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CLAUDENIR GONÇALVES MENDES

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS IDENTIFICADAS EM


ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO COM O EFEITO
DA CORROSÃO DO AÇO

LONDRINA
2020
CLAUDENIR GONÇALVES MENDES

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS IDENTIFICADAS EM


ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO COM O EFEITO
DA CORROSÃO DO AÇO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras de Londrina, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Engenharia Civil.

Orientadora: Prof.ª Laís Borges.

LONDRINA
2020
CLAUDENIR GONÇALVES MENDES

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS IDENTIFICADAS EM


ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO COM O EFEITO
DA CORROSÃO DO AÇO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras de Londrina, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Engenharia Civil.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Londrina, de de 2020.
MENDES, Claudenir Gonçalves. Manifestações patológicas identificadas em
estruturas de concreto armado com o efeito da corrosão do aço. 2020. 29
folhas. Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Civil – Faculdade Pitágoras,
Londrina, 2020.

RESUMO

É sabido que o revestimento de concreto protege as barras de reforço contra


agentes ambientais agressivos. Um revestimento de concreto saudável fornece à
armadura uma barreira física que impede que agentes químicos (íons cloreto,
dióxido de carbono, etc.) atinjam sua superfície. Além disso, a alcalinidade da água
no poro do concreto protege quimicamente a armadura contra a
corrosão. Entretanto, em um ambiente marinho por exemplo, os íons cloreto da água
do mar ou da brisa do mar se acumulam na superfície do concreto e penetram
lentamente na armadura localizada no interior. Quando a concentração de cloretos
no reforço excede o valor crítico, a camada de proteção passiva na superfície desse
reforço é quebrada e a corrosão ativa começa. Embora o tipo de produtos de
corrosão formados na interface de reforço / concreto durante o processo de
corrosão seja desconhecido, é sabido que os produtos de corrosão têm uma
densidade mais baixa que o aço original, resultando em uma expansão do volume
na interface, resultando em rachaduras no concreto. Portanto, a corrosão do aço
causa danos ao mesmo aço, concreto e âncora entre os dois materiais. Poucos
estudos foram dedicados a investigar a questão da capacidade remanescente das
estruturas de concreto devido à corrosão do reforço. Portanto, este trabalho tenta se
aprofundar no tema, apresentando as patologias em estruturas de concreto armado,
seguido de estudos sobre os métodos que possam evitar que haja a corrosão e
finalizando com a prevenção e reabilitação de estruturas de concreto.

Palavras-chave: concreto, armaduras, corrosão, estruturas.


MENDES, Claudenir Gonçalves. Pathological manifestations identified in
reinforced concrete structures with the effect of corrosion of steel. 2020. 29
sheets. Course Conclusion Paper in Civil Engineering - Faculdade Pitágoras,
Londrina, 2020.

ABSTRACT

Concrete coating is known to protect reinforcing bars against aggressive


environmental agents. A healthy concrete coating provides the armor with a physical
barrier that prevents chemical agents (chloride ions, carbon dioxide, etc.) from
reaching its surface. In addition, water alkalinity in the concrete pore chemically
protects the reinforcement against corrosion. However, in a marine environment, for
example, chloride ions from seawater or sea breeze accumulate on the concrete
surface and slowly penetrate into the interior armor. When the chloride concentration
in the reinforcement exceeds the critical value, the passive protective layer on the
reinforcement's surface is broken and active corrosion begins. Although the type of
corrosion products formed at the reinforcement / concrete interface during the
corrosion process is unknown, it is known that corrosion products have a lower
density than the original steel, resulting in volume expansion at the interface,
resulting in cracks in the concrete. Therefore, steel corrosion causes damage to the
same steel, concrete and anchor between the two materials. Few studies have been
devoted to investigating the remaining capacity of concrete structures due to
reinforcement corrosion. Therefore, this paper attempts to delve into the theme,
presenting the pathologies in reinforced concrete structures, followed by studies on
the methods that can prevent corrosion and ending with the prevention and
rehabilitation of concrete structures.

Key words: concrete, reinforcement, corrosion, structures.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................7
2. AS PATOLOGIAS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO....................9
2.1 CORROSÃO POR CARBONATAÇÃO DO CONCRETO....................................12
3. MÉTODOS QUE POSSAM EVITAR QUE HAJA A CORROSÃO......................15
4. PREVENÇÃO E REABILITAÇÃO ESTRUTURAS CONCRETO ARMADO......22
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................27
REFERÊNCIAS...........................................................................................................28
1. INTRODUÇÃO

O concreto armado é a união de dois materiais, concreto e aço, trabalhando


em conjunto, onde o concreto resiste aos esforços de compressão e as barras de
aço a tração. Em que confere ao aço uma dupla proteção natural: por um lado, é
uma barreira física que o separa do meio ambiente e, por outro, o líquido contido nos
poros do concreto é um eletrólito que pode formar um óxido protetor (passivação) de
caminho duradouro.
A quantidade relativa de cada um desses íons depende, principalmente, da
composição e características do cimento, do grau de hidratação e da relação água e
cimento. Desta forma, os problemas de corrosão em estruturas de concreto armado
ocorrem quando essa camada passiva é destruída, de forma generalizada ou local,
o que pode ocorrer de duas formas: Corrosão por carbonatação do concreto, que
causa a desestabilização da camada passiva do aço, que é formada sob condições
de pH alcalino, causando a corrosão subsequente do mesmo; Corrosão causada
pela difusão de íons, como cloretos, que em concentrações críticas atacam a
camada passiva de maneira localizada, causando corrosão.
O concreto pode ser considerado praticamente eterno, desde que receba uma
manutenção sistemática e programada. No entanto, existem construções que
apresentam manifestações patológicas de intensidade e incidência significativas,
acompanhadas de altos custos para sua reparação.
Este trabalho se justifica, visto que durante o curso é pouco abordado em sala
de aula sobre as manifestações patológicas, é de suma importância compreender as
consequências que as patologias podem apresentar. A corrosão do aço é um tipo de
patologia que ocorre em estruturas de concreto armado e deve-se obter uma
atenção quanto a essa, pois compromete a estrutura quando ocorre.
Devido a essa manifestação patológica é necessário adquirir conhecimento
para tomar medidas que podem ser adotadas para reparar e não deixar que
aumentem ainda mais a corrosão do aço, assim como também existem soluções
adequadas para evitar e prevenir que ocorra esta corrosão.
Compreendendo como ocorre a corrosão do aço, como solucionar ou como
evitar que aconteça, a estrutura não irá mais sofrer com esta manifestação
patológica, assim não estará mais comprometida, não contendo mais risco algum as
pessoas ou a obra.
8

