diferentes pontos amostrados apresentam grau
de antropização diferenciado, de modo que as respostas em relação a qualidade da
água também foram distintas. Parâmetros como OD, DBO, Cor, Fósforo e Escherichia
coli se apresentaram em desacordo com a Resolução CONAMA 357/2005 em três
pontos: SUP03, SUP04 e SUP05, estes são, dentre os pontos amostrados os que
apresentam maior grau de antropização.

Ressalta-se que esses três pontos se apresentam no presente como mananciais em


estado de conservação ruim, desprovidos de matas ciliares, estas que desempenham
papel importante na manutenção da qualidade da água em uma bacia hidrográfica.
Esses igarapés são influenciados por amplas pastagens, fato que pode contribuir para
a redução da qualidade da água nessas microbacias. Dentre as amostras analisadas,
as do rio Parauapebas (SUP01 e SUP02) apresentaram a melhor qualidade, inclusive
na avaliação do IQA que apresentaram classificação BOA nos dois períodos sazonais.
Esses pontos apresentam-se em boas condições de conservação em relação a mata
ciliar e são rios de grandes drenagens e, portanto, as atividades humanas são menos
agressivas quando comparadas as menores drenagens.

5.10.3 USOS MÚLTIPLOS DA ÁGUA

A Lei Federal nº 9.433 de 08 de janeiro de 1997 e a Lei Estadual nº 6.381 de 25 de julho


de 2001 instituíram, respectivamente a Política Nacional de Recursos Hídricos e a
Política Estadual de Recursos Hídricos, esta última no âmbito do estado do Pará.

Essas leis dispõem de fundamentos, objetivos, instrumentos e diretrizes para a gestão


racional dos recursos hídricos a nível de estado e nacional O Parágrafo V do Artigo 1º
da Lei 9.433/97 determina que um dos fundamentos que a gestão dos recursos hídricos
deve proporcionar são os usos múltiplos da água. Já a Alínea B do parágrafo V do artigo
1° da lei 6.381/01 determina que um dos princípios dessa lei é assegurar os usos
múltiplos da água.

Diversas são as formas de uso dos recursos hídricos e esses usos podem ser
classificados em usos consuntivos e usos não consuntivos. Os usos consuntivos são
aqueles que retiram a água de sua fonte natural diminuindo as suas disponibilidade
espacial e temporal e em termos qualitativos, tais como: a dessedentação de animais,
irrigação, abastecimento público, uso na indústria e etc. Por outro lado, os usos não-
consuntivos da água se referem aos usos que retornam a fonte de suprimento,
praticamente a totalidade da água utilizada, podendo haver alguma modificação no seu
padrão temporal de disponibilidade, por exemplo: navegação, recreação, piscicultura,
geração de energia elétrica, diluição de esgoto e etc.

No contexto de Bacias Hidrográficas, o Projeto minerário Pedra Branca está localizado


no estado do Pará, na Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia, na sub-região

228
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Itacaiúnas e sub-bacia Parauapebas. Devido a abrangência territorial e similaridade de


uso e ocupação de recursos naturais entre Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia no
estado Pará e Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia nacional, desta serão
sintetizadas informações, de forma geral, para o diagnóstico de usos múltiplos de
recursos hídricos da área do empreendimento.

No âmbito estadual, a Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia ocupa em torno de


10,3% da área do estado do Pará, com uma área cerca de 123.988,875 km 2, e
compreende as bacias dos rios Tocantins e Araguaia e tem como principais
drenagens os rios de mesmo nome, e ainda os rios Preto, Jacundá, Oeiras, Inajá,
Gameleira ou Chicão, Salobo, Itacaiunas, Madeira, Parauapebas, Sereno, Sororó,
Praia Alta e Trocará.

Essa região hidrográfica encerra 33 municípios, incluindo neste conjunto o município de


Água Azul do Norte - onde se encontra o Projeto Pedra Branca. A mesma está dividida
em três sub-regiões hidrográficas, a saber: Sub-Região Hidrográfica: Araguaia, Sub-
Região Hidrográfica: Itacaiunas, Sub-Região Hidrográfica: Tocantins, as quais são
consideradas, assim como as demais sub-regiões hidrográficas, como Unidades
Hidrográficas de Planejamento (UPLAN´s) pelo Plano Estadual de Recursos Hídricos.

Conforme dados da SEMAS, a RH Tocantins-Araguaia limita-se ao norte com o rio Pará,


abrangendo os municípios de Bagre, Oeiras do Pará e Limoeiro de Ajurú; ao sul com
estado de Mato Grosso, incorporando os municípios de Santa do Araguai; ao leste com
o estado de Tocantins através dos rios Araguaia e Tocantins e com as bacias dos rios
Guamá e Capim; e a oeste com as bacias dos rios Xingú e Pacajá.

A nível nacional, a Região Hidrográfica do Tocantins e Araguaia é a área de drenagem


mais extensa contida integralmente no território brasileiro. É segunda maior do País em
termo de área e de vazão. A região se caracteriza por uma área de drenagem de
918.822 km2 - cerca de 11% do País. Expande-se ao logo da direção norte-sul,
abrangendo os estados do Pará (30% da área da região), Tocantins (30%), Goiás (21%),
Mato Grosso (15%) e Maranhão (4%), além do Distrito Federal (0,1%), seguindo a
direção predominante dos cursos d'água principais, os rios Tocantins e Araguaia, que
se unem na parte setentrional da região, a partir de onde é denominado rio Tocantins,
que segue até desaguar na Baía da Ilha de Marajó (MMA, 2006).

