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REGIMES PREVIDENCIÁRIOS

FRANCISLENE PEREIRA DA SILVA


Professora Francislene Pereira da Silva 1
LEI 8.213/91
Art. 9º A Previdência Social compreende:
I - o Regime Geral de Previdência Social;
II - o Regime Facultativo Complementar de Previdência
Social.
§ 1º O Regime Geral de Previdência Social - RGPS
garante a cobertura de todas as situações expressas
no art. 1º desta Lei, exceto as de desemprego
involuntário, objeto de lei específica, e de
aposentadoria por tempo de contribuição para o
trabalhador de que trata o § 2º do art. 21 da Lei no
8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 123, de 2006)
§ 2º O Regime Facultativo Complementar de
Previdência Social será objeto de lei especifica.
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No Brasil, existem 02 sistemas básicos de previdência,
o público (oficiais – RGPS - RPPS e obrigatórios) e o
privado (facultativo – complementar).

O SISTEMA PÚBLICO possui caráter obrigatório, e


regime de repartição simples, sendo dividido em dois
subsistemas, Regime Geral de Previdência Social e os
Regimes Próprios de Previdência Social.

O Regime Geral é o mais amplo, responsável pela


proteção da grande massa de trabalhadores brasileiros
privados e ainda os empregados públicos. É organizada
pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS,
autarquia vinculada ao Ministério da Economia.

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O Regime Geral de Previdência Social (RGPS)
tem suas políticas elaboradas pelo Ministério da
Previdência Social e executadas pelo Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS), autarquia
federal a ele vinculada. Este Regime possui
caráter contributivo e de filiação obrigatória.
Dentre os contribuintes, encontram-se os
empregadores, empregados assalariados,
domésticos, autônomos, contribuintes
individuais e trabalhadores rurais.

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IMPORTANTE: O RGPS é o único regime
previdenciário compulsório brasileiro que
permite a adesão de segurados facultativos, em
obediência ao princípio da universalidade do
atendimento – art. 194, I, da Constituição.

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Regimes Próprio de Previdência Social
Considera-se Regime Próprio de Previdência
Social – RPPS – aquele que assegure aos
servidores de um Ente da Federação a
aposentadoria e, a seus dependentes, a pensão
por morte (§ 2º do art. 9º da Emenda n.
103/2019).

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Em função da autonomia político-administrativa
de cada um dos Entes da Federação, incumbe
especificamente à União estabelecer, normatizar
e fazer cumprir a regra constitucional do art. 40
com relação aos seus servidores públicos
ocupantes de cargos efetivos e aos vitalícios; a
cada Estado-membro da Federação e ao Distrito
Federal, em relação a seus servidores públicos
estaduais ou distritais e agentes públicos
vitalícios; e a cada Município, em relação aos
seus servidores públicos municipais, o que
acarreta a existência milhares de Regimes de
Previdência Social na ordem jurídica vigente.
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São regimes (no plural), porque cada ente da
Federação (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios) deve ter seu próprio regime. O
regime dos servidores federais é o mais atingido
pela reforma.

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Art. 40. O regime próprio de previdência social
dos servidores titulares de cargos efetivos terá
caráter contributivo e solidário, mediante
contribuição do respectivo ente federativo, de
servidores ativos, de aposentados e de
pensionistas, observados critérios que preservem
o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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IMPORTANTE.: Agora, há possibilidade de
mudanças por normas infraconstitucionais, sem
precisar de nova reforma constitucional para
alterar regras de aposentadoria e pensão no
serviço público. Não havendo mais a limitação ao
“disposto neste artigo”, reformas podem ser mais
frequentes e mais fáceis de serem aprovadas
pelos governantes que estiverem no poder.
Isso enfraquece, certamente, a noção de
segurança jurídica que se tinha quanto às regras
de aposentadoria e pensão aplicadas aos
servidores em Regimes Próprios.
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OBS: Regimes que têm o caráter contributivo e
solidário “Principiologicamente, quer dizer
união de pessoas em grupos, universalmente
consideradas, contribuindo para a sustentação
econômica de indivíduos em sociedade que, por
sua vez, em dado momento também
contribuirão para a manutenção de outras
pessoas, e assim sucessivamente.” (NOVAES,
Wladimir Martinez. Op. Cit. p. 77.)

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A Emenda Constitucional n.º
41/03, trouxe o fim da
integralidade, o fim da
paridade, a instituição do
teto do RGPS, o redutor do
valor da pensão, regime de
previdência complementar,
contribuição dos inativos e
pensionistas.
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• OBS.:
• A PARIDADE garante reajuste do provento
conforme índices do RPPS e extensão de
vantagens concedidas aos ativos.

• A INTEGRALIDADE garante proventos na


totalidade do valor recebido na ativa.

