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COMEÇANDO DO ZERO - DIREITO PREVIDENCIÁRIO

AULA 26 – REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

1. Introdução

A Constituição Federal, com redação anterior à Emenda Constitucional nº 103/2019, dispunha no art. 40,
caput:

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Antes da Reforma Previdenciária os entes federados poderiam criar regime próprio de previdência social
para amparar os seus servidores que ocupassem cargo público efetivo. Esse regime próprio de previdência
social teria caráter contributivo e solidário, financiado com contribuição do respectivo ente público, dos
servidores ativos e inativos e dos pensionistas.

A União, os Estados, o Distrito Federal e alguns Municípios se valeram dessa regra e instituíram seus RPPS.

Veio a Reforma Previdenciária, por meio da EC nº 103/2019, e com ela foi alterada a redação
do art. 40 da CF:

Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de
aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

O dispositivo acima nos leva a concluir que se trata dos regimes próprios de previdência social já instituídos,
na medida que dispõe “o regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos...”.

Essa conclusão se confirma quando se verifica o disposto no §22 do art. 40 CF:

1
§22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social, lei complementar federal
estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de responsabilidade
em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre:
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdência Social;
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos;
III - fiscalização pela União e controle externo e social;
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial;
V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o art. 249 e para vinculação
a ele dos recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer natureza;
VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial;
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados os princípios relacionados com
governança, controle interno e transparência;
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desempenhem atribuições relacionadas, direta
ou indiretamente, com a gestão do regime;
IX - condições para adesão a consórcio público;
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota de contribuições ordinárias e
extraordinárias." (NR)

Não se pode mais criar regime próprio de previdência social. Os que já foram instituídos serão mantidos e
seguirão as regras impostas pela CF e lei que trata de normas gerais.

Isso significa dizer que os Municípios que não criaram seus regimes de previdência social até a data da
publicação da EC n. 103/2019, não poderão mais criar.

O agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público está abrangido
pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS).

2. Regras comuns aos regimes próprios de previdência social

É comum ouvirmos dizer que a Reforma Previdenciária de 2019 não atingiu os Estados, Distrito Federal e os
Municípios. Mas, isso não é verdade.

Apesar de a Emenda Constitucional nº 103/2019 ter trazido reforma significativa quanto à previdência dos
servidores efetivos da União, pode-se afirmar que ela alterou a redação de artigos da CF e fez incluir outros
que devem ser observados por todos os entes que mantêm regime próprio de previdência social.

É certo que a instituição dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) foi realizada por lei do respectivo
ente federativo (União, Estado, Distrito Federal, Município), mas cabia-lhes observar as normas gerais sobre
a criação e organização dos RPPS de competência da União – Lei nº 9.717/98.

Com a Reforma Previdenciária de 2019 as normas gerais de organização, de funcionamento e de


responsabilidade em sua gestão para os regimes próprios de previdência social passaram a ser matéria
reservada à lei complementar. Cabe à União editar lei complementar para tratar da matéria.

Mas, até que entre em vigor essa lei complementar, deve ser aplicado aos regimes próprios de previdência
social o disposto na Lei nº 9.717/1998 e o disposto no artigo 9º da Emenda Constitucional nº 103/2019:
2
➢ O equilíbrio financeiro e atuarial do regime próprio de previdência social deverá ser comprovado por
meio de garantia de equivalência, a valor presente, entre o fluxo das receitas estimadas e das
despesas projetadas, apuradas atuarialmente, que, juntamente com os bens, direitos e ativos
vinculados, comparados às obrigações assumidas, evidenciem a solvência e a liquidez do plano de
benefícios;
➢ o rol de benefícios dos regimes próprios de previdência social fica limitado às aposentadorias e à
pensão por morte;
➢ os afastamentos por incapacidade temporária para o trabalho e o salário-maternidade serão pagos
diretamente pelo ente federativo e não correrão à conta do regime próprio de previdência social ao
qual o servidor se vincula;
➢ os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão estabelecer alíquota inferior à da
contribuição dos servidores da União, exceto se demonstrado que o respectivo regime próprio de
previdência social não possui déficit atuarial a ser equacionado, hipótese em que a alíquota não
poderá ser inferior às alíquotas aplicáveis ao Regime Geral de Previdência Social;
➢ a instituição do regime de previdência complementar para os servidores efetivos e a adequação do
órgão ou entidade gestora do regime próprio de previdência social deverão ocorrer no prazo máximo
de 2 (dois) anos, a contar do dia 13/11/2019;
➢ os recursos de regime próprio de previdência social poderão ser aplicados na concessão de
empréstimos a seus segurados, na modalidade de consignados, observada regulamentação específica
estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional;
➢ o parcelamento ou a moratória de débitos dos entes federativos com seus regimes próprios de
previdência social fica limitado ao prazo de 60 meses.

Deverão ser observados, pelos regimes próprios de previdência social, no que couber, os requisitos e critérios
fixados para o Regime Geral de Previdência Social. As normas do RGPS são aplicadas de forma subsidiária.

Os entes federativos não podem adotar mais de um regime previdenciário para seus servidores.
A Constituição Federal exige que a gestão do RPPS seja feita por apenas uma unidade gestora, conforme se
depreende do art. 40, § 20. Essa exigência é denominada como princípio da unicidade.

Antes da reforma previdenciária Após a reforma previdenciária

(EC n. 103/2019) (EC n. 103/2019)


CF,
CF,
Art. 40.
Art. 40.
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime
§20. Fica vedada a existência de mais de um
próprio de previdência social e de mais de um
regime próprio de previdência social para os
órgão ou entidade gestora desse regime em cada
servidores titulares de cargos efetivos, e de mais
ente federativo, abrangidos todos os poderes,
de uma unidade gestora do respectivo regime
órgãos e entidades autárquicas e fundacionais,

3
em cada ente estatal, ressalvado o disposto no que serão responsáveis pelo seu financiamento,
art. 142, § 3º, X. observados os critérios, os parâmetros e a
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, natureza jurídica definidos na lei complementar
19.12.2003) de que trata o § 22.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

O rol de benefícios dos regimes próprios de previdência social fica limitado às aposentadorias
e à pensão por morte1.

Os afastamentos por incapacidade temporária para o trabalho e o salário-maternidade serão pagos


diretamente pelo ente federativo e não correrão à conta do regime próprio de previdência social ao qual o
servidor se vincula.

2.1. Aposentadorias

É vedada, em regra, a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdência
social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários
estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social.

Admite-se, entretanto, receber mais de uma aposentadoria à conta do mesmo RPPS quando forem
decorrentes dos cargos acumuláveis permitido pela própria Constituição.

Vale dizer, somente é possível ter mais de uma aposentadoria no mesmo regime próprio de previdência
social, caso o servidor exerça cargos acumuláveis permitidos pela Constituição Federal. Assim, tratando-se
de servidor público de um mesmo regime próprio de previdência, não é possível ter mais de uma
aposentadoria, salvo se os cargos ocupados forem acumuláveis.

Por derivação, pode-se dizer que não é possível conceder mais de uma pensão por morte do servidor de um
RPPS, salvo se os cargos forem acumuláveis2.

Agora, se um indivíduo é servidor filiado a dois regimes próprios de previdência distintos (por exemplo,
servidor da União e do Distrito Federal), terá direito a duas aposentadorias, sem problema.

Exemplo:

¹. Art. 9º, §2º, EC nº 103/2019.


2. RE 584388/SC, 31/08/2011 – Informativo 638.

4
Uma pessoa é médica, servidora efetiva do Estado de São Paulo. Mas, também, é servidora
pública federal, na condição de professora, por exemplo. Nesse caso, poderá se aposentar no
RPPS de São Paulo e no RPPS da União. Está filiada aos dois regimes próprios de previdência.

Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores a 01 salário mínimo.

A EC nº 103/2019 deu o prazo máximo de 02 anos para os entes federados instituírem o regime de
previdência complementar para os servidores efetivos, nos termos do §6º do art. 9º:

§ 6º A instituição do regime de previdência complementar na forma dos §§ 14 a 16 do art. 40 da Constituição


Federal e a adequação do órgão ou entidade gestora do regime próprio de previdência social ao § 20 do art. 40
da Constituição Federal deverão ocorrer no prazo máximo de 2 (dois) anos da data de entrada em vigor desta
Emenda Constitucional.
Com a instituição e vigência do regime de previdência complementar, o servidor que ingressar no serviço
público após essa data, terá sua aposentadoria e pensão por morte limitada ao valor máximo estabelecido
para os benefícios do RGPS.

As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo ente
federativo, mas todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício deverão ser
devidamente atualizados, na forma da lei.

Vale dizer que cada ente federativo, mediante lei, poderá dispor sobre como será feito o cálculo de proventos
de aposentadoria de seus servidores. Fica assegurado, porém, o reajustamento dos benefícios para
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.

É vedada a complementação de aposentadorias de servidores públicos e de pensões por morte a seus


dependentes que não seja decorrente de regime de previdência complementar ou que não seja prevista em
lei que extinga regime próprio de previdência social.

O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado para fins de aposentadoria,
observado o disposto sobre contagem recíproca de tempo de contribuição nos §§ 9º e 9º-A do art. 201 da
Constituição Federal, e o tempo de serviço correspondente será contado para fins de disponibilidade.

No entanto, considera-se nula a aposentadoria que tenha sido concedida ou que venha a ser concedida por
regime próprio de previdência social com contagem recíproca do Regime Geral de Previdência Social
mediante o cômputo de tempo de serviço sem o recolhimento da respectiva contribuição ou da
correspondente indenização pelo segurado obrigatório responsável, à época do exercício da atividade, pelo
recolhimento de suas próprias contribuições previdenciárias.

No tocante ao custeio do regime próprio de previdência social, além da contribuição dos servidores ativos,
incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime próprio de
previdência social que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.

5
Nesse caso, imperioso registrar que não há mais diferença de tratamento para os servidores inativos e
pensionistas portadores de doença incapacitante.

Antes da Reforma Previdenciária de 2019, a contribuição para o RPPS incidia apenas sobre as parcelas dos
proventos de aposentadoria e de pensão por morte que superassem o dobro do valor máximo estabelecido
para os benefícios do regime geral de previdência social, quando o beneficiário era portador de doença
incapacitante.

Com a Reforma Previdenciária trazida pela EC nº 103/2019, a incidência da contribuição


previdenciária incidente sobre os proventos de aposentadoria e pensão por morte concedidas pelos RPPS
recai sobre a parcela que exceder o valor máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social. Mesmo que o aposentado ou o pensionista tenha doença incapacitante, a contribuição
para o RPPS incidirá sobre o valor que exceder o valor máximo estabelecido para os benefícios do RGPS.

Exemplo:

➢ João e José são servidores públicos efetivos do Estado de Roraima e recebem aposentadoria no valor
de R$ 10.000,00.
➢ João é portador de doença incapacitante e José, não.
➢ A contribuição de ambos será a mesma. Incidirá sobre o valor que supera o teto do RGPS (10.000,00
– 6.433,573).
➢ A contribuição de João e de José incidirá sobre o valor de R$3.566,43.

ANTES DA REFORMA PREVIDENCIÁRIA APÓS A REFORMA PREVIDENCIÁRIA


(EC nº 103/2019) (EC nº 103/2019)
Servidor inativo e pensionista Servidor inativo e pensionista

Não portador de doença Portador de doença


Portador e não portador de doença incapacitante
incapacitante incapacitante
Incide sobre a parcela Incide sobre a parcela Incide sobre a parcela da aposentadoria e da
da aposentadoria e da da aposentadoria e da pensão por morte que exceder o limite máximo
pensão por morte que pensão por morte que estabelecido para os benefícios do regime geral
exceder o limite exceder o dobro do de previdência social.

3 Valor máximo estabelecido para os benefícios do RGPS.


6
máximo estabelecido limite máximo
para os benefícios do estabelecido para os
regime geral de benefícios do regime
previdência social. geral de previdência
social.

2.1.1. Aposentadoria compulsória

A Emenda Constitucional nº 103/2019 não trouxe alteração nas regras da aposentadoria compulsória dos
servidores públicos amparados por RPPS.

Manteve-se o disposto no inciso II do §1º do art. 40 da Constituição Federal:

Art. 40...
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade,
ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 88, de 2015)

Os servidores ocupantes de cargos públicos efetivos, abrangidos por regime próprio de previdência social,
serão aposentados, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) de idade, na forma da Lei Complementar
nº 152/2015.

Antes, a aposentadoria compulsória dos servidores públicos se dava aos 70 (setenta) anos de idade.

A Lei Complementar nº 152, de 03 de dezembro de 2015, veio, então, regulamentar a aposentadoria


compulsória dos servidores públicos. Serão aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais
ao tempo de contribuição, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade:

I – os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
incluídas suas autarquias e fundações;
II – os membros do Poder Judiciário;
III – os membros do Ministério Público;
IV – os membros das Defensorias Públicas;
V – os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas.

7
Essa nova regra, no entanto, será aplicada, de forma progressiva, aos servidores do Serviço
Exterior Brasileiro, regidos pela Lei nº 11.440, de 29 de dezembro de 2006 (diplomatas, oficiais de chancelaria
e assistente de chancelaria), à razão de 1 (um) ano adicional de limite para aposentadoria compulsória ao
fim de cada 2 (dois) anos, a partir da vigência da Lei Complementar nº 152/2015, até o limite de 75 (setenta
e cinco) anos.

Aplicam-se às aposentadorias dos servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios as normas
constitucionais e infraconstitucionais anteriores à data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional,
enquanto não promovidas alterações na legislação interna relacionada ao respectivo regime próprio de
previdência social.

2.1.2. Aposentadorias especiais

A EC nº 103/2019 deu nova redação ao §4º do art. 40 da Constituição Federal, permitindo que fossem
adotados requisitos ou critérios diferenciados para a concessão de aposentadorias dos servidores públicos
amparados por regime próprio de previdência social.

Confira:

APOSENTADORIAS ESPECIAIS NO ÂMBITO DO RPPS


ANTES DA REFORMA PREVIDENCIÁRIA APÓS A REFORMA PREVIDENCIÁRIA
(EC nº 103/2019) (EC nº 103/2019)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios
diferenciados para a concessão de aposentadoria diferenciados para concessão de benefícios em
aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, regime próprio de previdência social, ressalvado
ressalvados, nos termos definidos em leis o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação

8
complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 2019)

I- portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda §4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei
Constitucional nº 47, de 2005) complementar do respectivo ente federativo
idade e tempo de contribuição diferenciados
II- que exerçam atividades de risco; (Incluído pela para aposentadoria de servidores com
Emenda Constitucional nº 47, de 2005) deficiência, previamente submetidos a avaliação
biopsicossocial realizada por equipe
III- cujas atividades sejam exercidas sob condições multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47,
de 2005) §4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei
complementar do respectivo ente federativo
idade e tempo de contribuição diferenciados
para aposentadoria de ocupantes do cargo de
agente penitenciário, de agente socioeducativo
ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso
IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do
art. 52 e os incisos I a IV do caput do art.
144. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

§4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei


complementar do respectivo ente federativo
idade e tempo de contribuição diferenciados para
aposentadoria de servidores cujas atividades
sejam exercidas com efetiva exposição a agentes
químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde,
ou associação desses agentes, vedada a
caracterização por categoria profissional ou
ocupação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

As aposentadorias ditas especiais deverão ser tratadas por lei complementar do respectivo ente federativo
e poderão serão concedidas mediante a previsão de idade e tempo de contribuição diferenciados.

