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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.........................................................................................................4
1. ESTRUTURA MACROSCÓPICA DO TRONCO................................................5
1.1. Medula.............................................................................................................6
1.2. Xilema..............................................................................................................7
1.3. Câmbio...........................................................................................................10
1.4. Casca.............................................................................................................10
1.5. Anéis de Crescimento....................................................................................10
1.6. Crescimento do Tronco..................................................................................12
6. VARIABILIDADE DA MADEIRA........................................................................53
7. DEFEITOS DA MADEIRA.................................................................................62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................95
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APRESENTAÇÃO
1.1. Medula
1.2. Xilema
1.2.2. Alburno
1.2.3. Cerne
É a região que se situa abaixo do alburno, geralmente de cor mais escura que
este (no caso de angiospermas), constituído de células sem atividade vegetativa ou
fisiologicamente mortas. A região do cerne é constituída de material de maior
durabilidade natural; os poros geralmente estão obstruídos por extrativos e tilos, daí
a dificuldade em tratá-la com produtos preservativos, já que praticamente não ocorre
absorção dos produtos, mesmo nos tratamentos sob pressão em autoclaves.
Geralmente, as madeiras que apresentam um cerne durável são conhecidas como
“madeiras de lei”, termo remanescente do Brasil Colônia, quando determinadas
madeiras, sabidamente mais duráveis e de maior interesse comercial, eram
proibidas de serem usadas no comércio interno, ficando restritas ao uso pela Coroa
Portuguesa, que as utilizava para construção naval. O termo “madeira de lei” é
usado até hoje para designar madeiras que possuem boas propriedades físico-
mecânicas, grande durabilidade natural e tenham várias opções de uso (Figura 3).
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1.3. Câmbio
1.4. Casca
A casca é constituída de duas camadas, sendo uma delas mais interna, fina,
fisiologicamente ativa, de cor clara, que conduz a seiva elaborada, denominada
casca interna ou floema. A mais externa, composta de tecido morto, denominada
casca externa ou ritidoma, tem a função de proteger os tecidos vivos da árvore
contra o ressecamento, ataque de microrganismos e insetos, injúrias mecânicas e
variações climáticas.
Função
Madeira
Mecânica Condução Armazenagem Secreção
Traqueóides do
Parênquima Células epiteliais
Conífera Traqueóides do lenho inicial
radial e (canais
s lenho tardio Traqueóides
longitudinal resiníferos)
radiais
Fibras
Vasos
Libriformes Parênquima Células epiteliais
Folhosas radial e (canais
Traquóides
Fibrotraqueóides longitudinal gomíferos)
vasculares
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2.1.1. Traqueídes
Os canais de resina radiais estão localizados nos raios fusiformes do lenho das
árvores, constituídos por células de parênquima radial dispostas nas regiões
superior e inferior dos dutos de resina. As células epiteliais (3 ou 4 células) de forma
triangular ou retangular alinham-se em cada duto radial de resina, sendo facilmente
distinguidas do parênquima radial (menores e arredondadas). Os canais de resina
radiais encontram-se, normalmente, localizados próximos dos dutos de resina
longitudinais, possibilitando a sua intercomunicação.
Menos de 20 % dos raios presentes no lenho de árvores de pinus são do tipo
fusiformes e possuem canais de resina radiais. Os canais de resina estão,
normalmente, isolados no lenho inicial e tardio dos anéis de crescimento, podendo,
porém, ser observados pares de canais de resina, apresentando diâmetro variando
de 60-300 μm. No lenho de árvores de Pinus halepensis os canais de resina
longitudinais têm aproximadamente 4-10 cm de comprimento, sendo mais curtos nos
ramos, podendo ter maior diâmetro no lenho de árvores de idade avançada (Figura
9).
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2.2.1. Fibras
2.2.2. Vasos
multisseriados, quando formado por duas ou mais fileiras de células nesta seção
(Figura 11).
árvore são iguais. Estas diferenças podem ser atribuídas às condições ecológicas do
local onde o vegetal cresce, a localização das amostras no tronco, aos defeitos da
madeira etc.
