I - O documento discute as vias de impugnação de decisões arbitrais em matéria tributária segundo o regime jurídico português, nomeadamente a impugnação, o recurso e o reenvio prejudicial para o Tribunal de Justiça da União Europeia. II - A impugnação pode ser fundamentada na não especificação dos motivos de facto e direito da decisão, contradição com a decisão ou violação dos princípios do contraditório e igualdade das armas. III - A anulação da sentença arbitral é o único efeito possível da impugna
I - O documento discute as vias de impugnação de decisões arbitrais em matéria tributária segundo o regime jurídico português, nomeadamente a impugnação, o recurso e o reenvio prejudicial para o Tribunal de Justiça da União Europeia. II - A impugnação pode ser fundamentada na não especificação dos motivos de facto e direito da decisão, contradição com a decisão ou violação dos princípios do contraditório e igualdade das armas. III - A anulação da sentença arbitral é o único efeito possível da impugna
I - O documento discute as vias de impugnação de decisões arbitrais em matéria tributária segundo o regime jurídico português, nomeadamente a impugnação, o recurso e o reenvio prejudicial para o Tribunal de Justiça da União Europeia. II - A impugnação pode ser fundamentada na não especificação dos motivos de facto e direito da decisão, contradição com a decisão ou violação dos princípios do contraditório e igualdade das armas. III - A anulação da sentença arbitral é o único efeito possível da impugna
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SEGUNDA-FEIRA, 18 DE OUTUBRO DE 2021
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Acordão de 2016-04-28 (Processo n.º 09251/15)
Emissor: Tribunal Central Administrativo Sul
Tipo: Acordão Data de Publicação: 2016-04-28 Processo: 09251/15 Fonte Direito: JURISPRUDENCIA Relator: ANABELA RUSSO Descritores: PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO/IGUALDADE DE ARMAS/DESPACHO INTERLOCUTÓRIO/ERRO DE JULGAMENTO
SUMÁRIO:
I - O Regime Jurídico de Arbitragem em Matéria Tributária vigente na
ordem jurídica portuguesa consagrou “dois meios principais e um meio subsidiário” de sindicância da decisão do tribunal arbitral. Nos primeiros, integram-se a impugnação e o recurso das decisões arbitrais. No segundo, o reenvio prejudicial para o Tribunal de Justiça da União Europeia nas situações em que o tribunal arbitral é a última instância de decisão (em cumprimento do § 3 do artigo 267.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, conforme preâmbulo do Decreto-Lei n.º 10/2011, de 20 de Janeiro).II- Relativamente à impugnação da decisão arbitral, regem os artigos 27.º e 28.º do RJAT, dos quais decorre claramente que constituem seus fundamentos a não especi�cação dos fundamentos de facto e de direito que justi�cam a decisão; oposição dos fundamentos com a decisão; pronúncia indevida ou omissão de pronúncia; violação dos princípios do contraditório e da igualdade de armas nos termos em que se mostram consagrados no artigo 16.º do RJAT.III - Ainda que o entendimento actual do Tribunal Central Administrativo Sul, à luz do artigo 28.º do RJAT, pelo menos em alguns dos seus acórdãos, se venha distanciando, pontualmente e em situações muito particulares, da rigidez assumida nos primórdios da aplicação daquele Regime, é �rme e uniforme o entendimento de que, 1 of 2 10/18/2021, 7:50 PM Emissor:Tribunal Central Administrativo - Tribunal Central Administrati... https://dre.pt/web/guest/pesquisa-avancada/-/asearch/91544775/details/... independentemente da maior ou menor abrangência dos fundamentos admissíveis é sempre um e só um o efeito que o Impugnante pode almejar: a anulação da sentença ou acórdão arbitral, por o legislador ter reservado a sindicância do mérito da decisão arbitral para o Supremo tribunal Administrativo e para o Tribunal Constitucional nos exactos termos de�nidos no artigo 25.º do mesmo diploma legal.IV – O princípio do contraditório constitui um princípio estruturante do ordenamento jurídico português que visa assegurar às partes a possibilidade de participarem efectivamente no desenvolvimento de todo o litígio, isto é, assegurar a possibilidade da parte in�uenciar a formação da decisão quer na parte relativa à matéria de facto, quer em sede probatória quer, por �m, no plano estritamente jurídico ou de direito.V - O princípio da igualdade das partes (ou de armas), também ele transversal ao ordenamento jurídico tributário, visa o reconhecimento do mesmo estatuto substancial às partes, designadamente para efeitos do exercício de faculdades e do uso de meios de defesa no âmbito do processo arbitral.VI – Estando provado nos autos que a Impugnante foi regularmente noti�cada do despacho do tribunal arbitral que julgou dispensável a produção da prova requerida e que com esse despacho se conformou, não pode concluir-se senão pela inexistência de violação dos princípios do contraditório ou de igualdade de armas.VII – Neste contexto, o eventual re�exo negativo do despacho de dispensa de produção de prova na decisão de mérito apenas é susceptível de ser sindicado a título de erro de julgamento, insusceptível, nos termos do preceituado no artigo 27.º e 28.º do RJAT, de ser apreciado por este Tribunal Central.