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SERVIÇO SOCIAL

JESSICA DE JESUS SILVA

CARACTERIZAÇÃO SÓCIOINSTITUCIONAL
Centro de Referência de Assistência Social - CRAS

Itabuna - Ba
2020
JESSICA DE JESUS SILVA

CARACTERIZAÇÃO SÓCIOINSTITUCIONAL
Centro de Referência de Assistência Social - CRAS

Trabalho apresentado ao Curso de Serviço Social da


UNIME, para a disciplina de Estágio Curricular
Obrigatório I.

Prof.ª Célia Cristina Freitas

Itabuna - Ba
2020
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SUMÁRIO

1. Introdução ---------------------------------------------------------------------------04
2. Caracterização -------------------------------------------------------------------- 05
3. Objetivo Institucional ------------------------------------------------------------ 06
4. Âmbito Institucional -------------------------------------------------------------- 08
5. Considerações Finais ----------------------------------------------------------- 10
6. Referências ------------------------------------------------------------------------ 11
7. Anexos ------------------------------------------------------------------------------ 12
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1. INTRODUÇÃO

A formação profissional em serviço social é regulamentada em lei


especifica fiscalizada pelos conselhos de classes e pautada em código de ética
especifico para categoria. Para o estudante de serviço social todos esses
conhecimentos são novos e de uma importância imensurável no exercício
profissional, por isso o estagio supervisionado deve ser realizado em instituição que
tenha profissional com formação na área e com situação regular no conselho de
classe.
Durante a escolha da instituição caracterizada neste relatório todos os
requisitos para validação do estagio foram observados, como capacidade de atender
as necessidades do estagiário, supervisor, estrutura e atividade desenvolvida. Para
o estudante de serviço social é muito importante conhecer a instituição que pretende
realizar o estagio, saber como é prestado o serviço na instituição, quem são os
usuários dos serviços, quais profissionais atuam na mesma, pois a capacitação do
estudante ocorre neste momento onde serão desenvolvidas, habilidades e
competências de acordo com projeto profissional.
No processo de aprendizagem é fundamental a vivencia da realidade
profissional através do estagio, o estudante tem o primeiro contato com as
possibilidades e as limitações do exercício profissional. É muito importante o
estudante conhecer as leis que regulamentam a profissão e o estágio, como
exemplo a lei 8.662/93 – que traz expressa em seus artigos as atribuições privativas
do profissional e suas competências entre outras informações, a resolução nº 533 do
CFESS, que trata da supervisão do estágio, o que garante a qualidade da formação
profissional.
Dentro desse contexto o estágio é um momento fundamental na
formação do estudante, pois é o primeiro contato com a realidade da profissão, onde
se visualiza todos os conhecimentos adquiridos e consegue ver a aplicação no
exercício profissional.
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2. CARACTERIZAÇÃO

Discussão da V Conferência Nacional de Assistência Social (dez/2003),


aprovação da Política Nacional de Assistência Social e resoluções do SUAS (2004),
o Centro de Referência de Assistência Social - CRAS é uma unidade publica estatal
localizada em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social,
designado ao atendimento sócio assistencial de famílias. É considerado porta de
entrada para a política de assistência social, sendo que esta política durante muito
tempo foi considerada de ordem ação paliativa, filantrópica e caritativa para a
população destituída dos direitos sociais.
O município é caracterizado de acordo com o número de habitantes
informado pelo IBGE em censo demográfico, a partir desta informação o ministério
da cidadania classifica o porte do município e quantos CRAS são necessários para
atender a população do mesmo. O Centro de Referencia de Assistência Social tem
seu funcionamento das 8h às 17horas, de segunda a sexta-feira, deve apresentar
boa estrutura física, com acessibilidade nos banheiros e a rampa de acesso, dividido
em uma sala de recepção, coordenação, atividades em grupos, atendimento
psicossocial, cozinha, dois banheiros e almoxarifado e localização de fácil acesso à
população dos bairros de maior vulnerabilidade social.
OS CRAS acompanham todas as famílias em situação de vulnerabilidade
social no município e as identificadas são incluídas no Serviço de Proteção e
Atenção Integral à Família – PAIF, também oferta o Serviço de Convivência de
Fortalecimento de Vínculos, para complementar o trabalho social com as famílias
incluídas do PAIF prevenindo a ocorrência de situações de risco social.
Complementando as ações do PAIF, o cras também conta com outro programa que
desenvolve ações voltadas a primeira infância, o Programa Criança Feliz que conta
com equipe de visitadores e um supervisor, que realizam intervenções junto as
famílias, com objetivo de garantir o acesso a direitos e assegurar o desenvolvimento
integral na primeira infância.
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3. OBJETIVO INSTITUCIONAL