A composição do lenho, a estrutura e organização de seus elementos
constituintes são os fatores que determinam as propriedades físicas da madeira e
sua aptidão para o uso comercial.
contato com água do mar, uso considerado como o que apresenta as condições
mais drásticas e severas.
Usualmente, a presença de substâncias especiais no lenho produz na
madeira uma coloração acentuada, e é pó isso que as madeiras escuras são em
geral mais duráveis, fenômeno também observado no cerne, que é a parte mais
escura do tronco.
A grande abundância de tecido parenquimático (raios e parênquima axial)
proporciona baixa durabilidade natural à madeira, uma vez que se trata de tecido
macio e de fácil penetração e, sobretudo por atrair os agentes destruidores em
virtude dos conteúdos nutritivos armazenados em suas células (amidos, açúcar,
proteínas, etc.). A localização do parênquima no lenho também pode favorecer o
desenvolvimento de certos insetos xilófagos. No caso de parênquima axial
paratraqueal, as larvas, assim que eclodem dos ovos depositados nas cavidades
dos vasos, encontram logo ao seu alcance os nutrientes necessários ao seu
desenvolvimento.
2.3.3. Permeabilidade
lumes grandes e muitas pontuações areoladas é mais permeável que o lenho tardio.
A presença de substâncias especiais como gomas, resinas, látex etc. e canais
intercelulares e celulares podem afetar a penetração de preservativos e a secagem
de madeiras por se liquefazerem, obstruindo assim a passagem dos fluidos.
2.3.4. Trabalhabilidade
que diz respeito à sua alteração dimensional devido a secagem é um fato conhecido,
entretanto, se a peça considerada apresentar desvios de grã, a sua retração fugirá
aos padrões normais previstos, além de provocar de formações na mesma.
A textura da madeira tem grande importância sob esse aspecto. Madeiras com
textura grosseira absorvem grande quantidade de substâncias que lhe são
aplicadas. No caso de pinturas, são necessárias várias demãos para um bom
acabamento. Sob o ponto de vista da colagem, a excessiva absorção do adesivo por
uma superfície porosa pode causar uma má aderência, além do perigo de
ultrapassagem da cola até a outra face (por ex. compensado), prejudicando sua
aparência. Ao contrário, em madeiras de estrutura muito fechada e superfícies lisas,
haverá deficiência de penetração do adesivo, reduzindo a área de colagem e
acarretando consequentemente uma linha de cola fraca.
A presença de substâncias especiais (canais secretores, células oleíferas,
conteúdo nos vasos) pode em muitos casos dificultar os processos de colagem e a
aplicação de revestimentos superficiais como pinturas, vernizes etc. Pois essas
substâncias, espalhando-se sobre a superfície das peças, impedem a aderência dos
adesivos ou agem como inibidoras do processo químico de ligamento da cola (cura
de cola).
Fator de Runkel
(R) = 2e/d, em que e = espessura da parede celular; d = diâmetro interno das
células. Quanto maior o valor de R, menos apta a madeira. O ideal é menor que 1.
Entre as células individuais há uma fina camada a lamela média, a qual une
(cola) as células entre si, formando o tecido. Embora fibrilas simples possam cruzar
a lamela média, esta camada é em princípio livre de celulose. A transição da lamela
média para a camada adjacente da parede celular não é muito clara, de tal forma,
que para a lamela média e a camada adjacente parede primária) é usado o termo
lamela média composta.
A lamela média é altamente lignificada, apresentando substâncias pécticas
principalmente no estágio inicial de formação. Sua espessura com exceção dos
cantos das células é de 0,2 a 1,0 μm.
Na Parede Primária (P) as fibrilas de celulose são arranjadas em delgadas
camadas que se cruzam formando um aspecto de redes. A parede primária é a
primeira camada depositada durante o desenvolvimento da célula, este sistema
permite uma expansão (crescimento) da célula jovem. Por consequência, a
orientação das fibrilas na camada mais externa é mais oblíqua. Ressalta-se que a
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ter ainda quatro ou mais camadas). As fibrilas de celulose são arranjadas numa
inclinação suave, porém não numa forma estritamente paralela. Possui uma
concentração maior de substâncias não estruturais, o que confere a superfície do
lume uma aparência mais ou menos lisa.
