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ISBN 978-85-8482-106-8
CDD 156
Sumário
Olá, pessoal! É com prazer que apresentamos neste livro alguns temas relevantes
para que você possa ter uma dimensão atual da realidade. Na primeira unidade,
perpassaremos pela relação Indivíduo e Sociedade, buscando compreender
as formas de interação das pessoas com o corpo social, isto é, a sociabilidade
e a socialização. Uma das propostas é demonstrar as formas transfiguradas dos
serviços sociais e as contradições do mundo do trabalho. Neste contexto, as
consequências da ação política delinearão uma relação de causa e efeito.
O nosso objetivo explícito é levar o aluno a ter uma reflexão crítica da realidade,
buscando ao máximo desenvolver uma opinião mais elaborada e realista, fugindo,
assim, do senso comum.
RELAÇÃO ENTRE OS
INDIVÍDUOS E A SOCIEDADE
Introdução à unidade
Seção 1
O homem e a sociedade
Você já pensou como seria sua vida se vivesse de forma individual e isolada sem
contato com outros indivíduos? Como seria seu comportamento depois de viver
uma grande parte de sua vida em uma selva, como a história que conhecemos de
um menino que foi encontrado numa região da França, chamada Aveyron?
Indivíduo ou sociedade?
Vamos começar por um exemplo simples que nos ajude a entender o conceito
de fato social. Se um professor chegasse à instituição de ensino fora do horário, ou
faltasse constantemente, não aplicasse os conteúdos como estipulado no plano
de ensino, e ainda fosse embora antes do término das aulas, certamente ficaria
numa situação muito desconfortável, pois a direção provavelmente o chamaria
para conversar sobre suas atitudes, já que na instituição, existem normas e regras
que são comuns a todos os professores, alunos e funcionários, e não apenas
para este ou aquele. Neste caso, identificamos a característica de generalidade.
As normas e as regras não estão nos indivíduos, e sim na coletividade. Quando o
professor chegou à instituição, já existiam as normas e regras, portanto, deveria
cumpri-las independente de suas vontades. Assim, temos a característica de
exterioridade. Caso isso não ocorra, haverá uma coerção, ou seja, uma punição
sobre o indivíduo por não cumprir as determinações decididas pelo grupo, pelo
coletivo. Dessa forma, finalmente constatamos a característica de coercitividade.
Existe um modo de agir que é comum, que todos seguem dentro de uma
instituição. Isso não é estabelecido pelo indivíduo ao se introduzir no grupo.
Quando ele entrou, já existia tal norma e, quando ele sair, a norma provavelmente
permanecerá. Quer a pessoa goste ou não, vê-se obrigada a seguir o costume
geral. O modo de agir é um fato social, assim como o modo de se vestir, a língua,
o sistema monetário, a religião, as leis e uma infinidade de outros fenômenos do
mesmo tipo.
Para Durkheim (1973), os fatos sociais são os modos de pensar, sentir e agir de
um grupo social. Embora os fatos sociais sejam exteriores, eles são introjetados
pelo indivíduo e exercem sobre ele um poder coercitivo.
Muitas das grandes cidades brasileiras, cuja violência está fora do controle, nos
remetem ao século XVIII, quando surgem a Revolução Industrial e a Revolução
Francesa. As cidades passavam por um vertiginoso crescimento demográfico, sem
possuir, no entanto, estrutura de moradias, serviços sanitários, saúde etc.
É este estado que Durkheim (1973) vai chamar de anômico ou fato social
patológico, doentio, situação em que a sociedade encontra-se fora dos limites
permitidos pela ordem social e pela moral vigente. Se os Fatos Sociais Patológicos
estão em evidência, a sociedade encontra-se em crise, o que Durkheim chama de
"anomia", que é a ausência de regras ou fatos sociais suficientemente fortes para
que a sociedade se mantenha integrada.
Sociabilidade e socialização
Seção 2
A divisão do trabalho
Fonte: Do autor.
Você tem uma chácara e na sua propriedade tem uma pequena plantação de
feijão, além de algumas vacas leiteiras. Tanto o feijão quanto o leite são para sua
subsistência. Essa produção não tem valor de troca, considerando que você planta
ou produz para si mesmo, ou seja, você não vende para terceiros. Se você planta e
produz para a sua própria subsistência, esta produção não tem valor de troca, logo,
não tem valor social e, consequentemente, não tem caráter social.
Agora, vamos fazer diferente: você vende o feijão que planta e também o leite,
então esta produção não é para sua subsistência, mas para outras pessoas que vão
consumir o seu produto. Ao produzir para as necessidades dos demais, você estará
submetido a uma dependência social. Neste caso, o seu trabalho tem caráter
social, no entanto, não tem valor de uso para quem produz somente valor de troca
(terá valor de uso apenas para o comprador).
Vejamos o que diz Iamamoto (1997, p. 107, tradução nossa, grifo nosso):
Coerção do estado
Veja que as pessoas respeitam as regras não pela consciência de que infringi-las
pode causar um acidente e, consequentemente, desrespeitar o direito à vida de
Vamos lembrar?
Democracia é um sistema político no qual a soberania emana do
povo. A democracia moderna se caracteriza também pelo respeito às
liberdades individuais e coletivas, pelo respeito aos direitos humanos,
pela divisão do poder do Estado em três poderes (Executivo, Legislativo,
e Judiciário), pela igualdade de todos perante a lei e pela existência de
formas de controle das autoridades pelos cidadãos (CHAUI; OLIVEIRA,
2007, p. 183).
Quando Durkheim diz que as normas e as regras devem ser seguidas por todos,
incluem-se aqui governantes e governados.
Vamos entender uma situação atual no Brasil com relação, por exemplo, ao
sistema Cantareira em São Paulo. O Cantareira é responsável por levar água para
oito milhões de pessoas na Grande São Paulo. Com a seca, pode-se chegar a
um colapso, podendo ocorrer, segundo os especialistas, um desastre ambiental e
trazer grandes problemas para a sociedade local. Com o reservatório diminuindo
cada vez mais, ainda é possível ver moradores desperdiçando água, lavando
calçadas, por exemplo. A sociedade não se conscientiza da gravidade que está por
vir, pois, a partir da falta de água, virá, em consequência, o problema da energia
elétrica. Dentro de uma reflexão mais pessimista, concretizando-se este problema,
grandes indústrias teriam que sair da região de São Paulo, assim como os próprios
moradores, o que impediria o crescimento e o desenvolvimento da região de São
Paulo. O título de uma das cidades mais importantes do mundo poderia, nessas
perspectivas, deixar de existir se a conscientização por parte de governantes e
governados continuar inexistente. A cidade se encontraria em um caos, pois, a
partir destes problemas, outros certamente surgiriam.