Com uma média de vazão de 13.624 m³/s, essa região é a segunda maior em termos
de disponibilidade hídrica, o que equivale a 9,6% do total do País. Sem levar em
consideração as sub-bacias Pará e Acará-Guamá, a vazão média é de 11.083 m3.s-1.
Na Figura 5.10-7, no que se refere as vazões médias anuais, é apresentada a
disponibilidade hídrica.

229
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Tabela 5.10-7 – Disponibilidade hídrica de água superficial na Região Hidrográfica


Tocantins e Araguaia.

UNIDADE HIDROGRÁFICA ÁREA (KM2)3 DISPONIBILIDADE (M3/S)


Tocantins1 306.099 1.445
Araguaia 385.060 969
Tocantins2 764.996 4.791
1 Trecho a montante da confluência com o Rio Araguaia; 2 Dados da foz do Rio Tocantins incluindo a contribuição do
Rio Araguaia; Fonte: ANA, 2009

O Quadro 5.10-5 descreve os principais usos da água na RH Tocantins-Araguaia. De


acordo com o quadro, no que se refere aos usos consuntivos, destacam-se: a
dessedentação de animais, o abastecimento público (urbano e rural), a irrigação, a
atividade industrial (mineração, siderurgia, curtumes, lacticínios e outras. Como usos
não consuntivos, destacam-se: geração de energia, recreação, turismo e lazer,
navegação e diluição de efluentes industriais e domésticos.

Quadro 5.10-5 –Descrição dos principais usos de recursos hídricos da Bacia do Tocantins
Araguaia

PRINCIPAIS USOS DA ÁGUA NA BACIA HIDROGRÁFICO DO TOCANTINS -ARAGUAIA

PRINCIPAIS USOS TIPO DE USO


Dessedentação de animais Consuntivo
Abastecimento público (urbano e rural) Consuntivo
Irrigação Consuntivo
Atividade industrial (mineração, siderúrgica, curtumes, lacticínios, dentre
Consuntivo
outras)
Geração de energia - Hidroeletricidade Não-consuntivo
Recreação, turismo e lazer Não-consuntivo
Navegação Não-consuntivo
Diluição de efluentes industrial e doméstico Não-consuntivo
Barramento Não-consuntivo
Aquicultura e pesca Não-consuntivo

A Figura 5.10-45 mostra a distribuição da demanda de água para a Região Hidrográfica,


considerando os principais usos consuntivos em relação a vazão de retirada e a vazão
de consumo. A demanda de água (vazão de retirada) é de 95 m3.s-1, em que o principal
uso é a irrigação, que totaliza 57 m3.s-1, ou 60% do total. O segundo uso da água, em
termos quantitativos é para dessedentação animal, com 16 m3.s-1 (17%), seguido pelo
abastecimento humano, com 13 m3.s-1 (14%) e por último o uso industrial com 9%. A
vazão de consumo totaliza 38,5 m3.s-1, o que corresponde a 40% da vazão de retirada,
sendo que 47% é para a irrigação, 41% é para a dessedentação animal, 9% para o
abastecimento humano e 3%para a uso na indústria.

230
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-45 - Principais Demanda de uso consuntivo de água na Região Hidrográfica


Tocantins e Araguaia

Fonte: ANA, 2009.

A RH Tocantins-Araguaia é palco de um cenário de criação extensiva de animais com


destaque para a criação do gado bovino, que utilizam as águas da bacia para suprir a
necessidade de consumo de água desses animais (dessedentação) e incluem também
a sua limpeza. A pecuária dessa região está voltada à produção de carnes e para a
produção leiteira.

A agricultura irrigada, corresponde a uma atividade econômica, em expansão de grande


importância na Região Hidrográfica. Segundo dados da ANA (2013), na região
hidrográfica Tocantins-Araguaia, a vazão de retirada aumentou cerca de 73% entre os
anos de 2006 a 2010, isto se deve a expansão da irrigação, cujas demandas cresceram
cerca de 75%. No contexto econômico atual, em face de grande extensão de áreas
irrigáveis, tende a experimentar uma expansão crescente (MMA, 2006).

De acordo com o MMA (2006), a agricultura irrigada, principalmente para a produção de


arroz, milho, soja e feijão, corresponde a uma atividade econômica em expansão de
grande importância na Região Hidrográfica. A irrigação é a destinação de uso que mais
demanda água. Conforme ANA (2009), a área irrigada da região é de 124.238 ha, e
desta 74% são referentes a projetos privados. A expansão do cultivo de cana-de-açúcar,
para produção de álcool visando ao abastecimento dos mercados interno e externo é o
principal fator para o aumento da área irrigada. Da vazão de retirada total média anual
para irrigação, 89,2% por inundação, 10,6% por pivô e 0,2% por irrigação localizada.

A pecuária representa uma das principais atividades econômicas nessa Região


Hidrográfica, ocorrendo ao longo de toda a área, sendo voltada basicamente para a
produção de carne (bovinos e suínos) e, subsidiariamente, para a produção leiteira e de
tração animal. Do consumo atual de água para a criação de animais, 95% provêm
atualmente do rebanho bovino.