Finalmente, os traqueídes de coníferas e as fibras libriformes de folhosas mais
primitivas apresentam quase sempre uma camada ou zona verrugosa (warts), que é
uma membrana delgada e amorfa, localizada na superfície interna da camada S3 ou
parede terciária. É constituída de material semelhante a lignina em conjunto com
pequenas quantidades de hidratos de carbono e substâncias pécticas. Em conjunto,
o sistema de arranjo e disposição das fibrilas de celulose, em combinação com as
substâncias solidificantes não estruturais conferem às células da madeira uma
sólida, mas não inflexível constituição, a qual resiste a uma grande gama de forças
que nela atuam.
Devido a pequena inclinação das fibrilas a camada S2 é provida de resistência
à tração, enquanto que a S1, na qual as fibrilas encontram-se inclinadas conferem
resistência à compressão, ambas ao longo do eixo da célula.
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Elemento Porcentagem
Carbono 49 - 50
Hidrogênio 6
Oxigênio 44 - 45
Nitrogênio 0,1 - 1
Celulose 42 + 2% 45 + 2%
Polioses 27 + 2% 30 + 5%
Lignina 28 + 2% 20 + 4%
Extrativos 5 + 3% 3 + 2%
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4.2.1. Celulose
4.2.2. Hemicelulose
4.2.3. Lignina
A água pode existir na madeira como água higroscópica, no interior das células
ou, na forma de líquido ou vapor, no interior das cavidades celulares. A água na
forma líquida é normalmente denominada “água livre”, uma vez que a energia
necessária para sua remoção é aproximadamente igual à energia necessária para
evaporar uma determinada massa de água contida num recipiente aberto para a
atmosfera. A água contida no interior das paredes celulares requer uma quantidade
maior de energia para a sua remoção, pois as moléculas de água se encontram
ligadas por ligações hidrogênio aos grupos hidroxilas da cadeia celulósica. A
característica higroscópica da madeira é função da capacidade que os sítios
higroscópicos da parede celular têm de se ligarem a moléculas de água, através das
pontes de hidrogênio.
A água na madeira pode ser encontrada sob três formas diferentes:
forças em sua superfície. Quando toda a água capilar da célula for retirada, mas a
sua parede permanecer saturada ocorrerá o ponto de saturação das fibras (PSF).
Este termo se refere à umidade das paredes de uma célula a não à peça de
madeira. O ponto de saturação das fibras varia muito entre as espécies, em função
da estrutura e da composição química das madeiras envolvidas. Assim é comum se
perceber que:
- Madeiras de folhosas, de porosidade difusa, sem cerne distinto, apresentam o
PSF variando entre 32 a 35%;
- Madeiras de folhosas, de porosidade em anel ou anéis semi-porosos, com
cerne distinto, apresentam o PSF variando de 22 a 24%;
- Madeiras de coníferas, com cerne indistinto, apresentam o PSF variando de
30 a 40%;
- Madeiras de coníferas, com cerne distinto e alto teor de resina, apresentam o
PSF variando de 26 a 28%;
- Madeiras de raízes extremamente leves, com poros muito finos, podem
apresentar PSF até de 50%.
Em função da variabilidade, pode-se admitir um valor numérico de 30% para o
PSF de todas as espécies. O PSF é extremamente importante nos aspectos
tecnológicos que envolvem a utilização da madeira. É a partir dos pontos de
saturação das fibras até a completa secagem das fibras que ocorrem alterações
significativas nas propriedades físicas e mecânicas da madeira; em virtude da
umidade removida abaixo desse ponto ser proveniente da parede celular, o PSF é o
nível de umidade que a madeira começa a se contrair. Removendo-se a umidade, as
unidades estruturais se aproximam, aumentando significativamente a quantidade de
ligações hidrogênio. A partir do PSF é necessária mais energia para evaporar a
água porque a atração entre a madeira e a água tem de ser vencida.
3) Água de constituição: a água de constituição é a água mais firmemente
presa à madeira e não é removida durante a secagem natural. Ela não é realmente
água até que todo o material celulósico seja aquecido em condições drásticas, onde
degradações térmicas ocorram, resultando na quebra de grupos hidroxílicos para
formar água. A água de constituição participa da natureza orgânica da parede
celular e não é removida durante a secagem porque faz parte da madeira. Para
retirá-la é necessário quebrar a estrutura ou carbonizar a madeira. A mesma não
desempenha papel importante nas propriedades físicas e mecânicas da madeira.