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REGIME COMPLEMEMTAR

O SISTEMA PRIVADO, também denominado


Regime Complementar, é organizado de forma
autônoma em relação ao regime geral e possui
caráter facultativo e natureza privada, aplicando
o regime de capitalização, sendo regulado em lei
complementar, atualmente, a Lei Complementar
n.º 109/2001.

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Cabe ao Estado, no caso à União, somente a
regulamentação e a fiscalização de seu
funcionamento por meio do Conselho Nacional
de Previdência Complementar (CNPC) que é um
órgão colegiado integrante da estrutura do atual
Ministério da Previdência Social, operado pelas
entidades fechadas de previdência
complementar.

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A nova redação conferida ao art 40 §14 pela EC n. 103,
de 2019, tornou obrigatória a limitação dos benefícios
dos regimes próprios ao teto do regime geral e a
criação dos regimes complementares.

Art. 40. (...)


§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo,
regime de previdência complementar para servidores públicos
ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das
aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência
social, ressalvado o disposto no § 16. (Redação pela EC n. 103, de
2019)
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AS ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR (fundos de pensão) são
organizadas sob a forma de fundação ou
sociedade civil, sem fins lucrativos e são
acessíveis, exclusivamente, aos empregados de
uma empresa ou grupo de empresas ou aos
servidores da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, entes denominados
patrocinadores ou aos associados ou membros
de pessoas jurídicas de caráter profissional,
classista ou setorial, denominadas instituidores.

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Com a promulgação da Emenda Constitucional nº
20, de 15 de dezembro de 1998, a Constituição
passou a prever a possibilidade de os entes
federados fixarem como teto de aposentadoria e
de pensão o limite estabelecido para os
benefícios do Regime Geral da Previdência Social
(RGPS), desde que fosse instituída a previdência
complementar.

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Esse novo regime foi instituído pela União, em 30 de
abril de 2012, por meio da Lei nº 12.618, que
estabelece a criação de três entidades fechadas
responsáveis pela administração e pela execução dos
planos de benefícios previdenciários: a Fundação de
Previdência Complementar do Servidor Público Federal
do Poder Executivo (Funpresp-Exe), a Fundação de
Previdência Complementar do Servidor Público Federal
do Poder Legislativo (Funpresp-Leg) e a Fundação de
Previdência Complementar do Servidor Público Federal
do Poder Judiciário (Funpresp-Jud).

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Lei nº 12.618, de 30 de abril de 2012
Instituiu o regime de previdência complementar para os
servidores públicos federais titulares de cargo efetivo,
inclusive os membros dos órgãos que menciona; fixa o
limite máximo para a concessão de aposentadorias e
pensões pelo regime de previdência, autoriza a criação de
3 (três) entidades fechadas de previdência complementar,
denominadas Fundação de Previdência Complementar do
Servidor Público Federal do Poder Executivo (Funpresp-
Exe), Fundação de Previdência Complementar do Servidor
Público Federal do Poder Legislativo (Funpresp-Leg) e
Fundação de Previdência Complementar do Servidor
Público Federal do Poder Judiciário (Funpresp-Jud); altera
dispositivos da Lei no 10.887, de 18 de junho de 2004; e dá
outras providências.

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A matéria é caráter facultativo ou opcional.
Poderão aderir ao novo regime tanto os
servidores entrantes no serviço público a partir
do início de funcionamento da entidade ou do
fundo de pensão quanto os atuais, entendendo-
se como tais todos que estejam em exercício e
os que vierem a ingressar no serviço público
até o dia anterior à instituição do fundo de
pensão dos servidores. Estava previsto para
acontecer até 180 dias contados de 30 de abril
de 2012, data da publicação da Lei 12.618.

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A Funpresp-Exe foi a primeira entidade a ser
criada e o regime de previdência complementar
do Poder Executivo federal teve início no dia 18
de fevereiro de 2013.
Assim, todos os servidores que ingressaram em
cargo público no Poder Executivo federal a partir
dessa data optaram por contribuir apenas para o
Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) e ter
sua aposentadoria limitada ao teto do Regime
Geral de Previdência Social (RGPS) ou por
vincular-se à previdência complementar e contar
com aporte financeiro da União.
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Os servidores das Casas do Legislativo Federal e os
membros e servidores do TCU ingressantes (data de
exercício) a partir de 07.05.2013 – data em que foi
aprovado o Plano de Benefícios para estes – também
ingressaram no novo sistema (Portaria Previc n.
239/2013).
A partir do dia 14.10.2013, todo membro do Poder
Judiciário, servidores ocupantes de cargo efetivo
dos órgãos do Judiciário Federal (STF, STJ, STM, TSE,
Justiça Federal, Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral
e Militar no âmbito federal), incluindo os
servidores efetivos do CNJ, bem como os membros
e servidores dos órgãos do Ministério Público da
União, estarão da mesma forma sujeitos ao teto do
Regime Geral de Previdência Social – RGPS.