Na área da construção civil é muito utilizado estruturas de concreto armado.


Porém existem alguns tipos de patologias em meio a construção civil e uma delas
afeta as estruturas de concreto armado que é a corrosão do aço. O que pode ser
feito para evitar que ocorra a corrosão do aço nas estruturas de concreto armado?
O objetivo geral deste trabalho é estudar as manifestações patológicas como
a corrosão do aço nas estruturas de concreto armado. E para atingir os mesmos,
seguem como objetivos específicos: Conceituar as patologias em estruturas de
concreto armado; compreender métodos que possam evitar que haja a corrosão e
apresentar prevenção e reabilitação de estruturas de concreto armado.
O tipo de pesquisa realizado neste trabalho foi uma Revisão de Literatura, na
qual foi realizada uma consulta a livros, dissertações e por artigos científicos
selecionados através de busca nos seguintes base de dados (livros, sites de banco
de dados, etc....). O período dos artigos pesquisados foram os trabalhos publicados
nos últimos dez anos. As palavras-chave utilizadas na busca foram: ” patologias”,
“aço” e” concreto”.
.

2. AS PATOLOGIAS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO


9

O material de construção mais utilizado é sem duvidar do concreto armado,


seu uso nas estruturas tornou-se em um costume desde o início do século XIX,
superando abertamente a batalha com outros materiais para ser o elemento mais
adequado e viável para ser usado em obras civis. (BRANDÃO, 2002)
O concreto armado é um material formado por concreto e aço, que trabalham
juntos para oferecer uma resistência adequada aos pedidos que lhes são
apresentados. Apesar da resistência que estruturas de concreto armado sempre
tiveram durante a vida útil, são propensos ao ataque físico e químico de várias
agentes, que degradam e deterioram a estrutura a tal ponto que podem se tornar
inutilizáveis (CHIAVERINI, 1990).
Devido ao exposto, a durabilidade do concreto varia de acordo com a
condição de exposição e os serviços a que a estrutura será submetida durante sua
vida útil. A corrosão da armadura é uma das causas mais comuns responsável pela
deterioração das estruturas de concreto levando a altos custos de reparo e
manutenção, com a preocupação que isso implica para as administrações, que são
os proprietários de obras públicas e indivíduos cujas casas sofrem deterioração
prematura (GENTIL, 1992).
O engenheiro ao construir em ambientes agressivo deve tomar medidas
adicionais para obter mais durabilidade, entendida como durabilidade como a
capacidade de resistir intemperismo, ataque químico, abrasão e qualquer outra ação
processo ou condição de serviço das estruturas que produzem deterioração do
concreto, sem incorrer em nenhuma outra intervenção adicional para manutenção
programada (SOUZA, 1998).
Não pode parar de analisar o chamado custo de durabilidade, pois que
também deve estar associado a economias de longo prazo. Essas premissas para a
análise do material, observa-se que a situação ideal seria conseguir um material
que, ao menor custo possível permitir satisfazer as condições de serviço em todo o
prazo de validade da estrutura (MEHTA, 2008).
Essa concepção teórica que é transmitida em todas as etapas do ensino da
profissão, nem sempre vemos que ela é cumprida na vida real. Basta olhar para as
estruturas danificadas devido à não aplicação do conceito de durabilidade. O
fundamental para evitar esses problemas é ter uma ideia clara do que e para que o
trabalho está sendo construído (SOUZA, 1998).
10

O uso combinado de materiais de aço e concreto permitiu a contribuição


individual de suas propriedades intrínsecas, obtendo como resultado um material
com grande resistência à tração e compressão. Além de uma ação protetora do
concreto contra a corrosão do concreto (BRANDÃO, 2002).
O concreto protege o reforço de aço de baixa liga através de dois
mecanismos: a) Devido ao nível de alcalinidade (pH: aproximadamente 12/13) do
concreto em contato com o aço, ele atinge um estado de passivação quando uma
camada submicroscópica de óxido é formada superficialmente, impermeável e
aderente, impedindo a reação de oxidação anódica e b) O concreto age como uma
barreira contra a presença de umidade, oxigênio e outros contaminantes corrosivos
que desejam alcançar a superfície do aço (GENTIL, 1992).
Consequentemente, uma estrutura de concreto homogênea, devidamente
projetada, equilibrada, contínua, sem defeitos e imperfeições, pode alcançar uma
longa vida útil, caso contrário, problemas de corrosão surgirão no reforço (SOUZA,
1998).
A velocidade de deterioração aumentará se a agressividade ambiental
corrosiva for alta, perdendo também as qualidades de resistência estrutural. Isso
pode não ser apenas uma contingência de alto custo de reparo, mas também uma
construção de alto risco para a vida humana, porque o fenômeno corrosivo
geralmente age silenciosamente no interior da estrutura e seu colapso é geralmente
imprevisível (MEHTA, 2008).
Quando as referidas estruturas de concreto armado estão expostas a
ambientes de alta agressividade corrosiva e em contato com contaminantes do tipo
íon cloreto, o fenômeno da carbonatação ocorre com a diminuição do pH, o estado
passivado dos reforços de aço no concreto pode se perder, resultando em corrosão
do mesmo (CHIAVERINI, 1990).
Os íons de cloreto são a principal causa de problemas de corrosão localizada,
pontualidade ou perfurações na armadura. Embora os íons sulfato e sulfeto também
sejam de dispersantes, eles são agentes menos frequentes e perigosos que os
cloretos (CHIAVERINI, 1990).
A fonte de cloretos não só pode ser atmosférica, por salpicos ou imersão em
água do mar que penetre no concreto ao longo do tempo, mas também pode vir da
água usada na preparação da mistura, das impurezas no concreto devido à pedreira
11

