Jorcelino Alves de Freitas apresenta defesa contra um auto de infração por pesca irregular. Ele alega que (1) a defesa foi apresentada tempestivamente, (2) o valor da infração é insignificante e não causa prejuízo real, e (3) pede que a multa seja convertida em advertência por escrito ou reduzida devido à sua condição de analfabetismo.
Jorcelino Alves de Freitas apresenta defesa contra um auto de infração por pesca irregular. Ele alega que (1) a defesa foi apresentada tempestivamente, (2) o valor da infração é insignificante e não causa prejuízo real, e (3) pede que a multa seja convertida em advertência por escrito ou reduzida devido à sua condição de analfabetismo.
Jorcelino Alves de Freitas apresenta defesa contra um auto de infração por pesca irregular. Ele alega que (1) a defesa foi apresentada tempestivamente, (2) o valor da infração é insignificante e não causa prejuízo real, e (3) pede que a multa seja convertida em advertência por escrito ou reduzida devido à sua condição de analfabetismo.
ADMINISTRATIVOS E AUTOS DE INFRAÇÃO DO ESTADO DE MATO
GROSSO
Auto de Infração n° 136507
Autuado: Jorcelino Alves de Freitas
JORCELINO ALVES DE FREITAS (qualificação), não se
conformando com o auto de infração acima referido, vem respeitosamente, no prazo legal, apresentar DEFESA PRÉVIA CONTRA AUTO DE INFRAÇÃO, pelos motivos de fato e de direito que se seguem:
I) DA TEMPESTIVIDADE
Sob a luz ao Principio do Contraditório e da Ampla Defesa, que oportuniza
ao Autuado a possibilidade de apresentar sua versão à infração a ele imputada, vem, cordialmente apresentar Defesa Prévia alegando todos os motivos possíveis a fim de reverter a penalidade imposta a ele. Esta defesa está alicerçada na tempestividade, haja vista que o prazo para a imposição da presente defesa é 20 dias, contados do recebimento do oficio, ou seja, a prazo começou a correr a partir do dia ... Por fim, vale mencionar que a defesa poderá ser remetida pelos Correios via AR, valendo-se da data da postagem.
II)SÍNTESE DOS FATOS
Como visto, no auto de infração, ao Autuado foi imposta penalidade de
multa, por suposta prática de comercialização de pescado oriundo da pesca, sem comprovante de origem ou autorização do órgão competente, com fulcro no art 70 da Lei 9.605/98 c/c art 35, IV do Decreto Federal 6.514/08 e anexo V da Lei Estadual 9.096/09. Por conta disso, a Polícia Militar Ambiental impôs a penalidade de Multa no valor de R$ 1.780,00 (um mil setecentos e oitenta reais).
III) DO MÉRITO
No caso em comento, resta imperioso conhecer a menor relevância material,
ou seja, o ínfimo valor lesivo do ato praticado pelo Autuado. Neste sentido, aludindo-se ao Princípio da Insignificância, ainda que no âmbito administrativo. Conforme ensina o Dr. Édis Milare que “comportamentos enquadráveis no tipo infracional desenhado pelo legislador não apresentam a menor relevância material, a visa de o bem jurídico sob tutela de não experimentar, concretamente, qualquer agravo digno de consideração”. É plenamente possível a aplicação do Princípio da Insignificância no processo administrativo em comento, ao infirmar a tipicidade dos fatos, mas que, todavia, demonstra sua inexpressividade e configuram ações de bagatela despedidas de relevância trazidas em valores lesivos ínfimos. Assim espera-se certa leniência do Estado, dando descaracterizado o tipo infracional. Faz mister ressaltar que, ao se referir sobre o valor da insignificância sobre o valor da multa é em relação ao Estado, pois tal penalidade prejudica o sustento familiar do Autuado, que necessita de muito esforço e dias de trabalho para angariar tal quantia. Subsidiariamente a legislação pátria, especificamente no Decreto 6.514/08 que dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações determina que as infrações também podem ser punidas através de ADVERTÊNCIA. Ora, ao analisarmos a situação e considerar o porte inferior para a infração, não há necessidade da aplicação de uma multa tão penosa para o Autuado, sendo suficiente uma advertência escrita, para a regularização da situação e que não se repita. Neste passo, ainda, podemos observar conforme consta no referido auto de infração, que não foi possível verificar, se o Autuado era reincidente ou não, sendo assim, não havendo motivos para de início ser aplicada pena de multa. Por fim, trata-se de uma atenuante da pena conforme determina a Lei 9.605/ que “Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;” O Autuado é analfabeto e por isso não tm condições de preencher o documentos a ele cobrado. Acontece que ao chegar com o pescado em sua residência, que não é tão distante do local onde pesca, com o auxilio de sua cônjuge faz todo o procedimento necessário de pesagem e preenchimento de nota.
IV) DOS PEDIDOS
Por todo exposto requer:
a) Que seja decretada a nulidade do auto de infração ora impugnado
mediante acolhimento da preliminar. b) Se, eventualmente, não for acolhido o pedido preliminar, requer alternativamente, que seja convertida pena de multa imposta em advertência por escrito. c) Caso Vossa Senhoria, entenda em não converter a multa em advertência por escrito, requer seja reduzido o valor da multa administrativa ao valor mínimo, tendo em vista Autuado não ser reincidente na presente infração e ter atenuantes em seu favor.
Sobre tudo, contamos com o alto discernimento jurídico e o elevado
senso de justiça que certamente norteiam as decisões de Vossa Senhoria. Nestes termos, pede deferimento