Veja que a Constituição Federal não impôs que fossem adotados critérios diferenciados por meio de lei
complementar. O ente federativo tem a faculdade de prever idade e tempo de contribuição diferenciados
para as aposentadorias previstas nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º do art. 40 da Carta Maior, e se assim fizer,
deverá ser por meio de lei complementar.

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A possibilidade, então, de prever idade e tempo de contribuição diferenciados, são para os
casos de aposentadorias:

➢ de servidor com deficiência, que deverá ser a previamente submetido a avaliação biopsicossocial
realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar;
➢ de servidor ocupante do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial
legislativo da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, da polícia rodoviária federal, da polícia
ferroviária federal e dos policiais civis;
➢ de servidor cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e
biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria
profissional ou ocupação.

Em relação aos Estados, ao Distrito Federal4 e aos Municípios que já instituíram seus regimes próprios de
previdência, restou disposto pela EC nº 103/2019 que, enquanto não promovidas alterações na legislação
interna relacionada ao respectivo regime próprio de previdência social, deverão ser aplicadas as normas
constitucionais e infraconstitucionais anteriores à data da sua entrada em vigor – 13/11/2019. Vale dizer que
as normas constitucionais e infraconstitucionais vigentes até 12/11/19 deverão ser aplicadas às
aposentadorias dos servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, até que sejam promovidas
alterações na legislação interna relacionada ao respectivo regime próprio de previdência social.

Emenda Constitucional nº 103/2019


Art. 5º ...
§ 2º Aplicam-se às aposentadorias dos servidores dos Estados de que trata o § 4º-B do art. 40 da Constituição
Federal as normas constitucionais e infraconstitucionais anteriores à data de entrada em vigor desta Emenda
Constitucional, enquanto não promovidas alterações na legislação interna relacionada ao respectivo regime
próprio de previdência social.
Art. 21...

4 Exceção ao policial civil do Distrito Federal que tem regra própria trazida pela EC nº 103/2019, juntamente com os policiais federais.
10
§3º Aplicam-se às aposentadorias dos servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cujas
atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde,
ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação, na forma do §
4º-C do art. 40 da Constituição Federal, as normas constitucionais e infraconstitucionais anteriores à data de
entrada em vigor desta Emenda Constitucional, enquanto não promovidas alterações na legislação interna
relacionada ao respectivo regime próprio de previdência social.
Art. 22...
Parágrafo único. Aplicam-se às aposentadorias dos servidores com deficiência dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios as normas constitucionais e infraconstitucionais anteriores à data de entrada em vigor desta
Emenda Constitucional, enquanto não promovidas alterações na legislação interna relacionada ao respectivo
regime próprio de previdência social.

2.1.3. Aposentadoria por incapacidade permanente

A aposentadoria por invalidez passou a ser denominada aposentadoria por incapacidade permanente para
o trabalho ou, simplesmente, aposentadoria por incapacidade permanente:

CF
Art. 40...
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insuscetível de
readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da
continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente
federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

O servidor somente será aposentado se ficar comprovado que não pode ser readaptado e, sendo aposentado
por incapacidade permanente, deverá ser avaliado periodicamente para verificar se as condições que
ensejaram a concessão de sua aposentadoria ainda permanecem.

E, quanto à readaptação, prevê o §13 do art. 37 da Constituição Federal, incluído pela EC nº 103/2019:

§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições
e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental,
enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para
o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

Assim, o servidor somente será aposentado se possuir incapacidade permanente para o exercício das
funções do cargo que ocupa, assim como de cargo para o qual ele possa ser readaptado.

Essa regra já é aplicada a todos os servidores públicos.

Aplicam-se às aposentadorias dos servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios as normas
constitucionais e infraconstitucionais anteriores à data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional,
enquanto não promovidas alterações na legislação interna relacionada ao respectivo regime próprio de
previdência social.

11
Para que as novas regras sobre a aposentadoria por incapacidade permanente sejam aplicadas aos
servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios é necessário nova lei do respectivo ente
federativo.

2.1.4. Aposentadorias voluntárias ou programadas

A EC nº 103/2019 trouxe novas regras para as aposentadorias voluntárias do servidor público, como se pode
verificar pelo disposto no inciso III, do §1º do art. 40 da Constituição Federal:

Art. 40...
§1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
...
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de
idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida
mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os
demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Para que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotem essa nova regra da aposentadoria voluntária,
será necessário que seja providenciada emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, para o caso da
idade mínima, devendo o tempo de contribuição e os demais requisitos ser estabelecidos em lei
complementar do respectivo ente federativo.

E, enquanto não promovidas alterações na legislação interna relacionada ao respectivo regime próprio de
previdência social, deverão ser aplicadas as normas constitucionais e infraconstitucionais anteriores à data
da sua entrada em vigor da EC nº 103/2019 – 13/11/2019.

2.2. Abono de permanência em serviço

O abono de permanência em serviço se manteve para os servidores públicos efetivos.

O abono de permanência foi instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, como um estímulo financeiro
para que o servidor, em condições de aposentar-se, permanecesse em atividade5.

No entanto, a EC nº 103/2019 deu nova redação ao §19 do art. 40 da Constituição Federal, trazendo a
possibilidade de o abono de permanência em serviço ter valor inferior ao valor da contribuição previdenciária
do servidor. O servidor titular de cargo efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria
voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência
equivalente, no máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade para
aposentadoria compulsória.

5 Art. 40, § 19, CF.


12
Cada ente federativo deverá estabelecer, por lei, os critérios para sua concessão, se assim quiser. E o abono
não precisará ser equivalente ao valor da contribuição previdenciária do servidor ativo.

ANTES DA REFORMA PREVIDENCIÁRIA APÓS A REFORMA PREVIDENCIÁRIA

CF CF

Art. 40... Art. 40...

§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em
completado as exigências para aposentadoria lei do respectivo ente federativo, o servidor titular de
voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por cargo efetivo que tenha completado as exigências
permanecer em atividade fará jus a um abono de para a aposentadoria voluntária e que opte por
permanência equivalente ao valor da sua permanecer em atividade poderá fazer jus a um
contribuição previdenciária até completar as abono de permanência equivalente, no máximo, ao
exigências para aposentadoria compulsória valor da sua contribuição previdenciária, até
contidas no § 1º, II. (Incluído pela Emenda completar a idade para aposentadoria
Constitucional nº 41, 19.12.2003) compulsória. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

2.3. Custeio dos regimes próprios de previdência social

Para o custeio do regime próprio de previdência dos servidores efetivos, os entes instituirão, por meio de lei,
contribuições cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter
alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria
e de pensões.

Porém, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão estabelecer alíquota inferior à da
contribuição dos servidores da União, exceto se demonstrado que o respectivo regime próprio de
previdência social não possui déficit atuarial a ser equacionado, hipótese em que a alíquota não poderá ser
inferior às alíquotas aplicáveis ao Regime Geral de Previdência Social.

Quando houver déficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas poderá incidir sobre
o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que supere o valor do salário mínimo.

2.4. Extinção de regime próprio de previdência social

A EC nº 103/2019 fez incluir no art. 40 da CF, o §22 que dentre outras regras, determina que lei
complementar federal estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de organização, de
funcionamento e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre requisitos para
sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdência Social.

13
E no seu art. 34, dispõe:

Art. 34. Na hipótese de extinção por lei de regime previdenciário e migração dos respectivos segurados para o
Regime Geral de Previdência Social, serão observados, até que lei federal disponha sobre a matéria, os
seguintes requisitos pelo ente federativo:
I – assunção integral da responsabilidade pelo pagamento dos benefícios concedidos durante a vigência do
regime extinto, bem como daqueles cujos requisitos já tenham sido implementados antes da sua extinção;
II – previsão de mecanismo de ressarcimento ou de complementação de benefícios aos que tenham contribuído
acima do limite máximo do Regime Geral de Previdência Social;
III – vinculação das reservas existentes no momento da extinção, exclusivamente:
a) ao pagamento dos benefícios concedidos e a conceder, ao ressarcimento de contribuições ou à
complementação de benefícios, na forma dos incisos I e II; e
b) à compensação financeira com o Regime Geral de Previdência Social.
Parágrafo único. A existência de superávit atuarial não constitui óbice à extinção de regime próprio de
previdência social e à consequente migração para o Regime Geral de Previdência Social.

Caberá, então, à lei complementar federal dispor sobre os requisitos necessários à extinção de regime
próprio de previdência social e consequente migração dos segurados para o Regime Geral de Previdência
Social.

Enquanto não editada essa lei complementar federal, o ente federativo que resolver extinguir seu regime
próprio de previdência deverá observar os requisitos dispostos acima pelo art. 34 da EC nº 103/2019.

2.5. Pensão por morte

O benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, a qual
tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores policiais, agentes penitenciários e
socioeducativos de que trata o § 4º-B do art. 40 da Constituição Federal, decorrente de agressão sofrida no
exercício ou em razão da função.

É imperioso chamar a atenção para o fato de que a pensão por morte de servidor público poderá ser paga
em valor inferior a 01 (um) salário mínimo quando o dependente tiver outra fonte formal de renda.

A garantia de a pensão por morte do servidor não poder ser inferior a 01 (um) salário mínimo
é aplicada somente quando se tratar da única fonte de renda forma auferida pelo dependente.

Mas, para os servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que têm regime próprio de
previdência social, a pensão por morte será devida aos dependentes, aplicando-se as regras constitucionais
e infraconstitucionais em vigor na data da publicação da EC nº 103/2019 até que o ente disponha sobre a
matéria com alteração na sua legislação.

14
2.5.1. Da acumulação de pensão por morte com outros benefícios

É vedada a acumulação de mais de uma pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro, no âmbito
do mesmo regime de previdência social, ressalvadas as pensões do mesmo instituidor decorrentes do
exercício de cargos acumuláveis na forma do art. 37 da Constituição Federal. Essa regra é aplicada para todos
os regimes de previdência social.

Com a Reforma Previdenciária trazida pela EC nº 103/2019, restou determinado que o recebimento de
pensão por morte de cônjuge/companheiro poderá ser acumulado com pensão de outro regime ou com
aposentadoria. Porém, o segundo benefício sofrerá a aplicação de um redutor, caso seja maior do que 01
salário mínimo.

A pensão por morte pode ser recebida juntamente com a aposentadoria. Isso porque a pensão é concedida
enquanto a pessoa é enquadrada como dependente e a aposentadoria é concedida na qualidade de
segurado.

Veja a posição da TNU em relação ao trabalhador rural na Súmula nº 36 da TNU:

não há vedação legal à cumulação da pensão por morte de trabalhador rural com o benefício da
aposentadoria por invalidez, por apresentarem pressupostos fáticos e fatos geradores distintos.

Confira o que dispõe o art. 24 da EC nº 103/2019:

Art. 24. É vedada a acumulação de mais de uma pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro, no
âmbito do mesmo regime de previdência social, ressalvadas as pensões do mesmo instituidor decorrentes do
exercício de cargos acumuláveis na forma do art. 37 da Constituição Federal.
§ 1º Será admitida, nos termos do § 2º, a acumulação de:
I – pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de um regime de previdência social com pensão por
morte concedida por outro regime de previdência social ou com pensões decorrentes das atividades militares
de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal;
II – pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de um regime de previdência social com
aposentadoria concedida no âmbito do Regime Geral de Previdência Social ou de regime próprio de previdência
social ou com proventos de inatividade decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da
Constituição Federal; ou
III – pensões decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142da Constituição Federal com
aposentadoria concedida no âmbito do Regime Geral de Previdência Social ou de regime próprio de previdência
social.
§ 2º Nas hipóteses das acumulações previstas no § 1º, é assegurada a percepção do valor integral do benefício
mais vantajoso e de uma parte de cada um dos demais benefícios, apurada cumulativamente de acordo com
as seguintes faixas:

15
I – 60% (sessenta por cento) do valor que exceder 1 (um) salário-mínimo, até o limite de 2 (dois) salários-
mínimos;
II – 40% (quarenta por cento) do valor que exceder 2 (dois) salários-mínimos, até o limite de 3 (três) salários-
mínimos;
III – 20% (vinte por cento) do valor que exceder 3 (três) salários-mínimos, até o limite de 4 (quatro) salários-
mínimos; e
IV – 10% (dez por cento) do valor que exceder 4 (quatro) salários-mínimos.
§ 3º A aplicação do disposto no § 2º poderá ser revista a qualquer tempo, a pedido do interessado, em razão
de alteração de algum dos benefícios.
POSSIBILIDADE DE ACUMULAR PENSÃO POR MORTE

Pensão por morte de cônjuge/companheiro de Pensão de outro regime


um regime
Pensão decorrente de atividade militar

Pensão por morte de cônjuge/companheiro de Aposentadoria do RGPS


um regime
Aposentadoria de RPPS

Proventos de inatividade decorrentes das


atividades militares

Pensões decorrentes de atividades militares Aposentadoria do RGPS

Aposentadoria do RPPS

Haverá a percepção do valor integral do benefício mais vantajoso e de uma parte de cada um dos demais
benefícios, apurada cumulativamente, de acordo com as seguintes faixas de valores:

Valor do benefício menos vantajoso(R$) Valor a receber (%) Redutor (%)

Até 01 salário mínimo = 1.100,00 100% 0

Mais de 01 até 02 salários mínimos (1.100,01 a 2.200,00) 60% 40%

Mais de 02 até 03 salários mínimos (2.200,01 a 3.300,00) 40% 60%

Mais de 03 até 04 salários mínimos (3.300,01 a 4.400,00) 20% 80%

Mais de 04 salários mínimos (acima de 4.400,00) 10% 90%

Exemplo:

➢ Maria é aposentada do RGPS e recebe proventos no valor de R$ 4.420,00.


➢ Acaba de ficar viúva de João que era servidor do Estado do Minas Gerais. A pensão por morte de João será
concedida a Maria no valor de R$ 18.000,00.
➢ Maria poderá receber sua aposentadoria com a pensão por morte deixada por seu cônjuge.
➢ Porém, o benefício menos vantajoso deverá sofrer redução, nos moldes do que dispõe o art. 24 da EC nº 103/2019.
➢ Considerando que o benefício menos vantajoso é de R$ 4.420,00, sobre ele se aplicará o redutor:
Parcela – R$ Redutor % Paga-se % Total devido -R$

16
1.100,00 0 100 1.100
1.100,01 a 2.200,00 40 60 660,00
2.200,01 a 3.300,00 60 40 440,00
3.300,01 a 4.400,00 80 20 220,00
Acima de 4.400,00 (no caso 20,00) 90 10 2,00
Total devido 2.422,00
➢ Maria receberá aposentadoria no valor de R$ 2.422,00 (1.100,00 + 660,00 + 440,00 + 220,00 + 2,00) e pensão por morte no
valor de R$ 18.000,00.