Prestar serviços continuados de Proteção Social Básica de Assistência


Social, por meio do PAIF para famílias, seus membros e indivíduos em situação de
vulnerabilidade social, como:
• Acolhimento, acompanhamento em serviços socioeducativos e
de convivência ou por ações socioassistenciais,
• Encaminhamentos para a rede de proteção social existente no
lugar onde vivem e para os demais serviços das outras políticas
sociais, orientação e apoio na garantia dos seus direitos de cidadania e
de convivência familiar e comunitária;

Objetivando outros programas que são eles:


• Bolsa Família: Em que transfere renda diretamente para as
famílias como forma de garantir o direito ao acesso a renda,
como forma de assegurar o direito à alimentação, à educação e
saúde.
• Beneficio de Prestação Continuada - BPC: assegurado pela
Constituição Federal de 1988, e coordenado pelo Ministério da
Cidadania, garante a transferência mensal de 1 salário mínimo
ao idoso, com 65 anos ou mais, e a pessoa com deficiência
incapacitada para a vida independente. Vale ressaltar que o
mesmo é um benefício individual, não vitalício e intransferível,
que integra a Proteção Social Básica no âmbito do sistema
Único de Assistência Social – SUAS. Para acessar o BPC, não é
necessário que o cidadão já tenha contribuído para a
Previdência Social.
• Carteira do passe livre para o deficiente, carteira do Idoso para
viagens interestaduais, acesso à documentação civil, demandas
encaminhadas pelo poder judiciário e ministério público, CREAS
e de outras políticas sociais.
• Programa Primeira Infância no Suas: Programa executado
dentro do Cras, como completo as ações do PAIF, mas com um
publico especifico crianças de 0 a 6 anos. O principal marco do
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programa esta nas ações que são voltadas para o


desenvolvimento integral das crianças na Primeira Infância,
considerando sua vida e seu contexto familiar. É considerado
publico prioritário para inclusão no programa, gestantes,
crianças ate 3 anos beneficiarias do programa bolsa família e
crianças ate 6 anos beneficiarias do BPC ou crianças que se
encontram afastadas do convívio familiar. As famílias recebem
visitas com intuito de fortalecer os cuidados na primeira infância,
orientar sobre a importância dos vínculos familiares, o programa
conta ainda com um comitê intersetorial para fortalecer as ações
do programa e facilitar os encaminhamentos para rede.

Todo trabalho desenvolvido dentro do CRAS, tem como objetivo


garantir a população em vulnerabilidade o acesso a direitos, prevenir situações de
risco social e violações de direitos. Através da equipe técnica realiza intervenções no
sentido de garantir o acesso a direitos (renda, saúde, educação, documentação,
alimentação e outros), como forma de prevenção a situação de risco.
O artigo 4º da Loas nos demonstra como o trabalho dos assistentes
sociais e fundamental dentro dos CRAS.

Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes princípios:

I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências


de rentabilidade econômica;
II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da
ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas;
III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a
benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e
comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade;
IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de
qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e
rurais;
V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos
assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos
critérios para sua concessão.