A questão é que não pode haver uma sociedade “ideal” quando os seus dirigentes
governam não para todos, mas para si.
IDEIAS
POLÍTICAS
E SOCIAIS
Situação
social dos
pensadores
CONSERVAÇÃO MUDANÇAS
IDEOLOGIAS UTOPIAS
Seção 3
Nesta Seção, iremos estudar que a delinquência não é fruto da pobreza, mas
sim da delinquência política. O propósito é refletir que, em se tratando de política,
ao eliminar as causas, estariam eliminando a si mesmos. Portanto, refletiremos a
relação causa e efeito, e demonstraremos o distante consenso entre a teoria e a
prática (o que está escrito e o que se pratica).
Não adianta tirar os meninos e as meninas das ruas sem mexer na raiz do problema.
Trata-se aqui de uma questão de “causa e efeito”, pois, ao tirá-los da rua, estarão apenas
desocupando o espaço para que outros venham ocupar o mesmo ambiente.
Art. 5º “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes” (BRASIL, 1988).
Não vamos chegar a lugar nenhum, pois, sem trabalho, sem moradia e uma
educação de qualidade será difícil se deparar com a “igualdade entre os povos”,
com a liberdade e, consequentemente, com a segurança.
Neste sentido, como uma situação se depara na outra, faz-se necessário refletir
o que é cidadania e o que é ser cidadão.
CIDADANIA:
• <http://www.webciencia.com/18_cidadania.htm>
DESIGUALDADE SOCIAL:
• <http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001576/157625m.pdf>
É a união do povo soberano que constrói a cidadania e, se não lutarmos por ela,
certamente teremos problemas em usufruí-la.
Outra questão geral diz respeito à relação entre direitos e deveres dos
cidadãos. A autodisciplina, o patriotismo e a preocupação com o bem comum
são importantes para o novo desenvolvimento da cidadania no século XX, com
o “patriotismo” possivelmente se transformando na ideia de maior participação
popular nos negócios do governo, não apenas de uma comunidade nacional, mas
também de associações do aumento dos direitos sociais, para proporcionar um
nível geral suficiente de bem-estar econômico, lazer e educação e, sem dúvida,
também de novas formulações do que venha a ser o “bem comum” (OUTHWAITE;
BOTTOMORE, 1996).
O discurso político usa truques para ganhar os corações e mentes dos eleitores.
No Brasil, frequentemente se assistem a golpes desferidos contra a população.
Corrupção parlamentar, leis que dão imunidades aos parlamentares, que os
impedem de ser julgados pelos seus crimes contra os cofres públicos e contra
Direitos humanos: uma das utopias mais intensas da modernidade. A sua teoria
enfeita qualquer discurso político, na sua literatura a igualdade é para todos, no
entanto, na prática, há diferenciação, seja na conta bancária, nos prestígios, nos
interesses políticos etc. Tais regras vêm à tona apenas quando algum acontecimento
grave afeta direta ou indiretamente os órgãos públicos ou privados, e a vítima
“Liberdade”
As liberdades clássicas nascem como reação ao absolutismo, protegendo a
esfera de autonomia individual, que o Estado deve respeitar.
“Igualdade”
A noção de direitos sociais surge no século 19 e se consolida no século
20. Essa segunda geração de direitos humanos resulta das conquistas dos
trabalhadores e de concessões políticas de governos. Requer intervenção
ativa do Estado, ao qual cabe assegurar condições materiais para sua
efetivação.
“Fraternidade”
Conjunto de direitos que emergem no século 20, com ênfase na qualidade
de vida dos povos. Engloba o direito à paz, à autodeterminação, ao ambiente
e todos os chamados direitos culturais – tratados pela ONU no âmbito da
UNESCO (Organizações das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura).
São direitos coletivos, ou direitos difusos. Seus titulares não são os indivíduos,
mas grupos humanos, como os povos, a nação, os grupos étnicos e regionais
(NINIO, 2008a, p. A12).
Artigo VII - Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer
distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra
qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer
incitamento a tal discriminação.
Artigo VIII - Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais
competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos
fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Artigo XXI - 1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de sue
país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. 3.
A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será
expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto
secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.
Artigo XVIII - Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional
em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam
ser plenamente realizados.
Segundo Tomazi (2000, p. 182): “[...] a ideologia vinculada pelo Estado, oferece
a esta sociedade uma imagem que anula a luta, a divisão e a contradição; uma
imagem da sociedade como idêntica, homogênea e harmoniosa”.
A política e as políticas
Para Maar (2006, p. 12, grifo do autor): “interessa perceber que, apesar de haver
um significado predominante, que se impõe em determinadas situações, e que
aparece como sendo “a” política, o que existe na verdade são políticas”.
Em uma pesquisa realizada pelos alunos do curso EAD de Serviço Social, pesquisa
realizada em todo o Brasil, constando como uma das atividades da disciplina de
Sociologia, foi utilizada a seguinte pergunta: O Sr.(a) gosta de política? Se a resposta
fosse negativa, o aluno perguntava o motivo. A grande maioria dos entrevistados
relacionava política com as atitudes de corrupções dos políticos, por isso a maioria
dos brasileiros dizia não gostar de política. A partir daí entendemos por que as pessoas
geralmente dizem não gostar de política e por que constantemente relacionam os
políticos como gente desonesta. Os políticos que nada fazem para aqueles que os
colocaram no poder, dizem.
Estamos sempre lutando pelos nossos ideais, mas qualquer ação que não visa
ao bem comum quando devemos pensar de forma coletiva, caracteriza aqui, uma
política egoísta, impura, contaminada, mais precisamente o que vamos chamar de
politicagem. É uma encenação visando enganar o outro. Por isso, não devemos
confundir política com “política encenada” ou “politicagem”.
É certo que cada pessoa tem uma percepção diferente de captar uma história,
ou uma imagem, porém, a essência do que quer se passar não deve ser perdida.
Gostando ou não de uma determinada história, temos que ter uma visão crítica
acompanhada de uma percepção aguçada para interpretar o óbvio, o essencial.
(a) Anomia.
(b) Ação social.
(c) Luta de classe.
(d) Tese.
(e) Dialética.
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FATORES SOCIAIS
E AMBIENTAIS QUE
INFLUENCIAM NO
DESENVOLVIMENTO DAS
RELAÇÕES HUMANAS
Clarice da Luz Kernkamp
Introdução à unidade
Seção 1
Fatores ambientais
Solo: representa todo o plano terrestre exposto, podendo ter classificadores com
diferenças de acordo com as regiões geográficas, com diferentes temperaturas,
umidades, ventos, entre outros fatores que reproduzem a decomposição das rochas.