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A Lei n. 12.618/2012 facultou, em seu art. 3º, a
adesão dos servidores que no serviço público
antes do início da implementação dos Planos de
Benefícios da FUNPRESP-Exe e FUNPRESP-Jud.

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– A situação dos servidores egressos de outros entes da
Federação.
A Orientação Normativa do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MPOG) n. 17, de 23.12.2013, ao dispor
sobre a matéria no âmbito do Poder Executivo, orienta os
órgãos da administração direta, autarquias e fundações
públicas federais a considerar como “servidores egressos de
outros entes da federação, para os fins de que trata esta
Orientação Normativa, aqueles oriundos de órgãos ou
entidades dos Estados, Distrito Federal e Municípios que
passaram a ocupar cargo público federal do Poder Executivo
Federal” e, para efeito de serem ou não participantes do novo
sistema inaugurado com o efetivo funcionamento do
FUNPRESP, estabelece que estão sujeitos ao regime de
previdência complementar de que trata a Lei n. 12.618/2012
e, consequentemente, terão suas contribuições
previdenciárias submetidas ao limite máximo estabelecido
para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

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A aludida Orientação Normativa fere direito dos
servidores já ocupantes de cargos efetivos nos
Estados, Distrito Federal e Municípios, na medida
em que o art. 40 da Constituição, com a redação
que lhe foi conferida pelas sucessivas Emendas
Constitucionais que trataram do tema, não faz tal
diferenciação.
Com efeito, a medida prejudica sensivelmente
aqueles que, por exemplo, exercem cargo público
estadual ou municipal desde antes de
04.02.2013 e pretendem realizar novo concurso,
por exemplo, para Auditor Fiscal, ou Delegado
da Polícia Federal, ou Advogado da União.
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O problema – migração entre Regimes devem levar
os demais Entes Federativos a acelerar a criação e a
instituição de novos Fundos de Pensão.
O Perigo da mudança do regime próprio para o
complementar: o participante é quem decide o
valor de sua contribuição, sendo que o valor do
benefício dependerá do montante de recursos
acumulado pelo servidor, incluídas as contribuições
paritárias do ente público instituidor do Fundo e
acrescido da rentabilidade dos investimentos.
Dessa forma, o valor do benefício programado será
calculado de acordo com o montante do saldo de
conta acumulado pelo participante, e não segundo
um valor predeterminado.
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Está em vigor desde o dia 30 de dezembro de 2015 a
Lei nº 19.179/15 da Governadoria do Estado de Goiás,
que institui o regime de previdência complementar no
Estado, fixa o limite máximo de concessão de
aposentadorias e pensões, e autoriza a criação da
entidade fechada de previdência complementar na
forma de fundação, PREVCOM-GO.
No que se refere à previdência complementar, de
acordo com a Lei, esta se dará para o pessoal ocupante
de cargo de provimento efetivo ou vitalício, no âmbito
do Poder Executivo, de suas autarquias e fundações, do
Poder Legislativo, Judiciário, Ministério Público,
Defensoria Pública, e Tribunais de Contas do Estado e
dos municípios. Professora Francislene Pereira da Silva 28
Posteriormente foi alterada pela Lei nº 19.636,
de 4 de maio 2017.

A Superintendência Nacional de Previdência


Complementar (Previc), órgão federal regulador,
através da Portaria nº 317, autorizou o
funcionamento e aprovou o estatuto da
PrevCom-GO.

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A partir de 17/01/17, a Fundação de
Previdência Complementar do Estado de Goiás
(PREVCOM-GO) passou a denominar-se
Fundação de Previdência Complementar do
Brasil Central (PREVCOM-BrC).

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PLANO GOIÁS SEGURO
Com vigência desde 07 de julho de 2017,
conforme Portaria nº 689/2017 da
Superintendência Nacional de Previdência
Complementar, o Plano de Benefícios GOIÁS
SEGURO (CNPB 2017.0009-65) tem modalidade
de Contribuição Definida e está disponível para
os servidores públicos efetivos do Estado, de
suas autarquias e fundações, para os membros
dos Poderes Legislativo e Judiciário, dos
Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios,
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Ministério Público e da Defensoria Pública-Geral
do Estado. Com a publicação da Lei n.º 20.850,
de 16 de setembro de 2020, a Prevcom-BrC foi
autorizada a oferecer plano de benefícios
específicos, sem contrapartida do
patrocinador, aos empregados públicos,
servidores ocupantes de cargos em comissão,
integrantes de carreira Militar, familiares dos
servidores e outros membros abrangidos pela
Lei.

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ENTIDADES ABERTAS DE PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR - são entidades
constituídas unicamente sob a forma de
sociedades anônimas e têm por objetivo
instituir e operar planos de benefícios de
caráter previdenciário concedidos em
forma de renda continuada ou pagamento
único, acessíveis a quaisquer pessoas
físicas.

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