17
3.Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos
Federais

A proteção social básica dos servidores públicos federais ocupante de cargos efetivos é assegurada pelo
regime próprio de previdência social da União.

O regime próprio dos servidores públicos federais não contempla o agente público ocupante,
exclusivamente, de cargo em comissão declarada em lei de livre nomeação e exoneração, de cargo
temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público. Estes são enquadrados como segurados
obrigatórios do Regime Geral de Previdência Social.

Como característica do regime próprio de previdência, tem-se:

- caráter contributivo e solidário;

- custeio mediante contribuições da União, dos servidores ativos, dos aposentados e pensionistas;

- obediência a critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

A Emenda Constitucional nº 103/2019, responsável pela nova Reforma Previdenciária, trouxe alterações
significativas no que diz respeito ao regime próprio de previdência social dos servidores públicos federais.

Foram alteradas as regras de aposentadorias e pensão por morte do servidor, além de outras relativas ao
funcionamento e organização do RPPS.

O rol de benefícios do regime próprio de previdência social fica limitado às aposentadorias e à pensão por
morte6.

Os afastamentos por incapacidade temporária para o trabalho e o salário-maternidade serão pagos


diretamente pela União e não correrão à conta do regime próprio de previdência social.

3.1. Das aposentadorias

Antes de tratar das novas regras de aposentadorias dos servidores públicos federais, não é demais repetir
que a EC nº 103/2019 obedeceu ao princípio do tempus regit actum, respeitando o direito adquirido
daqueles servidores que já tinham implementado os requisitos para obtenção dos benefícios
previdenciários até o dia 13/11/2019. Vale dizer, os servidores públicos federais que implementaram os
requisitos da aposentadoria até o dia 13/11/2019 (data da entrada em vigor da EC nº 103/2019) não serão
afetados pela Reforma Previdenciária, ainda que continuem ocupando o cargo público.

. Art. 9º, §2º, EC nº 103/2019.


6

18
O tema direito adquirido já foi abordado em outra aula.

Os servidores públicos federais poderão se aposentar7:

➢ por incapacidade permanente,


➢ compulsoriamente,
➢ voluntariamente,
➢ de forma especial, atendendo os requisitos adotados por meio de lei complementar8.

Não poderá o servidor receber mais de uma aposentadoria à conta do RPPS da União, salvo se exercer cargos
acumuláveis nos termos autorizados pelo inciso XVI do art. 37 da Constituição Federal.

A Constituição Federal veda, a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime próprio de
previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios
previdenciários estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. Admite-se, entretanto, receber mais
de uma aposentadoria à conta do mesmo RPPS quando forem decorrentes dos cargos acumuláveis
permitidos pela própria Constituição.

Exemplo:

João é auditor fiscal da Secretaria da Receita Federal do Brasil e professor em uma universidade
federal. Nesse caso, João poderá receber duas aposentadorias à conta do regime de previdência
da União porque a Constituição Federal permite o exercício acumulado de um cargo de professor
com outro técnico ou científico9.

Outra vedação trazida pela EC nº 103/2019 atinge a complementação de aposentadorias dos servidores
públicos e de pensões por morte a seus dependentes. É vedada a complementação de aposentadoria e de
pensão por morte do servidor público federal que não seja decorrente de regime de previdência
complementar ou que não seja prevista em lei que extinga o regime próprio de previdência social.

Um dos maiores impactos da Reforma Previdenciária de 2019 foi a alteração no cálculo do valor das
aposentadorias e da pensão por morte do servidor público federal.

7
. Art. 10, §1º, EC nº 103/2019.
8. Arts. 10, §2º e 22, EC nº 103/2019.
9. Art. 37, XVI, CF.

19
Deve-se informar que o valor das aposentadorias poderá ser disciplinado por lei ordinária. Mas, até que lei
discipline o cálculo dos benefícios do regime próprio de previdência social da União, a EC nº 103/2019, pelo
disposto no art. 26, dispõe que será utilizada

a média aritmética simples dos salários de contribuição e das remunerações adotados como base para
contribuições a regime próprio de previdência social e ao Regime Geral de Previdência Social, ou como base
para contribuições decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal,
atualizados monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a
competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.

Essa média será limitada ao valor máximo do salário de contribuição do Regime Geral de Previdência Social
para os segurados desse regime e para o servidor que ingressou no serviço público em cargo efetivo após a
implantação do regime de previdência complementar ou que tenha exercido a opção correspondente, nos
termos do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 da Constituição Federal.

Também será utilizada para o cálculo das aposentadorias do servidor que ingressar no serviço público federal
a partir de 14/11/2019, bem como para aqueles que se submeterem às regras de transição que veremos
adiante.

De todo modo, o valor da aposentadoria não poderá ser inferior a 01 (um) salário mínimo nem superior ao
limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social10.

E, como remuneração, dispõe o § 8º do art. 4º da EC nº 103/2019:

§8º Considera-se remuneração do servidor público no cargo efetivo, para fins de cálculo dos proventos de
aposentadoria com fundamento no disposto no inciso I do § 6º ou no inciso I do § 2º do art. 20, o valor
constituído pelo subsídio, pelo vencimento e pelas vantagens pecuniárias permanentes do cargo,
estabelecidos em lei, acrescidos dos adicionais de caráter individual e das vantagens pessoais permanentes,
observados os seguintes critérios:
I - se o cargo estiver sujeito a variações na carga horária, o valor das rubricas que refletem essa variação
integrará o cálculo do valor da remuneração do servidor público no cargo efetivo em que se deu a
aposentadoria, considerando-se a média aritmética simples dessa carga horária proporcional ao número de
anos completos de recebimento e contribuição, contínuos ou intercalados, em relação ao tempo total exigido
para a aposentadoria;
II - se as vantagens pecuniárias permanentes forem variáveis por estarem vinculadas a indicadores de
desempenho, produtividade ou situação similar, o valor dessas vantagens integrará o cálculo da remuneração
do servidor público no cargo efetivo mediante a aplicação, sobre o valor atual de referência das vantagens
pecuniárias permanentes variáveis, da média aritmética simples do indicador, proporcional ao número de anos
completos de recebimento e de respectiva contribuição, contínuos ou intercalados, em relação ao tempo total
exigido para a aposentadoria ou, se inferior, ao tempo total de percepção da vantagem.

É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real,
conforme critérios estabelecidos em lei.

10
No caso dos servidores públicos federais, a limitação do valor da aposentadoria ao limite máximo estabelecido pelo RGPS aplica-se aos que
ingressaram no serviço público após a vigência do regime de previdência complementar e àqueles que, mesmo tendo ingressado antes do RPC,
aderiram ao RPC.
20
3.1.1. Aposentadoria por incapacidade permanente

A aposentadoria por invalidez passou a ser denominada aposentadoria por incapacidade permanente para
o trabalho ou, simplesmente, aposentadoria por incapacidade permanente:

Art. 40...
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insuscetível de
readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da
continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente
federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

O servidor público federal somente será aposentado se ficar comprovado que não pode ser readaptado e,
sendo aposentado por incapacidade permanente, deverá ser avaliado periodicamente para verificar se as
condições que ensejaram a concessão de sua aposentadoria ainda permanecem.

E, quanto à readaptação, prevê o §13 do art. 37 da Constituição Federal, incluído pela EC nº 103/2019:

§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições
e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental,
enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para
o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)

Assim, o servidor somente será aposentado se possuir incapacidade permanente para o exercício das
funções do cargo que ocupa, assim como de cargo para o qual ele possa ser readaptado.

O valor inicial da aposentadoria por incapacidade permanente do servidor público federal corresponderá
a:

➢ 60% da média aritmética simples dos salários de contribuição e das remunerações adotados como
base para contribuições a regime próprio de previdência social e ao RGPS, ou como base para
contribuições decorrentes das atividades militares de quem tratam os arts. 42 e 142 da Constituição
Federal, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% do período contributivo desde a
competência de julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência;
➢ com acréscimo de 2% para cada ano que exceder o tempo de 20 (vinte anos) de contribuição.

21
Veja que, no caso do servidor público federal, o acréscimo de 2% se faz presente para cada ano
de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contribuição, homem e mulher11.

HOMENS E MULHERES
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO % DA MÉDIA
ATÉ 20 ANOS 60%

21 ANOS 62%
22 ANOS 64%
23 ANOS 66%
... ...
30 ANOS 70%
... ...
35 ANOS 80%
40 ANOS 100%

No entanto, se a incapacidade do servidor federal por decorrente de acidente do trabalho, o valor da


aposentadoria por incapacidade permanente corresponderá a:

➢ 100% da média aritmética simples dos salários de contribuição e das remunerações adotados como
base para contribuições a regime próprio de previdência social e ao RGPS, ou como base para
contribuições decorrentes das atividades militares de quem tratam os arts. 42 e 142 da Constituição
Federal, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% do período contributivo desde a
competência de julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.

A média acima referida, que servirá de base de cálculo do valor das aposentadorias, será limitada ao valor
máximo do salário de contribuição do Regime Geral de Previdência Social para o servidor que ingressou no
serviço público em cargo efetivo após a implantação do regime de previdência complementar ou que tenha
exercido a opção de aderir ao RPC.

11Como já visto em aulas anteriores, no RGPS o acréscimo de 2% à média apurada é aplicado para cada ano que exceder o tempo de 20 anos de
contribuição, se homem e de 15 anos de contribuição, se mulher.
22
Chamo a atenção do leitor para o fato de que:

a) Não mais se aplica a média aritmética simples dos maiores salários de contribuição/remuneração
correspondentes a 80% do período contributivo, a partir de julho de 1994, como base de cálculo para a
aposentadoria do servidor público federal. A média será apurada considerando 100% do período
contributivo, a partir de julho de 1994. Não se aplica o disposto no art. 1º da Lei nº 10.887/2004.
b) Foi retirada a possibilidade de a aposentadoria por incapacidade permanente ser integral nos casos de
doenças graves, contagiosas ou incuráveis. A aposentadoria por incapacidade permanente do servidor
público federal somente será de 100% da média acima referida se o evento causador do benefício for
acidente do trabalho, doença profissional e doença do trabalho.
c) O valor da aposentadoria pode chegar a ser maior do que 100% da média apurada, limitado ao valor
máximo estabelecido para os benefícios do RGPS.
ANTES DA REFORMA PREVIDENCIÁRIA APÓS A REFORMA PREVIDENCIÁRIA
CF CF
Art. 40... Art. 40...
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de § 1º O servidor abrangido por regime próprio de
previdência social será aposentado: (Redação dada previdência social será aposentado: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
I - por invalidez permanente, sendo os proventos I - por incapacidade permanente para o trabalho, no
proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se cargo em que estiver investido, quando insuscetível
decorrente de acidente em serviço, moléstia de readaptação, hipótese em que será obrigatória a
profissional ou doença grave, contagiosa ou realização de avaliações periódicas para verificação
incurável, na forma da lei; (Redação dada pela da continuidade das condições que ensejaram a
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) concessão da aposentadoria, na forma de lei do
respectivo ente federativo; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

EC nº 103/2019
Art. 26.
§ 3º O valor do benefício de aposentadoria
corresponderá a 100% (cem por cento) da média
aritmética definida na forma prevista no caput e no
§ 1º:
I - no caso do inciso II do § 2º do art. 20;
II - no caso de aposentadoria por incapacidade
permanente, quando decorrer de acidente de
trabalho, de doença profissional e de doença do
trabalho.

23
60% da média aritmética dos salários de contribuição e das
remunerações adotados como base para contribuições a regime próprio
de previdência social e ao RGPS, ou como base para contribuições
Aposentadoria por incapacidade decorrentes das atividades militares de quem tratam os arts. 42 e 142
permanente não acidentária da Constituição Federal, atualizados monetariamente, correspondentes
a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a competência
julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela
competência;
➢ com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que
exceder o tempo de 20 (vinte) anos de contribuição.

100% da média aritmética dos salários de contribuição e das


Aposentadoria por incapacidade remunerações adotados como base para contribuições a regime próprio
permanente acidentária de previdência social e ao RGPS, ou como base para contribuições
decorrentes das atividades militares de quem tratam os arts. 42 e 142
da Constituição Federal, atualizados monetariamente, correspondentes
a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a competência
julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela
competência.

Exemplo:

➢ João, servidor público federal há 10 anos, após um acidente de automóvel, quando voltava das férias
regulamentares, ficou incapacitado permanentemente para o trabalho, insuscetível de readaptação. Será
aposentado por incapacidade permanente.
➢ O valor de sua aposentadoria corresponderá a 60% do valor da média aritmética dos salários de contribuição
e das remunerações adotados como base para contribuições a regime próprio de previdência social e ao
RGPS, ou como base para contribuições decorrentes das atividades militares de quem tratam os arts. 42 e
142 da Constituição Federal, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do seu
período contributivo.
➢ Considerando que essa média seja de R$ 5.000,00, o valor da aposentadoria de João será de R$ 3.000,00.
➢ Agora, se João tivesse ficado incapacitado permanente em razão de acidente do trabalho, o valor de sua
aposentadoria por incapacidade permanente seria de R$ 5.000,00 (100% da média).

Uma vez concedida, a aposentadoria será reajustada nos termos estabelecidos para o Regime Geral de
Previdência Social. Não há direito à integralidade ou paridade para os servidores que ingressaram após a EC
nº 41/2003.

3.1.2. Aposentadoria compulsória

A Emenda Constitucional nº 103/2019 não trouxe alteração nas regras da aposentadoria compulsória dos
servidores públicos amparados por RPPS no que diz respeito à idade.

24
Manteve-se o disposto no inciso II do §1º do art. 40 da Constituição Federal:

Art. 40...
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade,
ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 88, de 2015)

Os servidores públicos efetivos da União, serão aposentados, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco)
de idade, na forma da Lei Complementar nº 152/2015. Não há limite mínimo de tempo de contribuição.

A Lei Complementar nº 152, de 03 de dezembro de 2015, veio, então, regulamentar a aposentadoria


compulsória dos servidores públicos. Serão aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais
ao tempo de contribuição, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade:

I – os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
incluídas suas autarquias e fundações;
II – os membros do Poder Judiciário;
III – os membros do Ministério Público;
IV – os membros das Defensorias Públicas;
V – os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas.

Essa nova regra, no entanto, será aplicada, de forma progressiva, aos servidores do Serviço Exterior
Brasileiro, regidos pela Lei nº 11.440, de 29 de dezembro de 2006 (diplomatas, oficiais de chancelaria e
assistente de chancelaria), à razão de 1 (um) ano adicional de limite para aposentadoria compulsória ao fim
de cada 2 (dois) anos, a partir da vigência da Lei Complementar nº 152/2015, até o limite de 75 (setenta e
cinco) anos.