A fauna brasileira é uma das mais ricas do mundo com 10% das
espécies de répteis (400 espécies) e mamíferos (600 espécies),
17% das espécies de aves (1.580 espécies) a maior diversidade
de primatas do planeta e anfíbios (330 espécies); além de
100.000 espécies de invertebrados.
Algumas espécies da fauna brasileira se encontram extintas
e muitas outras correm o risco. De acordo com o IBGE há
pelo menos 330 espécies e subespécies ameaçadas de
extinção, sendo 34 espécies de insetos, 22 de répteis, 148
de aves e 84 de mamíferos. As principais causas da extinção
das espécies faunísticas são a destruição de hábitats, a caça
e pesca predatórias, a introdução de espécies estranhas a um
determinado ambiente e a poluição.
O tráfico de animais silvestres movimenta cerca de 10 bilhões
de dólares/ano, sendo que 10% corresponde ao mercado
brasileiro, com perda de 38 milhões de espécimes (BRAGA,
2002, p.32).
O tema vem tomando corpo nos últimos anos, porém a fome não é um
problema recente, associa-se com a questão da pobreza e com as desigualdades
sociais, porém, da década de 1930 a 1950, a miséria era compreendida com
resultados da moral humana e não como resultado do acesso desigual de
riqueza socialmente produzida; os auxílios sociais contribuem para reduzir a
miséria, e eram vistos como desestímulos ao interesse do trabalhador e gerando
acomodações, causando risco à sociedade e ao mercado.
A fauna brasileira é considerada como uma das mais ricas do mundo, entretanto,
atualmente, depara-se com algumas espécies raras extintas e outras com riscos de
extinção, devido a diversos fatores que ocasionam essa situação, sendo uma das
mais sérias o tráfico de animais silvestres, que movimenta cerca de 10 milhões de
dólares ao ano (BRAGA, 2002).
Diante desse processo de ocupações irregulares, torna-se cada vez mais comum:
enchentes, assoreamento dos cursos de água devido ao desmatamento, ocupação
das margens, desaparecimento de áreas verdes, desmoronamento de encostas,
comprometimento dos cursos de água que viraram depósitos de lixo e canais de
esgoto etc. Esses fatores ainda são agravados pelo ressurgimento de epidemias,
como dengue, febre amarela e leptospirose (MEIRELLES, 2000).
Seção 2
As doenças que expõem o homem e o meio ambiente são acrescidas dos fatores
sociais, econômicos, culturais e comportamentais, que influenciam a ocorrência
de doenças, causando, em algumas situações, fatores de risco à sociedade.
Das patologias e dos fatores ambientais, 25% das doenças registradas em todo
o mundo são causadas por fatores ambientais evitáveis, os quais são responsáveis
por 13 milhões de mortes ao ano no mundo (PRESSE, 2006).
Fatores ambientais:
Fatores individuais:
• Obesidade.
• Desidratação.
• Bebês e idosos.
1979 – 2002: 4780 mortes foram atribuídas à exposição ao calor extremo nos EUA.
2000 – 2005: hospitalizações por insolação aumentaram cinco vezes nos EUA.
250 a 400 pessoas morrem anualmente por causa da insolação nos EUA.
• Cefaleia/tontura/desmaio.
• Náuseas/vômitos.
• Marcha instável.
• Fraqueza/cãibras musculares.
• Calafrios, tremores.
• Confusão/desorientação/agitação/agressividade.
• Apatia/convulsões.
• Vômitos/evacuações involuntárias.
• Hiperventilação.
FRIO:
Inflamatórias:
• Amigdalite.
• Dor de garganta.
• Asma.
• Bronquite.
• Otite.
• Rinite.
• Sinusite.
Virais
• Gripes.
• Resfriados.
• Pneumonias.
• O Brasil tem cerca de 2 milhões de casos de pneumonia por ano, e uma média
de 30 mil mortes.
UMIDADE DO AR:
• Irritação ocular.
• Dermatite tópica.
• Náuseas.
• Vômitos.
• Diarreia ou febre.
De acordo com Silva (2010) o homem é infectado por mais de 100 tipos de
parasitas, que geram infecções causadoras de mais de 1 milhão de mortes por ano.
As doenças infecciosas e parasitárias estão entre as cinco principais causas de óbitos
no Brasil. No entanto, estudos mostram que a taxa de prevalência e óbitos por essas
doenças vem diminuindo nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, e
mantendo-se estáveis no Sul e Sudeste.
• Pesticidas.
• Produtos de construção.
• Solventes orgânicos.
• Medicamentos.
• Plásticos.
• Produtos de limpeza.
• Toxicidade.
• Alteram neurotransmissores.
• Os níveis de radiação dos emissores leves de bactéria são mais altos naqueles
que consumem alimentos preparados no microondas, sugerindo que a energia
liberada pelo aparelho pode ser transferida do alimento para o indivíduo.
a) de fungos e aquecimento.
b) de gripes e pneumonias.
c) de vírus e bactérias.
d) de doenças nos idosos e mortes precárias.
Seção 3
Seção 4
Falar de Sociologia e meio ambiente é como um novo desafio, porque ela é antiga,
já tendo sido apresentado o relacionamento entre a sociedade humana e o meio
ambiente por Marx, Weber e Durkheim, porém, a terminologia Sociologia ambiental
é recente, vem da transição da década de 1970 para 1980, e foi em “[...] 1990 que a
Sociedade Internacional de Sociologia formou o seu primeiro grupo com interesse
específico em sociologia do meio ambiente” (MCREYNOLDS, 1999, p. 181).
• A justiça.
• A paz e segurança, não como ausência de violência, mas como equilíbrio nas
relaçoes humanas e destas com a natureza (IRIGALBA, 2009, p. 31).
100 Fatores sociais e ambientais que influenciam no desenvolvimento das Relações Humanas
U2
Fatores sociais e ambientais que influenciam no desenvolvimento das Relações Humanas 101
U2
É correto afirmar:
102 Fatores sociais e ambientais que influenciam no desenvolvimento das Relações Humanas
U2
É correto afirmar:
Fatores sociais e ambientais que influenciam no desenvolvimento das Relações Humanas 103
U2
104 Fatores sociais e ambientais que influenciam no desenvolvimento das Relações Humanas
U2
Referências
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Fatores sociais e ambientais que influenciam no desenvolvimento das Relações Humanas 105
U2
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106 Fatores sociais e ambientais que influenciam no desenvolvimento das Relações Humanas
U2
RAMOS, Julio da SIlva. Conceitos de ecologia. Biologia. [s.l], 31 mar. 2011. Disponível em:
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SÃO PAULO e Minas têm ‘cinturão da seca’. Folha de São Paulo, 21 out. 2014.
