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ILMO SRA SUPERINTENDENTE DE GESTÃO DE PROCESSOS

ADMINISTRATIVOS E AUTOS DE INFRAÇÃO DO ESTADO DE MATO


GROSSO

Auto de Infração n° 136507


Autuado: Jorcelino Alves de Freitas

JORCELINO ALVES DE FREITAS (qualificação), não se


conformando com o auto de infração acima referido, vem respeitosamente, no prazo
legal, apresentar DEFESA PRÉVIA CONTRA AUTO DE INFRAÇÃO, pelos
motivos de fato e de direito que se seguem:

I) DA TEMPESTIVIDADE

Sob a luz ao Principio do Contraditório e da Ampla Defesa, que oportuniza


ao Autuado a possibilidade de apresentar sua versão à infração a ele imputada, vem,
cordialmente apresentar Defesa Prévia alegando todos os motivos possíveis a fim de
reverter a penalidade imposta a ele.
Esta defesa está alicerçada na tempestividade, haja vista que o prazo para a
imposição da presente defesa é 20 dias, contados do recebimento do oficio, ou seja, a
prazo começou a correr a partir do dia ...
Por fim, vale mencionar que a defesa poderá ser remetida pelos Correios via
AR, valendo-se da data da postagem.

II)SÍNTESE DOS FATOS

Como visto, no auto de infração, ao Autuado foi imposta penalidade de


multa, por suposta prática de comercialização de pescado oriundo da pesca, sem
comprovante de origem ou autorização do órgão competente, com fulcro no art 70 da
Lei 9.605/98 c/c art 35, IV do Decreto Federal 6.514/08 e anexo V da Lei Estadual
9.096/09.
Por conta disso, a Polícia Militar Ambiental impôs a penalidade de Multa no
valor de R$ 1.780,00 (um mil setecentos e oitenta reais).

III) DO MÉRITO

No caso em comento, resta imperioso conhecer a menor relevância material,


ou seja, o ínfimo valor lesivo do ato praticado pelo Autuado. Neste sentido, aludindo-se
ao Princípio da Insignificância, ainda que no âmbito administrativo. Conforme ensina o
Dr. Édis Milare que “comportamentos enquadráveis no tipo infracional desenhado pelo
legislador não apresentam a menor relevância material, a visa de o bem jurídico sob
tutela de não experimentar, concretamente, qualquer agravo digno de consideração”.
É plenamente possível a aplicação do Princípio da Insignificância no
processo administrativo em comento, ao infirmar a tipicidade dos fatos, mas que,
todavia, demonstra sua inexpressividade e configuram ações de bagatela despedidas de
relevância trazidas em valores lesivos ínfimos. Assim espera-se certa leniência do
Estado, dando descaracterizado o tipo infracional.
Faz mister ressaltar que, ao se referir sobre o valor da insignificância sobre
o valor da multa é em relação ao Estado, pois tal penalidade prejudica o sustento
familiar do Autuado, que necessita de muito esforço e dias de trabalho para angariar tal
quantia.
Subsidiariamente a legislação pátria, especificamente no Decreto 6.514/08
que dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o
processo administrativo federal para apuração destas infrações determina que as infrações
também podem ser punidas através de ADVERTÊNCIA.
Ora, ao analisarmos a situação e considerar o porte inferior para a infração, não
há necessidade da aplicação de uma multa tão penosa para o Autuado, sendo suficiente uma
advertência escrita, para a regularização da situação e que não se repita.
Neste passo, ainda, podemos observar conforme consta no referido auto de
infração, que não foi possível verificar, se o Autuado era reincidente ou não, sendo assim,
não havendo motivos para de início ser aplicada pena de multa.
Por fim, trata-se de uma atenuante da pena conforme determina a Lei 9.605/
que “Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:I - baixo grau de instrução ou
escolaridade do agente;”
O Autuado é analfabeto e por isso não tm condições de preencher o
documentos a ele cobrado. Acontece que ao chegar com o pescado em sua residência, que
não é tão distante do local onde pesca, com o auxilio de sua cônjuge faz todo o
procedimento necessário de pesagem e preenchimento de nota.

IV) DOS PEDIDOS

Por todo exposto requer:

a) Que seja decretada a nulidade do auto de infração ora impugnado


mediante acolhimento da preliminar.
b) Se, eventualmente, não for acolhido o pedido preliminar, requer
alternativamente, que seja convertida pena de multa imposta em
advertência por escrito.
c) Caso Vossa Senhoria, entenda em não converter a multa em
advertência por escrito, requer seja reduzido o valor da multa
administrativa ao valor mínimo, tendo em vista Autuado não ser
reincidente na presente infração e ter atenuantes em seu favor.

Sobre tudo, contamos com o alto discernimento jurídico e o elevado


senso de justiça que certamente norteiam as decisões de Vossa
Senhoria.
Nestes termos,
pede deferimento

Água Boa- MT, 18 de fevereiro de 2020

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