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SEGUNDA-FEIRA, 18 DE OUTUBRO DE 2021

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Acordão de 2016-04-28 (Processo n.º 09251/15)

 Emissor: Tribunal Central Administrativo Sul


 Tipo: Acordão
 Data de Publicação: 2016-04-28
 Processo: 09251/15
 Fonte Direito: JURISPRUDENCIA
 Relator: ANABELA RUSSO
 Descritores: PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO/IGUALDADE DE ARMAS/DESPACHO INTERLOCUTÓRIO/ERRO
DE JULGAMENTO

SUMÁRIO:

I - O Regime Jurídico de Arbitragem em Matéria Tributária vigente na


ordem jurídica portuguesa consagrou “dois meios principais e um meio
subsidiário” de sindicância da decisão do tribunal arbitral. Nos primeiros,
integram-se a impugnação e o recurso das decisões arbitrais. No segundo,
o reenvio prejudicial para o Tribunal de Justiça da União Europeia nas
situações em que o tribunal arbitral é a última instância de decisão (em
cumprimento do § 3 do artigo 267.º do Tratado sobre o Funcionamento da
União Europeia, conforme preâmbulo do Decreto-Lei n.º 10/2011, de 20 de
Janeiro).II- Relativamente à impugnação da decisão arbitral, regem os
artigos 27.º e 28.º do RJAT, dos quais decorre claramente que constituem
seus fundamentos a não especi�cação dos fundamentos de facto e de
direito que justi�cam a decisão; oposição dos fundamentos com a decisão;
pronúncia indevida ou omissão de pronúncia; violação dos princípios do
contraditório e da igualdade de armas nos termos em que se mostram
consagrados no artigo 16.º do RJAT.III - Ainda que o entendimento actual
do Tribunal Central Administrativo Sul, à luz do artigo 28.º do RJAT, pelo
menos em alguns dos seus acórdãos, se venha distanciando, pontualmente
e em situações muito particulares, da rigidez assumida nos primórdios da
aplicação daquele Regime, é �rme e uniforme o entendimento de que,
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independentemente da maior ou menor abrangência dos fundamentos
admissíveis é sempre um e só um o efeito que o Impugnante pode almejar:
a anulação da sentença ou acórdão arbitral, por o legislador ter reservado a
sindicância do mérito da decisão arbitral para o Supremo tribunal
Administrativo e para o Tribunal Constitucional nos exactos termos
de�nidos no artigo 25.º do mesmo diploma legal.IV – O princípio do
contraditório constitui um princípio estruturante do ordenamento jurídico
português que visa assegurar às partes a possibilidade de participarem
efectivamente no desenvolvimento de todo o litígio, isto é, assegurar a
possibilidade da parte in�uenciar a formação da decisão quer na parte
relativa à matéria de facto, quer em sede probatória quer, por �m, no plano
estritamente jurídico ou de direito.V - O princípio da igualdade das partes
(ou de armas), também ele transversal ao ordenamento jurídico tributário,
visa o reconhecimento do mesmo estatuto substancial às partes,
designadamente para efeitos do exercício de faculdades e do uso de meios
de defesa no âmbito do processo arbitral.VI – Estando provado nos autos
que a Impugnante foi regularmente noti�cada do despacho do tribunal
arbitral que julgou dispensável a produção da prova requerida e que com
esse despacho se conformou, não pode concluir-se senão pela inexistência
de violação dos princípios do contraditório ou de igualdade de armas.VII –
Neste contexto, o eventual re�exo negativo do despacho de dispensa de
produção de prova na decisão de mérito apenas é susceptível de ser
sindicado a título de erro de julgamento, insusceptível, nos termos do
preceituado no artigo 27.º e 28.º do RJAT, de ser apreciado por este
Tribunal Central.

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