de origem ou devido aos aditivos usados no concreto como aceleradores de ajuste


(GENTIL, 1992).
O efeito dos íons cloreto tem a particularidade de destruir localmente a
camada de passivação que se formou superficialmente nas hastes de aço, iniciando
o processo corrosivo na forma de corrosão e atuando como ânodos em uma pilha
típica de corrosão eletroquímica, dando lugar para aprofundar a mordida
(CHIAVERINI, 1990).
A severidade do ataque, devido aos cloretos que penetram por difusão no
concreto, não depende apenas da quantidade desses íons que atingem a superfície
metálica, mas também de outros fatores como a disponibilidade de oxigênio e o
número e tamanho dos espaços vazios. Adjacente às armaduras (BRANDÃO, 2002).
Felizmente, em estruturas submersas, a água que preenche os poros do
concreto torna muito difícil a difusão do oxigênio para o metal, limitando a taxa de
corrosão. A velocidade com a qual os íons cloreto presentes em forma livre em
soluções ou na forma combinada, como parte das matérias-primas usadas no
concreto, atingem os reforços e têm efeito sobre a velocidade e a extensão da
corrosão localizada ou localizada (MENUCCI, 2006).
Isso, por sua vez, dependerá de: O nível de concentração de cloreto no meio
externo; Natureza dos cátions que acompanham os íons cloreto; Qualidade das
matérias-primas e agregados, da formulação e execução do concreto,
principalmente em termos de relação água / cimento, tipos de aditivos, qualidade da
água, etc.; Porosidade do concreto e grau de fissuração dos mesmos, etc. (SOUZA,
1998).
O teor crítico de cloretos totais, geralmente aceitos no concreto, é
estabelecido entre 0,05 e 0,1% em relação ao peso do concreto, e o método padrão
de ensaio ASTM D 1411-93 para cloretos solúveis presentes como misturas pode
ser usado para sua determinação (CHIAVERINI, 1990).

2.1 CORROSÃO POR CARBONATAÇÃO DO CONCRETO

A corrosão causada por carbonatação do concreto, de acordo com a sua


morfologia, é de taxa uniforme, ou seja, a perda de material de reforço de aço é
12

amplamente diferente de pontos de corrosão localizada, o que tende a aprofundar


mais rapidamente do que a corrosão uniforme e, consequentemente, constitui um
perigo maior (MEHTA, 2008).
Este fenômeno consiste na ação de agentes atmosféricos que reduzem a
alcalinidade na interface aço e concreto. As causas desse efeito são os constituintes
ácidos da atmosfera ou o ambiente onde a estrutura de concreto armado está em
operação, particularmente CO2 e SO2 (SOUZA, 1998).
Entre eles, o que tem maior presença na atmosfera e o mais ativo no
processo é o CO2, daí o fenômeno ser chamado de carbonatação. A característica
do processo é o aparecimento de intervalos separados de pH diferentes, geralmente
uma área com pH de alcalinidade alta pH> 12 e outra com pH <9 (FIGUEIREDO,
2002).
Carbonatação é na verdade um processo lento que se torna aparente depois
de vários anos. O processo químico envolve a reação de CO2 (ligeiramente ácida
em solução) com hidróxido de cálcio Ca (OH) 2 (formado durante a combinação do
cimento e silicato de álcalis nos sulfatos no clínquer), que é em solução contida nos
poros do concreto ou com seus componentes hidratados, o produto da reação é a
formação de carbonatos cujo pH é inferior a 9 (GENTIL, 1992).
A velocidade da reação de carbonatação também depende da taxa de difusão
do CO2 através do concreto já carbonatado e da difusão da água formada no
primeiro estágio do processo (SOUZA, 1998).
Carbonatação de concreto para alcançar a superfície do aço da armadura
destrói a camada passiva que porque este não é muito estável a pH <a 9.
Desapareceu e a camada de passivação, o aço corrói generalizada, tal como se
estivesse exposto e nu para a atmosfera, com a diferença de que dentro do concreto
a umidade contida causará mais tempo de umedecimento na estrutura de aço
(CHIAVERINI, 1990).
Em geral, pode-se definir que o progresso da carbonatação é determinado
mais pela porosidade do concreto do que pela sua própria composição. Nas
relações água e concreto entre 0,4 e 0,7, sempre teremos mais água no concreto do
que a quimicamente combinada com o cimento e sabemos que isso determina a
porosidade do concreto armado. Portanto, se recorrermos a taxas de água e
concreto mais baixas, poderíamos obter um concreto menos poroso e mais
resistente à carbonatação (GENTIL, 1992).
13

