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O Êxodo: Tradições Alternativas

Por Felipe Moura

Introdução

Você certamente conhece a narrativa bíblica do êxodo: Israel vai para o Egito durante
período de fome, fica por lá um tempo e acaba sendo escravizado. Após um tempo, o Eterno
liberta o povo, que perambula no deserto por 40 anos. Em virtude do pecado, aquela geração
perece. Moisés também morre, sem entrar na terra.

Porém, o que pouca gente sabe é que a própria Bíblia Hebraica tem tradições muito
diferentes dessa.

Esta aula se propõe a apresentá-las a você, a começar por um panorama histórico.


Panorama Histórico

Breve panorama histórico de Canaã:

Séc. 14 a 12 a.e.c - O Egito governa a região de Canaã. Todos os povos locais são tidos como
servos de faraó. Ondas migratórias são frequentes.

Séc. 11 a 10 a.e.c. - Enfraquecimento do Egito perante as nações cananéias.

Séc. 10 a.e.c. - Estabelecimento do Reino do Norte.

Séc. 9 a.e.c. - Primeiros manuscritos da tradição Elohista.

Séc. 8 a 7 a.e.c. - Primeiros manuscritos da tradição Javista.

Séc 7 a 6 a.e.c. - Primeiros manuscritos da tradição Deuteronomista.

Séc 6 a 5 a.e.c. - Primeiros manuscritos da tradição Sacerdotal.


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Origens: Parte 1

Os Israelitas que Nunca Partiram

A Genealogia de 1 Crônicas 7

O texto de 1 Crônicas 7 traz uma geneaologia dos filhos de Israel, dividida por tribos.
Observe alguns trechos:

“Os filhos de Issacar foram: Tola, Puá, Jasube e Sinrom, quatro ao todo…

Os filhos de Benjamim foram: Belá, Bequer e Jediael, três ao todo…

Os filhos de Naftali foram: Jaziel, Guni, Jezer e Salum, filhos de Bila…

Os filhos de Manassés foram: Asriel, de sua concubina síria, que também deu à luz Maquir,
pai de Gileade…” (vv. 1,6,13,14)

Porém, quando se chega aos filhos de Efraim, acontece algo curioso. Mas antes, é
importante recordar a narrativa do Gênesis:

“Antes de chegar a fome, nasceram dois filhos a José, os quais lhe deu Asenate, filha de
Potífera, sacerdote de Om. Ao primogênito José chamou de Manassés, pois disse: “Elohim me
fez esquecer todo o meu trabalho e toda a casa de meu pai.” Ao segundo deu o nome de
Efraim, pois disse: “Elohim me fez próspero na terra da minha aflição.”” (Gênesis 41:50-52)

Como se pode ver, os dois filhos de José nascem no Egito e jamais vão residir à terra de
Canaã, pois logo depois vem a fome e a família inteira de Israel se muda pro Egito:

“Todos os que foram com Jacó para o Egito, que eram os seus descendentes, fora as mulheres
dos filhos de Jacó, eram sessenta e seis pessoas. E os filhos de José, que lhe nasceram no
Egito, eram dois. Todas as pessoas da casa de Jacó, que entraram no Egito, foram setenta.”
(Gênesis 46:26,27)

De fato, Gênesis narra ainda que Jacó teria conhecido seus netos já no exílio:

“E agora os seus dois filhos, que lhe nasceram na terra do Egito antes que eu viesse para junto
de ti aqui no Egito, são meus. Efraim e Manassés serão meus, assim como Rúben e Simeão
são meus.” (Gênesis 48:5)
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Porém, observe o que diz 1 Crônicas 7 sobre Efraim e seus descendentes:

"O filho de Efraim foi Sutela, de quem foi filho Berede, de quem foi filho Taate, de quem foi
filho Eleada, de quem foi filho Taate, de quem foi filho Zabade, de quem foi filho Sutela; e
ainda Ézer e Eleade, mortos pelos homens de Gate, naturais da terra, pois eles foram roubar o
gado destes. Efraim, seu pai, chorou por eles muitos dias, e os irmãos dele foram consolá-lo.”
(1 Crônicas 7:20-22)

Observe aqui que um dos descendentes de Efraim é morto pelos homens de Gate,
literalmente "nascidos na terra” (hanoladim ba'ares - ‫ָאָרץ‬
ֶ ‫)הַנּוֹלָדִ ים בּ‬.