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UR = (P/Ps) x 100
Como orientação prática, a UEM (%) pode ser fornecida, com valores próximos
ao real, através da seguinte expressão:
UEM = UR/5
dentro de uma faixa de umidade que varia entre 7 e 30%. São influenciados pelo tipo
de espécie (densidade) e pela temperatura ambiente, com isso a maioria dos
aparelhos elétricos precisam ser ajustados para cada tipo de madeira e local (curvas
internas).
3) Método de Karl Fischer: fundamenta-se na determinação iodométrica da
água que é removida da madeira por destilação.
4) Método Higrométrico: A umidade da madeira é determinada introduzindo-se
um higrômetro em um orifício previamente aberto na madeira. Sela-se este orifício e
após a umidade da madeira entrar em equilíbrio com o ar contido no seu interior, o
teor de umidade da madeira é obtida.
5) Método da Radiação Nuclear: Utiliza um gerador de nêutrons de alta
velocidade, os quais são dirigidos para a madeira. Parte destes nêutrons tem sua
velocidade diminuída pelas moléculas de hidrogênio presentes nas moléculas de
água, e a sua contagem é efetuada através de um detector. Como o teor de
umidade é avaliado em função do peso da madeira, a sua densidade deve ser
medida, sendo efetuada através de radiação gama. Para isso, um feixe de raios
gama é dirigido para a madeira e a intensidade de radiação refletida através do
material, que é inversamente proporcional a sua densidade, é medida por um
detector. Os dados dos dois detectores combinados fornecem o teor de umidade da
madeira.
6) Micro-ondas: O sistema mede o teor de umidade por meio de micro-ondas.
Todo o conteúdo de água do material é captado. O sistema usa um método pelo
qual o teor de água é determinado pelos desvios de ressonância, e não por
aquecimento.
5.3. Anisotropia
entre 2,0 a 2,5 são consideradas madeiras de média a alta estabilidade; e fatores
acima de 2,6 são consideradas madeiras muito instáveis, ocorrendo em araucária,
imbuia, jatobá e eucalipto.
5.4. Retratibilidade
madeira com a aplicação de ceras, vernizes, lacas, tintas, parafina e breu, entre
outros produtos. Esses produtos devem ser utilizados somente quando a madeira se
encontra com a umidade de utilização ou umidade de equilíbrio local, dificultando a
absorção de umidade, tendendo minorar os problemas causados pela variação
dimensional. Tais produtos atuam somente como protetores superficiais, atuando
apenas como paliativo para proteger a madeira contra movimentação da umidade.
As características de retração da madeira diferem muito de espécie para
espécie, dependendo, em grande parte, das características intrínsecas da madeira e
de como se conduzir o processo de secagem. Para diminuir os efeitos da contração
da madeira após o processamento, a madeira deve ser seca no teor de umidade que
corresponda ao da sua aplicação e à do ambiente em que será utilizada, ou seja, no
teor de umidade de equilíbrio da madeira.
6. VARIABILIDADE DA MADEIRA
a) Espécie florestal:
b) Umidade:
e) Idade:
A maior porção do lenho é constituída por fibras, que são responsáveis pela
rigidez e pela resistência da madeira. A morfologia desse elemento anatômico varia
tanto entre as árvores quanto dentro delas e pode ser influenciada por fatores
genéticos e silviculturais, bem como pela idade de corte da madeira.
No decorrer da vida da árvore, as fibras da madeira se alongam em
consequência do aumento do comprimento das células que as originam,
denominadas iniciais fusiformes.
Contudo, este comprimento se manterá constante após as células do câmbio
atingirem o incremento máximo, o que corresponde ao início da formação do lenho
adulto.
A espessura da parede celular, por sua vez, está ligada a fatores genéticos e
ambientais, assim como à idade da árvore e à densidade da madeira. Quanto maior
a espessura da parede celular das fibras, maior também será a densidade, em
função dos menores espaços vazios na estrutura da madeira.