Á água para abastecimento urbano e rural é derivada de mananciais superficiais e


subterrâneos, enquanto que os usos nas indústrias de mineração se destacam a
exploração de cobre, ferro, ouro e manganês e outros (LIMA, 2007). Além das atividades

231
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

de mineração (alumínio, Caulim, Bauxita, manganês, cobre, níquel), que são explorados
por várias empresas multinacionais. Somam-se as indústrias de mineração as
agroindústrias (Lacticínios, curtumes, frigoríficos, dentre outras). Apesar disso, o
consumo de água pelo setor industrial ainda é incipiente na região, usando apenas 4%
da demanda disponível. A demanda hídrica para a atividade industrial na Região
Hidrográfica foi subdividida em dois setores: indústria de transformação e indústria
extrativa (mineração). A vazão de retirada dessa atividade é de 6,4 m3/s, da qual 0,7
m3/s são efetivamente consumidos.

A Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia destaca-se pelo seu potencial hidrelétrico,


dado seu grande volume de água. Sua vazão média é de 68.400 m3.s-1 em uma área de
758.000 km2. Nela está instalada a Usina Hidroelétrica de Tucuruí com potencial de
4.245 MW. É considerada como a região do estado de mais antigo processo de
ocupação do solo. Em suas vastas terras férteis é praticado a agropecuária, implantação
de grandes projetos como o Ferro Carajás, aberturas de rodovias, atividades
extrativistas, entre outras.

É previsto que em 2025, a Região Hidrográfica deverá atingir uma demanda de 221
m3/s, irrigação e pecuária continuarão como os principais usos, seguidos do
abastecimento humano e do uso industrial. As retiradas de água para abastecimento
humano são de 13,1 m3/s, dos quais 3,5 m3/s (26%) são efetivamente consumidos. A
população urbana retira dos mananciais superficiais e subterrâneos 11,4 m3/s, ao posto
que na área rural, a retirada e o consumo é de 1,7 m3/s para o abastecimento. (ANA,
2009).

A navegação nos rios Tocantins e Araguaia data do século XVIII, tendo sido importante
na fixação de contingentes populacionais na região. Os principais rios navegáveis são
o Tocantins, Araguaia, das Mortes, Pará e Guamá-Capim. Os tipos de navegação mais
relevantes são a de recreio (transporte de passageiros e cargas e que opera, em geral,
sem regras e normas de segurança, caso do transporte de Belém a Tucuruí), o “ro-ro
caboclo” (utiliza comboios constituídos por balsas e empurradores, em que a carga é
mantida intocada nos caminhões ou nos contêineres, caso do transporte de calcário no
rio Araguaia) e o transporte de granéis. A navegação na bacia Tocantins-Araguaia, nas
condições atuais, é realizada no período das cheias, compreendido entre janeiro e maio
(ANA, 2009).

A pesca na bacia do Tocantins-Araguaia é estratificada com relação à organização e


comercialização. Predomina a pesca amadora e de subsistência. A partir de diversos
estudos, foi estimada uma produção pesqueira de cerca de 11.000 t/ano na região. As
espécies de peixes mais importantes na pesca comercial são as migradoras. Existem
cinco tipos distintos de pescadores na região - os de subsistência, pescadores
profissionais locais, pescadores profissionais barrageiros, pescadores indígenas e os
pescadores amadores. (ANA, 2009).

No que se refere ao uso de água para a geração de energia, consoante ANA (2009), a
Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia tem um potencial inventariado de 23.825,5

232
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

MW, dos quais 11.573,0 MW já são aproveitados e representam cerca de 16% do total
parque hidroenergético instalado no país. Essa capacidade de geração hidroenergética
significa o segundo lugar entre as regiões hidrográficas do Brasil atrás apenas da Bacia
do Rio Paraná (cerca de 43.000 MW de potência instalada).

O potencial turístico associado aos recursos hídricos dessa região é grande. Dentre os
principais atrativos turísticos, destacam-se a pesca esportiva (inclusive torneios de
pesca), o turismo ecológico e as praias fluviais, cachoeiras, lagoas, dunas de areia,
serras etc. O turismo na região desenvolve a consciência ecológica e a geração de
renda.

A região sofre com pressões das cidades e indústria que diluem seus esgotos nas águas
dos rios da região do Tocantins-Araguaia, como por exemplo: Marabá, Paraubepas,
Eldorado do Carajás, Canaã do Carajás e outras. Esses centros urbanos usam as águas
dessas bacias para a diluição, autodepuração e transporte de esgotos urbanos e
industriais. Segundo Siqueira, Aprile e Migueis (2012), o Rio Parauapebas recebe
contribuição de efluentes domésticos em seu setor com maior densidade demográfica
e esses efluentes contribuem para o aporte de matéria orgânica na água desse rio,
contribuindo para a redução do OD em função do aumento da DBO e da DQO.

A Região Hidrográfica Tocantins e Araguaia apresenta um intenso processo de


desenvolvimento socioeconômico. A região é caracterizada por elevada disponibilidade
hídrica, associada a uma baixa densidade populacional e à existência de grandes áreas
protegidas e conservadas. Em vista de ser uma região estratégica para o País as
potencialidades hídricas, agropecuária, mineral, para navegação e geração de energia
serão cada vez mais demandadas.

233
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.10.4 DIAGNÓSTICO DE NASCENTES

Dentro de uma bacia hidrográfica, a água das chuvas apresenta os seguintes destinos:
parte é interceptada pelas plantas, evapora-se e volta para a atmosfera, parte escoa
superficialmente formando as enxurradas que, através de um córrego ou rio abandona
rapidamente a bacia. Outra parte, e a de mais interesse é aquela que se infiltra no solo,
com uma parcela ficando temporariamente retida nos espaços porosos, outra parte
sendo absorvida pelas plantas ou evaporando-se através da superfície do solo, e outra
alimentando os aquíferos, que constituem o horizonte saturado do perfil do solo
(LOUREIRO, 1983). Essa região saturada pode situar-se próxima à superfície ou a
grandes profundidades e a água ali presente estar ou não sob pressão. Quando a região
saturada se localiza sobre uma camada impermeável e possui uma superfície livre sem
pressão, a não ser a atmosférica, tem-se o chamado lençol freático ou lençol não
confinado (CALHEIROS et al, 2004).