Para os servidores públicos federais, a mudança trazida pela EC nº 103/2019 atingiu o cálculo
da aposentadoria compulsória. Vamos à forma de cálculo:

a) Inicialmente, se calcula a média aritmética dos salários de contribuição e das remunerações adotados
como base para contribuições a regime próprio de previdência social e ao RGPS, ou como base para
contribuições decorrentes das atividades militares de quem tratam os arts. 42 e 142 da Constituição
Federal, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período
contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela
25
competência;
b) sobre a média, aplica-se 60% e acresce-se 2% para cada ano que exceder 20 anos de contribuição,
encontrando-se um valor Y;
c) multiplica-se o resultado do tempo de contribuição do servidor dividido por 20 anos (Tc/20), limitado a
um inteiro pelo valor Y encontrado;
d) Tc/20 está limitado a 01 inteiro.
Aposentadoria compulsória = Y x (Tc/20)

Y= 60% da média aritmética dos salários de contribuição e das remunerações adotados como base para
contribuições a RPPS e ao RGPS, ou como base para contribuições decorrentes das atividades militares de quem
tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% do período
contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência,
aritmética dos salários de contribuição e das remunerações adotados como base para contribuições a regime
próprio de previdência social e ao RGPS, ou como base para contribuições decorrentes das atividades militares de
quem tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% (cem
por cento) do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se
posterior àquela competência, acrescido de 2% para ano que exceder 20 anos de contribuição.

Tc= tempo de contribuição do servidor na data da aposentadoria compulsória.


Tc/20 limitada a 01.

Exemplo:

➢ João, servidor público federal há 24 anos acaba de completar 75 anos de idade.


➢ Não cumprira os requisitos para se aposentar voluntariamente.
➢ Será aposentado compulsoriamente.
➢ Qual será o valor de sua aposentadoria?
➢ Supondo que a média das remunerações de João seja de R$ 10.000,00, aplica-se 60%. Haverá um acréscimo
de 8% porque tem 04 anos que excede 20 anos de contribuição.
➢ Sobre o valor de R$ 6.800,00 multiplica-se 24/20 (Tc/20).
➢ Como Tc/20 é limitado a 01 inteiro, o valor da aposentadoria compulsória de João será de R$ 6.800,00.
➢ Outro exemplo: Se João tivesse 19 anos de contribuição e fosse se aposentar compulsoriamente?
➢ Considerando o valor da média das remunerações de R$ 10.000,00, aplica-se 60%= 6.000,00
➢ Sobre o valor de 6.000,00, multiplica-se por 19/20 (0,95)
➢ O valor da aposentadoria de João seria de R$5.700,00.

Fica garantido ao servidor federal o cálculo da aposentadoria voluntária caso ele tenha cumprido os
requisitos para esta aposentadoria e resulte num valor mais favorável.

26
3.1.3. Aposentadoria voluntária

Antes da publicação da EC nº 103/2019, o servidor público federal tinha a possibilidade de se aposentar


voluntariamente por idade com proventos proporcionais ao tempo de contribuição ou por tempo de
contribuição com proventos integrais, nos termos preconizados pelas Emendas Constitucionais nº 20/98 e
nº 41/2003.

Para isso deveria cumprir os requisitos discriminados na tabela:

ANTES DA REFORMA PREVIDENCIÁRIA DE 2019


APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA – APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA –
proventos proporcionais ao tempo de proventos integrais
contribuição
- 65 anos de idade, se homem; - 35 anos de contribuição, se homem;
- 60 anos de idade, se mulher; - 30 anos de contribuição, se mulher;
- tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício - tempo mínimo de 10 (dez) anos de efetivo
no serviço público; exercício no serviço público;
- 05 anos no cargo efetivo em que se dará a - 05 (cinco) anos no cargo efetivo em que se dará
aposentadoria. a aposentadoria.

3.1.3.1. Requisitos

Com a Reforma Previdenciária de 2019 e a consequente alteração do art. 40 da Constituição


Federal, foi fixada apenas a idade mínima para os servidores da União se aposentarem, deixando o tempo
mínimo de contribuição e os demais requisitos reservados à lei complementar federal.

Art. 40...
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado:
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de
idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida
mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os
demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

A Constituição Federal deixou para lei complementar determinar o tempo mínimo de contribuição e demais
requisitos para que o servidor público federal se aposente voluntariamente. Mas, enquanto não entra em
vigor lei federal que discipline os benefícios do RPPS dos servidores da União, a EC nº 103/2019 dispõe que:

27
Art. 10. Até que entre em vigor lei federal que discipline os benefícios do regime próprio de previdência social
dos servidores da União, aplica-se o disposto neste artigo.
§ 1º Os servidores públicos federais serão aposentados:
I - voluntariamente, observados, cumulativamente, os seguintes requisitos:
a) 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem; e
b) 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, desde que cumprido o tempo mínimo de 10 (dez) anos de efetivo
exercício no serviço público e de 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria;

Assim, tem-se que o servidor público federal que ingressou a partir de 14/11/2019 será
aposentado voluntariamente após cumprir os requisitos:

APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA – REGRA GERAL (idade + tempo de contribuição)


65 anos, se homem
Idade mínima
62 anos, se mulher
Tempo mínimo de contribuição 25 anos de contribuição
Tempo mínimo de efetivo exercício no serviço público 10 anos
Tempo de exercício no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria 05 anos

Veja que somente o requisito idade mínima é que se apresenta diferenciado para homem e mulher. O tempo
mínimo de contribuição, o tempo de efetivo exercício no serviço público e no cargo em que se dará a
aposentadoria voluntária são iguais para homem e mulher.

No caso dos professores que comprovem exclusivamente tempo de efetivo exercício das
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio a idade mínima exigida é
reduzida em 05 anos.

Constituição Federal
Art. 40...
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades
decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar do
respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Emenda Constitucional nº 103/2019
Art. 10...

28
§ 2º Os servidores públicos federais com direito a idade mínima ou tempo de contribuição distintos da regra
geral para concessão de aposentadoria na forma dos §§ 4º-B, 4º-C e 5º do art. 40 da Constituição
Federal poderão aposentar-se, observados os seguintes requisitos:
...
III - o titular do cargo federal de professor, aos 60 (sessenta) anos de idade, se homem, aos 57 (cinquenta e
sete) anos, se mulher, com 25 (vinte e cinco) anos de contribuição exclusivamente em efetivo exercício das
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, 10 (dez) anos de efetivo exercício
de serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria, para ambos os sexos.

O professor ocupante de cargo público federal que se dedica exclusivamente ao efetivo exercício do
magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, será aposentado voluntariamente após
cumprir os requisitos:

APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA – PROFESSORES PÚBLICOS FEDERAIS –


EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
(idade + tempo de contribuição)
HOMENS MULHERES
Idade Tempo de contribuição de Idade Tempo de contribuição de
efetivo exercício de magistério efetivo exercício de magistério
60 anos 25 anos 57 anos 25 anos
- 10 (dez) anos de efetivo exercício de serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida
a aposentadoria, para ambos os sexos.

Volto a repetir. As regras aqui demonstradas devem ser aplicadas aos servidores públicos federais que
ingressarem no serviço público a partir de 14/11/2019, visto que aqueles que já se encontravam filiados ao
RPPS até a data da entrada em vigor da EC nº 103/2019 poderão se valer das regras de transição.

3.1.3.2. Valor da aposentadoria voluntária

De acordo com a nova redação do §3º do art. 40 da Constituição Federal, dada pela EC nº 103/2019, as regras
para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo.

No caso do servidor público federal, há norma transitória, prevista no artigo 26 da EC nº 103/2019, que valerá
até que lei discipline o cálculo dos benefícios, estabelecendo parâmetros para a apuração da renda mensal
do benefício. O benefício de aposentadoria voluntária corresponderá a:

➢ 60% da média aritmética simples dos salários de contribuição e das remunerações adotados como
base para contribuições a regime próprio de previdência social e ao RGPS, ou como base para
contribuições decorrentes das atividades militares de quem tratam os arts. 42 e 142 da Constituição
Federal, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% do período contributivo desde a
competência de julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência;
➢ com acréscimo de 2% para cada ano que exceder o tempo de 20 (vinte anos) de contribuição.

29
Veja que, no caso do servidor público federal, o acréscimo de 2% se faz presente para cada ano de
contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contribuição, homem e mulher.

A EC nº 103/2019 permite, ainda, serem excluídas da média as contribuições que resultem em redução do
valor do benefício, desde que mantido o tempo mínimo de contribuição exigido, vedada a utilização do
tempo excluído para qualquer finalidade, inclusive para o acréscimo dos 2%.

Confira a tabela:

HOMENS E MULHERES
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO % DA MÉDIA
ATÉ 20 ANOS 60%

21 ANOS 62%
22 ANOS 64%
23 ANOS 66%
... ...
25 ANOS 70%
... ...
35 ANOS 90%
40 ANOS 100%

Maria, com 30 anos de idade, acaba de ingressar no serviço público federal e quer saber quais
são as regras para se aposentar voluntariamente.
Maria terá que cumprir:
- 25 anos de contribuição;
- 62 anos de idade;
- 10 anos de efetivo exercício no serviço público e
- 05 anos no cargo em que se dará a aposentadoria.
Quando Maria completar 62 anos de idade, terá 32 anos de contribuição e, nesse caso, poderá
se aposentar pelo RPPS da União.
Considerando que a média aritmética dos salários de contribuição/remuneração de Maria
alcance o valor de R$ 6.000,00, sua aposentadoria será de R$ 5.040,00 (84% da média).
Se Maria deixar para se aposentar aos 40 anos de contribuição, o valor de sua aposentadoria
voluntária será de R$6.000,00 (100% da média).

3.1.4. Aposentadorias especiais

A EC nº 103/2019 deu nova redação ao §4º do art. 40 da Constituição Federal, permitindo que fossem
adotados requisitos ou critérios diferenciados para a concessão de aposentadorias dos servidores públicos
amparados por regime próprio de previdência social.
30
Não se trata de uma imposição mais. O texto da Constituição menciona que “poderão ser estabelecidos por
lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para
aposentadoria de servidores...”. Daí, a conclusão de que caberá a lei complementar dispor sobre idade e
temo de contribuição diferentes daqueles impostos pela Constituição e pela EC nº 103/2019, não
necessitando, nesses casos, uma nova reforma da Carta Maior.

APOSENTADORIAS ESPECIAIS NO ÂMBITO DO RPPS DA UNIÃO


ANTES DA REFORMA PREVIDENCIÁRIA APÓS A REFORMA PREVIDENCIÁRIA
(EC nº 103/2019) (EC nº 103/2019)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios
diferenciados para a concessão de aposentadoria diferenciados para concessão de benefícios em
aos abrangidos pelo regime de que trata este regime próprio de previdência social, ressalvado
artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação
complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 2019)

I- portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda §4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei
Constitucional nº 47, de 2005) complementar do respectivo ente federativo
II- que exerçam atividades de risco; (Incluído pela idade e tempo de contribuição diferenciados
Emenda Constitucional nº 47, de 2005) para aposentadoria de servidores com
III- cujas atividades sejam exercidas sob condições deficiência, previamente submetidos a avaliação
especiais que prejudiquem a saúde ou a biopsicossocial realizada por equipe
integridade física. (Incluído pela Emenda multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído
Constitucional nº 47, de 2005) pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei


complementar do respectivo ente federativo
idade e tempo de contribuição diferenciados
para aposentadoria de ocupantes do cargo de
agente penitenciário, de agente socioeducativo
ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso
IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do
art. 52 e os incisos I a IV do caput do art.
144. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

§4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei


complementar do respectivo ente federativo
idade e tempo de contribuição diferenciados para
aposentadoria de servidores cujas atividades
sejam exercidas com efetiva exposição a agentes
químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde,
ou associação desses agentes, vedada a
caracterização por categoria profissional ou

31
ocupação. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)

A possibilidade, então, de prever idade e tempo de contribuição diferenciados, são para os casos de
aposentadorias:

➢ de servidor com deficiência, que deverá ser a previamente submetido a avaliação biopsicossocial
realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar;
➢ de servidor ocupante do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, da polícia rodoviária federal, da polícia ferroviária
federal e dos policiais civis;
➢ de servidor cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e
biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria
profissional ou ocupação.

No caso de servidor público federal, a Emenda Constitucional nº 103/2019 tratou logo de impor os
requisitos da idade e do tempo de contribuição para essas aposentadorias até que lei complementar federal
disponha sobre o tema.

3.1.4.1. Aposentadoria do servidor público federal com deficiência

A EC nº 103/2019 dispõe que será concedida a aposentadoria ao servidor público federal com deficiência
conforme dispõe a Lei Complementar nº 142/2019 até que lei complementar discipline a matéria.

Emenda Constitucional nº 103/2019


Art. 22. Até que lei discipline o § 4º-A do art. 40 e o inciso I do § 1º do art. 201 da Constituição Federal, a
aposentadoria da pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de Previdência Social ou do servidor
público federal com deficiência vinculado a regime próprio de previdência social, desde que cumpridos, no caso
do servidor, o tempo mínimo de 10 (dez) anos de efetivo exercício no serviço público e de 5 (cinco) anos no
cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria, será concedida na forma da Lei Complementar nº 142, de
8 de maio de 2013, inclusive quanto aos critérios de cálculo dos benefícios.

Desse modo, entende-se que o servidor público da União com deficiência, poderá se aposentar por idade ou
por tempo de contribuição, cumpridos 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 05 anos no cargo
efetivo em que for concedida a aposentadoria.

O servidor deverá ser previamente submetido a avaliação biopsicossocial realizada por equipe
multiprofissional e interdisciplinar.

3.1.4.1.1. Aposentadoria por tempo de contribuição

Mesmo após a Reforma Previdenciária de 2019, o servidor público federal com deficiência poderá se
aposentar por tempo de contribuição, considerando que a EC nº 103/2019 determinou a aplicação da Lei
Complementar nº 142/2013 até que se tenha uma nova lei complementar para disciplinar a matéria.
32
Para que o servidor federal com deficiência se aposente por tempo de contribuição, deverá comprovar um
tempo mínimo de contribuição na condição de pessoa com deficiência. Esse tempo a ser observado varia de
acordo com o grau de deficiência apresentado pelo servidor, a saber:

SERVIDOR PÚBLICO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO


FEDERAL
Homem Mulher

Grave 25 anos 20 anos

Grau de deficiência Moderada 29 anos 24 anos

Leve 33 anos 28 anos

- 10 anos de efetivo exercício no serviço público e


- 05 anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria.

O valor da aposentadoria será equivalente a 100% da média aritmética simples dos salários de
contribuição/remuneração correspondentes a 100% de todo o período contributivo, a partir da competência
de julho de 1994 ou a partir do início das contribuições se for posterior àquela competência.

3.1.4.1.2. Aposentadoria por idade

Para que o servidor público federal com deficiência se aposente por idade, deverá comprovar um tempo
mínimo de 15 anos de contribuição na condição de pessoa com deficiência e ter a idade de:

➢ 60 anos, se homem;
➢ 55 anos, se mulher.

A idade mínima exigida é a mesma para os casos de deficiência grave, moderada ou leve. Vale dizer,
independentemente do grau de deficiência, o servidor público federal para se aposentar por idade, na
condição de pessoa com deficiência, deverá apresentar 60 anos de idade, se homem e, 55 anos de idade, se
mulher.