Os vasos correspondem à soma de vários elementos de 0,02 a 0,5 milímetros.
Assim como as fibras, eles compõem as principais células que formam a madeira,
sendo responsáveis pelo transporte de água e nutrientes na árvore. As dimensões e
frequência dessas células são, em geral, influenciadas por idade, material genético e
local de crescimento.
As características anatômicas dos vasos no lenho das árvores de eucalipto
influenciam diretamente os processos fisiológicos de transporte de seiva e as
propriedades da madeira, o que afeta sua aplicabilidade nos diversos ramos da
indústria, como no da produção de polpa celulósica e papel, em que exercem
expressiva importância no processo de penetração do licor, na densidade e na
qualidade final dos papéis de impressão, além de no setor de preservação de
madeira, em que as dimensões e a ausência de obstruções nos vasos são
fundamentais para a penetração dos produtos químicos.
Ao se considerar o aspecto fisiológico, as alterações no diâmetro e na
frequência dos vasos ocorrem devido à necessidade das plantas de aumentarem
sua capacidade de condução de água e sais minerais de acordo com seu
crescimento. Em relação ao aspecto tecnológico, essas modificações interferem nas
propriedades físico-mecânicas, na secagem e no processo de polpação e
preservação da madeira, por exemplo.
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a parte estrutural da parede celular ou lamela média. Resultantes das alterações que
ocorreram com os carboidratos durante o processo fisiológico da árvore, os
extrativos influenciam na densidade básica da madeira, como também nas
propriedades energéticas, na durabilidade, cor e permeabilidade, e podem variar em
quantidade e composição, dependendo dos fatores: espécie, localidade e idade da
árvore.
O elevado teor de extrativos na madeira é indesejável para a produção tanto de
carvão vegetal quanto de celulose. A degradação dos extrativos acontece ainda em
baixas temperaturas de carbonização, reduzindo assim o rendimento gravimétrico do
carvão. A presença dessas substâncias pode também potencializar a formação de
aglomerados de pitch nos equipamentos da indústria de polpa celulósica e papel,
além de exigir maiores quantidades de reagentes químicos durante o processo de
cozimento e afetar o potencial de absorção de líquidos do papel.
O elevado teor de extrativos na madeira é indesejável para a produção tanto de
carvão vegetal quanto de celulose. A degradação dos extrativos acontece ainda em
baixas temperaturas de carbonização, reduzindo assim o rendimento gravimétrico do
carvão. A presença dessas substâncias pode também potencializar a formação de
aglomerados de pitch nos equipamentos da indústria de polpa celulósica e papel,
além de exigir maiores quantidades de reagentes químicos durante o processo de
cozimento e afetar o potencial de absorção de líquidos do papel.
As características anatômicas dos vasos no lenho das árvores de eucalipto
influenciam diretamente os processos fisiológicos de transporte de seiva e as
propriedades da madeira, o que afeta sua aplicabilidade nos diversos ramos da
indústria, como no da produção de polpa celulósica e papel, em que exercem
expressiva importância no processo de penetração do licor, na densidade e na
qualidade final dos papéis de impressão, além de no setor de preservação de
madeira, em que as dimensões e a ausência de obstruções nos vasos são
fundamentais para a penetração dos produtos químicos.
Ao se considerar o aspecto fisiológico, as alterações no diâmetro e na
frequência dos vasos ocorrem devido à necessidade das plantas de aumentarem
sua capacidade de condução de água e sais minerais de acordo com seu
crescimento. Em relação ao aspecto tecnológico, essas modificações interferem nas
propriedades físico-mecânicas, na secagem e no processo de polpação e
preservação da madeira, por exemplo.
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b) Métodos silviculturais:
Similarmente ao subitem anterior, práticas de adubação, poda, desbaste,
composição de espécies, etc., também afetam a densidade, por influenciarem
diretamente na taxa de crescimento das árvores e na forma de desenvolvimento do
xilema de seus fustes.
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7. DEFEITOS DA MADEIRA
7.2. Bifurcação
de lenho inicial e tardio são pouco diferenciadas. Pode ser provocado pelo vento,
pela ação da gravidade em árvores que crescem obliquamente, forte insolação
lateral, crescimento unilateral da copa, etc.
