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27/07/2020

O que você precisa saber sobre Capelania (RTM, 2018) Constituição de 1988
RESPEITO À Manual Prático de Direito Religioso (Fonte Editorial, 2019)
é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo

LIBERDADE assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida,


na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas

RELIGIOSA liturgias

Art. 5º, VI

www.direitoereligiao.com.br

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O que significa “liberdade religiosa”? (1/2) O que significa “liberdade religiosa”? (2/2) A “liberdade religiosa” do Capelão
Embora com respeito, você não está na capelania para dizer
a liberdade religiosa possibilita que as pessoas creiam Isso significa que um católico pode acender velas diante de o que as pessoas querem ouvir, mas aquilo que a Bíblia diz
se quiserem, no que quiserem e da maneira que quiserem, imagens, enquanto outro pode não fazê-lo; do mesmo modo, para suas vidas. Seu aconselhando tem a liberdade de tomar
além de garantir que não sejam obrigadas ou constrangidas um indivíduo pode se dizer espírita, não acreditar em a decisão que entender melhor, mas você não deve se deixar
a ouvir um anúncio de fé nessa dimensão da capelania. reencarnação e frequentar reuniões islâmicas toda semana. levar pelas circunstâncias ou negligenciar o que o evangelho
expressa. Você não está ali para “massagear o ego” das
pessoas, mas para mostrar o que Deus pensa sobre aquela
situação.
Não relativize suas convicções pessoais.

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Discurso proselitista Discurso discriminatório “Agressão” religiosa


No que toca especificamente à liberdade de expressão religiosa, O discurso discriminatório criminoso somente se materializa após
Isso significa que você, enquanto capelão, não pode fazer o
cumpre reconhecer, nas hipóteses de religiões que se alçam a ultrapassadas três etapas indispensáveis. Uma de caráter cognitivo,
universais, que o discurso proselitista é da essência de seu integral em que atestada a desigualdade entre grupos e/ou indivíduos; outra
que bem entender, mas deve ter o cuidado de observar os
exercício. De tal modo, a finalidade de alcançar o outro, mediante de viés valorativo, em que se assenta suposta relação de direitos das outras pessoas. Uma coisa é defender sua
persuasão, configura comportamento intrínseco a religiões de tal superioridade entre eles e, por fim; uma terceira, em que o agente, a convicção, outra é agredir, ainda que apenas verbalmente, a
natureza. Para a consecução de tal objetivo, não se revela ilícito, por partir das fases anteriores, supõe legítima a dominação, exploração, crença dos outros.
si só, a comparação entre diversas religiões, inclusive com escravização, eliminação, supressão ou redução de direitos
explicitação de certa hierarquização ou animosidade entre elas. fundamentais do diferente que compreende inferior.

STF. 1ª Turma. Recurso Ordinário em Habeas Corpus nº 134.682. Julg. 29/11/2016. STF. 1ª Turma. Recurso Ordinário em Habeas Corpus nº 134.682. Julg. 29/11/2016.
Discordar versus Agredir

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Aplicações às Capelanias
Você pode dizer que, sem Cristo, as pessoas irão para o
inferno, que a reencarnação é ilógica e não provada ou que
ser ateu revela desconhecimento da profundidade e da
Sua liberdade está
beleza do universo.
limitada à liberdade
Por outro lado, você não deve associar todos os muçulmanos
com o terrorismo, dizer que todo ateu é um criminoso ou
instigar os fiéis a destruírem imagens católicas ou
dos outros.
apedrejarem terreiros de umbanda.

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