Além desses fatores internos, a carbonatação e consequentemente o


processo de corrosão dos reforços de aço também dependerão de fatores externos,
como a umidade atmosférica. Portanto, valores entre 50 e 70% de H.R. será ótimo,
bancas, os poros não vai ficar saturado com água, permitindo que estes níveis, a
difusão e penetração do CO2, atingindo mais facilmente do concreto adjacente a
armadura e com a possibilidade de ser efetuada a reação química de carbonatação
meio aquoso (SOUZA, 1998).
Nas humidades inferiores a 50%, os poros estarão secos e não permitirão a
reação do CO2 no meio líquido. Pelo contrário, com humidade acima de 70% de
H.R. os poros ficam saturados de água e o gás carbônico penetra com maior
dificuldade em direção à armadura. Um efeito combinado de cloretos e CO2 (dióxido
de carbono) no concreto pode causar efeitos corrosivos graves, mas também um
efeito colateral causado por CO2 em clorado aluminatos de concreto, que pode ser
dissociado e permanecem cloretos combinadas livres (MEHTA, 2008).
É importante, como na proteção do aço, seguir os procedimentos
estabelecidos para a aplicação de revestimentos orgânicos: Inspecionar e avaliar as
condições do concreto a proteger: umidade, contaminantes, estado de conservação,
integridade e resistência dos mesmos, defeitos, alcalinidade ou pH, etc.; Seleção do
sistema de pintura com revestimentos de acordo com as condições de operação;
Preparação da superfície do concreto, de acordo com as normas técnicas; Aplicação
das diferentes camadas de revestimento; Inspeção de qualidade do processo
integral do tratamento da superfície do concreto (SOUZA, 1998).
Há uma grande variedade de revestimentos que protegem superfícies de
concreto reforçado e que atuam através do mecanismo de camada de barreira:
Epoxi-Poliamida pinta, de epoxi-amina, epoxi-novolacs, tintas de poliuretano, etc.
que interpõem e atrasam a entrada de contaminantes externos como cloretos,
dióxido de carbono, dióxido de enxofre, umidade, oxigênio, etc. prolongando a
durabilidade das estruturas de concreto armado (FIGUEIREDO, 2005).
14

3. MÉTODOS QUE POSSAM EVITAR QUE HAJA A CORROSÃO

Na fabricação de concreto em nosso país, foram envidados esforços mais


concentrado, na regulação da qualidade do produto, realizando rigorosa supervisão
da qualidade dos componentes, técnica e condições de produção e características
do equipamento com o qual é produzido. Esta situação permite as atividades antes e
depois da preparação do concreto, ocupam um plano secundário na maioria das
obras de supervisão (ANDRADE, 1992)
Na produção de concreto durável, não é possível que atividades envolvidas
em seu projeto, desenvolvimento e colocação sejam realizadas. É necessário que
15

todos sejam cumpridos correto, para garantir que o concreto possa atender às
necessidades para as quais foram projetados (LIMA, 2000).
O exposto acima pode ser sustentado em o reconhecimento que existe sobre
as principais causas de problemas em estruturas de concreto, onde foi identificado
que a maior porcentagem de defeitos observados nos elementos é causada pela
aplicação de maus procedimentos de construção e ignorância ou manuseio
inadequado que existe no produto (MENUCCI, 2006).
Na realidade, existem muitas práticas construtivas recomendadas, muito úteis
e projetadas para reduzir os problemas em estruturas de concreto. Em cada um
deles detalhar as atividades que devem ser realizadas em tempo hábil, de maneira e
para que este tipo de trabalho não represente nenhuma causa de deterioração
acelerada do concreto (MAREK, 1992).
É uma condição obrigatória que todas as práticas de construção sugerida no
projeto, elaboração, transporte, manuseio, colocação e acabamento para obter
concreto durável, pois permite um uso mais eficiente dos materiais, melhorar
condições de projeto, alcançar produtos de acordo com as necessidades do projeto,
reduzir custos de manutenção, melhorar o relacionamento custo versus vida útil, etc
(WOLYNEC, 2003).
O conhecimento técnico adquirido e os casos analisados, emitem duas
observações significativas, dignas de serem comentadas: primeiro, no caso 1, a
resistência à compressão obtida é muito alta, superior ao especificado no projeto, ou
seja, pode-se concluir que resistência mecânica não é um fator definitivo para
aumentar a durabilidade e um grande número de defeitos derivados do projeto e
más práticas construtivas que favorecem o tipo de dano encontrado nos elementos
e, no segundo caso, a baixa efetividade é observada, têm as técnicas de reparo
quando as condições de serviço da estrutura é severa (WOLYNEC, 2003).
Estruturas de concreto são expostas durante sua vida útil a ataque químico e
físico de diferentes agentes. A durabilidade do concreto variará, pois, esses fatores
são mais ou menos agressivos, e também de acordo com as propriedades de seus
componentes, a relação de mistura e condições de esvaziamento e cura que foram
aplicados em sua construção (ANDRADE, 1992).
O planejamento e o projeto não devem ser apenas com base no uso da
estrutura, mas também nas condições de vida ambiental e esperada do mesmo.
16

Essas definições básicas devem refletir-se nos materiais e nas especificações da


construção, conceito e nos detalhes estruturais (MENUCCI, 2006).
No contexto da prática comum, é projetado e detalhado não apenas para as
cargas que atuarão na vida útil de uma estrutura, mas também para os efeitos de
rachaduras e temperatura; porém, apenas condições especiais de exposição para
grupos são consideradas estruturas muito particulares (MAREK, 1992).
É muito comum que os códigos e normas atuais prescrevam apenas
variações adequadas da relação água versus cimento e os revestimentos de
concreto no aço de reforço de acordo com classificação muito simples das
condições de exposição. Porém, na prática, existem muitas e mais diversificadas
condições de exposição, e não apenas em relação ao meio ambiente, mas também
de acordo com o uso pretendido da estrutura (LIMA, 2000).
Em condições de ambientes eminentemente agressivos, precauções e
cuidados na construção devem realmente ser extremo. No entanto, existem
condições não tão claramente agressivo, portanto, para obter estruturas duráveis,
consideram que são afetados pela umidade do vento e do mar que contêm grandes
quantidades de sal, bem como pelos ciclos de umedecimento e secagem (SOUZA,
1998).
Torna-se muito importante, então a detecção e estudo das características
climáticas mais relevantes da região em que a estrutura será localizada, ou seja, as
mudanças de direção sazonal dos ventos, temperatura, umidade relativo e
precipitação; poderia até em muitos casos, desejável e útil ter a análise da
composição química de água do mar (WOLYNEC, 2003).
Segundo Menucci (2006), na fase do projeto, os requisitos de segurança e
funcionalidade com as quais um determinado será fornecido estrutura, essas
decisões na fase do projeto são baseadas em solicitações de tipo mecânico que
atuarão na estrutura. Portanto, entende-se por vida útil, o período em que a estrutura
mantém os requisitos do projeto em segurança, funcionalidade e estética sem custos
inesperados de manutenção, como (SOUZA, 1998):

