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Aula 1
Thaïs Cristófaro Silva
- Quando ouvimos a voz de alguém no telefone, podemos
identificar facilmente o sexo e, até certo ponto, a idade do
interlocutor, já pelo tom (mais grave ou mais agudo), já pelo
timbre da voz. Atentando às escolhas lexicais e aos usos
morfossintáticos, podemos avaliar também, em alguma medida,
o grau de instrução formal do falante com quem nos
relacionamos.
(variante regional)
- Para procedermos a uma análise linguística (por exemplo, fonética) de uma
língua ou de um dialeto, devemos começar por: 1) identificar uma
comunidade de fala homogênea, ou seja, um grupo de falantes que
compartilham um conjunto específico de princípios subjacentes ao
comportamento linguístico; e 2) coletar os dados linguísticos que formarão o
corpus a ser analisado.
VARIANTES
De prestígio Estigmatizada
(dialeto culto?)
• Variante de sexo:
✓ “Olha que gracinha aquele vestidinho amarelo!
Que fofo!” .
Fala feminina (infantil?).
• Variante etária:
- Observe as seguintes gírias:
✓ “Bacana, uma brasa!”;
✓ “massa!”;
✓ “irado, top!”.
• Variante formal e informal:
Uso de gírias, etc. A situação social condiciona o uso de
uma variante ou da outra, e não o grupo social a que o
falante pertence: registro.
• Variante regional:
“Arre égua!”; “esmoléu”; “rebolar no mato”;
“arrodear o balão”; “acolá”; etc.
IDENTIFICAR VARIAÇÕES
NO LÉXICO OU NA PRONÚNCIA
DO PORTUGUÊSQUE DEPENDAM DE:
✓ FAIXA ETÁRIA
✓ REGIÃO
✓ PRESTÍGIO OU FORMALIDADE
SAUSSURE
Gramática normativa X Gramática descritiva
Fala x Língua
- A dicotomia entre língua e fala foi proposta por Saussure. Dentro dessa
perspectiva, a fala se constitui como performance linguística passível de
ser empiricamente verificada e analisada; já a língua trata-se de um
sistema abstrato e compartilhado por uma comunidade de falantes. Assim,
parte-se da coleta de um corpus de enunciados de diferentes falantes e
determina-se as características dos sons que esses falantes produzem
quando se expressam numa determinada língua; quando , depois,
procede-se a uma análise estrutural do material coletado e chega-se à
descrição do sistema linguístico que está por trás das manifestações
individuais registradas.
Saussure → Fala/ Língua Chomsky → Desempenho/ Competência
Língua -> Sistema linguístico Competência -> Conhecimento subjacente
compartilhado e internalizado
- Saussure: “a língua não está completa em nenhum [indivíduo], e só na massa ela
existe de modo completo. Com o separar a língua da fala, separa-se ao mesmo
tempo: 1º, o que é social do que é individual; 2º o que é essencial do que é
acessório e mais ou menos acidental”.
- Chomsky observa que a intuição do falante de uma língua permiti-lhe criar ou
compreender enunciados novos, nunca dantes formulados, distinguindo-os com
facilidade de enunciados “impossíveis” de serem formulados, ou meros erros.
→ Note-se que:
1) Quando se observa um fenômeno linguístico (ou outro qualquer) é importante
definir primeiro os pressupostos teóricos e os conceitos que estão sendo
tomados como relevantes no estudo do material analisado, evitando ao
máximo qualquer tipo de confusão entre teorias antagônicas ou rivais.
2) O confronto de uma teoria com dados observados que pareçam contradizer
alguns dos princípios ou pressupostos dessa teoria ou ultrapassar o campo de
possibilidades previsto inicialmente pode levar a uma reformulação mais
aperfeiçoada do paradigma teórico, ou a uma sua complementação.
Fronteiras linguísticas são bastante indefinidas do ponto de vista de uma
geografia física. A diferença entre língua e dialeto não encontra, tampouco,
suporte em evidência gramatical tangível. A conclusão é que, embora fatores
históricos e pragmáticos passíveis de observação científica possam contribuir
para a identificação da existência de um código linguístico individualizado, para
circunscrever gramaticalmente e geograficamente uma língua, fatores políticos e
ideológicos são essenciais.
VIBRAÇÃO
SOM