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minas-tem-cinturao-da-seca.shtml>. Acesso em: 05 nov. 2014
Fatores sociais e ambientais que influenciam no desenvolvimento das Relações Humanas 107
Unidade 3
O SIGNIFICADO DO
TRABALHO E RELAÇÕES
HUMANAS
Introdução à unidade
Ao final da unidade, você poderá validar seu aprendizado através das atividades
disponíveis. Espero que goste do conteúdo que será apresentado!
Boa leitura!
Seção 1
Sant' Anna (1997), organizador de um livro sobre a vida e obra de Marx, conta-
nos que o núcleo de seus pensamentos é sua interpretação do homem, cujo
início é marcado pela necessidade humana. A história da humanidade, portanto,
começa com o próprio homem que luta com a natureza para buscar satisfazer
suas necessidades e, nesse movimento, descobre-se como ser ativo e produtivo,
passando a ter consciência de si mesmo e do mundo à sua volta. Assim, “a história
é o processo de criação do homem pelo trabalho humano” (p. 26, grifo nosso).
Mas já havia sido dado o passo decisivo: a mão era livre e podia
agora adquirir cada vez mais destreza e habilidade; e essa maior
flexibilidade adquirida transmitia-se por herança e aumentava de
geração em geração.
Vemos, pois, que a mão não é apenas o órgão do trabalho;
é também produto dele. Unicamente pelo trabalho, pela
adaptação a novas e novas funções, pela transmissão hereditária
do aperfeiçoamento especial assim adquirido pelos músculos
e ligamentos e, num período mais amplo, também pelos ossos;
unicamente pela aplicação sempre renovada dessas habilidades
transmitidas a funções novas e cada vez mais complexas foi que a
mão do homem atingiu esse grau de perfeição que pôde dar vida,
como por artes de magia, aos quadros de Rafael, às estátuas de
Thorwaldsen e à música de Paganini (ANTUNES, 2004, p. 13-14).
É claro que as mãos não são parte isolada do corpo humano e todas as
funções do nosso corpo apresentam uma conectividade e formam um organismo
extremamente complexo; em todos esses processos de evolução, o homem foi se
transformando e se desenvolvendo de forma constante.
Por meio do trabalho, conforme Antunes (2004), o homem foi capaz de ampliar
seus horizontes, o que o levou a descobrir continuamente em cada objeto que
manuseava novos elementos que, até aquele momento, eram desconhecidos,
estimulando assim sua capacidade de criar, produzir, simbolizar. Diante disso,
um dos fatores que diferencia o homem dos outros animais é que ele é dotado
de consciência, uma vez que concebe de forma simbólica o desenho e a forma
que quer dar ao objeto de seu trabalho. O autor traz uma ilustração de Marx para
explicar o quão relevante e admirável é essa constatação:
Estes mesmos autores nos fazem pensar que, com o passar do tempo, o
trabalho foi sendo constituído como fator preponderante para o desenvolvimento
intelectual e emocional dos seres humanos, sendo considerado extremamente
relevante na vida das pessoas e de fundamental importância na formação da
identidade. No que diz respeito ao conceito de identidade, podemos reconhecê-
lo quando uma pessoa se aproxima de outra e, ao buscar saber mais a respeito
dela, possivelmente pergunte o nome, a formação, a profissão e a atividade laboral
que desenvolve. O que se busca é a identificação do outro, ou seja, diferenciá-lo
dos demais, personalizá-lo. Assim, entendemos que a identidade é formada por
um conjunto de características próprias e exclusivas, um único exemplar de um
determinado indivíduo, o que o torna um ser ímpar. Além disso, o que identifica a
pessoa em nossa sociedade, geralmente está ligado às atividades que desempenha
ao longo de sua história de vida (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008).
Neste sentido, a relação do indivíduo com o seu trabalho e o papel que exerce
em sua atividade profissional também é considerado fator essencial na constituição
da identidade, uma vez que o trabalho ocupa posição central na vida de qualquer
ser humano, além de ser um instrumento de sobrevivência pessoal, é uma atividade
que se compõe no substrato da identidade pessoal e que vai contribuindo para
modelar um jeito próprio de ser (ONESTI; MARCHI, 2001).
Por meio de suas pesquisas, Codo (2006) faz uma análise da dimensão do trabalho
e chega à seguinte conclusão: “Trabalho é uma relação de dupla transformação
entre o homem e a natureza, geradora de significado” (p. 80, grifo nosso). Perceba
que esta definição vem ao encontro da linha de pensamento de Marx de que não só
o homem transforma a natureza à sua volta por meio do trabalho, mas ele também
é transformado nesta ação. E não para por aí! Para que esta ação seja considerada
trabalho, deve se abrir para uma nova perspectiva: a de gerar significado.
Gerar significado é transcender, é algo que se torna eterno, é levar a ação para
além de si, uma vez que o trabalho a imortaliza. Assim, podemos pensar em tantos
exemplos, como no caso do professor que ensina um novo tema ao seu aluno,
fazendo-o refletir e aprender; ou, até mesmo, o marceneiro que produz um novo
móvel para um jovem casal que acabara de se mudar para sua nova casa; são ações
que geram significado, transcendem àquele que produz e permanece mesmo que
o produtor não esteja mais presente.
Neste sentido, a subjetividade não é inata, ou seja, não nasce com o indivíduo,
mas é construída aos poucos, conforme o indivíduo vai se apropriando dos dados
do mundo social e cultural. Esse movimento é dinâmico, pois, ao mesmo tempo
em que o indivíduo recebe informações do mundo externo, ele também contribui
e transforma esse mundo, e assim, ele constrói e transforma a sua subjetividade.
Além disso, estudiosos do tema, como Codo (2006), mostram que a subjetividade
não se reconhece somente como um “eu” singular, mas também em um “nós” e
em uma intersubjetividade, entendendo que é somente por meio das relações que
estabelecemos ao longo da vida que a subjetividade pode se constituir.
González Rey (2005) traz uma definição de subjetividade que completa todas
as nossas reflexões. Segundo ele, a subjetividade é um processo em constante
desenvolvimento, plurideterminado e sensível à qualidade de seus momentos
O próprio autor nos explica: “Nossa ‘dona Maria’ não é considerada trabalhadora
porque não produz nenhuma mercadoria vendável no mercado, não recebe
salário, não contribui com a previdência, não assina carteira” (CODO, 2006, p. 76).
A teoria social de Marx traz uma análise profunda dos efeitos de um mundo
novo que despontava, como nos explica Netto (1994, p. 11):
O que parece é que o trabalhador agora será mais valorizado e poderá resgatar
o sentido do seu trabalho, pois começa a participar do planejamento de suas
atividades e não mais apenas de sua execução. No entanto, os mesmos autores
alertam que o sistema toyotista, embora tenha sido considerado um grande avanço
em relação ao modelo taylorista-fordista, manteve inalterada a tensão entre capital
e trabalho, que passou a ser mais complexa e mais diluída. Este novo cenário,
segundo os autores, traz novas consequências ao trabalhador. “Do ponto de vista
psicológico, a pressão subjetiva exercida pelo novo sistema origina efeito danoso
à saúde do trabalhador, e passamos a conviver com termos como Síndrome de
Burnout, LER, Dort e assédio moral” (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008, p. 255).