 Concepção ou antes do projeto;


 Projeto;
 Fabricação de materiais e componentes;
 Execução adequada e;
17

 Principalmente durante o estágio de uso da estrutura. Nesta etapa,


serão realizadas as operações de inspeção, monitoramento e
manutenção, preventivas e corretivas, indispensáveis à consideração
correta e sistemática da vida útil.

Boa parte da falta de durabilidade do concreto armado e protensão ocorre


devido aos fenômenos de corrosão da armadura, que origem pode ser de natureza
química e / ou eletroquímica e ser causados (ou favorecidos e acelerados) pelos
agentes externos do ambiente: ar, umidade, salinidade, mas também por fatores
intrínseca do concreto ou de seus materiais: porosidade e permeabilidade,
heterogeneidade, falta de revestimento, falta de proteção e passivação de reforço
pela pasta de cimento, presença de substâncias corrosivo no próprio sulfeto de
cimento, se for, por exemplo, cimento com escória de aço ou nos aditivos, quando
apropriado, cloretos (ANDRADE, 1992).
É assim que esses conceitos de corrosão e durabilidade de concreto armado,
hoje assumem maior relevância do ponto de vista de visão técnica, social,
econômica e política, eis a necessidade de promover seu estudo, concepção,
conhecimento e treinamento, a fim de promover entre os profissionais responsáveis
pela construção de infraestrutura uma cultura sustentável, que permita-nos melhorar
nossa condição (LIMA, 2000).
Como medidas preventivas para a deterioração por corrosão, existem em
geral, que um melhor comportamento das estruturas de concreto armado depende
da adoção de métodos preventivos de corrosão. Qualquer medida preventiva é
definida como medida preventiva durante a fase que leva ao início da corrosão, que
impede ou retarda o início da corrosão. As medidas preventivas básicas consistem
principalmente em (LIMA, 2000):
a) Selecionar uma composição de concreto e uma espessura de
revestimento, levando em conta as condições agressivas para exposto,
recorrendo, se necessário, a composições de concreto com maior
resistência à penetração de agentes agressivos, usando adições
minerais (fumaça de silício, cinzas folhetos, escória de aço) e
introdução de aditivos especiais como os superplastificantes que
permitem a redução da proporção água / cimento (MAREK, 1992);
18

b) Usar práticas construtivas apropriadas do ponto de vista de


durabilidade;
c) Controlar a qualidade do concreto, avaliando suas características de
desempenho contra as ações agressivas do ambiente em que está
exposto (MENUCCI, 2006);
O segundo nível inclui medidas preventivas complementar constituído por:
d) Melhorar a ação da barreira de concreto sobre os reforços, com a
aplicação de um revestimento na superfície do concreto impregnação;
e) Usar proteção catódica, que permite reduzir a velocidade da corrosão
quando a corrosão começa (WOLYNEC, 2003);
f) Usar inibidores de corrosão, que impedem o início do processo de
corrosão na armadura;
g) Use armaduras de materiais mais resistentes à corrosão do que o aço
comum, normalmente aço inoxidável ou aço galvanizado;
h) Introduzir meios de monitoramento para observar a corrosão dos
reforços ou o progresso de condições corrosivas no concreto, durante
a vida útil da estrutura (SOUZA, 1998);
Medidas preventivas básicas devem ser usadas em qualquer estrutura e
geralmente não representam um aumento significativo no custo da construção. As
medidas preventivas complementares correspondem a geral, com um aumento do
custo inicial na construção, que em muitas situações podem ser traduzidas em
menor custo total, durante o ciclo da vida da estrutura (ANDRADE, 1992).
Segundo Souza (1998), diz que o aumento dos custos de correção de falhas
ou deterioração das construções têm uma variação exponencial ao longo do tempo,
isso significa que geralmente os reparos são sempre muito mais caros do que
medidas preventivas tomadas adequadamente no projeto da construção civil.
A implementação de qualquer uma das medidas preventivas complementar
deve ser sujeito a uma análise de custos, dependendo do ciclo da vida da estrutura.
Sob condições de baixa agressividade ambiental, é normalmente adoção suficiente
de dois requisitos: composição e espessura de revestimento indicado nas normas e
códigos, é claro que existe um controle de qualidade na execução da obra (LIMA,
2000).
Em condições de agressividade média ou alta, principalmente em estruturas
localizadas em ambientes marinhos, é necessário adotar medidas preventivas
19

