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Jataí-GO
2021
RELATÓRIO UAECSA: MESA 1 03/11
Logo no início ele traz uma afirmação provocativa seguida de dois questionamentos,
primeiramente o tema da apresentação que é o atleta como legado esportivo, e aí seguem duas
questões: o esporte é um patrimônio da humanidade? Ou é um simples evento comercial? Neste
sentido ele começa ressaltando as críticas feitas pela mídia relativas a gastos com mega eventos
esportivos tais como a olimpíada, contudo estas críticas não contemplam a dimensão imaterial do
legado de tais eventos. Dentro deste contexto ele apresenta a 1ª sessão internacional para medalhistas
olímpicos, que tinha como objetivo fazer com que os atletas se enxergassem como protagonistas de
tais eventos, contudo apesar de contrapor a dimensão comercial em relação às marcas patrocinadoras,
tal processo gerou um distanciamento entre os atletas e o público, gerando um efeito de perda de
interesse no esporte e nestes eventos sobretudo entre os mais jovens.
Na sequência, ele exorta que olhar para a complexidade do esporte hoje é uma maneira de
compreender suas raízes modernas de modo que o que há hoje é um esporte altamente capitalizado,
capturado pelo capitalismo, de tal maneira que o mesmo não pode ser imune à estrutura de classes
vigente. Citando exemplos de como o esporte se configura no seio das classes sociais ele traz, que o
ciclismo outrora foi um esporte aristocrático e tornou-se popular posteriormente, o Tênis sempre foi
desde a gênese um esporte das elites e o futebol que tinha contornos aristocráticos, mas depois tornou-
se um esporte de massa. Logo, as características que configuram a gênese do esporte moderno são a
constituição de uma identidade de classe, e o surgimento de um campo elitizado. Posteriormente isso
se transfigura em uma massificação, uma reificação, ou seja, o esporte é tornado mercadoria e também
constitui identidade de classe.
Surge daí uma questão: o esporte sendo genuinamente capitalista prevê que a superação do
capitalismo seja também a superação do esporte? Sim, porque enquanto mercadoria ele trás elementos
de desumanização. Porém o esporte tendo nascido no bojo do desenvolvimento humano, não é
exclusividade do capitalismo. O maior problema mesmo é que a organização predominante para o
esporte acompanha o modo de organização social dominante, sendo assim é preciso superar a forma
de coisa-mercadoria em que ele está calcado, preservando seu conteúdo desportivo competitivo e
construtivo, pois atualmente o que caracteriza o esporte como fenômeno social tem a ver como ele é
elevado numa disputa por hegemonia entre as nações, e a subsunção do mesmo aos meios de
comunicação e sua capitalização.
Sendo assim devemos pensar o esporte em termos de uma indústria cultural, que é apoiada em
duas características principais: o alcance, ou seja, a massificação e com isso a formação, o impacto
da subjetividade de quem consome seus produtos enquanto mercadoria. Logo, o que vivenciamos
hoje é uma indústria cultural do esporte que enquanto elemento cultural, foi reificado na forma de
mercadoria e na espetacularização, e sendo reificado de tal maneira é consumido, e na medida em
que é consumido ele impacta na subjetividade das pessoas, sobretudo das crianças e adolescentes.
Portanto, é possível sim superar a forma reificada do esporte, sem, contudo precisar superar o próprio
esporte, assim como outros campos da cultura tais como a arte, deve-se sim superar sua forma
reificada, mas não a própria arte.