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se reformaram interiormente?
— Será que fizeram sua parte no tratamento? — perguntei.
— Imagine que, no presente caso, o indivíduo se modifique, procure se
esforçar para reformular suas tendências e seus comportamentos e siga
direitinho as receitas prontas de santificação compulsória que vemos por aí. E,
mesmo assim, como acontece repetidas vezes, não melhore. Em casos como
esse — continuou Pai João — os dirigentes das reuniões mediúnicas e do centro
dizem simplesmente que o indivíduo não está fazendo sua parte. E pronto, está
emitida a sentença. No fundo, no fundo, não é isso o que ocorre. De maneira
geral, e lamentavelmente, os centros espíritas e agrupamentos mediúnicos não
têm por hábito estudar os mecanismos da chamada magia negra, dos
enfeitiçamentos e temas similares. Aliás, em diversos locais, é quase uma
heresia falar sobre o assunto. Existem até espíritos, que se dizem mentores, que
desconhecem a realidade dos feitiços. Aí pai-velho pergunta: de que adianta a
tentativa de doutrinação das entidades envolvidas em casos semelhantes, se os
médiuns desconhecem em absoluto os mecanismos da manipulação energética?
— Ainda que se tenha êxito, doutrinando-se o chamado obsessor, as
duplicatas astrais permanecem ativas e, em muitas ocasiões, gravitando em
torno de seus endereços vibratórios — concluí.
— Exatamente — retornou o espírito amigo. — Frequentemente o
obsidiado, como é conhecido no meio espírita e umbandista, está fazendo sua
parte; contudo, não melhora. Será que esse fato não se deve à imaturidade do
agrupamento mediúnico, que não conhece, não quer estudar e, portanto, torna-
se incapaz de lidar com os casos classificados como obsessões complexas? É
necessário aceitar que algo existe e que o desconhecemos, para haver
modificação e capacitação. Há que se abrir a mente para a realidade da magia
negra e dos processos de manipulação energética.
O pai-velho fez uma breve pausa e voltou a comentar o assunto:
— Observando casos semelhantes, Ângelo, vemos que não há apenas
um envolvimento de entidades consideradas simples obsessores. Existe a
atuação de magos negros desencarnados ou encarnados e, em certas ocasiões,
há até mesmo os encantamentos realizados no passado distante, como
dissemos, cujas duplicatas astrais ainda não foram desativadas pela ação do
tempo. Na presente encarnação, o indivíduo permanece sofrendo com a
repercussão vibratória de algo que foi realizado em encarnações anteriores.
Nos estudos de apometria, esse tipo de magia antiga com consequências atuais
é conhecido como arquepadia. É, meu filho... — prosseguiu João Cobú —
Acreditamos que os médiuns da atualidade não se atualizaram. As trevas, meu
filho, têm se capacitando cada vez mais em sua metodologia de ação. Vemos
93 – ARUANDA