Nascentes são manifestações superficiais de lençóis subterrâneos que originam os


cursos d’água (VALENTE & GOMES 2005). Uma definição semelhante é também
mencionada no atual Código Florestal Brasileiro (Lei Nº 12.651/2012), que distingue
nascente de olho d’água nos itens XVII e XVIII do Art. 3º:

XVII - nascente: afloramento natural do lençol freático que apresenta


perenidade e dá início a um curso d'água;

XVIII - olho d'água: afloramento natural do lençol freático, mesmo que


intermitente;

Embora este estudo seja direcionado às nascentes, foram consideradas as definições


dos dois tipos de afloramento natural e suas áreas mínimas à delimitação da Área de
Preservação Permanente (APP), citadas no item IV do Art. 4º:

IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d'água perenes,


qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50
(cinquenta) metros; (Inciso com redação dada pela Medida Provisória
nº 571, de 25/5/2012, convertida na Lei nº 12.727, de 17/10/2012).

As funções da área de preservação permanente são definidas pelo Código Florestal (Lei
12.651/2012), no artigo 3º:

II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta


ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os
recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo
e assegurar o bem-estar das populações humanas;

O diagnóstico foi definido a partir do estudo sobre o estado de conservação das


nascentes e da estrutura de suas matas ciliares, importantes para embasar programas
de recomposição desses ecossistemas, pois sua conservação está diretamente
relacionada à proteção da formação florestal existentes nas suas margens.

234
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

O termo mata ciliar tem sido utilizado de forma genérica para definir a cobertura vegetal
localizada no entorno de nascentes, lagos e reservatórios e ao longo dos rios;
fundamental à preservação dos corpos hídricos.

De acordo com Lima (1986), a manutenção da vegetação em torno das nascentes é


muito importante, pois a cobertura florestal influi positivamente na hidrologia do solo,
melhorando os processos de infiltração, percolação e armazenamento de água nos
lençóis, diminuindo a perda de água, bem como o processo de escoamento superficial
e, conseqüentemente, os processos erosivos. Segundo o mesmo autor, em áreas com
cobertura florestal natural, ou seja, em áreas não perturbadas, a taxa de infiltração de
água no solo é normalmente mantida no seu máximo.

A apresentação e avaliação dos afloramentos naturais de água têm como objetivo


oferecer um levantamento e diagnóstico da área de influência do projeto, visando o
acompanhamento futuro, conforme a legislação ambiental vigente, devido ao potencial
modificador decorrente das atividades de implantação do Projeto Pedra Branca.

5.10.4.1.1 Material e Métodos

A metodologia foi aplicada durante o período seco (outubro de 2015), de acordo com a
sazonalidade da região, de forma a considerar a situação mais crítica de recarga hídrica,
possibilitando perceber com maior clareza se o afloramento é perene ou intermitente,
com ou sem formação de curso d’água.

A identificação e as análises do estado de conservação dos afloramentos naturais


localizados na área de influência do Projeto Pedra Branca foram feitas diretamente
durante visitas de campo, quando foram classificados em nascente ou olho d’água, de
acordo com os conceitos mencionados na Lei Nº 12.651/2012. As condições foram
registradas em fotografia digital e o georrefenciamento foi feito com aparelho de GPS
modelo Garmim GPSmap 62s.

As nascentes foram classificadas em pontuais ou difusas. Como nascentes pontuais


foram classificadas todas aquelas que apresentaram a ocorrência do fluxo d’água em
um único ponto do terreno, localizadas, geralmente, em grotas e no alto das serras. As
nascentes foram consideradas difusas quando não havia um único ponto de vazão
definido no terreno, ou seja, apresentava vários afloramentos. A maioria das nascentes
desta categoria ocorre nos brejos, voçorocas e matas planas em baixas altitudes.

Segundo Neves et. al (2014), as nascentes pontuais ocorrem quando a inclinação da


camada impermeável é menor que a inclinação da encosta, permitindo que ocorra seu
encontro. Este ponto é responsável pelo afloramento do lençol.

Nascentes difusas ocorrem quando a camada impermeável se encontra paralelamente


à parte baixa e plana do terreno, e com a proximidade com a superfície ocorre fluxo de
água da encosta para o lençol freático, promovendo aumento da água no lençol

235
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

atingindo a superfície do solo causando encharcamento e surgimento de pequenas


nascentes por toda a área do entorno (LOUREIRO, 1983).

Para classificar quanto ao estado de conservação, foram adotados critérios de (1)


qualidade da água, (2) estimativa de vazão e da (3) cobertura vegetal da nascente. Na
Figura 5.10-46 é apresento o resumo da metodologia aplicada neste estudo, conforme
descrição que segue.

Para o diagnóstico de nascente, consideramos os critérios 1, 2 e 3 e para o diagnóstico


de olho d’água, o critério 3.

Figura 5.10-46 Procedimento metodológico ao diagnóstico de afloramentos naturais

236
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Qualidade da água

Para analisar a água foi utilizado o critério de observação direta (visual), além da
medição in loco dos parâmetros oxigênio dissolvido, pH e temperatura; medidos pela
equipe da TERRA LTDA. Foram utilizados equipamentos e soluções conforme
descrição apresentada no Quadro 5.10-6. Os equipamentos mencionados são
calibrados periodicamente e antes de cada campanha de amostragem, conforme o
descrito nos manuais do fabricante.