Abaixo, é possível observar que Gate era uma região que fazia fronteira com o Reino de
Judá, muito distante do Egito.

Ou seja, Efraim e seus filhos estavam habitando na região do que posteriormente viria a
ser o noroeste do Reino de Judá, não no Egito!

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Mas, não é só isso. Observe:

“Depois, teve relações com sua mulher, ela ficou


grávida e teve um filho, a quem ele chamou
Berias, por causa da desgraça que sua família
havia sofrido. Sua filha foi Seerá, que edificou
Bete-Horom-de-Baixo e Bete-Horom-de-Cima,
bem como Uzém-Seerá.” (1 Crônicas 7:20-22)

Beth-Horom, tanto de baixo quanto de cima,


ficavam bem na fronteira entre Judá e Israel.

Em outras palavras, o texto quer dizer que


Efraim a princípio morava mais ao Sul, na região
de Judá, mas depois migrou para o Norte, já na região do território de Israel, onde sua filha
teria fundado cidades.

Novamente, totalmente diferente da tradição de Efraim nascer, crescer e morrer no Egito!


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Não é incomum que a Bíblia Hebraica apresente uma combinação de tradições tribais que
foram unificadas.

Essa tradição é explicada pelo Dr. David Frankel, da Hebrew University de Jerusalém:

“É provável que outras histórias, como aquela sobre a sorte da família de Judá na terra em
Gênesis 38, originalmente compartilhavam uma concepção semelhante. Observe que a
história de Judá e Tamar em Gênesis 38 é ligeiramente semelhante à história de Efraim em
Crônicas. Em ambas as histórias, um patriarca tribal perde filhos e a tribo chega perto da
extinção. A continuidade é então assegurada com o nascimento de novos descendentes. Claro,
uma vez que essas histórias foram colocadas no livro de Gênesis e feitas para preceder a
descida ao Egito, a implicação original desses textos - que os filhos de Jacó estabeleceram
suas famílias e suas vidas em Canaã e nunca partiram - foi obscurecida.” (The Book of
Chronicles and the Ephraimites that Never Went to Egypt)

Origens: Parte 2

Nômades Conquistadores

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3) Nômades Conquistadores

Outra tradição que pode estar sendo aludida é a de que, pelo menos algumas tribos de
Israel teriam sido uma confederação de nômades, que conquistou a região.

Observe o texto abaixo:

"Quando eu tiver introduzido o meu povo na terra que mana leite e mel, a qual, sob
juramento, prometi aos pais deles, e eles tiverem comido, se fartado e engordado, então eles
se voltarão para outros elohim, os servirão e me desprezarão, anulando a minha aliança. E,
quando muitos males e angústias os tiverem alcançado, este cântico será minha testemunha
contra eles, pois os descendentes deles sempre o trarão na boca. Porque conheço os desígnios
que hoje estão formulando, antes que os leve para a terra que, sob juramento, prometi. Assim,
naquele mesmo dia, Moisés escreveu este cântico e o ensinou aos filhos de Israel.”
(Deuteronômio 31:20-22)

Repare como a questão da abundância de alimentos é importante. E isso tem um motivo:


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“Porque a porção de YHWH é o seu povo; Jacó é a parte da sua herança. Achou-o numa terra
deserta, e num ermo solitário cheio de uivos; cercou-o, instruiu-o, e guardou-o como a menina
do seu olho. Como a águia desperta a sua ninhada, move-se sobre os seus filhos, estende as
suas asas, toma-os, e os leva sobre as suas asas. Assim só YHWH o guiou; e não havia com
ele elohim estrangeiro.” (Deuteronômio 32:9-12)

Embora haja limites do que se pode deduzir de um texto poético, observe como esse texto
ignora totalmente o fio narrativo de Gênesis.

Afinal, os patriarcas não habitavam no deserto, mas sim são trazidos de Ur dos Caldeus
até a terra da promessa, a começar por Abraão.