Sendo assim, nos dias de hoje, impulsionada pela globalização e pelo avanço
cada vez mais crescente de tecnologias, uma nova dinâmica emerge fazendo com
que as organizações e as pessoas precisem se adaptar.
A essa nova era globalizada que estamos vivendo alguns autores dão o nome de
pós-modernidade; outros ainda mantêm o termo modernidade. Seja um ou outro
Para Bauman (1999), a globalização é a bola da vez! É uma palavra que está na
moda e que tem acarretado efeitos bastante alarmantes, mas que não conseguimos
definir exatamente o que é. O fato é que a globalização é o destino inevitável do
mundo e é um processo que afeta a todos nós.
As palavras que descrevem este atual momento global, para o autor, são: liberalização,
desregulamentação, flexibilidade, fluidez. Esta nova condição causa um sentimento de
ansiedade provocada pela dolorosa experiência da incerteza. “A incerteza e a angústia
[…] são produtos básicos da globalização” (BAUMAN, 2005, p. 84).
Você já deve ter percebido que a forma de pensar deste autor é bem enérgica
e radical, com mensagens éticas fortes, fazendo-nos refletir sobre fatores que,
muitas vezes, estão ocultos e camuflados, e por isso não percebemos, mas que
induzem nossos pensamentos e ações, e interferem na sociedade e nas condições
de trabalho.
Em suas obras, Bauman (1999; 2001; 2005) utiliza o termo “líquido” para designar
o estado atual da sociedade, no qual tudo é efêmero, temporário, fluido.
Nos dias atuais, segundo Bauman (2001), o consumo é guiado pelo “querer”,
pelo desejo de possuir, que se tornaram estimulantes poderosos no ato de comprar.
Os produtos que são ofertados hoje atendem os mais variados tipos de públicos e
são personalizados.
Seção 2
Vamos aprender, através do quadro abaixo, quais são os fatores que, de forma
interconectada e em constante interação, afetam os aspectos do desenvolvimento
humano:
Crescimento Maturação
Hereditariedade Meio
orgânico neurofisiológica
Diz respeito ao Conjunto de
aspecto físico. O influências
aumento de altura e estímulos
e a estabilização do ambientais que
esqueleto permitem altera os padrões
Carga genética ao indivíduo Torna possível de comportamento
que estabelece comportamentos determinado padrão do indivíduo, como
o potencial do e também um de comportamento, uma criança de 3
indivíduo, podendo domínio de como a anos que recebe
se desenvolver ou mundo. Imagine alfabetização das estimulação verbal
não. uma criança crianças. intensa e apresenta
que engatinha e um repertório
depois começa verbal muito maior
a andar, quantas do que a média
possibilidades de das crianças de sua
descoberta. idade.
Fonte: Adaptado de Bock, Furtado e Teixeira (2008, p. 117-118).
Aspecto social – é a maneira como o indivíduo reage diante das situações que
envolvem outras pessoas. Por exemplo, em um grupo de crianças, no parque,
é possível observar que algumas buscam espontaneamente outras para brincar,
enquanto algumas permanecem sozinhas.
Na mesma linha de pensamento, Del Prette e Del Prette (2013) ressalta que
as habilidades empáticas são exercidas como reação a demandas caracterizadas
por uma necessidade afetiva do outro, sendo que tais demandas ocorrem
quando a pessoa experiencia sentimentos negativos ou positivos e espera o
compartilhamento solidário daqueles que lhe são próximos. A empatia é, portanto,
a capacidade de compreender e sentir o que outra pessoa pensa e sente em
uma situação cuja demanda é afetiva, comunicando-lhe de forma adequada tal
compreensão e sentimento.
O vídeo que você vai assistir agora é emocionante! Você irá se deparar
com um ambiente cheio de pessoas e perceberá o quão importante é
a empatia e a flexibilidade de comportamento com cada uma delas.
Assista e faça esse importante exercício mental de relacionar-se com
outros seres humanos. Acesso em: <https://www.youtube.com/
watch?v=gPASDkS3F98>.
Outra forma de exercer potencial influência sobre o outro é por meio do poder.
Sabemos que o poder é a capacidade de domínio ou autoridade sobre uma pessoa,
um grupo de pessoas ou até sobre uma nação.
No que diz respeito às bases do poder social, os autores French e Raven (1959
apud RODRIGUES; ASSMAR; JABLONSKI, 1999) apresentaram uma classificação de
tipos de base de poder: o poder de recompensa, o poder de coerção, o poder de
legitimidade, o poder de referência e o poder de conhecimento. A partir de agora,
conheceremos cada um destes tipos de poder, de acordo com estes autores:
Assim, quando uma mãe diz a um filho que, se ele cumprir determinada atividade
receberá uma recompensa, a influência que se apresenta é baseada no poder de
recompensa, que será bem-sucedida se a recompensa é desejada pela pessoa e
este reconhece no outro a capacidade para oferecê-la.
Além destes cinco tipos de poder, Raven (1965 apud RODRIGUES; ASSMAR;
JABLONSKI, 1999) acrescentou outra base de poder denominada poder de informação:
Diante de todos estes temas, foi possível perceber que o ser humano se faz em
contato com o seu semelhante, ou seja, nos construímos enquanto humanos de
fato por meio do olhar do outro, nas infinitas relações que são estabelecidas ao
longo de nossa existência. Portanto, somos seres que “[…] vivemos em constante
processo de dependência e interdependência em relação a nossos semelhantes”
(RODRIGUES; ASSMAR; JABLONSKI, 1999, p. 21).
O Psicólogo Social, por sua vez, deve estar muito atento às variáveis, muitas
vezes complexas e dinâmicas, que interferem na interação humana, isto é,
considerar que os fatores longitudinais (aspectos da personalidade, história de
vida, experiências passadas, fatores hereditários, etc.) interatuam com fatores
situacionais (do contexto, do ambiente), caracterizando, assim, o aspecto social
do comportamento (RODRIGUES; ASSMAR; JABLONSKI, 1999).
Vamos refletir, então, o que é Psicologia Social a partir da definição dos próprios autores:
Vamos verificar, por meio da figura abaixo, alguns dos muitos fenômenos sociais
que apresentam interconexão entre os dois campos do conhecimento:
Uma diferença importante entre estes dois campos, ressaltada pelos autores,
está na forma com que a Psicologia Social e a Sociologia estudam o seu objeto de
estudo (que muitas vezes é idêntico ou quase idêntico), e também nas perguntas
e questionamentos que os respectivos pesquisadores dessas áreas formulam em
suas pesquisas. É impossível negar, porém, a contribuição que uma área possibilita
a outra.