APOSENTADORIA POR IDADE – servidor público federal com deficiência

Homem 60 anos

IDADE
Mulher 55 anos

Homem e mulher
DEMAIS REQUISITOS
- 10 anos de efetivo exercício no serviço público,
- 05 anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria,
- Carência mínima de 15 anos de contribuição na condição de pessoa

33
com deficiência.

O valor da aposentadoria será equivalente a 70% da média aritmética simples dos salários de
contribuição/remuneração correspondentes a 100% de todo o período contributivo, a partir da competência
de julho de 1994 ou a partir do início das contribuições se for posterior àquela competência, com acréscimo
de 1% para cada grupo de 12 contribuições, até o máximo de 100%.

3.1.4.2. Policiais

Com a nova Reforma Previdenciária de 2019, o ente federativo poderá estabelecer por lei complementar
idade e tempo de contribuição diferenciados para a aposentadoria de servidor ocupante do cargo de agente
penitenciário, de agente socioeducativo, de policial legislativo da Câmara Federal e do Senado Federal, de
policial federal, de policial rodoviário federal, de policial ferroviário federal e de policiais civis.

APOSENTADORIAS ESPECIAIS NO ÂMBITO DOS RPPS


ANTES DA REFORMA PREVIDENCIÁRIA APÓS A REFORMA PREVIDENCIÁRIA
(EC nº 103/2019) (EC nº 103/2019)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios
diferenciados para a concessão de aposentadoria aos diferenciados para concessão de benefícios em regime
abrangidos pelo regime de que trata este artigo, próprio de previdência social, ressalvado o disposto
ressalvados, nos termos definidos em leis nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação dada pela
complementares, os casos de servidores: (Redação dada Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
...
...
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei
II –que exerçam atividades de risco (Incluído pela complementar do respectivo ente federativo idade e
Emenda Constitucional nº 47, de 2005) tempo de contribuição diferenciados para
aposentadoria de ocupantes do cargo de agente
penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial
dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art.
51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do
caput do art. 144. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

34
No caso do servidor público federal, até que lei complementar venha dispor sobre a idade e o tempo de
contribuição necessários para a aposentadoria especial, a EC nº 103/2019 trouxe as regras a serem
obedecidas.

Art. 10. Até que entre em vigor lei federal que discipline os benefícios do regime próprio de previdência social
dos servidores da União, aplica-se o disposto neste artigo.
...
§ 2º Os servidores públicos federais com direito a idade mínima ou tempo de contribuição distintos da regra
geral para concessão de aposentadoria na forma dos §§ 4º-B, 4º-C e 5º do art. 40 da Constituição
Federal poderão aposentar-se, observados os seguintes requisitos:
I - o policial civil do órgão a que se refere o inciso XIV do caput do art. 21 da Constituição Federal, o policial dos
órgãos a que se referem o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a III do
caput do art. 144 da Constituição Federal e o ocupante de cargo de agente federal penitenciário ou
socioeducativo, aos 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, com 30 (trinta) anos de contribuição e 25 (vinte e
cinco) anos de efetivo exercício em cargo dessas carreiras, para ambos os sexos;

Os servidores públicos federais que ocupem cargos de:

➢ agente penitenciário,
➢ agente socioeducativo,
➢ policial federal,
➢ policial rodoviário federal,
➢ policial ferroviário federal,
➢ policial legislativo da Câmara Federal
➢ policial legislativo do Senado Federal,

que ingressarem no serviço público a partir de 14/11/2019, poderão se aposentar voluntariamente quando
completarem, cumulativamente:

• 55 anos de idade,
• 30 anos de contribuição,
• sendo 25 anos de efetivo exercício nas carreiras citadas.

35
Os requisitos são os mesmos aplicados para homens e mulheres.

Enquanto, na aposentadoria voluntária, a idade mínima exigida para os servidores públicos federais é de
65 anos, se homem e, de 62 anos, se mulher, esses servidores descritos acima, devem cumprir idade
mínima apenas de 55 anos.
Já o tempo mínimo de contribuição exigido para essas categorias de servidores públicos federais é de 30
anos de contribuição.

APOSENTADORIA ESPECIAL - regra permanente


Servidores Públicos Federais Requisitos – homem e mulher
- agente penitenciário,
Idade Tempo de Tempo de efetivo exercício nas
- agente socioeducativo, mínima contribuição carreiras policiais
- policial federal,

- policial rodoviário federal,

- policial ferroviário federal, 25 anos


55 anos 30 anos
- policial legislativo da Câmara Federal,

- policial legislativo do Senado Federal.

O valor da aposentadoria desses servidores federais corresponde a:

➢ 60% da média aritmética dos salários de contribuição/remuneração do servidor, atualizados


monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a competência
julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência;
➢ com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 (vinte) anos de
contribuição, se homem e se mulher.

A EC nº 103/2019 permite, ainda, serem excluídas da média as contribuições que resultem em redução do
valor do benefício, desde que mantido o tempo mínimo de contribuição exigido, vedada a utilização do
tempo excluído para qualquer finalidade, inclusive para o acréscimo dos 2%.

As regras impostas a esses servidores federais são aplicadas ao policial civil do Distrito Federal.

Motivo? Compete à União organizar e manter a polícia civil do Distrito Federal, nos termos do inciso XIV do
art. 21 da Constituição Federal.

36
QUADRO RESUMO – APOSENTADORIA ESPECIAL DO SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL

Policial federal, policial rodoviário federal, policial ferroviário federal, policial legislativo da
SERVIDORES Câmara Federal e do Senado Federal, agente penitenciário, agente socioeducativo.
Policial Civil do Distrito Federal

Idade mínima 55 anos

REQUISITOS Tempo de contribuição 30 anos

Tempo de efetivo exercício nas carreiras policiais 25 anos

➢ 60% da média aritmética dos salários de contribuição do segurado, atualizados


monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a
RENDA MENSAL competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência;
INICIAL (RMI) ➢ com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 (vinte)
anos de contribuição, se homem e se mulher.
➢ A renda mensal inicial será, no mínimo, de 80% da média apurada.

3.1.4.3. Servidores com efetiva exposição a agentes prejudiciais à saúde

Antes da Reforma Previdenciária de 2019, o art. 40 da Constituição Federal possibilitava a adoção de critérios
diferenciados para o caso de aposentadoria do servidor que exercia atividades sob condições especiais que
prejudicassem a saúde ou a integridade física, nos termos definidos em lei complementar.

Essa lei complementar para disciplinar a matéria não chegou a ser elaborada e, na omissão legislativa, o STF
adotou o entendimento de que deveriam ser aplicadas as regras do RGPS.

Súmula Vinculante nº 33: Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral
da previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da
Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica.

Com a nova Reforma Previdenciária, o ente federativo poderá estabelecer por lei complementar idade e
tempo de contribuição diferenciados para a aposentadoria de servidor cuja atividade seja exercida com
efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associados desses agentes.
Ficou estabelecido em sede constitucional que não se poderá conceder aposentadoria especial em razão da
categoria profissional ou da ocupação.

APOSENTADORIAS ESPECIAIS NO ÂMBITO DOS RPPS


ANTES DA REFORMA PREVIDENCIÁRIA APÓS A REFORMA PREVIDENCIÁRIA
(EC nº 103/2019) (EC nº 103/2019)
§4º É vedada a adoção de requisitos e critérios §4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios
diferenciados para a concessão de aposentadoria aos diferenciados para concessão de benefícios em regime
abrangidos pelo regime de que trata este artigo, próprio de previdência social, ressalvado o disposto
ressalvados, nos termos definidos em leis nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação dada pela
complementares, os casos de servidores: (Redação dada Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

37
... ...

III- cujas atividades sejam exercidas sob condições §4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade complementar do respectivo ente federativo idade e
física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, tempo de contribuição diferenciados para
de 2005) aposentadoria de servidores cujas atividades sejam
exercidas com efetiva exposição a agentes químicos,
físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação
desses agentes, vedada a caracterização por categoria
profissional ou ocupação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

No caso do servidor público federal, até que lei complementar venha dispor sobre a idade e o tempo de
contribuição necessários para a aposentadoria especial, a EC nº 103/2019 trouxe as regras a serem
obedecidas.

O servidor (homem e mulher), além de possuir 10 anos de efetivo exercício no serviço público federal e 05
anos no cargo em que se dará a aposentadoria, terá que cumprir:

➢ 60 anos de idade e 25 anos de contribuição de efetiva exposição aos agentes prejudicais à saúde.
APOSENTADORIA ESPECIAL – servidor público federal com efetiva exposição a agentes químicos, físicos ou biológicos
prejudiciais à saúde ou a associação desses agentes

Tempo de efetiva exposição Tempo efetivo de exercício no Tempo no cargo efetivo em


Idade aos agentes prejudiciais à serviço público que se dará a aposentadoria
saúde

60 anos 25 anos de contribuição 10 anos 05 anos

O valor da aposentadoria será de:

➢ 60% da média aritmética dos salários de contribuição/remuneração do servidor, atualizados


monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a
competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência;
➢ com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 (vinte) anos de
contribuição, se homem e se mulher.

A EC nº 103/2019 permite, ainda, serem excluídas da média as contribuições que resultem em redução do
valor do benefício, desde que mantido o tempo mínimo de contribuição exigido, vedada a utilização do
tempo excluído para qualquer finalidade, inclusive para o acréscimo dos 2%.

SERVIDORES DA UNIÃO
38
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO % MÉDIA
20 ANOS 60%
... ...
25 ANOS 70%
... ...
40 ANOS 100%

Como o servidor federal terá que ter, no mínimo 25 anos de contribuição, a renda mensal de sua
aposentadoria será de, no mínimo 70% da média apurada.

APOSENTADORIA ESPECIAL DO SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL


Idade mínima 60 anos

Tempo de efetiva exposição a agentes prejudiciais à saúde 25 anos de


contribuição
REQUISITOS

Tempo de efetivo exercício no serviço público 10 anos

Tempo no cargo em que se dará a aposentadoria 05 anos

➢ 60% da média aritmética dos salários de contribuição do segurado, atualizados


monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde
RENDA a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela
MENSAL competência;
INICIAL (RMI) ➢ com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20
(vinte) anos de contribuição, se homem e se mulher.
➢ A renda mensal inicial será, no mínimo, de 70% da média apurada.

3.2. Das regras de transição para aposentadorias dos servidores públicos


federais

Para os servidores públicos federais que ingressaram no serviço público em cargo efetivo até a data da
entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/2019 (13/11/2019), foram trazidas regras de transição
39
para que eles pudessem se aposentar sem ter que cumprir integralmente os novos requisitos impostos pela
Reforma Previdenciária.

3.2.1. 1ª Regra de transição – sistema de pontuação e idade mínima

Essa regra vai exigir do servidor público federal o cumprimento:

➢ do tempo mínimo de contribuição que já era exigido antes da Reforma Previdenciária;


➢ idade mínima;
➢ tempo mínimo de exercício efetivo no serviço público;
➢ tempo de exercício efetivo no cargo em que se dará a aposentadoria e
➢ uma pontuação mínima, somando-se a idade e o tempo de contribuição servidor no momento da
solicitação da aposentadoria.

O servidor público federal terá que cumprir o tempo mínimo de contribuição exigido – 35 anos, se homem e
30 anos, se mulher; idade mínima de 61 anos, se homem e de 56 anos, se mulher.

E, o somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, deverá ser equivalente a 86 (oitenta
e seis) pontos para a mulher e 96 (noventa e seis) pontos para o homem, se o requerimento da aposentadoria
foi realizado até o final do ano de 2019.

Além disso, terá o servidor que cumprir 20 anos de efetivo exercício no serviço público e 05 anos no cargo
efetivo em que se dará a aposentadoria.

1ª Regra de transição – servidor público federal

sistema de pontuação - 2019


Homem Mulher
35 anos de contribuição 30 anos de contribuição
61 anos de idade 56 anos de idade
Tc + Idade = 96 pontos Tc + Idade = 86 pontos
Para homem e mulher
- 20 anos de efetivo exercício no serviço - 05 anos no cargo em que se der a aposentadoria
público

A Emenda Constitucional nº 103/2019 dispõe no art. 4°:

Art. 4º O servidor público federal que tenha ingressado no serviço público em cargo efetivo até a data de
entrada em vigor desta Emenda Constitucional poderá aposentar-se voluntariamente quando preencher,
cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - 56 (cinquenta e seis) anos de idade, se mulher, e 61 (sessenta e um) anos de idade, se homem, observado o
disposto no § 1º;
II - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem;
III - 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço público;
IV - 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que se der a aposentadoria; e
V - somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, equivalente a 86 (oitenta e seis) pontos,
se mulher, e 96 (noventa e seis) pontos, se homem, observado o disposto nos §§ 2º e 3º.

40
A partir do ano de 2020, a pontuação necessária (idade + tempo de contribuição) começa a aumentar de um
ponto por ano até atingir 105 pontos para o homem, em 2028, e 100 pontos para a mulher, em 2033.

A idade mínima exigida para o servidor passa a ser, a partir de 2022, de 57 anos, se mulher e de 62 anos, se
homem.

Observe a tabela quanto à idade mínima exigida dos servidores federais e a pontuação necessária para se
aposentarem:

1ª REGRA DE TRANSIÇÃO – SISTEMA DE PONTUAÇÃO + IDADE


ANO IDADE (Id) PONTUAÇÃO (Tc + Id)

Homem Mulher Homem Mulher

2019 61 56 96 86
2020 61 56 97 87
2021 61 56 98 88
2022 62 57 99 89
2023 62 57 100 90
2024 62 57 101 91
2025 62 57 102 92
2026 62 57 103 93
2027 62 57 104 94
2028 62 57 105 95
2029 62 57 105 96
2030 62 57 105 97
2031 62 57 105 98
2032 62 57 105 99
2033 62 57 105 100

41
Exemplo:

➢ Quando foi publicada a Reforma Previdenciária, João, servidor público federal, não havia
completado o tempo mínimo de 35 anos de contribuição, 60 anos de idade e 10 anos de serviço
público e 05 no cargo que se daria a aposentadoria (regras anteriores à EC nº 103/2019).
➢ Em 28 de dezembro/2019, no entanto, ele completou 35 anos de contribuição e quer se
aposentar.
➢ Pela 1ª regra de transição, caso João conte com 61 anos de idade, 20 anos de serviço público, 05
anos no cargo em que se dará sua aposentadoria, ele poderá se aposentar ainda em 2019.
➢ A soma de sua idade e do seu tempo de contribuição dará 96 pontos (61 + 35).
➢ Mas, se João só completar 35 anos de contribuição em fevereiro/2020, 20 anos de serviço público,
05 anos no cargo em que se daria sua aposentadoria, a pontuação exigida para ele será de 97
pontos.
➢ Terá que ter, então, 62 anos de idade.

Para o professor que se dedica exclusivamente ao efetivo exercício das funções de magistério na educação
infantil e no ensino fundamental e médio, a exigência é de:

➢ 30 anos de contribuição nas funções de magistério, se homem e, de 25 anos de contribuição, se


mulher;
➢ idade mínima de 60 anos, se homem e, de 57 anos, se mulher;
➢ 20 anos de exercício efetivo no serviço público;
➢ 05 anos de exercício efetivo no cargo em que se dará a aposentadoria e
➢ uma pontuação mínima, somando-se a idade e o tempo de contribuição professor no momento da
solicitação da aposentadoria. No caso, será de 81 pontos, se mulher e, de 86 pontos, se homem.
➢ Veja que mesmo tendo uma pontuação mínima, há que se cumprir uma idade mínima também.