Os parâmetros analisados para água superficial foram comparados com valores


máximos permitidos (VMP) pelo CONAMA 396 de 3 de abril de 2008, que dispõe sobre
a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas
e dá outras providências.

Quadro 5.10-6 - Equipamentos utilizados para as medições em campo.

PARÂMETRO MODELO DO EQUIPAMENTO SOLUÇÃO DE CALIBRAÇÃO


Temperatura HI 98127 – HANNA solução pH 4,01 e solução pH 7,01
pH HI 98127 – HANNA solução pH 4,01 e solução pH 7,01
Oxigênio Dissolvido HI 9142 – HANNA solução HI 7040

Estimativa de fluxo de água

A estimativa de vazão nas nascentes foi realizada por meio do método da medição direta
em tubulação de extravasamento ou método similar. A medição direta em tubulação de
extravasamento é realizada com o auxílio de cronômetro digital, calculadora e recipiente
plástico milimetrado. Com base na coleta da água do fluxo da nascente, pela
metodologia de Pinto et al. (2004), em que a vazão é igual ao volume da água (L),
dividido pelo tempo (s), dividido pelo número de medições (adotado 3 medições).
𝒗
[∑ ( 𝒕 )]
𝑸=
𝒏

Em que:

𝑄 é a vazão média observada (L/s);


𝑣 é o volume de água (em litros);
𝑡 é o tempo (em segundos); e
𝑛 é o número de mediçoe
̃ s.

Porém, para as nascentes sem estrutura de tubulação, é necessário fazer intervenção


temporária, com PVC ou estrutura que proporcione a concentração da vazão em um
único ponto de said
́ a, possibilitando assim a coleta e medição da mesma.

237
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Cobertura vegetal

Para caracterizar a cobertura vegetal localizado no entorno das nascentes foi


empregada a classificação utilizada no diagnóstico do meio biótico (Volume III), onde
buscou-se evidenciar os tipos de formações vegetais existentes, com destaque para o
estado de conservação dos remanescentes mais significativos e a configuração das
condições bióticas das áreas de influência.

A definição de estágios sucessionais dentro das áreas não foi possível, uma vez que as
fisionomias da vegetação encontrada foram classificadas em dois tipos: Floresta
Ombrófila Aberta Submontana alterada pela retirada seletiva de madeira e; áreas com
pastagem (pasto limpo, pasto com palmeiras e pasto sujo evidenciando espécies
características de estágio inicial de sucessão).

Baseada nesta classificação, os tipos vegetacionais a serem utilizados no mapa para


categorização são: Floresta Ombrófila Alterada e Pastagem. Como complementar à
caracterização foram adicionadas mais duas classes pertinentes: Solo exposto e
domicílio, está última foi acrescentada devido a presença de estrutura domiciliar no
entorno da nascente.

Foi agregado à caracterização das nascentes a classificação em 3 categorias, relativas


ao estado de conservação da cobertura vegetal, estabelecido por Pinto et al. (2004)
como segue:

 Nascentes preservadas, foram classificadas aquelas que apresentam pelo


menos 50 metros de vegetação natural ao seu redor e não apresentam sinais de
perturbação ou degradação;
 Nascentes perturbadas, aquelas que não possuem 50 metros de vegetação
natural no seu entorno, mas exibem bom estado de conservação; e
 Nascentes degradadas, aquelas que se encontram com alto grau de
perturbação, muito pouco vegetadas, solo compactado, e com erosões.

Além disso, foi realizada uma análise temporal, através de imagens de satélite extraídas
do Google Earth, para os anos de 2011, 2014 e 2016.

5.10.4.1.2 Resultados

Foram identificadas três nascentes na área de influência do Projeto Pedra Branca,


conforme a descrição apresentada na Figura 5.10-47 e o mapa de localização e
caracterização da Figura 5.10-48.

238
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-47 Identificação dos afloramentos localizados na área de influência do projeto.

Ponto - PN 01 Ponto - PN 02 Ponto - PN 03

Descrição - Descrição - Descrição -


Nascente do Nascente do Nascente do
Igarapé Pedra Igarapé Pedra Igarapé Pedra
Branca, afluente do Branca, afluente do Branca, afluente do
Rio Parauapebas Rio Parauapebas Rio Parauapebas

Localização - Localização - Localização -


6° 34' 34,057" S; 6° 34' 37,034" S; 6° 34' 4,426" S;
50° 2' 13,952" O 50° 2' 13,849" O 50° 2' 7,858" O

239
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.10-48 Mapa de caracterização das nascentes.

240
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Ponto PN 01

A nascente localizada no ponto PN 01 compõe o conjunto de nascentes do Igarapé


Pedra Branca, afluente do Rio Parauapebas. Em terreno declivoso, esta surge em um
único ponto devido à inclinação da camada impermeável ser menor que a da encosta,
sendo classificada como nascente pontual.

O afloramento pode ser classificado como perene, uma vez que continua apresentando
vazão, mesmo em período de seca. Esta nascente dá origem a um filete de água de
0,07L.s-1, cuja baixa vazão resulta em um curso d’água reduzido, que possivelmente
representaria um curso maior, caso as condições de sua vegetação ciliar fossem
preservadas.