As desvantagens decorrem das propriedades desiguais da madeira, bem como
do lenho de reação que frequentemente acompanha este defeito.
primeiro apresentarem paredes mais espessas que o normal, aparência sem brilho e
cor mais forte que o tecido são.
Microscopicamente, os traqueídes do lenho de compressão revelam um
contorno arredondado, deixando consequentemente entre eles espaços
intercelulares. Em seção longitudinal observam-se rachaduras oblíquas em suas
paredes, que afetam enormemente a resistência mecânica. Este tipo de lenho
possui consequentemente propriedades bem distintas do lenho normal, com
importantes consequências para as qualidades e utilização da madeira.
As principais características do lenho de compressão são: excessiva dureza;
elevado conteúdo de lignina; baixo conteúdo de celulose; orientação espiralada da
estrutura fibrilar submicroscópica; ausência da camada S3 da parede celular.
As consequências destas características são: comportamento desigual da
madeira; a madeira apresenta elevada instabilidade dimensional; madeira
quebradiça; madeira com baixa qualidade de trabalhabilidade; propensa a
empenamentos por ocasião da secagem; madeira com coloração atípica, que pode
diminuir seu valor; madeira apresenta maior resistência à compressão axial e
perpendicular.
7.7. Nós
7.8. Rachaduras
7.9. Sapopemas
7.10. Sulcos
7.12. Tortuosidade
A análise térmica diferencial (DTA) é uma técnica na qual uma amostra e uma
referência são submetidas à uma variação de temperatura controlada e programada.
A diferença de energia necessária para variar a temperatura da amostra em relação
ao material de referência é medida através de um termopar. A referência pode ser
alumina em pó ou simplesmente a cápsula vazia.
A calorimetria diferencial é uma técnica procedente do DTA, na qual é medida
a diferença de energia fornecida à substância e a um material de referência em
função da temperatura. O DSC foi desenvolvido com o intuito de evitar as
dificuldades encontradas no DTA ou compensá-las, criando um equipamento capaz
de quantificar a energia envolvida nos processos. As curvas de DSC apresentam
forma semelhante às descritas para a DTA, entretanto quando ocorre um processo
de absorção de calor surge um pico positivo (já que o aquecedor da amostra deve
dissipar calor para manter a temperatura igual à da referência). Já num processo em
que ocorre liberação de calor, exotérmico, o pico é negativo, e menos energia deve
ser liberada para o aquecedor da amostra em relação ao da referência. Isto torna
necessário indicar o sentido dos processos no gráfico.
O DSC possui a finalidade de medir a variação de entalpia em diferentes
regimes de reação. A entalpia é uma função de estado termodinâmica que à pressão
constante, as variações de energia na forma de calor correspondem à variação de
entalpia. Quando o sistema libera energia (diminuição de entalpia) o processo é
chamado exotérmico e, quando o sistema absorve energia (aumento da entalpia) o
processo é chamado endotérmico.
90
9.3.1. Densidade
como a 0, 25, 50, 75 e 100%; além disso, é comum retirar-se, ainda, um disco extra
à altura do DAP (diâmetro a altura do peito).
a) Método de imersão:
valor médio do teor de umidade de uma peça de madeira, as amostras deverão ser
retiradas a uma distância da superfície de 0,2 a 0,3 vezes à sua espessura,
conforme Figura 30.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BURGER, L.M.; RICHTER, H.G. Anatomia da madeira. São Paulo, SP: 1991. 154
p.
COLODETTE, Jorge Luiz; GOMIDE, José Lívio; CARVALHO, Danila Morais de.
Composição química de materiais lignocelulósicos. In: COLODETTE, Jorge Luiz;
GOMES, Fernando José Borges. Branqueamento de polpa celulósica: da
produção da polpa marrom ao produto acabado. Viçosa: Ufv, 2015. p. 33-58.
VIDAL, André Carvalho Foster; HORA, André Barros da. A indústria de papel e
celulose. In: BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
SOCIAL (org.). BNDES 60 anos: perspectivas setoriais. Rio de Janeiro: Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, 2012. p. 334-381. Disponível em:
https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/handle/1408/935?mode=full.