Posteriormente, Israel passa a residir no Egito. E é lá, e não no deserto, que o Eterno
encontra Israel. Muito pelo contrário, o delta do Nilo era bastante fértil:

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"Lembramos dos peixes que comíamos de graça no Egito. Que saudade dos pepinos, dos
melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos!” (Números 11:5)

De fato, Israel é conduzido ao deserto pelo Eterno. Seria, no mínimo, uma linguagem
estranha afirmar que Israel foi achado no deserto, em dificuldade, se o Eterno ali os colocou.

Mais estranho ainda porque o povo poderia argumentar que a fartura no Egito seria prova
de que os deuses os favoreciam!

O texto só faz sentido real se a tradição que está sendo considerada é a de que Israel veio
de nômades, como ocorreu com vários outros povos da região.

Existem outras passagens com ideias semelhantes, que não fazem muito sentido diante do
começo da carreira no Egito. Observe:

“Vá e proclame diante do povo de Jerusalém: Assim diz YHWH: “Lembro-me de ti, meu
povo, da sua afeição quando era jovem, do seu amor quando noiva e de como tu me seguias
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no deserto, numa terra que não é semeada. Israel era consagrado a YHWH e era as primícias
da sua colheita; todos os que o devoraram se faziam culpados; o mal vinha sobre eles”, diz
YHWH.” (Jeremias 2:2)

Aqui, o começo da carreira de Israel também é “seguindo o Eterno no deserto”. Não há


qualquer alusão a uma carreira no Egito. E, novamente, a ideia de prosperidade e sustento é
importante.

Outro texto de interesse:

“Ó Elohim, nós ouvimos com os próprios ouvidos; nossos pais nos contaram o que fizeste
outrora, em seus dias. Com a tua mão expulsaste as nações e estabeleceste os nossos pais;
afligiste os povos e ampliaste o território de nossos pais. Pois não foi por sua espada que eles
conquistaram a terra, nem foi o seu braço que lhes deu vitória, e sim a tua mão poderosa, e o
teu braço, e a luz do teu rosto, porque te agradaste deles.” (Salmo 44:1-3)

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Considerando a ênfase que o êxodo dá a contar a história da narrativa do Egito (seria


justamente por ser uma nova tradição universal?), é no mínimo curioso que alguns textos
tragam a conquista da terra, novamente sem nenhuma alusão ao êxodo.

É provavel que essa tradição trouxesse os israelitas como nômades agredidos pelas
nações, tentando sobreviver, e que finalmente chegaram à vitória através da ajuda do Eterno,
para se assentarem numa terra abençoada!

De fato, sabemos que havia tradição assim em Judá em Israel, conforme atestado por
Jeremias:

"Mas eles disseram: — Não beberemos vinho, porque Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai,
nos ordenou: “Nunca bebam vinho, nem vocês nem os seus filhos. Não construam casas, não
façam plantações, não cultivem nem possuam vinhas. Morem a vida inteira em tendas, para
que vocês vivam muitos dias sobre a terra em que são estrangeiros.”E nós temos obedecido à
voz de Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, em tudo o que ele nos ordenou. Nunca bebemos

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vinho, nem nós, nem nossas mulheres, nem nossos filhos, nem nossas filhas. Não construímos
casas para morar. Não temos vinhas, nem campos, nem plantações.” (Jeremias 35:6-9)

Essa tradição, portanto, é bastante distinta daquela em que Israel tem uma terra, deixa-a
por causa da fome provisoramente, para depois ser liberta da escravidão do Egito.

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Destino: Parte 3

Os Pais Entram na Terra

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Os Pais Entram na Terra

Se a Bíblia Hebraica é lida como unidade textual, a tradição mais conhecida é a de que a
geração que Moisés libertou do Egito não entrou na terra da promessa, mas sim seus filhos:

"Diga-lhes: “Tão certo como eu vivo, diz YHWH, vou tratar-vos de acordo com o que falaram
aos meus ouvidos. Neste deserto, cairá o vosso cadáver— de todos vós que fostes contados no
censo, de vinte anos para cima, e que murmurastes contra mim. Vós não entrareis na terra na
qual jurei que os faria habitar, com a exceção de Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de
Num. Mas os vossos filhos, dos quais vós dizeis que serão por presa, esses eu farei entrar
nela; e eles conhecerão a terra que vós desprezastes. Porém, quanto a vós, o seu cadáver cairá
neste deserto. Os vossos filhos serão pastores neste deserto durante quarenta anos e levarão
sobre si as vossas infidelidades, até que o vosso cadáver se consuma neste deserto.” (Números
14:29-31)

É praticamente consenso no meio acadêmico, pela linguagem e pela temática, que esse
texto é pós-exílico, de uma época em que a elite de Judá se recusava a voltar do exílio para
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uma terra que precisava de muito trabalho, conforme se vê nos livros de Esdras, Neemias,
Ageu e Zacarias.

A mesma ideia inspirou um trecho inicial, acrescido ao livro de Deuteronômio:

"Ouvindo, pois, YHWH a voz das vossas palavras, indignou-se, e jurou, dizendo: Nenhum
dos homens desta maligna geração verá esta boa terra que jurei dar a vossos pais. Salvo
Calebe, filho de Jefoné; ele a verá, e a terra que pisou darei a ele e a seus filhos; porquanto
perseverou em seguir a YHWH. Também YHWH se indignou contra mim por causa de vós,
dizendo: Também tu lá não entrarás. Josué, filho de Num, que está diante de ti, ele ali entrará;
fortalece-o, porque ele a fará herdar a Israel. E vossos meninos, de quem dissestes: Por presa
serão; e vossos filhos, que hoje não conhecem nem o bem nem o mal, eles ali entrarão, e a
eles a darei, e eles a possuirão.” (Deuteronômio 1:34-39)

Para eles, um texto assim inspiraria um chamado a deixar a desobediência e confiar no


Eterno para o sustento na nova terra.

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Porém, existem indícios textuais claros na Bíblia Hebraica de que originalmente, a história
era muito diferente.

O restante do Deuteronômio, cuja linguagem é anterior - um texto escrito em Judá pouco


antes do exílio - narra uma história em que Moisés fala a uma geração que, ela própria, havia
sido liberta do Egito.

Observe como a leitura é clara, quando o leitor não tem ideias pré-concebidas:

“Ou se algum povo ouviu a voz de Elohim falando do meio do fogo, como tu a ouviste, e
ficou vivo? …segundo tudo o que YHWH, seu Elohim, fez por vós no Egito, como vós vistes
com os vossos próprios olhos.” (Deuteronômio 4:33-34)

Primeiramente, temos o problema de que os pais não ficaram vivos. Além disso, é difícil
sustentar aqui que a referência seja coletiva, já que os filhos não teriam visto com os próprios
olhos, mas sim ouvido das experiências dos pais!

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"YHWH nosso Elohim fez conosco aliança em Horebe. Não com nossos pais fez YHWH esta
aliança, mas conosco, todos os que hoje aqui estamos vivos.” (Deuteronômio 5:2-3)

Por causa da dificuldade que esse versículo aponta, as religiões acabam dando explicações
até metafísicas.

Porém, a explicação é bem mais simples: Quando o texto foi escrito, o autor tinha em
mente que era a mesma geração que estava entrando na terra da promessa!

“Então dirás a teu filho: Éramos servos de Faraó no Egito; porém YHWH, com mão forte, nos
tirou do Egito; E YHWH, aos nossos olhos, fez sinais e maravilhas, grandes e terríveis, contra
o Egito, contra Faraó e toda sua casa; E dali nos tirou, para nos levar, e nos dar a terra que
jurara a nossos pais.” (Deuteronômio 6:21-23)

Aqui, o relato para os filhos é da experiência completa. Observe que em momento


nenhum é dito que os pais foram libertos e os filhos herdaram a terra!

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“Delas não tenhas temor; não deixes de te lembrar do que YHWH teu Elohim fez a Faraó e a
todos os egípcios; Das grandes provas que viram os teus olhos, e dos sinais, e maravilhas, e
mão forte, e braço estendido, com que YHWH teu Elohim te tirou; assim fará YHWH teu
Elohim com todos os povos, diante dos quais tu temes.” (Deuteronômio 7:18-19)

Novamente, pouco sentido faz dizer que os filhos viram sinais, maravilhas e a libertação
com seus próprios olhos.