básicas que atendem aos requisitos de desempenho estabelecidos para que a


estrutura resista às ações agressivas do ambiente planejado (ANDRADE, 1992).
Em alguns casos, quando as estruturas serão localizadas em áreas
agressividade muito alta e com uma longa vida útil, torna-se necessário recorrer a
medidas preventivas complementares (MAREK, 1992).
Como dito anteriormente, as medidas preventivas básicas são todas as
medidas que garantem uma boa qualidade de concreto que protege o reforço da
corrosão. A boa qualidade do concreto deve ser acompanhado por uma boa
execução do trabalho (MENUCCI, 2006).
Obtenção de concreto de boa qualidade, resistente a penetração de agentes
agressivos dependerá de (WOLYNEC, 2003):
 A qualidade dos materiais utilizados: cimento, agregados, água de
misturados, aditivos e adições minerais;
 O projeto da mistura de concreto usados: Relação água versus cimento
tipo e composição de cimento, aditivos e tipo destes, conteúdo de
adições minerais;
A relação água versus cimento tem um efeito muito importante na
microestrutura de concreto. Quando o relacionamento água e cimento diminui, há
uma diminuição da porosidade na área de interface e pasta agregada, portanto,
taxas de água e cimento baixas permitirão obter concreto muito resistente à
penetração de agentes agressivos (MAREK, 1992).
A porosidade do concreto depende do conteúdo da pasta endurecida.
Recomenda-se uma relação água e cimento de 0,40 no mínimo. Quanto à influência
da composição do cimento alguns autores atribuem aos silicatos alguma capacidade
de outros autores, acreditam que a fixação de cloreto é C 3A mais importante
(SOUZA, 1998).
Valores altos de C3A aumentam a capacidade de combinar cloretos com
massas e, consequentemente, permite reduzir o valor crítico dos cloretos. Não tanto
quanto o C3A também é combinado com sulfatos, o uso de cimentos com o alto valor
de C3A no ambiente marinho deve ser ponderado se a ação do sulfato é significativa.
Em relação à incorporação de adições, geralmente há consenso no uso de
cinzas volantes, fumaça de sílica ou escórias de aço, que tenham uma ação
benéfica no desempenho de concreto expostos em ambientes marinhos (MENUCCI,
2006).
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A determinação das propriedades do concreto, em particular, a constante de


difusão de íons cloreto para concreto exposto em ambientes marinhos e o
coeficiente de carbonatação para outros tipos de exposição, é essencial estimar o
desempenho em relação às ações agressivo (ANDRADE, 1992).
A avaliação de outras propriedades, como permeabilidade a oxigênio,
absorção capilar e resistividade do concreto também são importantes prever o
desempenho concreto e, em particular, a aparência e propagação de mecanismos
de corrosão (WOLYNEC, 2003).
Um grande número de estruturas tem deterioração localizada, o que ocorre
devido a detalhes que não foram considerados nos projetos estruturais e
arquitetônicos, que são prejudiciais do ponto de vista de durabilidade, como é o caso
da existência de áreas pobres de drenos de água, áreas com pouca ventilação,
áreas onde ocorrem fissuras de tamanho apreciável de origem estrutural e áreas
com distribuição e diâmetros de reforços inadequados que dificultam seu
revestimento de concreto (LIMA, 2000).
Estes são alguns dos exemplos que podem ser mencionados e são bem
suportados nas literaturas. Os aspectos relacionados à execução de uma obra são
igualmente decisivos para a obtenção de um concreto durável, pois o que pode
contribuir para a diminuição das propriedades do concreto como revestimento
(MAREK, 1992).
A qualidade da execução depende diretamente da qualidade do sistema de
controle de mão-de-obra e qualidade implementado na construção civil também
pode ser condicionado por outros fatores, como: a existência de formas geométricas
complicadas que dificultam a operações de esvaziamento e compactação de
concreto; a qualidade do molde utilizada, que não permite a saída de A massa; a
qualidade dos espaçadores, que deve garantir revestimentos mínimos
predeterminados e não deve introduzir pontos de alta permeabilidade (LIMA, 2000).
Uma vibração adequada, que leve em consideração as diferentes formas
elementos geométricos e permitem uma boa compactação do concreto. A cura deve
ser vista como parte integrante do processo de hidratação (MENUCCI, 2006).
Sua implementação reduzirá a permeabilidade do revestimento de concreto e
reduz rachaduras, por secagem rápida ou por gradientes térmicos apreciáveis. Seu
papel é muito mais importante se o concreto aprimorado com adições minerais for
usado, para melhorar o comportamento contra a corrosão. Esses diferentes fatores,
21

se não levados em consideração, podem causar defeitos localizados no concreto


onde desempenho contra ações agressivas (ANDRADE, 1992).

4. PREVENÇÃO E REABILITAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO.

A primeira oportunidade que tem para estabelecer a qualidade pretendida de


um concreto é ao projetá-lo, com tudo o que isso implica, seleção e propriedades
dos agregados, tipo de cimento, qualidade da água e relação água e material
cimentícia.
A adição do material de cimentação, como pozolanas, ajuda a densificar a
matriz cimentícia, é digamos diminuir a porosidade e permeabilidade de um
concreto. A partir daí independente da maneira como é misturado, transportado,
fundido e curado. Uma obra civil pode-se garantir que, se os procedimentos
descritos acima forem realizados com base em suas respectivas normas, não
haverá problemas em relação à durabilidade desse concreto (ANDRADE, 1992).
Como infelizmente nem sempre é o caso, surgem métodos de proteção que
podem ser usados para concreto e aço, por exemplo, os aços revestidos, sendo
"epóxi" e galvanizados, são os mais utilizados experiências de campo, no entanto,
qualquer dano ao revestimento é prejudicial para a proteção do aço (WOLYNEC,
2003).