Os parâmetros medidos in loco na nascente do ponto PN 01 apresentaram resultados


conforme os indicados na Tabela 5.10-8. Na Figura 5.10-49 é apresentado o registro
fotográfico evidenciando as condições da nascente (Figura 5.10-49a), o filete de água
formado pela vazão perene (Figura 5.10-49b), as ações de barramento à medição da
vazão (Figura 5.10-49c) e as medições de parâmetros in loco (Figura 5.10-49d).

Tabela 5.10-8 – Caracterização da qualidade da água e da vazão média observada na


nascente localizada no ponto PN 01.

PH TEMPERATURA OXIGÊNIO DISSOLVIDO VAZÃO


5,77 28,8 ºC 2 mg/L 0,07 L.s-1

Figura 5.10-49 Registro fotográfico da nascente PN 01: a) Identificação do afloramento; b)


Curso d’água; c) Medição de vazão; d) Medição de parâmetros de qualidade.

(a) (b)

241
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

(c) (d)

Grande parte da área é voltada para pastagem, de forma a ser classificada como
degradada, segundo a classificação referente ao estudo de Pinto et al (2004), em função
do seu alto grau de perturbação, conforme pode ser observado no registro fotográfico
da Figura 5.10-50.

Figura 5.10-50 Registro fotográfico da nascente PN 01: a) Identificação do afloramento;


b) Situação da vegetação no entorno da nascente.

PN 01

(a)

PN 01

(b)

Observando as imagens do Google Earth datadas em 2011, 2014 e 2016 verifica-se um


pequeno aumento na área de pastagem, contudo ouve também acréscimo na área com
vegetação do tipo Floresta Ombrófila Alterada.

242
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Ponto PN 02

O ponto PN 02 configura uma nascente difusa, que também compõe a origem do


Igarapé Pedra Branca, afluente do Rio Parauapebas. Em função do estado da cobertura
vegetal, foi classificada como degradada, conforme o registro fotográfico apresentado
na Figura 5.10-51.

O afloramento pode ser classificado como perene, uma vez que continua apresentando
vazão, mesmo em período de seca. Esta nascente dá origem a um filete de água de
0,01L.s-1, cuja baixa vazão resulta em um curso d’água bastante reduzido, que
possivelmente representaria um curso maior, caso as condições de sua vegetação ciliar
fossem preservadas.

Os parâmetros medidos in loco na nascente do ponto PN 02 apresentaram resultados


conforme os indicados na Tabela 5.10-8. Na Figura 5.10-51 é apresentado o registro
fotográfico evidenciando as condições do acesso de entrada à nascente (Figura
5.10-51a e b), o filete de água formado pela vazão (Figura 5.10-51c) e as ações de
barramento à medição de vazão (Figura 5.10-51d).

Tabela 5.10-9 – Caracterização da qualidade da água e da vazão média observada na


nascente localizada no ponto PN 02.

PH TEMPERATURA OXIGÊNIO DISSOLVIDO VAZÃO


6,21 31,8 ºC 4,6 mg/L 0,01 L.s-1

Figura 5.10-51 Registro fotográfico da nascente PN 02.

(a) (b)

243
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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(c) (d)

A APP desta nascente encontra-se alterada, com considerável área pasto, de forma a
ser classificada como degradada em função do seu alto grau de perturbação, conforme
pode ser observado no registro fotográfico da Figura 5.10-52.

Figura 5.10-52 Registro fotográfico da nascente PN 01: a) vista panorâmica da vegetação


remanescente; b) curso dágua sem APP.

PN 02

(a)

PN 02

(b)

Analisando as imagens do Google Earth datadas em 2011, 2014 e 2016 verifica-se que
houve uma diminuição na área de pastagem, onde parte da vegetação conseguiu se
reestabeler no entorno da nascente.

244
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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Ponto PN 03

A nascente localizada no ponto PN 03 também está relacionada ao Igarapé Pedra


Branca. Em terreno declivoso, surge em um único ponto devido à inclinação da camada
impermeável ser menor que a da encosta, sendo classificada como nascente pontual.

A APP desta nascente foi retirada e construída uma estrutura de concreto para represar
e fazer uso da água ao abastecimento doméstico, sendo classificada como degradada
em função do seu alto grau de perturbação, conforme pode ser observado no registro
fotográfico da Figura 5.10-53.

O afloramento pode ser classificado como perene, uma vez que continua apresentando
vazão, mesmo em período de seca. Nesta nascente foi identifica a vazão de 0,11L.s-1.
Os parâmetros medidos in loco apresentaram resultados conforme os indicados na
Tabela 5.10-8. Na Figura 5.10-53 é apresentado o registro fotográfico evidenciando as
condições da nascente e as medições in loco (Figura 5.10-53a, b e c), e a medição da
vazão (Figura 5.10-53d).

Tabela 5.10-10 – Caracterização da qualidade da água e da vazão média observada na


nascente localizada no ponto PN 03.

PH TEMPERATURA OXIGÊNIO DISSOLVIDO VAZÃO


5,6 27,6 ºC 1,4 mg/L 0,11 L.s-1

Figura 5.10-53 Registro fotográfico da nascente PN 03.

PN 03 PN 03

(a) (b)

245
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(c) (d)

Avaliando as imagens do Google Earth datadas em 2011, 2014 e 2016 verifica-se que
a área na sua totalidade foi classificada como área de pastagem.

Considerações finais

Baseado no estado de conservação da cobertura vegetal, estabelecido por Pinto et al.


(2004), as nascentes mapeadas foram classificadas como DEGRADADAS, pois
apresentam um alto grau de perturbação em decorrência principalmente da pastagem.
O resumo da classificação de todos os afloramentos, considerando as imagens mais
recentes (2016) é apresentado na Tabela 5.10-11.