Essa capacidade expressa na lei, de atuar na diminuição das


desigualdades sociais, só um profissional com a capacidade interventiva proposta
pelo serviço social é capaz de executar.
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4. AMBITO INSTITUCIONAL

A Constituição cidadã foi um ponto de partida para a inclusão de novas


concepções sobre a Assistência Social e outras políticas no Brasil. É a partir deste
momento que os serviços voltados para o cidadão, deixam de ser assistencialistas e
passam politizados, levando em consideração a garantia de direitos e a cidadania.
Um novo marco para Assistência Social acontece em 7 de dezembro
de 1993, com a promulgação da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) lei Nº
8745/93 , viabilizando um avanço quanto aos direitos sociais, proporcionando a
universalização do acesso e dando responsabilidade ao Estado quanto à garantia
desse direito, além de estabelecer normas e critérios para a organização da
Assistência.
Com relação à população atendida, o CRAS oferta serviços aos
usuários provenientes de famílias em situação de vulnerabilidade social decorrente
da pobreza com fragilização de vínculos afetivo e social. Trata-se de uma população
muito carente, ou geralmente são beneficiárias de algum programa de transferência
de renda do governo federal, em sua maioria mulheres desempregadas e chefes de
família.
É entendido que o processo de trabalho que o Assistente Social exerce
no CRAS, diz respeito ao acompanhamento as famílias/usuários da área de
abrangência da instituição, como também visita domiciliar, palestras informativas,
encaminhamento a rede socioassistencial do município, e quando necessário para
outros estados, como também a coordenação de grupos de convivência, buscando
sempre a garantia de direitos dos usuários. Essa atividade que o Assistente Social
exerce no CRAS, evolui diante das dificuldades dos usuários/famílias conforme as
expressões da questão social visualizadas durante o atendimento.
Diante de uma comunidade nota-se que existem diversas expressões
da questão social, todos os tipos de violência, índice de tráfico e usuários de drogas,
desemprego, usuários não alfabetizados, políticas inexistentes e ineficientes. É
acentuado o índice de famílias que sobrevivem apenas com os benefícios de
Programas de transferência direta de renda como Bolsa Família, Benefício de
Prestação Continuada, sendo em muitos casos, a única renda familiar.
Compreendida a carência de cada usuário, não só de necessidades
materiais como também de conhecimento de seus direitos, sendo o dever do
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Assistente Social promover neles empoderamento e autonomia, desenvolvendo um


papel de promoção entre os sujeitos envolvidos através de palestras informativas,
participando da programação e realização das atividades durante o grupo de idosos
e Gestantes.
Ainda, o trabalho no CRAS se caracteriza por situações dinâmicas,
intensas e imprevisíveis que escapam à antecipação e formalização. Neste sentido,
torna-se evidente a existência de um modo de gestão criado pelos trabalhadores do
CRAS que ultrapassa as normas e prescrições já estabelecidas. Evidente, também,
é a inexistência de uma sistematização desse modo de gestão.
De acordo com o Art. 2º a LOAS,

tem como objetivo proteger à família, a maternidade, infância, adolescência


e a velhice; amparar crianças e adolescentes carentes; promover a
integração ao mercado de trabalho; habilitar e reabilitar as pessoas
portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida
comunitária; garantir 1 (um) salário mínimo de benefício mensal à pessoa
portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de
prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. (Art. 2º a
LOAS 2009, p. 6)