Existem muitas estruturas em que esse método foi aplicado, o que mostra
corrosão severa da armadura. Os aços inoxidáveis têm muito mais resistência à
corrosão do que os aços carbono, que deriva de uma camada rica em cromo que
ocorre na superfície (LIMA, 2000).
Um aspecto importante ao usar este tipo de aço é que a soldagem é mais
delicada, pois podem ser formados pontos frágeis, bem como pares galvânicos que
promove o fenômeno de corrosão (MENUCCI, 2006).
22

Por outro lado, a adição de inibidores de corrosão à mistura de concreto


permite gerar um ambiente quimicamente favorável para o aço, no entanto, foi visto
que seu personagem é temporário. As argamassas de reparo parecem emergir
como uma opção viável para combater o fenômeno que preocupa, no entanto,
dependem muito de uma prática adequado em sua colocação, pois, caso contrário,
apareceria áreas anódicas e catódicas (WOLYNEC, 2003).
Os métodos eletroquímicos param ou pelo menos reduzem o processo
anódico e / ou a processo catódico pela polarização do aço e pelas alterações
químicas produzidas em concreto como resultado da polarização (SOUZA, 1998).
Os três procedimentos mais importantes de reabilitação das estruturas de
concreto reforçado por métodos eletroquímicos são (SOUZA, 1998):
a. Realcalinização Eletroquímica (RAE).
b. Extração eletroquímica de cloreto (EEC).
c. Proteção catódica (PC).
Inevitavelmente, o acima exposto devido à adição de um terceiro material à
área de corrosão com resistência diferente, módulo de elasticidade e não garantia
que esta argamassa irá penetrar até que a armadura esteja coberta, pois essa zona
interna não é visível (ANDRADE, 1992).
Para a proteção catódica, técnica permite que a armadura se comporte como
um cátodo. Pode ser aplicado por ânodos de sacrifício ou por corrente impressa.
Proteção por ânodos de sacrifício implica a conexão elétrica entre o reforço e um
material mais ativo que o aço, o que funcionariam como ânodo, estudos de
laboratório mostraram eficácia no uso de ânodos de alumínio e zinco. No caso de
corrente impressa, o ânodo pode ser qualquer material (por exemplo, zinco,
magnésio e alumínio), uma vez que a fonte de alimentação CC para induzir a
corrente que entra na estrutura para proteger, tornando-o cátodo (LIMA, 2000).
A extração eletroquímica de cloretos, que é o processo pelo qual os íons cloro
são removidos de dentro do concreto através da migração iônica ao aplicar um
campo elétrico. Parâmetros consideradas no processo de extração de cloreto são a
densidade e a duração do tratamento (MAREK, 1992).
A técnica é baseada no aproveitamento da carga negativa do íon cloreto a ser
atraído por um ânodo temporariamente colocado externamente na superfície da
estrutura tratada. A remoção da maior parte do cloreto livre e da produção de OH  
permite restaurar a passivação da armadura (MENUCCI, 2006).
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Realcalinização é uma técnica de reabilitação de estruturas de concreto


armado carbonatado com problemas de corrosão em sua armadura, é não destrutivo
e temporário, e pode ser aplicado usando dois métodos diferentes: com e sem
corrente elétrica (SOUZA, 1998).
A aplicação do tratamento sem corrente elétrica é baseada na aplicação de
uma argamassa de cimento com alta alcalinidade. O fato da alta mobilidade dos íons
OH capazes de difundir de áreas com alto pH para outras com menor pH, pode
realcalinizar o interior do concreto com revestimentos não maiores que 2 cm
(WOLYNEC, 2003).

O uso da técnica sem corrente elétrica envolve a remoção de concreto


carbonatado, limpar o aço corroído e colocar a argamassa; no entanto, além de ser
um processo lento, esse tipo de adesivo promove a formação de áreas anódicas e
estrutura catódica, facilitando o ressurgimento do fenômeno (ANDRADE, 1992).
No caso de realizar a calibração real aplicando uma corrente elétrica, o
objetivo é restaurar a alcalinidade do concreto ao redor da armadura, para que
obtenha a repasivação disso. Essa alcalinização é alcançada pela geração de OH
na hidrólise da água que ocorre no aço que atua como um cátodo. A duração do
tratamento é de 3 a 21 dias, densidades atuais comumente usadas variam de 1 a 5
A / m2 (MENUCCI, 2006).
Os componentes para a aplicação da técnica são: um eletrólito que pode ser
carbonato de potássio (K2CO3) ou carbonato de sódio (Na 2CO3); uma fonte de
corrente direta ou um ânodo externo provisório (SOUZA, 1998).
Ao aplicar Realcalinização eletroquímica, a haste atua como um cátodo,
gerando íons hidroxila devido às reações catódicas e o ânodo externo fecha o
circuito (malha de aço inoxidável ou titânio), atingindo valores de pH ainda maiores
que 11,5, dependendo das condições de estrutura (LIMA, 2000).
Segundo Marek (1992), uma definição de vida útil da seguinte forma: período
de tempo após a construção, durante o qual todas as propriedades e os itens
essenciais atingem ou excedem o valor mínimo aceitável com manutenção de rotina.
O manual de inspeção, avaliação e diagnóstico de corrosão em estruturas de
concreto armado] define como o período em que a estrutura mantém os requisitos
do projeto de segurança, funcionalidade e estética, sem custos inesperados de
manutenção.
24

A estimativa da vida útil de uma estrutura de concreto armado é realizada


considerando os fatores: a) a agressividade do meio ambiente; b) a espessura do
revestimento e a resistência à penetração do agente agressivo e; c) o limite
inaceitável de deterioração (MENUCCI, 2006).
A agressividade do meio ambiente é geralmente classificada nos códigos
nacionais em função do teor de umidade e poluentes. A espessura do revestimento
é provavelmente a primeira oportunidade de proteger a estrutura selecionada na
fase de projeto e se baseia na agressividade do ambiente ao qual o edifício será
exposto (SOUZA, 1998).
A definição de limite de deterioração inaceitável varia de acordo com o tipo de
elemento estrutural e das repercussões econômicas e sociais que sua deterioração
implica. Às vezes, o limite inaceitável pode ser a des-passivação do aço, em outros
o derramamento do revestimento, enquanto em outras estruturas poderia alcançar
limites aparentes de deterioração significativa (LIMA, 2000).
Existem modelos de previsão de vida útil que na previsão do estágio inicial da
penetração da carbonatação no concreto, como: Modelo de estruturas de concreto
duráveis, o modelo Bakker, o modelo Schieβl Corrosão do reforço no workshop
Internacional de durabilidade de estruturas de concreto, mas sem dúvida o mais
difundido é o de Tuutti corrosão do aço no concreto, que estabelece um nível
máximo inaceitável de deterioração, assimilado ao aparecimento de fissuras, e
propõe dividir a vida da estrutura em dois períodos, de iniciação e propagação
(WOLYNEC, 2003).
O período de iniciação é o tempo decorrido até a corrosão em estado ativo, o
período de propagação refere-se ao tempo em que transcorre, uma vez que a
despasivação ocorre, até atingir um grau de deterioração. Esse reparo é necessário
(SOUZA, 1998).
O período de iniciação pode ser estimado com base nas características do
meio agressivo e da espessura e qualidade do revestimento de concreto. O período
de propagação é inversamente proporcional à taxa de corrosão, conforme o que ser
o nível tolerável de dano (ANDRADE, 1992).
A partir das medições de velocidade no local de corrosão dos reforços, o
modelo Tuutti pode ser quantificado em alguns casos, obter a vida útil e a vida
residual da estrutura, sendo entendida pela vida útil residual restante após a
inspeção de acordo com previsão de vida útil. Existe um modelo que propõe as
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semelhanças entre os estágios da vida útil de um ser humano e uma estrutura, e