“Ele vos humilhou, ele vos deixou passar fome, ele vos sustentou com o maná, que vós não
conhecestes e que nem os vossos pais conheciam, para que vós compreendestes que o ser
humano não viverá só de pão, mas de tudo o que procede da boca de YHWH.” (Deuteronômio
8:3)

Esse texto não faria sentido se estivesse sendo dito aos filhos daqueles que começaram a
comer o maná, já que seus pais o teriam conhecido!

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“E o que fez a Datã e a Abirão, filhos de Eliabe, filho de Rúben; como a terra abriu a sua boca
e os tragou com as suas casas e com as suas tendas, como também tudo o que subsistia, e lhes
pertencia, no meio de todo o Israel; Porquanto os vossos olhos são os que viram toda a grande
obra que fez YHWH.” (Deuteronômio 11:6-7)

Ao relatar o poder do Eterno contra seus inimigos, nada é dito sobre uma geração inteira
morrer. Apenas alguns casos pontuais são citados. E, novamente, é dito que o povo viu com
seus próprios olhos.

“Durante quarenta anos eu vos conduzi pelo deserto e, nesse tempo, não envelheceram as
vossas roupas, nem se gastaram as sandálias que vós calçáveis. Vós não comestes pão, nem
bebestes vinho ou bebida forte, para que soubessem que eu sou YHWH, seu Elohim.”
(Deuteronômio 29:5-6)

Novamente, esse texto faria pouco sentido para os filhos, já que teriam crescido e usado
outras roupas, uma vez que não eram adultos antes do Êxodo.

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A Dra. Gill Kugler, do Depto. de Estudos Hebraicos, Judaicos e Bíblicos da Universidade


de Sydney, assim resume a questão:

“Somente após a integração de diferentes pergaminhos e tradições, incluindo a tradição


dos batedores e a narrativa da punição subsequente da nação, o vagar no deserto em
Deuteronômio foi reinterpretado como um castigo pelo pecado, e a morte de Moisés foi
reinterpretada ao longo dessas linhas. Os editores fizeram isso fazendo pequenas alterações na
abertura do Deuteronômio, mas deixaram o resto do texto em sua forma original, permitindo-
nos um vislumbre de camadas anteriores da historiografia israelita.” (Did the Exodus
Generation Die in the Wilderness or Enter Canaan?)

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Conclusão

Historicidade e Tradições

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Harmonizando Tradições

A forma atual do texto bíblico é um esforço enorme no sentido da harmonização de


diferentes tradições tribais.

Elas refletem origens diferentes, momentos históricos diferentes, assim como motivações
distintas.

A harmonização visava estabelecer uma unidade nacional, assim como espelhar um ideal
ético e monoteísta.

Ainda assim, algumas pistas permanecem que nos dão ideia das diferentes situações por
trás da realidade dos povos do antigo Oriente Médio.

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Resumo Gráfico

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Bibliografia

BERLIN, Adele (ed.); BRETTLER, Marc Zvi (ed.). The Jewish Study Bible. Nova Iorque:
Oxford University Press, 2004.

EHRLICH, Carl S. The Exodus Story as Jewish Mnemohistory. Toronto: York University,
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FRANKEL, David. Exodus: Not the Only Tradition About Israel's Past. Jerusalém: Schechter
Institute of Jewish Studies, 2020.

FRANKEL, David. The Book of Chronicles and the Ephraimites that Never Went to Egypt.
Jerusalém: Schechter Institute of Jewish Studies, 2020.

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KUGLER, Gili. Did the Exodus Generation Die in the Wilderness or Enter Canaan? Sydney:
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YOREH, Tzemah. Desert Trials: Kernel to the Canon Series. CLAL Institute for Jewish
Leadership.

YOREH, Tzemah. Journey to Sinai: Kernel to the Canon Series. CLAL Institute for Jewish
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YOREH, Tzemah. Moses' Mission: Kernel to the Canon Series. CLAL Institute for Jewish
Leadership.

YOREH, Tzemah. The Northern Tribal Tradition of Settling the Land. Project TABS, 2020.

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