Regra de transição – sistema de pontuação - 2019

Professores com efetivo exercício no magistério na educação infantil e no ensino


fundamental e médio
Homem Mulher
30 anos de contribuição 25 anos de contribuição
56 anos de idade 51 anos de idade
Tc + Idade = 91 pontos Tc + Idade = 81 pontos
Para homem e mulher
- 20 anos de efetivo exercício no serviço público e - 05 anos no cargo em que se der a aposentadoria

A partir do ano de 2020, a pontuação necessária terá acréscimo de 01 (um) ponto a cada ano, até atingir 92
(noventa e dois) pontos para a mulher e 100 pontos para o homem, o que ocorrerá em 2030 e 2028,
respectivamente.

42
A idade mínima exigida para o servidor professor passa a ser, a partir de 2022, de 57 anos, se homem e de
52 anos, se mulher.

1ª REGRA DE TRANSIÇÃO – SISTEMA DE PONTUAÇÃO + IDADE

Professores com efetivo exercício no magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio
ANO IDADE (Id) PONTUAÇÃO (Tc + Id)

Homem Mulher Homem Mulher

2019 56 51 91 81
2020 56 51 92 82
2021 56 51 93 83
2022 57 52 94 84
2023 57 52 95 85
2024 57 52 96 86
2025 57 52 97 87
2026 57 52 98 88
2027 57 52 99 89
2028 57 52 100 90
2029 57 52 100 91
2030 57 52 100 92

No que diz respeito ao valor da aposentadoria, há que se saber se o servidor ingressou antes
ou após a EC nº 41/2003.

A) Se o servidor público federal ingressou no serviço público em cargo efetivo até 31 de dezembro de
2003 e não aderiu ao plano de previdência complementar da União, a renda mensal inicial da
aposentadoria será equivalente à totalidade da remuneração do cargo em que se der a
aposentadoria. Continua o servidor com direito à paridade e à integralidade de seus proventos.
43
B) Se o servidor público federal ingressou no serviço público em cargo efetivo até de 31 de dezembro
de 2003 e aderiu ao plano de previdência complementar da União ou ingressou no serviço público
após 31/12/2003, a renda mensal inicial da aposentadoria será equivalente a:
➢ 60% (sessenta por cento) da média aritmética simples dos salários de contribuição, atualizados
monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a competência
julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência,
➢ com acréscimo de 2% (dois por cento) para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20
(vinte) anos de contribuição, para o homem e mulher.
HOMENS E MULHERES

TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO % DA MÉDIA


ATÉ 20 ANOS 60%
21 ANOS 62%
22 ANOS 64%
23 ANOS 66%
... ...
25 ANOS 70%
... ...
30 ANOS 80%
35 ANOS 90%
40 ANOS 100%

3.2.2. 2ª Regra de transição – pedágio de 100%

Nessa regra de transição, o servidor público federal terá que cumprir:

➢ tempo mínimo de contribuição;


➢ idade mínima;
➢ pedágio de 100% do tempo que faltava, em 13/11/2019, para completar 35 anos de contribuição,
se homem, e 30 anos de contribuição, se mulher;
➢ 20 anos de efetivo exercício no serviço público e
➢ 05 anos no cargo em que se der a aposentadoria.

Veja o que dispõe o caput do art. 20 da Emenda Constitucional nº 103/2019:

44
Art. 20. O segurado ou o servidor público federal que se tenha filiado ao Regime Geral de Previdência Social ou
ingressado no serviço público em cargo efetivo até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional
poderá aposentar-se voluntariamente quando preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos:
I – 57 (cinquenta e sete) anos de idade, se mulher, e 60 (sessenta) anos de idade, se homem;
II – 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem;
III - para os servidores públicos, 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço público e 5 (cinco) anos no cargo
efetivo em que se der a aposentadoria;
IV – período adicional de contribuição correspondente ao tempo que, na data de entrada em vigor desta
Emenda Constitucional, faltaria para atingir o tempo mínimo de contribuição referido no inciso II.
2ª Regra de transição – PEDÁGIO 100%
REQUISITOS

60 anos de idade

HOMENS Cumprir o total de 35 anos de contribuição

Contribuir adicional de 100% do tempo que, em 13/11/19, faltava


para completar 35 anos de contribuição

REQUISITOS
57 anos de idade

MULHERES Cumprir o total de 30 anos de contribuição

Contribuir adicional de 100% do tempo que, em 13/11/19, faltava


para completar 30 anos de contribuição

REQUISITOS
Servidores de
- 20 anos de efetivo exercício no serviço público
ambos os sexos
- 05 anos no cargo em que se dará a aposentadoria.

Exemplo:

➢ Quando foi publicada a Reforma Previdenciária, João, servidor público federal, não havia completado o
tempo mínimo de 35 anos de contribuição.
➢ Em 13 de novembro/2019, João tinha 34 anos de contribuição e 59 anos de idade.
➢ Ele poderá se valer da regra de transição, contribuindo mais 02 anos para se aposentar.
➢ Na verdade, ele terá que completar os 35 anos de contribuição e contribuir por 01 ano (pedágio de 100%
do tempo que faltava para completar os 35 anos de contribuição em 13/11/19).
➢ Terá que ter, na data do requerimento do benefício, a idade mínima de 60 anos.
➢ Além disso, deverá comprovar 20 anos de efetivo exercício no serviço público e 05 no cargo em que se
dará sua aposentadoria.

Para o professor que se dedica exclusivamente ao efetivo exercício das funções de magistério na educação
infantil e no ensino fundamental e médio, a exigência é de:

45
➢ 30 anos de contribuição nas funções de magistério, se homem e, de 25 anos de contribuição, se
mulher;
➢ idade mínima de 55 anos, se homem e, de 52 anos, se mulher;
➢ pedágio de 100% do tempo que faltava, em 13/11/2019, para completar 30 anos de contribuição, se
homem, e 25 anos de contribuição, se mulher;
➢ 20 anos de exercício efetivo no serviço público;
➢ 05 anos de exercício efetivo no cargo em que se dará a aposentadoria.

Regra de transição – PEDÁGIO 100% - Professores que se dedicam exclusivamente às


funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio
REQUISITOS
55 anos de idade
Cumprir o total de 30 anos de contribuição
HOMENS Contribuir adicional de 100% do tempo que, em 13/11/19, faltava para
completar 30 anos de contribuição.

REQUISITOS
52 anos de idade
Cumprir o total de 25 anos de contribuição
MULHERES
Contribuir adicional de 100% do tempo que, em 13/11/19, faltava para
completar 25 anos de contribuição

Servidores de ambos os - 20 anos de efetivo exercício no serviço público


sexos
- 05 anos no cargo em que se dará a aposentadoria.

No que diz respeito ao valor da aposentadoria, há que se saber se o servidor ingressou antes ou após a EC
nº 41/2003.

A) Se o servidor público federal ingressou no serviço público em cargo efetivo até 31 de dezembro de
2003 e não aderiu ao plano de previdência complementar da União, a renda mensal inicial da
aposentadoria será equivalente à totalidade da remuneração do cargo em que se der a
aposentadoria. Continuam com direito à paridade e à integralidade de seus proventos.

B) Se o servidor público federal ingressou no serviço público em cargo efetivo até 31 de dezembro de
2003 e aderiu ao plano de previdência complementar da União ou ingressou no serviço público
após 31/12/2003, a renda mensal inicial da aposentadoria será equivalente à:
o 100% da média aritmética simples dos salários de contribuição, atualizados
monetariamente, correspondentes a 100% do período contributivo desde a competência
julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.
Nessa regra de transição não se aplica 60% da média dos salários de contribuição/remuneração do servidor
e o acréscimo de 2% para cada ano que exceder os 20 anos de contribuição.

46
RENDA MENSAL DA APOSENTADORIA DO SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL –

2ª REGRA DE TRANSIÇÃO – 100% PEDÁGIO


Servidor com ingresso no serviço público até Servidor com ingresso no serviço público até
31/12/2003 31/12/2003
sem adesão ao RPC com adesão ao RPC

100% da média aritmética simples dos salários de


100% da remuneração do cargo em que se der a contribuição, atualizados monetariamente,
aposentadoria. correspondentes a 100% do período contributivo
desde a competência julho de 1994 ou desde o início
da contribuição, se posterior àquela competência.
Direito à paridade e à integralidade. Benefício limitado ao teto do RGPS.
Reajuste pelos índices legais do RGPS.
Servidor com ingresso no serviço público após Servidor com ingresso no serviço público após
31/12/2003 e antes da vigência do RPC 31/12/2003 e antes da vigência do RPC
sem adesão ao RPC com adesão ao RPC

100% da média aritmética simples dos salários de 100% da média aritmética simples dos salários de
contribuição, atualizados monetariamente, contribuição, atualizados monetariamente,
correspondentes a 100% do período contributivo correspondentes a 100% do período contributivo
desde a competência julho de 1994 ou desde o início desde a competência julho de 1994 ou desde o início
da contribuição, se posterior àquela competência. da contribuição, se posterior àquela competência.

Benefício não limitado ao teto do RGPS. Benefício limitado ao teto do RGPS.


Reajuste pelos índices legais do RGPS. Reajuste pelos índices legais do RGPS.
Servidor com ingresso no serviço público após a
vigência do RPC
com ou sem adesão ao RPC

100% da média aritmética simples dos salários de


contribuição, atualizados monetariamente,
correspondentes a 100% do período contributivo
desde a competência julho de 1994 ou desde o início
da contribuição, se posterior àquela competência.
Benefício limitado ao teto do RGPS.
Reajuste pelos índices legais do RGPS.

3.2.3. 3ª Regra de transição – aposentadoria especial

Essa regra será aplicada ao servidor público federal que tiver ingressado no serviço público até 13/11/2019
e cujas atividades tenham sido exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos
prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes.
47
O servidor público federal terá que cumprir:

➢ do tempo mínimo de contribuição que já era exigido antes da Reforma Previdenciária – 25 anos de
efetiva exposição aos agentes prejudiciais à saúde;
➢ tempo mínimo de exercício efetivo no serviço público – 20 anos;
➢ tempo de exercício efetivo no cargo em que se dará a aposentadoria - 05 anos e
➢ uma pontuação mínima, somando-se a idade e o tempo de contribuição servidor no momento da
solicitação da aposentadoria.
➢ Poderá ser somado todo o tempo de contribuição para se obter a pontuação mínima.

3ª Regra de transição do servidor público federal


Aposentadoria especial

Tempo de efetivo exercício Tempo no cargo da Tempo de efetiva exposição a


Idade + tempo de contribuição
no serviço público aposentadoria agentes prejudicais à saúde

20 anos 05 anos 25 anos 86 pontos

Nessa 3ª regra de transição, não é exigida idade mínima para o servidor público federal.

A Emenda Constitucional nº 103/2019 dispõe no art. 21:

O segurado ou o servidor público federal que se tenha filiado ao Regime Geral de Previdência Social ou
ingressado no serviço público em cargo efetivo até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional
cujas atividades tenham sido exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos
prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou
ocupação, desde que cumpridos, no caso do servidor, o tempo mínimo de 20 (vinte) anos de efetivo exercício
no serviço público e de 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria ,na forma dos
arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, poderão aposentar-se quando o total da soma resultante
da sua idade e do tempo de contribuição e o tempo de efetiva exposição forem, respectivamente, de:
I – 66 (sessenta e seis) pontos e 15 (quinze) anos de efetiva exposição
II – 76 (setenta e seis) pontos e 20 (vinte) anos de efetiva exposição; e
III – 86 (oitenta e seis) pontos e 25 (vinte e cinco) anos de efetiva exposição.
§ 1º A idade e o tempo de contribuição serão apurados em dias para o cálculo do somatório de pontos a que
se refere o caput.
§ 2º O valor da aposentadoria de que trata este artigo será apurado na forma da lei.

O valor inicial da aposentadoria especial corresponderá a:

➢ 60% (sessenta por cento) da média aritmética dos salários de contribuição do segurado, atualizados
monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a
competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência;
➢ com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 (vinte) anos de
contribuição.

48
3.2.4. 4ª Regra de transição – aposentadoria dos policiais

Essa regra veio contemplar, além dos policiais federais, aqueles servidores que ocupam cargo de agente
penitenciário e de agente socioeducativo e os policiais civis do Distrito Federal. Terão que cumprir:

➢ tempo mínimo de contribuição – 30 anos, se homem e, 25 anos, se mulher;


➢ idade mínima – 53 anos, se homem e, 52 anos, se mulher;
➢ pedágio de 100% do tempo que faltava, em 13/11/2019, para completar 30 anos de contribuição, se
homem, e 25 anos de contribuição, se mulher;
➢ tempo mínimo de exercício efetivo em cargo de natureza policial – 20 anos, se homem e, 15 anos,
se mulher.

Estão enquadrados nessa regra, para fins de aposentadoria, o:

➢ agente penitenciário,
➢ agente socioeducativo,
➢ policial federal,
➢ policial rodoviário federal,
➢ policial ferroviário federal,
➢ policial legislativo da Câmara Federal
➢ policial legislativo do Senado Federal,
➢ policial civil do Distrito Federal12
Regra de transição – PEDÁGIO 100%

Policial federal, policial rodoviário federal, policial ferroviário federal, policial legislativo da Câmara Federal e do
Senado Federal, agente penitenciário e agente socioeducativo, policial civil do Distrito Federal
REQUISITOS
53 anos de idade
30 anos de contribuição com, pelo menos, 20 anos de exercício efetivo em cargo de natureza
HOMENS
policial.
adicional de 100% do tempo que, em 13/11/19, faltava para completar 30 anos de
contribuição.
REQUISITOS
52 anos de idade
MULHERES 25 anos de contribuição, com, pelo menos, 15 anos de exercício efetivo em cargo de natureza
policial.
adicional de 100% do tempo que, em 13/11/19, faltava para completar 25 anos de
contribuição.

12 A União é responsável por organizar a polícia civil do Distrito Federal, conforme dispõe o art. 21, inciso XIV, da Constituição Federal.
49
No que diz respeito ao valor da aposentadoria, há que se saber se o servidor ingressou antes ou após a EC
nº 41/2003.

A) Se o servidor público federal ingressou no serviço público em cargo efetivo até 31 de dezembro de
2003 e não aderiu ao plano de previdência complementar da União, a renda mensal inicial da aposentadoria
será equivalente à totalidade da remuneração do cargo em que se der a aposentadoria. Continuam com
direito à paridade e à integralidade de seus proventos.

B) Se o servidor público federal ingressou no serviço público em cargo efetivo até de 31 de dezembro
de 2003 e aderiu ao plano de previdência complementar da União ou ingressou no serviço público após
31/12/2003, a renda mensal inicial da aposentadoria será equivalente à:
o 100% da média aritmética simples dos salários de contribuição, atualizados monetariamente,
correspondentes a 100% do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou
desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.