consiste em 7 etapas, como (WOLYNEC, 2003):
a) Etapa 1: Projeto para planejar a vida total da estrutura, em que a
concepção é dada pelas primeiras discussões sobre o projeto e sua
preparação. Dependendo do tipo de projeto, a estrutura pode durar para
sempre. Nesta fase a vida total é projetada e inclui o projeto de
durabilidade arquitetônica e estrutural (SOUZA, 1998).
b) Etapa 2: Preparação para a vida útil. A analogia com esta etapa é dada
pelo período de construção de estruturas. Seguindo as especificações do
projeto com uma supervisão adequada determinará o período de vida total
da estrutura (MEHTA, 2008).
c) Etapa 3: Início da vida útil. Em termos de estrutura, é o dia em que é
colocado em serviço (MEHTA, 2008).
d) Etapa 4: Vida útil. A analogia dessa etapa refere-se ao fato de que a nova
estrutura pode ou não receber manutenção preventiva para evitar danos
futuros. Será o período de tempo desde dia em que foi colocado em
serviço, até o dia em que a agressividade do meio ambiente e / ou as
cargas resultam em deterioração direta do aço / concreto (LIMA, 2000).
e) Etapa 5: Vida útil residual. Em termos de durabilidade, esta etapa
corresponde ao período de propagação. Sem, no entanto, o período de
propagação termina quando não pode restaurar as características ou
habilidades iniciais para suportar os encargos ambientais e estrutural. Na
verdade, essas características têm uma alta probabilidade de serem
restaurado se a estrutura for reparada / reabilitada adequadamente em um
determinado período de tempo crítico. É o estágio em que a estrutura será
útil, apesar de seus problemas, apenas se receber a tratamento correto e
oportuno (MENUCCI, 2006).
f) Etapa 6: Vida residual. Nesta fase, deve pensar na mudança de uso da
estrutura pelo proprietário. Devem planejar atividades para descarregar
áreas, evacuar pessoas, desmontar algumas instalações, etc. Antes da
morte da estrutura (WOLYNEC, 2003).
g) Etapa 7: Fim da vida útil residual. No caso da estrutura corresponde ao
início do colapso parcial ou total (MEHTA, 2008).
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Pode ser entendido como convencional para algo tradicional ou que é usado
por acordo de muitos, no entanto, o termo é cada vez mais questionável de usar,
devido à avanços tecnológicos em procedimentos e materiais de reparo (SOUZA,
1998).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Existe uma porcentagem de estruturas de concreto armado que apresentam


problemas de corrosão por carbonatação devido à presença inevitável de CO 2 no ar
que está em contato com as estruturas, diminuindo sua vida util.
Nesse sentido, é apresentada a necessidade de intervenção para reduzir ou
atenuar a deterioração da estrutura. É promovida a aplicação de técnicas de reparo
convencional e não destrutivo, dentro do qual estão eletroquímicos.
Se baseia na aplicação de um campo elétrico no sistemas aço-concreto,
gerando mecanismos elétricos, físicos e químicos, que se associam e se envolvem,
para conseguir a diminuição da cinética de degradação da armadura.
A Realcalinização eletroquímica (RAE) surge como uma técnica capaz de
retornar o concreto que a alcalinidade perdeu durante a carbonatação. Faz
armadura repassiva (aumentando o pH do concreto), diminuindo sua velocidade de
corrosão.
A aplicação é considerada temporária, uma vez que o tratamento pode ser
feito de 3 a 21 dias, pois isso se aplica um campo elétrico formando uma célula
eletroquímica com um metal inerte (nobre) (ânodo) e aço (cátodo) e um eletrólito
básico (alto valor de pH).
Este trabalho aborda o estudo da realcalinização focado em determinar a
eficácia da técnica em relação à degradação do aço, a influência da deterioração do
aço na técnica RAE em termos de repassivação do reforço por recuperação do pH
do concreto, em função de suas perdas materiais e realizando caracterização
eletroquímica em aço e resistividade elétrica.
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REFERÊNCIAS

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laboratory immersion corrosion testing of metals. Designation G31 – 72. In:
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Paulo.

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Paulo: 1990.

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MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J.M. Concreto: estruturas, propriedades e


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MAREK, M.I. Fundamentals of Corrosion: Introduction, ASM Handbook, 4ª ed.:


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corrosão do aço carbono CA50 usado como armadura de estruturas de
concreto. 2006. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Pesquisas Energéticas e
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SOUZA, V. C.M.; RIPPER, T. Patologia, Recuperação, e Reforço de Estruturas


de Concreto. Ed. Pini. São Paulo,1998.

WOLYNEC, S. Técnicas Eletroquímicas em Corrosão, São Paulo, Edusp, 2003.

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