Veja, nas palavras da própria autora, as consequências de uma ciência que não
olha o ser humano em todas as suas dimensões, como um ser social, dinâmico e
agente de sua própria história:
a) V – F – F.
b) V – V – V.
c) F – F – V.
d) V – F – V.
a) 1 – 2 – 3 – 4.
b) 4 – 3 – 2 – 1.
c) 3 – 4 – 1 – 2.
d) 2 – 1 – 3 – 4.
Referências
MORAES NETO, Benedito Rodrigues de. Marx, Taylor, Ford: as forças produtivas
em discussão. São Paulo: Brasiliense, 1989.
SANT’ANNA, R. (Org.). Marx: vida e pensamentos. São Paulo: Martin Claret, 1997.
SANTOS, Jair Ferreira dos. O que é pós-moderno. 11. ed. São Paulo: Brasiliense,
1993.
A COMPREENSÃO DO
COMPORTAMENTO HUMANO
E COMUNICAÇÃO
Introdução à unidade
Você poderá validar seu aprendizado por meio das atividades disponíveis logo
ao final da unidade. Espero que este conteúdo que será apresentado possa ser
bastante produtivo para você!
Bom aproveitamento!
Seção 1
entanto, este ser humano pode ser enxergado sob várias perspectivas. Por isso,
dizemos que a Psicologia apresenta uma diversidade de objetos de estudo (BOCK;
FURTADO; TEIXEIRA, 2008).
Você já ouviu falar em Freud, por exemplo? Ele desenvolveu uma linha de
pensamento chamada Psicanálise, adotada pela Psicologia, a partir da qual o objeto
de estudo é o inconsciente. Já outra abordagem da Psicologia, conhecida como
Análise do Comportamento, ou Behaviorismo (que significa “comportamento” em
inglês), considera como objeto de estudo o próprio comportamento humano. E
assim outras abordagens teóricas da Psicologia apresentam seus objetos de estudo
específicos. Bock, Furtado e Teixeira (2008) explicam que esta é uma questão
enfrentada por todas as ciências humanas e, até hoje, discutida pelos cientistas.
Vejamos o que os próprios autores nos dizem:
Vamos entender, de forma breve, como o ser humano é visto a partir de duas
vertentes teóricas da Psicologia: a Psicanálise e a Análise do Comportamento
(Behaviorismo), refletindo, desta forma, a noção de comportamento sob a ótica
destas duas abordagens, consideradas as mais importantes e influentes concepções
teóricas no ramo da Psicologia.
• Já o inconsciente, é formado por conteúdos que não têm fácil acesso ao pré-
consciente e consciente, conteúdos chamados reprimidos, por causa da ação de
censuras internas; neste sentido, o inconsciente é um sistema do aparelho psíquico
governado por suas próprias leis de funcionamento e por uma lógica totalmente
diferente, como a noção de tempo, por exemplo, não existindo passado, presente
e futuro. Os conteúdos que estão no inconsciente podem ter sido conscientes um
dia, mas, em algum momento da vida do indivíduo, podem ter sido reprimidos (ou
seja, foram para o inconsciente), ou ainda podem ser originalmente inconscientes.
Por exemplo, ao invés de dizer o nome de alguém, “sem querer” você diz outra
palavra; esse ato falho (termo utilizado pela Psicanálise como uma das formas
de manifestação do inconsciente) pode estar querendo dizer algo que esteja
registrado no seu inconsciente. Para a Psicanálise, não existe “sem querer”, ou seja,
tudo tem um porquê e a mente humana funciona como uma máquina, na qual
cada fase se encadeia ao momento anterior e posterior.
Bock, Furtado e Teixeira (2008, p. 48) nos explicam como Freud pensou o
inconsciente, sua dinâmica e o método por meio do qual seus conteúdos vêm à
tona. Veja que interessante:
Mais para frente, entre 1920 e 1923, Freud remodela sua teoria do aparelho
psíquico, introduzindo outros conceitos para se referir aos três sistemas que
constituiriam a personalidade humana: id, ego e superego (BOCK; FURTADO;
TEIXEIRA, 2008).
Vamos entender, mesmo que de forma breve, estes dois termos, com o auxílio
de Bock, Furtado e Teixeira (2008):
[…] suponha que, em uma sala aquecida, sua mão direita seja
mergulhada em uma vasilha com água gelada. A temperatura da
mão cairá rapidamente devido ao encolhimento ou constrição
dos vasos sanguíneos, caracterizando o comportamento como
Se o comportamento pode ser mantido ou ser extinto pela força que suas
consequências produzem no ambiente, então Skinner apontou dois conceitos
importantes que fazem parte desta dinâmica: o reforço e a punição.
Foi possível verificar, portanto, que a Psicologia, por apresentar uma diversidade
de vertentes teóricas, apresenta também formas distintas de enxergar o ser humano
e buscar compreender seus comportamentos; não só os comportamentos
intrapessoais (do ser humano com ele mesmo), mas os interpessoais (do ser
humano com outros seres humanos) e também dos comportamentos em grupo.
Você já percebeu que a vida humana é organizada em grupos? Isso nos leva a pensar
que muitos dos nossos comportamentos são influenciados pelos grupos dos quais
fazemos parte, da mesma forma que também influenciamos as pessoas que pertencem
aos mesmos grupos que nós.
Ainda com relação às diferentes definições e aos tipos de grupos, os autores Rodrigues,
Assmar e Jablonski (1999) descrevem o que é grupo psicológico, considerado como
sendo um grupo integrado por indivíduos que se conhecem, que estão em busca de
objetivos comuns, possuem ideologias compatíveis e interagem com grande frequência.
Dessa forma, o grupo psicológico tem um funcionamento próprio, sendo formado,
principalmente, pela proximidade física e também pela identidade de pontos de vista de
seus membros, além de fortalecerem a compatibilidade de valores, papéis, normas etc., à
medida que vão interagindo gradativamente.
Estes mesmos autores nos ensinam que existem alguns processos que são
considerados grupais: Coesão, Formação de Normas, Liderança, Status e Papel, Facilitação
Social, Tomada de Decisão e Identificação Grupal. Vamos juntos conhecer cada um destes
O vídeo que você verá agora possui cenas bem divertidas, que mostrarão
alguns exemplos de atitudes de líderes. Acesse o link: Disponível em
<https://www.youtube.com/watch?v=Ds5HD74uzlQ>.