3.3. Pensão por morte do servidor público federal

A pensão por morte do servidor público federal foi objeto de alteração trazida pela EC nº 103/2019.

Não se pode esquecer das regras impostas pela nova redação do art. 40 da Constituição Federal já abordada
na aula 06.

O benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, a qual
tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores policiais, agentes penitenciários e
socioeducativos de que trata o § 4º-B do art. 40 da Constituição Federal, decorrente de agressão sofrida no
exercício ou em razão da função.

É imperioso chamar a atenção para o fato de que a pensão por morte de servidor público poderá ser paga
em valor inferior a 01 (um) salário mínimo quando o dependente tiver outra fonte formal de renda.

A garantia de a pensão por morte do servidor não poder ser inferior a 01 (um) salário mínimo
é aplicada somente quando se tratar da única fonte de renda forma auferida pelo dependente.

A EC nº 103/2019 dispõe que as regras sobre pensão por morte poderão ser alteradas na forma da lei para
o regime próprio de previdência social da União.

Dispõe, também, que o tempo de duração da pensão por morte e das cotas individuais por dependente até
a perda dessa qualidade, o rol de dependentes e sua qualificação e as condições necessárias para
enquadramento serão aqueles estabelecidos na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.

50
3.3.1. Beneficiários

Como a EC n. 103/2019 dispõe que o rol de dependentes e sua qualificação e as condições necessárias para
enquadramento serão aqueles estabelecidos na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, no caso do servidor
público federal, deve-se atentar para o disposto na relação do art. 16 da Lei de Benefícios e não mais no art.
217 da Lei n. 8.112/90.

Art. 23...
§ 4º O tempo de duração da pensão por morte e das cotas individuais por dependente até a perda dessa
qualidade, o rol de dependentes e sua qualificação e as condições necessárias para enquadramento serão
aqueles estabelecidos na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.

Assim, pode-se concluir que os beneficiários da pensão por morte do servidor federal são:

I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21


(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
II – os pais;
III – o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;

A existência de dependentes em uma classe superior exclui a possibilidade de se conceder benefício aos
dependentes da classe inferior.

O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho desde que comprovada a dependência econômica do
servidor.

E quanto a essa equiparação, a EC nº 103/2019 deixou bem claro o entendimento do legislador de que não
haveria outra pessoa equiparada a filho além do enteado e do menor sob tutela, ao dispor no §6º do art.
23:

§ 6º Equiparam-se a filho, para fins de recebimento da pensão por morte, exclusivamente o enteado e o menor
tutelado, desde que comprovada a dependência econômica.

A segunda classe é composta pela mãe e pelo pai do servidor. Esses dependentes têm que comprovar a
dependência econômica do servidor na data do fato gerador do benefício a ser concedido.

A terceira classe é composta pelo irmão menor de vinte e um anos ou inválido ou com deficiência intelectual
ou mental ou com deficiência grave que deverá comprovar dependência econômica do servidor.

51
DEPENDENTES DO SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL

- cônjuge,
1ª classe – - companheiro ou companheira que comprove união estável como entidade familiar,
classe preferencial - filho, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência
intelectual ou mental ou deficiência grave;

2ª classe - pai e mãe, desde que comprovem dependência econômica do servidor;

- irmão, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência


3ª classe intelectual ou mental ou deficiência grave. Precisa comprovar dependência econômica
do servidor.

3.3.2. Do valor da pensão por morte

O valor da pensão por morte do servidor federal será calculado nos moldes preconizados pelo art. 23 da
Emenda Constitucional nº 103/2019. Não mais se aplica, no caso, o disposto na Lei nº 10.887/2004.

A nova regra é válida para óbitos ocorridos a partir de 14/11/2019.

A pensão por morte do servidor público federal terá o valor equivalente a:

➢ uma cota de 50% do valor da aposentadoria que o servidor recebia ou daquela a que teria direito se
estivesse aposentado por incapacidade permanente na data de seu óbito,
➢ acrescido de 10% por dependente até o máximo de 100%.

Número de dependentes Acréscimo à cota de 50% Percentual da pensão por morte


01 10% 60%
02 20% 70%
03 30% 80%
04 40% 90%
05 ou mais 50% 100%

João, aposentado, faleceu em janeiro de 2020, deixando 02 dependentes.


O valor de sua aposentadoria, na data do óbito, era de R$12.000,00.
A pensão por morte será de 70% do valor da aposentadoria de João - R$ 8.400,00.
Cada dependente receberá o valor de R$ 4.200,00.
Se João tivesse deixado 04 dependentes, o valor da pensão seria equivalente a 90% de 12.000,00
– R$ 10.800,00. Cada dependente receberia uma cota de R$ 2.700,00.

52
Caso exista dependente inválido ou com deficiência mental, intelectual ou grave no conjunto de
dependentes habilitados, o valor do benefício será equivalente a:

➢ 100% do valor da aposentadoria recebida pelo servidor ou daquela a que teria direito se estivesse
aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, até o limite máximo de benefícios do
RGPS e
➢ uma cota familiar de 50% acrescida de cotas de 10% por dependente, até o máximo de 100%, para
o valor que superar o limite máximo de benefícios do RGPS.

João, aposentado, faleceu em janeiro de 2021, deixando 02 dependentes, sendo um deles


inválido.
O valor de sua aposentadoria, na data do óbito, era de R$12.000,00.

A pensão por morte será de 100% do valor da aposentadoria de João porque há, no conjunto de
dependentes, uma pessoa inválida.
O valor da pensão por morte será de composto das seguintes parcelas:
- de R$ 6.433,57, correspondente ao valor máximo estabelecido para os benefícios do RGPS (teto
do INSS);
- de R$ 3.896,50, correspondente a 70% do valor que supera R$ 6.433,57 [0,7 (12.000,00 –
6.433,57)]
O valor da pensão por morte será de R$ 10.330,07.
Cada dependente receberá o valor de R$ 5.165,03.

Se João tivesse 04 dependentes, sendo um inválido, o valor da pensão por morte seria:
- de R$ 6.433,57, correspondente ao limite máximo dos benefícios do RGPS;
- de R$5.009,79, correspondente a 90% do valor que supera R$ 6.433,57 [0,7 (12.000,00 –
6.433,57)].
O valor da pensão por morte seria de R$ 11.443,36.
Cada dependente receberá o valor de R$ 2.860,84.

Quando não houver mais dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor da
pensão deverá ser recalculado na forma da regra geral.

Retomando o exemplo de João, caso o dependente inválido perdesse a qualidade de


dependente, restando apenas 01dependente habilitado, a pensão por morte teria o valor de 60%
do valor da aposentadoria. Seria igual a R$ 7.200,00.

Veja que em todos os casos, a pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos
em parte iguais.

As cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão reversíveis aos demais
dependentes, preservado o valor de 100% (cem por cento) da pensão por morte quando o número de
dependentes remanescente for igual ou superior a 5 (cinco).
53
Exemplo:

João, aposentado, faleceu em 01 de março de 2020, deixando 02 dependentes.


O valor de sua aposentadoria, na data do óbito, era de R$5.000,00.

A pensão por morte será de 70% do valor da aposentadoria de João - R$ 3.500,00.


Cada dependente receberá o valor de R$ 1.750,00.

Se um dependente perder sua qualidade, o valor da pensão por morte do outro será 60% da
aposentadoria – R$ 3.000,00. A cota daquele que perdeu a qualidade de dependente não é
revertida para o monte do benefício.

Merece destaque a pensão por morte do policial civil do Distrito Federal, do policial legislativo da Câmara
e do Senado Federal, do policial federal, do policial rodoviário federal, do policial ferroviário federal e dos
ocupantes dos cargos de agente federal penitenciário o socioeducativo. Quando a morte desses servidores
for decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função, a pensão por morte será vitalícia
para o cônjuge ou companheiro e equivalente à remuneração do cargo.

3.3.3. Perda e cessação da pensão por morte do servidor público federal

As regras de perda e cessação da pensão por morte do servidor federal já eram assim, antes mesmo da nova
Reforma Previdenciária, e continuam em vigor.

➢ Após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado pela prática de crime de que tenha
dolosamente resultado a morte do servidor, perde o direito à pensão. Essa regra é aplicada para
todos os dependentes.

➢ O cônjuge, o companheiro ou a companheira perderá o direito à pensão por morte do servidor se


comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na união estável, ou a
formalização desses com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário, apuradas em processo
judicial no qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.

➢ O direito à percepção de cada cota individual de pensão por morte cessará:


I) pela morte do pensionista;
II) para filho, pessoa a ele equiparada ou irmão, de ambos os sexos, ao completar 21 (vinte e um)
anos de idade, salvo se for inválido ou com deficiência intelectual ou mental ou com deficiência
grave;
III) para filho ou irmão inválido, pela cessação da invalidez;
IV) para filho ou irmão que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, pelo
afastamento da deficiência;
V) com a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a concessão da pensão por morte
ao cônjuge;
54
Em relação à cota de pensão do cônjuge ou companheiro, a regra é de que o benefício não é
mais vitalício.

A pensão por morte de cônjuge, companheiro e companheira do servidor público federal cessará:

a) após 04 meses, se o óbito do servidor ocorrer sem que ele tenha vertido 18 (dezoito) contribuições
mensais ou se o casamento ou a união estável tiver sido iniciado há menos de 2 (dois) anos do óbito do
servidor, salvo nos casos em que a morte decorrer de acidente de qualquer natureza, de doença profissional
ou do trabalho;

b) após os períodos descritos na tabela abaixo13, estabelecidos de acordo com a idade do beneficiário na
data de óbito do servidor, se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e, pelo
menos, 2 (dois) anos após o início do casamento ou da união estável. O mesmo acontece se a morte do
servidor ocorrer de acidente de qualquer natureza ou causa, ainda que não tenha o servidor 18 contribuições
mensais e 02 anos de casamento ou união estável na data da sua morte.

Idade do cônjuge, companheiro(a) na data do óbito do servidor Duração da pensão por morte

Menor que 22 anos 3 anos

Entre 22 e 27 anos 6 anos

Entre 28 e 30 anos 10 anos

Entre 31 e 41 anos 15 anos

Entre 42 e 44 anos 20 anos

Com 45 ou mais anos Vitalícia

c)após a cessação da invalidez ou o afastamento da deficiência, respeitados os períodos mínimos de 04


meses ou da tabela acima, se o beneficiário for inválido ou possuir deficiência.

13 A tabela já está atualizada para óbitos ocorridos a partir de janeiro de 2021.


55
Regras para concessão
Número de contribuições do
de pensão por morte ao
servidor falecido e tempo de Tempo de duração da pensão por morte
cônjuge, companheiro,
casamento ou união estável
companheira

– menos de 18 contribuições
mensais; ou
Regra I – casamento/união estável há 04 meses
menos de 02 anos da data do
óbito.

Tempo de
Idade do cônjuge na data do
duração da
óbito do segurado
pensão
Regra II
A pensão será temporária – 18 ou mais contribuições 03 anos Menor que 22
ou vitalícia, dependendo mensais; e
06 anos Entre 22 e 27
da idade do cônjuge, – casamento/união estável há,
companheiro e pelo menos, 02 anos da data do 10 anos Entre 28 e 30
companheira na data do óbito.
15 anos Entre 31 e 41
óbito do servidor.
20 anos Entre 42 e 44

Vitalícia 45 anos ou mais

Tempo de
Idade do cônjuge na data do
duração da
– mesmo não havendo 18 ou óbito do segurado
pensão
mais contribuições do segurado
e 02 anos ou mais de 03 anos Menor que 22
casamento/união estável até a
06 anos Entre 22 e 27
data do óbito do segurado,
Regra III
– a morte decorre de acidente 10 anos Entre 28 e 30
de qualquer natureza ou de
15 anos Entre 31 e 41
doença profissional ou do
trabalho. 20 anos Entre 42 e 44

45 anos ou mais
Vitalícia

56
Regras para concessão
Número de contribuições do
de pensão por morte ao
servidor falecido e tempo de Tempo de duração da pensão por morte
cônjuge, companheiro,
casamento ou união estável
companheira

– menos de 18 contribuições
mensais; ou
– casamento/união estável há Até a cessação da invalidez ou o afastamento da
menos de 02 anos até a data do deficiência, garantido, no mínimo, o prazo de 04
Regra IV
óbito; meses.
– cônjuge/companheiro(a)
inválido ou com deficiência

– 18 ou mais contribuições
mensais; e
– casamento/união estável há,
pelo menos, 02 anos até a data
do óbito ou Até a cessação da invalidez ou o afastamento da
Regra V – morte do servidor decorrente deficiência, garantido, no mínimo, o prazo da
de acidente de qualquer tabela da regra II.
natureza ou doença
profissional ou do trabalho;
– cônjuge/companheiro(a)
inválido ou com deficiência

Para exemplificar, confira as situações a seguir:

PERGUNTA RESPOSTA
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA

Rosa, servidora pública federal desde o Joaquim terá direito à SIM. Joaquim terá direito à pensão por morte
ano de 2010 casou-se, há um ano, com pensão por morte de de Rosa por apenas 04 meses, uma vez que o
Joaquim. Num domingo de manhã, sentiu Rosa? casamento iniciou há menos de 02 anos da
um mal súbito e veio a falecer. data do óbito da servidora.

57
Renata, procuradora federal há 13 anos, Sandra terá direito à SIM. Sandra é companheira de Renata,
mantinha união estável com Sandra há 01 pensão por morte de figurando, portanto, na qualidade de
ano. Renata? dependente.
Ontem, as duas saíram para comemorar o Embora a união estável entre Sandra e Renata
aniversário de Sandra e, quando voltavam tenha apenas 01 ano até a data do óbito da
para casa, sofreram um acidente servidora, a morte de Renata foi decorrente
automobilístico que culminou na morte de acidente, o que leva à isenção do
de Renata. cumprimento da exigência de haver união
Sandra tinha 40 anos na data do óbito de estável há pelo menos 02 anos até o óbito.
Renata. Renata tinha mais de 18 contribuições para o
RPPS.
Sandra vai receber pensão por morte por 15
anos, porque na data do óbito da servidora
ela tinha entre 31 e 41 anos.

Aparecida ficou viúva aos 23 anos de Aparecida terá direito à SIM. Aparecida terá direito à pensão na
idade após viver em união estável com pensão por morte de condição de companheira.
Júlio pelo período de 3 anos. Júlio? No entanto, receberá o benefício por 06 anos,
Júlio era aposentado do Tribunal Regional porque na data do óbito do servidor ela tinha
Federal da 3ª Região. entre 22 e 27 anos.

Mirtes ficou viúva aos 48 anos de idade Mirtes terá direito à SIM. Mirtes terá direito à pensão na condição
após viver com Luís pelo período de 13 pensão por morte de Luís? de companheira.
anos. Terá pensão vitalícia porque:
Luís era servidor do Ministério da Fazenda – o servidor tinha mais de 18 contribuições;
há 12 anos. – até a data do óbito, havia união estável há
mais de 02 anos;
– Mirtes tinha 45 ou mais anos na data da
morte de Luís.