Tabela 5.10-11 – Resumo das principais características das nascentes.

Drenagem de APP Estado de


Afloramento Caracterização
Referência requerida conservação
Floresta Ombrófila
PN 01 Igarapé Pedra Branca raio 50m Degradada
Alterada/Pastagem/Domicílio
Floresta Ombrófila
PN 02 Igarapé Pedra Branca raio 50m Degradada
Alterada/Pastagem
PN 03 Igarapé Pedra Branca Pastagem raio 50m Degradada

246
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.11 ESPELEOLOGIA

Este tópico é relativo ao levantamento espeleológico na AII/AID – Área de Influência


Direta e Indireta do Projeto Pedra Branca, de acordo com a Resolução CONAMA N°
347/2004, de 10 de setembro de 2004, que dispõe sobre a proteção ao patrimônio
espeleológico. O patrimônio espeleológico é um importante ativo ambiental na
Amazônia e que durante os últimos anos tem sido objeto de estudos mais detalhados.

Segundo Pinheiro 2015, a Amazônia se destaca pela predominância de cavernas em


rochas não carbonáticas, notadamente em arenito, rochas ferríferas e seus derivados
intempéricas. Poucas cavernas em calcários têm sido descobertas. Esse fato tem
relação com o arcabouço geológico regional, com rochas carbonáticas escassas e
rochas sedimentares clásticas e rochas intempéricas com expressivo volume.

Vários estudos espeleológicos têm sido realizados na Amazônia desde a década de 80


conduzindo a descoberta de mais de 200 cavernas, notadamente no estado do Pará
(GEP,1983; PINHEIRO e SILVEIRA, 1984; SILVEIRA et al., 1984; PINHEIRO et al.,
1985; MOREIRA et al., 1986; PINHEIRO e MAURITY 1988; PINHEIRO, 1988;
TRAJANO e MOREIRA,1991; MAURITY et al., 1995; PINHEIRO et al.,1998; PINHEIRO
et al., 1999; PINHEIRO et al., 2001; PINHEIRO et al., 2007; CRESCÊNCIO et al., 2011;
MAURITY et al., 2011; BRAGA e COSTA, 2014; CABRAL et al., 2014, CABRAL et all
2015).

A predominância de cavernas em rochas não carbonáticas na Amazônia, em detrimento


daquelas carbonáticas, é reflexo do arcabouço geológico regional. Mais de 60% do
território amazônico é coberto por rochas metamórficas arqueanas e proterozóicas de
alto grau e rochas graníticas do Escudo Brasil Central e Escudo das Guianas, incluindo
rochas metavulcânicas e metassedimentares dos terrenos greenstone belts (CPRM,
2014). Completa o quadro proterozóico as rochas metamórficas de baixo-médio grau
presentes nas faixas móveis, com a Faixa Araguaia, na borda leste do Escudo Brasil
Central. O restante corresponde à exposição de rochas sedimentares paleozóicas da
Bacia Sedimentar do Amazonas e Solimões e das bacias costeiras mesozoicas, na
região litorânea (CPRM, 2014).

Neste contexto o Projeto Pedra Branca, localizado ao sul da Serra dos Carajás no
Município de Canaã dos Carajás, será objeto de avaliação quanto a possibilidade de
ocorrências de cavidades próximas ou dentro de sua AII/AID. Os tópicos abaixo
descreverão as potencialidades de ocorrências de cavidades no interior das áreas de
influência. A Figura 5.11-1, contextualiza as principais áreas de ocorrência de cavidades
e cavernas no Estado do Pará.

247
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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Figura 5.11-1 – Províncias espeleológicas no estado do Pará.

Fonte: Pinheiro et all 2015

5.11.1 POTENCIALIDADES GEOESPELEOLÓGICAS

No estado do Pará as cavidades ocorrem obedecendo alguns critérios geológicos, na


área dos escudos arqueanos e proterozóicas as cavernas estão presentes em rochas
ferríferas e em rochas vulcânicas alteradas por intemperismo, onde se inserem as
províncias espeleológicas da Serra dos Carajás e Serra do Piriá (Figura 5.11-1). Nas
faixas móveis proterozóicas (Faixa Araguaia), ocorrem as cavernas em quartzitos da
Serra dos Martírios, na Província Espeleológica Serra dos Martírios-Andorinhas (Figura
5.11-1). Nos domínios da bacia sedimentar paleozoica do Amazonas-Solimões ocorrem
cavernas em arenitos e raras cavernas em calcário (Província Espeleológica Monte
Alegre, na borda norte da bacia; Província Espeleológica Altamira Itaituba, na borda sul),
Figura 5.11-1. Serão abordados neste estudo a província Espeleológica de Carajás que
está localizada a norte do Projeto Pedra Branca.

5.11.1.1 – Provincia espeleologica de carajás

A Província Espeleológica de Carajás está inserida dentro do contexto da Serra dos


Carajás, inserida no Planalto Dissecado Serra dis Carajás, forma um maciço residual
em forma de platôs (serras Norte, Leste, Bocaina, Tarzan e Sul) que exibem coberturas
de crosta laterítica onde se encontram feições pseudocársticas, que são recobertas
principalmente, pelas unidades do Grupo Grão Pará, (Piló & Auler, 2009; Maurity &
Kotschoubey, 1995). Existem mapeadas cerca de 2000 cavidades nesta província
espeleológica, (Crescencio, 2011).