O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) foi implementado para


definir um novo modelo de gestão, após a constatação de problemas na PNAS,
como: insuficiente regulação no governo; má estruturação de serviços sem
integração em um sistema; má definição de referências e contra referências; falta de
autonomia na gestão por parte dos municípios e estados; desenvolvimento de ações
sem base de dados qualificada, dificultando o diagnóstico, intervenção,
monitoramento e avaliação e a ausência de ações intersetoriais entre as políticas
sociais.
O SUAS é único, por ter os mesmos princípios e a mesma forma de
organização no país, entretanto, no que é registrado em lei, tanto na Constituição
Federal como LOAS, os mesmos definem como único as diretrizes da
descentralização político-administrativa e a participação da população, tendo em
vista que cada esfera governamental possui a sua particularidade e competência a
ser exigida, observando assim cada necessidade especificada no território de
abrangência ao qual faça parte. Uma das propostas do Sistema Único da
Assistência Social é enfatizar as Políticas Públicas na área de Assistência Social,
articulando-se com as demais políticas, para enfrentamento da pobreza entre outros.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A assistência social tem um papel muito importante em uma


comunidade, pois é através dela que a população mais vulnerável tem acesso a
seus direitos, população essa que sofre com a exclusão social, a desigualdade na
distribuição de renda, e as mais múltiplas expressões da questão social, marcas
deixadas pelo capitalismo. Junto a essa necessidade de se assegurar os direitos
sociais, surge o trabalho fundamental dos CRAS, a porta de entrada da maioria dos
usuários da política de assistência social.
Durante as pesquisas feitas para desenvolvimento deste trabalho e
através dos estudos desenvolvidos e conhecimentos adquiridos durante minha
jornada acadêmica, é possível concluir que o trabalho desenvolvido dentro dos cras,
tem o poder de transformar a realidade do individuo, através de um trabalho
continuo e articulado com as diversas políticas presentes no município, garantindo
desta forma o acesso a educação, saúde, alimentação, assegurando o direito a
renda e demais intervenções que sejam necessárias para garantir o principio da
dignidade da pessoa humana expresso em um dos artigos da constituição federal.
O assistente social é o profissional com a capacidade de intervir e
articular para garantir o acesso a direitos, promover o empoderamento do individuo
fazer que ela saia da condição de vitima do sistema e seja protagonista da sua
historia. Através dos acolhimentos, das oficinas e visitas domiciliares, realizadas
pelos profissionais as necessidades das famílias são identificadas, os
encaminhamentos são realizados e assim prevenindo possíveis ou futuras violações
de direitos, situações de risco.
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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS. Lei nº 8.742, de 07 de


dezembro de 1993.

Cartilha do BPC, Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome.


http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/cartilhas/cartilha-
bpc-final.pdf
Acesso em: 12 de junho 2020.

Cartilha do Bolsa Família, Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome


https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/bolsa_familia/Cartilhas/Cartilha_Bol
saFamilia.pdf
Acesso em: 12 de junho 2020.

Projeto profissional, espaços ocupacionais e trabalho do (a) Assistentes


Sociais na atualidade. In: CFESS. Atribuições Privativas do (a) Assistente Social:
em Questão. Brasília, 2002.

Ministério da Previdência e Assistência Social. Política Nacional de Assistência


Social/PNAS. Brasília: MPAS/SAS, 1999.

MDS/SNAS, Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome- MDS e


Secretaria Nacional de Assistência Social- SNAS. Política Nacional de Assistência
Social-PNAS/2004, e Norma Operacional Básica. NOB/ SUAS. Brasília, 2005.

Brasil, Constituição Federal de 1988.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
Acesso em: 14 de junho 2020.

Suas e Programa Criança Feliz


http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Interaca
o_Suas_CF.pdf
Acesso em 13 de junho 2020.

Lei nº 8.662/1993, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8662.htm


Acesso em 13 de Junho 2020.

RESOLUÇÃO CFESS Nº 533, de 29 de setembro de 2008,


http://www.cfess.org.br/arquivos/Resolucao533.pdf
Acesso em 12 de junho 2020.
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ANEXOS

• ORGANOGRAMA SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

• FLUXOGRAMA CRAS

CRAS PAIF/PCF Cad Único

Encaminhamentos SCFV
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• FLUXOGRAMA SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FOTALECIMENTO DE


VÍNCULOS – SCFV

0a6
anos

7 a 14
Idosos
anos

SCFV

PCD 18 a 59

15 a 17
anos

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