• A facilitação social, por sua vez, implica que a presença de outras pessoas tende a
facilitar o desempenho quando a pessoa tem domínio sobre a resposta a ser emitida; caso
contrário, a presença de outras pessoas pode inibir o desempenho. Neste sentido, como
explicam os autores, o trabalho em grupo deve ser incentivado quando as pessoas estão
treinadas o suficiente na tarefa a ser executada.
Agora que conhecemos os processos grupais, vale a pena destacar que os grupos
podem apresentar também fases de desenvolvimento, principalmente no que se refere ao
ambiente de trabalho. Quem nos ajudará a entender estes estágios de desenvolvimento
dos grupos de trabalho são os autores Albuquerque e Puente-Palacios (2004). Segundo
eles, há algumas etapas pelas quais passam os grupos que podem ou não ser sequenciais,
sendo possível, até mesmo, voltar a uma etapa anterior antes de ir para a seguinte, o que
nos leva a perceber a mobilidade destas fases e a interferência que o grupo poderá sofrer
com relação a pressões e mudanças do meio externo.
e normas que direcionarão o grupo também começam a ser decididas. Essa fase tende
a ser caracterizada pela incerteza, uma vez que nada ainda está muito claro e definido, e
finaliza à medida que cada pessoa passa a se reconhecer como membro do grupo.
• Conflito: é o processo de ajuste do grupo, que visa estabelecer o que será feito,
quem fará cada tarefa e quais os procedimentos que serão utilizados, como explicam
os autores. Também é a fase de negociação, pois pode haver membros da equipe que
não concordem com as decisões tomadas; além disso, a liderança, se ainda não tiver
sido determinada, poderá emergir nesta etapa. É importante ressaltar que o conflito não é
necessariamente ruim; ele servirá para regular o processo grupal e, por isso, é fundamental
saber lidar com ele, não o ignorando ou querendo eliminá-lo, uma vez que se trata de um
estágio inerente ao processo de formação e estruturação do grupo.
Devemos ter consciência de que essas etapas de desenvolvimento dos grupos não
acontecem de forma “redonda”, pois se trata de pessoas em processo de construção
e, por isso, os grupos estarão em constante dinâmica, passando por ajustes e acertos
durante o período em que ele existir. Outro ponto que merece ser comentado é o de
que, assim como os grupos, as equipes também passam pelos mesmos estágios de
desenvolvimento e funcionamento.
Por falar em Equipe, você sabe o que é? Será que a definição de equipe é diferente da
definição de grupo?
Vale destacar que refletir sobre a importância e funcionalidade dos grupos, tanto para o
indivíduo quanto para a sociedade em geral, é um tema prioritário para a Psicologia Social.
Segundo Bock, Furtado e Teixeira (2008), o tema Grupo é fundante da Psicologia Social,
lembrando que os primeiros estudos sobre os grupos aconteceram no final do século XIX
pela psicologia da época, chamada Psicologia das Massas ou Psicologia das Multidões. Os
pesquisadores questionavam-se como era possível a mobilização de tantas pessoas, como
aconteceu no caso das revoluções. No nosso cotidiano, também temos vários exemplos
que fazem com que nos perguntemos o que é capaz de mobilizar tamanho contingente
de pessoas a lutarem em prol de um objetivo. É a força dos grupos.
Seção 2
Talvez a comunicação possa ser mesmo considerada uma arte, pois, embora
pareça ser um processo simples que é realizado a todo instante na nossa vida
cotidiana, envolve pessoas em suas relações e, como já vimos, pessoas são
dotadas de múltiplos atributos e estão envoltas em variadas dimensões (sociais,
culturais, históricas).
De acordo com Pereira (2009), existem vários tipos de signos; podemos pensar
em alguns exemplos: os signos naturais, ou seja, que representam elementos da
natureza (água, fumaça); os signos artificiais, tudo aquilo que é criado pelo homem
(um anel, por exemplo); signos verbais e não verbais, sendo aqueles as palavras e os
nomes (como Ana), e estes o que não é palavra (polegar para cima, por exemplo);
signos visuais (uma foto, um desenho); signos sonoros (vaia, sirene de ambulância),
entre tantos outros.
de uma ambulância que passa velozmente na rua pode representar alguém que
esteja necessitando de atendimento médico. Uma vaia em um estádio de futebol
representa um sinal de desagrado, e assim vários outros exemplos.
Umberto Eco (1980 apud Pereira, 2009. p. 43) traz uma definição muito
interessante de signo, ele diz que é “uma presença que substitui uma ausência”. O
signo, portanto, tem essa função de tornar presente aquilo que não está acessível de
maneira palpável, aquilo que não está presente de alguma forma, mas está de outra.
O signo é composto por dois lados, como se fossem dois lados de uma moeda,
diz o autor. Um lado chama-se significante e o outro lado, significado. O significante
é o aspecto sensível do signo, já o significado diz respeito ao aspecto semântico.
Vamos utilizar um exemplo trazido pelo próprio autor para entendermos melhor
estes dois lados, que são interdependentes:
Por mais que a fala seja considerada a forma de comunicação por excelência,
fundamental para o estabelecimento de relações, uma sociedade que se
baseasse apenas na comunicação oral, provavelmente, ficaria limitada em seu
desenvolvimento, por isso, a comunicação escrita foi tão importante, conforme
nos indica o autor. Com este tipo de comunicação, através do alfabeto que
aprendemos quando somos ainda crianças, o homem conseguiu o poder de
transmitir seus pensamentos e conhecimentos não só para os que estavam à sua
volta, mas para as gerações seguintes. Os livros, jornais e revistas são exemplos
deste tipo de comunicação.
Não podemos deixar de citar outro tipo de comunicação que tem sido
bastante utilizada no mundo atual: a comunicação eletrônica, reconhecida pelo
autor como o último estágio de evolução da comunicação humana. Hoje, nos
comunicamos com muita frequência através da Internet e das redes sociais e
estabelecemos relações que podem ser chamadas de virtuais. Este fator realmente
caracteriza um grande avanço da nossa sociedade se olharmos para o prisma
de que a distância foi eliminada e, com isso, conseguimos ter acesso a pessoas
do outro lado do mundo a qualquer momento. Albuquerque e Puente-Palacios
(2004) afirmam que tecnologias da comunicação, como videoconferências, fax,
scanner e internet (conforme já citamos), estão possibilitando formar equipes
virtuais, principalmente com relação às organizações de trabalho que, mesmo
separadas espacial e temporalmente, conseguem fazer com que seus membros
compartilhem conhecimentos e realizem tarefas.