248
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

As cavernas da região de Carajás de um modo geral ocorrem em formação ferrífera, no


entanto com algumas variações de litotipos, como na interface jaspilito e crosta laterítica,
rochas máficas e na interface máficas e formação ferrífera (Coelho et al. 2011).
Cavernas em formações ferríferas são pequenas quando comparadas a cavernas
carbonáticas, por exemplo, possuem entradas estreitas causadas por processos
erosivos de colapsos do manto laterítico e de dissolução (Simmons, 1963).

A maioria das cavernas encontra-se na base de escarpas de crosta laterítica e/ou da


formação ferrífera posicionadas em vertentes inclinadas com altitudes de cerca de 600
m, geradas pela erosão de locais com prévia quebra de relevo. Nestes locais, o maior
gradiente hidráulico do lençol freático teria aumentado a velocidade da água
subterrânea e a sua capacidade erosiva (Piló & Auler, 2009; Dutra, 2013).

A Serra Norte, como as outras serras de Carajás, apresenta cobertura laterítica reliquiar
com feições de degradações pseudocársticas que resultam da evolução mais recente
do quadro supergênico (Crescêncio, 2009). Nas áreas de N4E e N4WS, a crosta
laterítica é muito similar à couraça do platô N1 (Maurity & Kotschoubey 1995), a qual foi
denominada de crosta hematítica brechóide, oriunda da alteração da formação ferrífera
bandada. Esta crosta laterítica é um aglomerado hematítico cimentado por oxihidróxido
de ferro que preenche os interstícios e mantém coesos os fragmentos angulares ou
arredondados, de granulação variando de seixo a grandes blocos (Coelho et al. 2011).
A formação ferrífera é representada por jaspilito (protominério), formado por
bandamento de sílica/chert e óxidos de ferro. A lixiviação da sílica, causada pela
circulação de fluidos, desenvolve cavidades de dissolução/porosidade que são
preenchidas por oxi-hidróxidos de ferro. Este processo promove a degradação química
e física do manto de alteração da formação ferrífera, gerando as cavidades naturais
subterrâneas.

Na Serra Sul, o corpo S11D apresenta duas feições distintas, borda e topo de platô,
dessa forma foi possível notar que há uma variação na concentração de cavernas nas
duas feições do relevo. Para quantificar essa variação foi estabelecido o parâmetro de
Densidade de Cavernas – DC (número de cavernas por km²). Primeiramente foi
calculada a área do corpo S11D totalizando 18 km2, posteriormente foram calculadas
as áreas de topo de platô 15 km² e a borda 3 km2 (porção superior da encosta). As
cavernas encontradas no topo do platô somam 37, equivalentes a 48%, o que
corresponde a uma DC de 2,4/km2 enquanto nas encostas foram quantificadas 39
cavernas, equivalentes a 52%, o que corresponde a uma DC de 13/km2. Dessa forma é
possível demonstrar numericamente a elevada densidade de ocorrência de cavernas na
encosta do platô, cinco vezes maior que no topo (Cabral et al. 2016).

A Figura 5.11-2 mostra que a AII do projeto Pedra Branca está localizada a 12 km da
cavidade mais próxima desta província espeleológica. O mapa geológico da província
espeleológica de Carajás pode ser visualizado na Figura 5.11-3 e mostra que as
ocorrências de cavidades estão relacionadas as Rochas Ferríferas da Formação
Carajás e as rochas vulcânicas da Formação Parauapebas.

249
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO NORTE/PA

VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.11-2 – Ocorrências de cavidades na província espeleológica de Carajás, zoom serra sul e serra da bocaina.

250
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO NORTE/PA

VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

Figura 5.11-3 – Mapa geológico da parte sul da província espeleológica de Carajás.

251
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
AMBIENTAL NORTE/PA
VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

5.11.2 TRABALHOS DE INVESTIGAÇÃO ESPELEOLOGICA NA AII/AID (ÁREA DE


INFLUENCIA DIRETA E INDIRETA)

Durante os trabalhos de campo foram realizados levantamentos espeleológicos nas


áreas de influência direta e indireta do empreendimento que tem relação de proximidade
com a província espeleológica de Carajás. Utilizando como critério a geologia de
ocorrência da província espeleológica, já descrita acima, não foram encontradas
cavidades nas áreas exteriores projeto Pedra Branca, dentro da Sua área de Influência
Indireta a cavidade mais próxima está localizada a 12 km da AII como pode ser visto na
Figura 5.11-4.

Portanto a AII do Projeto encontra-se fora da zona de ocorrência de cavidades e/ou


cavernas.

Figura 5.11-4 – Mapa de ocorrência de cavidades na AII e entorno

252
ESTUDO DE IMPACTO PROJETO PEDRA BRANCA - ÁGUA AZUL DO
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VALE DOURADO MINERAÇÃO LTDA

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264
ANEXOS
ANEXO I
LAUDOS DE ANÁLISE DO SOLO
ANEXO II
LAUDOS DE CALIBRAÇÃO DO AGV PTS E DO CPV
ANEXO III
LAUDOS DE CALIBRAÇÃO DO ORIFÍCIO CRÍTICO E O DO BOLHÔMETRO
ANEXO IV
CALIBRAÇÃO MEDIDOR DE CO
ANEXO V
CALIBRAÇÃO DECIBELÍMETRO
ANEXO VI
CALIBRAÇÃO SISMÓGRÁFO
ANEXO VII
RELATÓRIOS DE ANÁLISES SISMOGRÁFICAS
ANEXO VIII
LAUDOS DE ANÁLISE DA ÁGUA
ANEXO IX
CARTA JUSTIFICATIVA

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