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VARA DE
FAMÍLIA DA COMARCA DE GUAIAQUI
Rua Treze de Maio, nº 40, São Geraldo – Cariacica, ES – CEP: 29146-672 – Tel. (027) 3354-6250 CNPJ:
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1. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
Antes de narrar os fatos importa dizer que o Requerente não possui condições financeiras para
arcar com as despesas processuais e honorários, sem prejuízo do próprio sustento e de seus
familiares.
Assim, requer o Autor à concessão dos benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, nos
termos do art. 5°, inciso LXXIV da CF/88 e art. 98 e ss CPC, vejamos:
O Autor possui a idade de 72 (setenta e dois) anos e por tal motivo é respaldado pelo Estatuto
do Idoso, Lei 10.741, que em seu artigo 71 prevê a tramitação prioritária em razão da idade
superior a 60 (sessenta) anos, vejamos:
2. DOS FATOS
Tal acontecimento deixou o Requerente com profunda tristeza e mais ainda se agrava a
situação quando se considera que em nada lhe socorre o filho, único e legítimo, impondo, ao
requerente, uma situação de abandono sentimental e material.
Marieta ingressou no curso de Direito, relatando aos colegas de curso o desapontamento com
o abandono que seu tio-avô sofrera, foi informada de que a Constituição Federal assegura que
os filhos maiores têm o dever de amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Desta forma, ciente dos direitos que lhe garante a Constituição Federal de 1988, razão de sua
idade avançada, da indiferença e do abandono a que foi relegado e da situação de extrema
necessidade em que se encontra, não restou ao Requerente outra alternativa, senão a de buscar
a tutela jurisdicional para ser amparado por seu único filho.
3. DO DIREITO
A ação de alimentos é regida por rito especial, consoante art. 1º da Lei n. 5.478/68. Vejamos:
“Art. 1º. A ação de alimentos é de rito especial,
independente de prévia distribuição e de anterior
concessão do benefício de gratuidade.”
Tem-se que, o direito a prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, como destacado
no artigo 1.696, e extensivo a todos os ascendentes, obrigação essa a recair nos mais próximos
em grau, uns em falta de outros:
O artigo 226, 227 e 229 da Constituição Federal são claros em definir a responsabilidade dos
filhos em prestar assistência aos pais na velhice, carência ou enfermidade. Preceitua que:
Não há dúvidas então, no caso em concreto, quanto a responsabilidade do requerido para com o
requerente, uma vez que a própria Carta Magna aduz tal direito.
É necessária ainda a ordem de sucessão para o pedido de alimentos, como disposto no artigo
1.697 do código civil, pela falta dos ascendentes caberá a obrigação aos descendentes e na falta
destes aos irmãos assim germanos como unilaterais de forma taxativa. Advindo desse fato, não
se podem pedir alimentos aos colaterais de terceiro grau, quarto grau, sequer os parentes por
afinidade.
Diante do apresentado acima, está lúcido e cristalino que a obrigação de alimentos é de seu único
filho, o Requerido. Filho esse que tem totais condições de incumbir-se dessa responsabilidade,
pois é um empresário de rede de hotelaria. Dentro dos preceitos legais supracitados, ele tem o
dever de amparar o seu pai que passa por essa situação de incalculável mágoa, desgosto, dor e
desolação, sendo esse amparo algo mínimo na condição de filho singular.
Aduz o § 1º do art. 1.694 do Código Civil que os alimentos devem ser fixados na proporção das
necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
Levando em consideração que o Reclamado é dono de uma rede de hotéis e por tal motivo tem
uma vida financeira excelente, não resta dúvidas diante de todos os fatos narrados e do direito
certo visto acima que o Requerido deve, e tem condições para isso, prestar auxílios alimentícios
ao seu pai, ora Requerente.
Importa dizer que ao trazer a ponderação do binômio necessidade-possibildiade, resta claro que o
Autor está passando por dificuldade financeiras e necessita da ajuda de vizinhos e alguns
parentes para até mesmo se alimentar. Já o Requerido tem a possibildiade de auxiliar seu genitor
já que possui recursos para isso, porém não o faz.
Diante de todo o exposto, requer seja julgado procedente o pedido de condenação do Requerido.
Atendendo o disposto no artigo 319, VII do Código de Processo Civil, vem a presença de Vossa
Excelência informar que tem interesse na audiência de conciliação ou mediação.
De tal modo, o requerente requer, desde já, a fixação de Alimentos Provisórios no valor de R$
6.000,00 (seis mil) reais, dada a urgência e a natureza do pedido de alimentos.
DOS PEDIDOS
d) Seja observado por este douto juízo o procedimento especial no caso em concreto,
seguindo as normas da lei n. 5.478;
e) Em cumprimento ao que dispõe o art. 319, VII, do CPC, o Autor informa interesse na
realização de audiência de conciliação ou mediação.
f) A citação do requerido para possa responder a presente ação, sob pena de revelia no que
for cabível por se tratar de direitos indisponíveis.
i) Seja a presente demanda julgada procedente nos termo do artigo 487, inciso I do Código
de Processo Civil e o Requerido condenado ao pagamento dos alimentos em sede definitiva;
deferimento.
Data: 21/09/2021