Veja que interessante o depoimento de Pereira (2009, p. 25) sobre este tipo tão
atual de comunicação:
Sobre este assunto, Bock, Furtado e Teixeira (2008) falam da intensidade dos
meios de Comunicação de Massa, ou seja, o destaque que a difusão da informação
alcançou no mundo contemporâneo, e com isso presenciamos muitos veículos
de informação que usam um mecanismo de convencimento que pode ou não
ultrapassar os limites racionais de divulgação de uma mensagem; podemos pensar
como exemplo na força da publicidade e propaganda. Neste sentido, a internet e
as ferramentas da comunicação eletrônica tornaram-se um potente veículo de
difusão de informações, além de contribuir para uma verdadeira mudança nos
hábitos, comportamentos e valores das pessoas e, por conta disso, conforme
relatam os autores, atualmente há várias pesquisas que buscam entender o que
está por detrás das mensagens, ou seja,
O vídeo que você irá assistir agora vai depender de uma avaliação crítica
da sua parte. Ele traz um trabalho de um grupo de pessoas que trata da
potente influência da mídia nas crianças e o impacto no comportamento
e desenvolvimento delas. Ao assistir, reflita sobre os pontos abordados
no vídeo. Você concorda com eles? Acesse o link e bom vídeo!
Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=qV3j21gGpk4>.
Por falar em Vygotsky, a autora resgata que sua forma de conceber o ser
humano é como um ser histórico-social, sendo a linguagem crucial no homem
para o desenvolvimento da consciência de si e de sua consciência social, e tudo
isso se dá por meio da linguagem e também do pensamento e das ações, que se
realizam no processo de interação com os seus semelhantes (LANE, 2001).
Feedback quer dizer retroalimentação. Para Moscovici (2008), este termo implica um
processo de ajuda para alterações de comportamento, através da comunicação a uma
pessoa, ou um grupo, no intuito de fornecer-lhe informações sobre como sua atuação
está influenciando outras pessoas. “Feedback eficaz ajuda o indivíduo (ou grupo) a melhorar
seu desempenho e, assim, alcançar seus objetivos” (MOSCOVICI, 2008, p. 94).
Segundo Del Prette e Del Prette (2013), o termo feedback vem se popularizando cada
vez mais e sua dinâmica constitui em habilidades essenciais para regular desempenhos
tanto nossos quanto das pessoas com quem convivemos, visando estabelecer relações
saudáveis e harmoniosas.
Para que o feedback seja um processo útil de fato, é necessário que seja realizado
mediante alguns cuidados. Vejamos quais são eles, de acordo com Moscovici (2008):
• Deve ser descritivo em vez de avaliativo: a autora recomenda que não deve haver
julgamento, pois quando não se julga o relato de um evento, mas há uma conversa
tranquila, reduz-se a necessidade do outro reagir de forma defensiva e, assim, ele poderá
ouvir e sentir-se à vontade para receber aquela informação e usá-la da maneira que achar
conveniente.
• Deve ser oportuno: o feedback tende a ser mais útil e eficiente quanto mais próximo
possível acontecer após o comportamento em questão, e vai depender, claro, da prontidão
da pessoa para recebê-lo e aproveitá-lo da melhor forma possível.
• Deve ser dirigido: segundo a autora, o feedback deve se dirigir para comportamentos
que o receptor possa realmente modificar, pois, se não for desta maneira, a frustração
poderá aparecer se a pessoa identificar falhas naquilo que não está sob seu controle e,
assim, o feedback tende a não surtir bons resultados.
• Deve ser específico em vez de geral: isto significa que a informação a ser transmitida
ao receptor deve indicar algo que seja possível visualizar, como o comportamento emitido
• Deve ser solicitado em vez de imposto: é claro que a informação solicitada tem
maior chance de ser bem recebida do que a informação que é imposta e, segundo a
autora, será mais útil quando a pessoa tiver formulado perguntas para que aqueles que
observam suas atitudes possam responder e ajudá-la a melhorar.
• Deve ser esclarecido para assegurar que a comunicação seja precisa: uma boa
dica da autora é fazer com que o receptor repita o feedback recebido para confirmar se
corresponde ao que o comunicador quis transmitir.
Há uma pergunta que sempre nos vem à mente quando precisamos dar
feedback ou quando vamos recebê-lo: por que é difícil dar e receber feedback?
Del Prette e Del Prette (2013) indica que é mais comum do que imaginamos
o feedback ser confundido com reforço ou elogio (se positivo) ou com críticas
(se negativo), e que pessoas socialmente competentes tendem a associar o elogio
ao feedback positivo, o que pode tornar suas referências mais objetivas e mais
facilmente aceitas e valorizadas pelas pessoas.
Agora que apontamos algumas dificuldades, eis outra questão: como fazer para
superar estas dificuldades?
Muitas vezes, em nosso dia a dia, recebemos informações das mais variadas
pessoas que convivem conosco e nem paramos para pensar que pode se tratar
de feedback. Isto nos leva a crer que o feedbacké um processo necessário para
identificarmos as atitudes que geram resultados negativos e insatisfações para, assim,
conseguirmos fazer as adequações necessárias, contribuindo para desenvolver
nossas habilidades e alinhar a prática das relações (MOSCOVICI, 2008).
A autora traz algumas orientações do que podemos fazer para tentarmos superar
essas dificuldades com relação ao processo de feedback:
Você já ouviu falar de uma técnica muito interessante chamada Janela de Johari?
Trata-se de uma representação de áreas da personalidade humana, idealizada por
Joseph Luft e Harry Ingham (1961 apud MOSCOVICI, 2008), que tem a finalidade
de ilustrar as relações interpessoais e os processos de aprendizagem em grupo
para facilitá-los. É também uma ferramenta muito utilizada no processo de dar e
receber feedback. Vamos conhecer brevemente como funciona esta técnica.
• O Eu Aberto constitui a área da vida que é conhecida por nós e por qualquer
pessoa que nos observa. Esses tipos de comportamento variam muito conforme
nossa estimativa sobre o que é correto em determinado ambiente e com diferentes
grupos de pessoas, limitando-se àquilo que nossos familiares e amigos conhecem
de nós e àquilo que para nós é considerado óbvio, como nossas aptidões, nossa
maneira de falar, nossas atitudes em geral etc.
• O Eu Secreto, por sua vez, representa coisas que conhecemos sobre nós,
mas que buscamos esconder das outras pessoas, e são coisas que podem variar
desde assuntos mais banais e simples, até os assuntos mais sérios e de grande
importância.
a) ( ) 2, 3, 4, 5, 1.
b) ( ) 4, 2, 3, 1, 5.
c) ( ) 5, 4, 3, 2, 1.
d) ( ) 5, 1, 2, 3, 4.
Referências
DEL PRETTE, Almir; DEL PRETTE, Zilda A. P. Psicologia das relações interpessoais:
vivências para o trabalho em grupo. 10. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
SPECTOR, Paul E. Psicologia nas organizações. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.