Mateus ficou viúvo aos 28 anos de idade Mateus terá direito à SIM. Mateus terá direito à pensão na
após um casamento de 05 anos com pensão por morte de condição de cônjuge.
Isabel. Isabel? Terá pensão até que cesse sua invalidez.
Após o casamento, Mateus sofreu um Caso sua recuperação aconteça antes de 10
acidente e ficou completamente inválido, anos da data do início da pensão, ser-lhe-á
situação que se mantinha na data do óbito garantida a pensão pelo prazo de 10 anos
de Isabel. porque:
A morte de Isabel decorreu de um – a morte da servidora decorreu de acidente
acidente automobilístico, quando voltava de qualquer natureza ou causa, não
de viagem de férias. exigindo 18 ou mais contribuições do
Isabel contava com 12 contribuições ao servidor.
RPPS da União e nunca tinha, antes,
contribuído para o RGPS.

58
Na hipótese de o servidor público federal estar, na data de seu falecimento, obrigado por determinação
judicial a pagar alimentos temporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-companheira, a pensão por
morte será devida pelo prazo remanescente na data do óbito, caso não incida outra hipótese de
cancelamento anterior do benefício.

3.3.4. Acumulação de pensões e aposentadorias

Com a Reforma Previdenciária trazida pela EC nº 103/2019, restou determinado que o recebimento de
pensão por morte de cônjuge/companheiro poderá ser acumulado com pensão de outro regime ou com
aposentadoria. Porém, o segundo benefício sofrerá a aplicação de um redutor, caso seja maior do que 01
salário mínimo.

A pensão por morte pode ser recebida juntamente com a aposentadoria. Isso porque a pensão é concedida
enquanto a pessoa é enquadrada como dependente e a aposentadoria é concedida na qualidade de
segurado.

Veja a posição da TNU em relação ao trabalhador rural na Súmula nº 36 da TNU:

não há vedação legal à cumulação da pensão por morte de trabalhador rural com o benefício da
aposentadoria por invalidez, por apresentarem pressupostos fáticos e fatos geradores distintos.

É vedada a acumulação de mais de uma pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro, no âmbito
do mesmo regime de previdência social.

No entanto, caso o servidor federal ocupe cargos acumuláveis, poderá o cônjuge ou companheiro(a) receber
mais de uma pensão por morte paga pelo mesmo regime de previdência social.

Confira o que dispõe o art. 24 da EC nº 103/2019:

Art. 24. É vedada a acumulação de mais de uma pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro, no
âmbito do mesmo regime de previdência social, ressalvadas as pensões do mesmo instituidor decorrentes do
exercício de cargos acumuláveis na forma do art. 37 da Constituição Federal.
§ 1º Será admitida, nos termos do § 2º, a acumulação de:
I – pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de um regime de previdência social com pensão por
morte concedida por outro regime de previdência social ou com pensões decorrentes das atividades militares
de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal;
II – pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de um regime de previdência social com
aposentadoria concedida no âmbito do Regime Geral de Previdência Social ou de regime próprio de previdência
social ou com proventos de inatividade decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da
Constituição Federal; ou
III – pensões decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142da Constituição Federal com
aposentadoria concedida no âmbito do Regime Geral de Previdência Social ou de regime próprio de previdência
social.
§ 2º Nas hipóteses das acumulações previstas no § 1º, é assegurada a percepção do valor integral do benefício
mais vantajoso e de uma parte de cada um dos demais benefícios, apurada cumulativamente de acordo com
as seguintes faixas:

59
I – 60% (sessenta por cento) do valor que exceder 1 (um) salário-mínimo, até o limite de 2 (dois) salários-
mínimos;
II – 40% (quarenta por cento) do valor que exceder 2 (dois) salários-mínimos, até o limite de 3 (três) salários-
mínimos;
III – 20% (vinte por cento) do valor que exceder 3 (três) salários-mínimos, até o limite de 4 (quatro) salários-
mínimos; e
IV – 10% (dez por cento) do valor que exceder 4 (quatro) salários-mínimos.
§ 3º A aplicação do disposto no § 2º poderá ser revista a qualquer tempo, a pedido do interessado, em razão
de alteração de algum dos benefícios.

POSSIBILIDADE DE ACUMULAR PENSÃO POR MORTE

Pensão por morte de cônjuge/companheiro de um Pensão de outro regime


regime
Pensão decorrente de atividade militar

Pensão por morte de cônjuge/companheiro de um Aposentadoria do RGPS


regime
Aposentadoria de RPPS

Proventos de inatividade decorrentes das atividades


militares

Pensões decorrentes de atividades militares Aposentadoria do RGPS

Aposentadoria do RPPS

Haverá a percepção do valor integral do benefício mais vantajoso e de uma parte de cada um dos demais
benefícios, apurada progressivamente:

VALOR DO BENEFÍCIO MENOS VANTAJOSO VALOR A RECEBER (%) REDUTOR (%)

Até 01 salário mínimo 100% 0

Mais de 01 a até 02 salários mínimos 60% 40%

Mais de 02 até 03 salários mínimos 40% 60%

Mais de 03 até 04 salários mínimos 20% 80%

Mais de 04 salários mínimos 10% 90%

60
Exemplo:

➢ João recebe aposentadoria como servidor público da União no valor de R$ 13.200,00.


➢ Acaba de ficar viúvo de Rosa que era servidora do Estado do Mato Grosso. A pensão por morte de Rosa
será concedida a João no valor de R$ 8.000,00.
➢ João poderá receber sua aposentadoria com a pensão por morte deixada por Rosa.
➢ Porém, o benefício menos vantajoso deverá sofrer redução, nos moldes do que dispõe o art. 24 da EC nº
103/2019.
➢ Considerando que o benefício menos vantajoso é de R$ 8.000,00, sobre ele se aplicará o redutor:
Parcela – R$ Redutor % Paga-se % Total devido -R$

1.100,00 0 100 1.100,00

1.100,01 a 2.200,00 40 60 660,00

2.200,01 a 3.300,00 60 40 440,00

3.300,01 a 4.400,00 80 20 220,00

Acima de 4.400,00 90 10 360,00

(8.000,00 – 4.400,00 =
3.600,00)

TOTAL DEVIDO DE PENSÃO POR MORTE 2.780,00

➢ João receberá aposentadoria no valor de R$ 13.200,00 e pensão por morte no valor de R$ 2.780,00
(1.100,00 + 660,00 + 440,00 + 220,00 + 360,00).

61
PENSÃO POR MORTE DO SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL

• Cônjuge; companheiro(a); filho, de qualquer condição, não emancipado,


menor de 21 anos ou inválido ou com deficiência intelectual ou mental ou
deficiência grave.
BENEFICIÁRIOS
• os pais, desde que comprovem dependência econômica;

• o irmão, de qualquer condição, não emancipado, menor de 21 anos ou


inválido ou com deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave.

REQUISITOS • óbito ou morte presumida do servidor.

CARÊNCIA Não exige carência mínima de contribuições

- Regra geral:
➢ uma cota de 50% do valor da aposentadoria que o servidor recebia
ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por incapacidade
permanente na data de seu óbito,
➢ acrescida de 10% por dependente até o máximo de 100%.

VALOR DA PENSÃO - Quando houver dependente inválido, com deficiência mental, intelectual
ou grave:
➢ 100% do valor da aposentadoria que o servidor recebia ou daquela a
que teria direito se estivesse aposentado por incapacidade
permanente na data de seu óbito, até o valor máximo estabelecido
para os benefícios do RGPS; e

62
➢ uma cota familiar de 50% acrescida de cotas de 10% por
dependente, até o máximo de 100%, do valor que superar o limite
máximo de benefícios do RGPS.

- Quando a morte do policial civil do Distrito Federal, do policial legislativo


da Câmara e do Senado Federal, do policial federal, do policial rodoviário
federal, do policial ferroviário federal e dos ocupantes dos cargos de agente
federal penitenciário o socioeducativo for decorrente de agressão sofrida no
exercício ou em razão da função:
➢ 100% da remuneração do cargo.

• 04 meses, se não tiver o servidor 18 contribuições mensais ou se o


casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 02 anos
antes do óbito do servidor;
• 03, 06, 10, 15, 20 anos ou vitalícia, conforme tabela já demonstrada, se o
servidor tiver 18 ou mais contribuições e o casamento ou a união estável
tiverem sido iniciados há, pelo menos, 02 anos da data do óbito do servidor
DURAÇÃO DA ou, ainda, se a morte decorrer de acidente de qualquer natureza ou doença
PENSÃO POR MORTE profissional ou do trabalho.
DE CÔNJUGE/ • Até a cessação da invalidez ou o afastamento da deficiência, respeitados os
COMPANHEIRO(A) períodos mínimos descritos acima.

- Será vitalícia, em caso de morte decorrente de agressão sofrida no exercício


ou em razão da função de policial civil do Distrito Federal, de policial
legislativo da Câmara e do Senado Federal, de policial federal, de policial
rodoviário federal, de policial ferroviário federal e de ocupantes dos
cargos de agente federal penitenciário o socioeducativo.

3.4. Abono de permanência em serviço

O abono de permanência em serviço se manteve para os servidores públicos efetivos.

O abono de permanência foi instituído pela Emenda Constitucional nº 41/2003, como um estímulo financeiro
para que o servidor, em condições de aposentar-se, permanecesse em atividade14.

14 Art. 40, § 19, CF.


63
Chamo a atenção de que, com a nova redação do §19 do art. 40 da Constituição Federal, o
servidor titular de cargo efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que
opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, no máximo,
ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória.

Cada ente federativo deverá estabelecer, por lei, os critérios para sua concessão, se assim quiser. E o abono
não precisará ser equivalente ao valor da contribuição previdenciária do servidor ativo.

ANTES DA REFORMA PREVIDENCIÁRIA APÓS A REFORMA PREVIDENCIÁRIA


CF CF

Art. 40... Art. 40...

§19. O servidor de que trata este artigo que tenha §19. Observados critérios a serem estabelecidos em
completado as exigências para aposentadoria lei do respectivo ente federativo, o servidor titular de
voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por cargo efetivo que tenha completado as exigências
permanecer em atividade fará jus a um abono de para a aposentadoria voluntária e que opte por
permanência equivalente ao valor da sua permanecer em atividade poderá fazer jus a um
contribuição previdenciária até completar as abono de permanência equivalente, no máximo, ao
exigências para aposentadoria compulsória valor da sua contribuição previdenciária, até
contidas no § 1º, II. (Incluído pela Emenda completar a idade para aposentadoria
Constitucional nº 41, 19.12.2003) compulsória. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

3.5. Do custeio do regime próprio do servidor público federal

O regime próprio de previdência social dos servidores públicos federais tem caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição da União, dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, observados
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

Quando houver déficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas poderá incidir sobre
o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que supere 01 (um) salário mínimo.

Demonstrada a insuficiência da medida acima para equacionar o déficit atuarial, é facultado à União a
instituição de contribuição extraordinária, dos servidores públicos ativos, dos aposentados e dos
pensionistas. Essa contribuição extraordinária, no entanto, deverá ser instituída simultaneamente com
outras medidas para equacionamento do déficit e vigorará por período determinado, contado da data de
sua instituição. A contribuição extraordinária poderá ser instituída por lei e pelo prazo máximo de 20 anos.

64
A Reforma Previdenciária, trazida pela EC nº 103/2019, alterou o texto do art. 149 da Constituição Federal,
passando a permitir que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotem alíquotas
progressivas às contribuições de custeio de seus regimes próprios de previdência.

No caso da União, já foram adotadas as alíquotas progressivas para a contribuição do servidor efetivo, dos
aposentados e pensionistas do regime próprio de previdência social:

A partir da competência de março de 2020, incidirá, de forma progressiva a contribuição previdenciária para
o custeio do regime próprio de previdência dos servidores públicos federais. A alíquota da contribuição
previdenciária será de 14% (quatorze por cento). Essa alíquota será reduzida ou aumentada, considerando o
valor da base de contribuição ou do benefício recebido, de acordo com os seguintes parâmetros15:

A alíquota de 14%, reduzida ou majorada, será aplicada de forma progressiva sobre a base de contribuição
do servidor ativo, incidindo cada alíquota sobre a faixa de valores compreendida nos respectivos limites.
Incidirá sobre:

a) a totalidade da base de contribuição, quando o servidor tiver ingressado no serviço público até a data da
vigência do regime de previdência complementar para os servidores públicos federais titulares de cargo
efetivo e não tiver optado por aderir a ele;

b) a parcela da base de contribuição que não exceder ao limite máximo estabelecido para os benefícios
do RGPS, quando o servidor tiver ingressado no serviço público até a data da vigência do regime de
previdência complementar para os servidores públicos federais titulares de cargo efetivo e tiver optado
por aderir a ele. A contribuição para o regime de previdência complementar incidirá sobre a parcela que
exceder ao limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS.

c) a parcela da base de contribuição que não exceder ao limite máximo estabelecido para os benefícios do
RGPS, quando o servidor tiver ingressado no serviço público a partir da data da vigência do regime de
previdência complementar para os servidores públicos federais titulares de cargo efetivo,
independentemente de adesão a ele. Caso venha aderir o servidor ao plano de previdência complementar,
a contribuição para esse regime incidirá sobre a parcela que exceder ao limite máximo estabelecido para os
benefícios do RGPS.

15. Valores para 2021, nos termos da Portaria SEPRT/ME n. 636/2021.


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CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DO SERVIDOR PÚBLICO ATIVO PARA O RPPS DA UNIÃO

14%, com redução ou majoração incidentes sobre a Quando o servidor tiver ingressado no serviço público

totalidade da base de contribuição. até a data da vigência do regime de previdência


complementar para os servidores públicos federais titulares
de cargo efetivo e não tiver optado por aderir a ele.

parcela da base de contribuição que não exceder o limite até a data da vigência do regime de previdência
máximo estabelecido para os benefícios do RGPS. complementar para os servidores públicos federais titulares
de cargo efetivo e tiver optado por aderir a ele.

parcela da base de contribuição que não exceder o limite a partir da data da vigência do regime de previdência
máximo estabelecido para os benefícios do RGPS. complementar para os servidores públicos federais titulares
de cargo efetivo, independentemente de adesão a ele.

A exigência de contribuição previdenciária alcançará os aposentados e pensionistas, cuja base de cálculo será
o valor que excede o valor máximo estabelecido para os benefícios do RGPS. O percentual da contribuição
(alíquota) será o mesmo para os dois grupos de inativos e pensionistas (anteriores e posteriores à EC nº
41/03), sendo esse percentual igual ao estabelecido para os servidores em atividade.

A alíquota de contribuição de 14%, com a redução ou a majoração, será devida pelos aposentados e
pensionistas de quaisquer dos Poderes da União, incluídas suas entidades autárquicas e suas fundações, e
incidirá sobre o valor da parcela dos proventos de aposentadoria e de pensões que supere o limite máximo
estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, hipótese em que será considerada
a totalidade do valor do benefício para fins de definição das alíquotas aplicáveis.

Com Reforma Previdenciária, aposentados e pensionistas que forem portadores de doença incapacitante
contribuirão sobre a parcela dos proventos de aposentadoria e de pensões que supere o limite máximo
estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Foi retirada a hipótese de contribuir
apenas sobre a parcela dos proventos de aposentadoria e de pensões que superasse o dobro do limite
máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

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