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Incertezas nas medidas de volume

Clisman Mateus Santos de Araújo1


Jose Antonio dos Santos Filho2,
Luiz Fernando Barbosa3,
Wério Ruan Santos Fernandes4

Instituto Federal do Sertão Pernambucano – Campus Petrolina.


e-mail: clismansantos@gmail.com1
jsantos74261@gmail.com2
luiz-fernando1012@hotmail.com3
WerioFernandes@hotmail.com4

Resumo. A experiência teve como objetivo verificar os desvios de erros nas medidas de volume de
um paralelepípedo retangular de madeira, utilizando equipamentos de precisão milimétrica
(régua). Foram obtidos valores para as dimensões do sólido (largura, comprimento e altura) e
também seus respectivos erros. Algumas das medidas divergiram consideravelmente devido as
imperfeiçoes encontradas no referido sólido. Foram utilizados conceitos de Algarismos
Significativos, desvio padrão da média, média aritmética simples e cálculo de propagação de erro,
com o intuito de apresentar resultados cujos valores se encontram num intervalo mais próximo
possível dos valores reais.

Palavras chave: experiência, erros, volume, precisão.

como sendo a distância entre dois traços em uma


barra de metal especifico que era mantido de forma
a ter os efeitos da dilatação térmicas reduzidos, que
Introdução se encontra no Oficio Internacional de Pesos e
Medidas em Paris.[1]
O método mais trivial de medir é adotar uma
medida como padrão de unidade e fazer
comparações diretas com a mesma, contudo esse Em 1960, foi adotada uma definição muito mais
método é limitado, logo, passando dessa limitação satisfatória e precisa, em termos de um padrão
será necessário adotar maneiras indiretas de associado a uma grandeza física fundamental: o
medição[1]. O ato de medir ou mensurar é comprimento de onda de uma radiação luminosa
fundamental para a humanidade e imprescindível característica emitida por átomos de criptônio 86
para o desenvolvimento científico e tecnológico. (86Kr), um gás raro existente na atmosfera. Quando a
luz emitida numa descarga gasosa é analisada num
espectroscópio, observa-se um espectro de raias,
Nos primórdios da existência humana o homem já característica da substância. Uma raia espectral
utilizava maneiras intuitivas para realizar medidas, representa luz monocromática, de comprimento de
que eram simples, porém, suficientes para suas onda bem definido. Foi escolhida uma raia
técnicas de sobrevivência. Como por exemplo, a alaranjada do 86Kr; em termos de seu comprimento
comparação direta de um peixe com outro ou a
de onda Kr, definiu-se o metro por 1 m =
avaliação da quantidade de alimento que saciaria sua
1.650.763,73 Kr. Note que esta definição implica na
fome. A necessidade de medir aumentou à medida
possibilidade de medir comprimentos com precisão
que o homem passou a viver em grupos.[2]
de 1 parte em 109! Isto se faz através de métodos
interferométricos.[1]
Antigamente o padrão não era tão preciso a ponte
de atender as necessidades da navegação e da
Em 1983, com a descoberta da velocidade da luz
cartografia. Foi após a Revolução Francesa que
(c = 299.792.458 m/s), que é uma constante
decidiu definir um padrão baseado em algo que eles
universal, decidiu-se basear o padrão de
achavam que era imutável, nesse casso a Terra. Foi
comprimento relacionando-o com essa velocidade.
definido então que o metro seria 10-7 da distância do
O que implica indiretamente na fixação da definição
Polo Norte e do Equador, ao longo do meridiano de
do metro em termos do segundo, ou seja, o metro é a
Paris. Não satisfeitos com essa precisão decidiram
distância percorrida pela luz em 1/c segundos.[1]
redefinir o padrão de metro, que agora seria definido
O experimento foi fundamentado na definição 1,33 8,90 1,32
mais atual da unidade padrão de comprimento
segundo o Sistema Internacional de unidades e 1,40 8,91 1,49
medidas (SI), o metro, como sendo 1/c segundos. 1,46 8,90 1,49
Contudo, foi utilizado um instrumento com precisão
milimétrica, sendo o milímetro um submúltiplo do 1,43 8,90 1,46
metro. 1,40 8,92 1,50
Notemos que, nenhuma medida é absoluta, ou
seja, perfeitamente correta, logo, sentiu-se a
necessidade de formular definições sobre incertezas
e erros referentes a medidas. Uma medida, para ser
consideravelmente precisa deve apresentar o valor Tabela 2: Médias e desvios padrão das medidas.
obtido através de medições diretas ou indiretas
acrescentado de um valor que representa a incerteza ̅𝑳 = 1,42 ̅ = 8,92
𝑪 ̅ = 1,45
𝑯
dessa medida. Esta última, está relacionada com o
instrumento utilizado para fazer as medições e
também com o(s) observador(es). SL = ± 0,02 SC = ± 0,05 SH = ± 0,02
A incerteza pode ser calculada utilizando o
desvio padrão da média, que é definido como:

√1 ∑𝑛𝑖=1(𝑋𝑖 − 𝑋̅)² Tabela 3: Volume médio e propagação do erro.


𝑛
𝑆𝑚 =
√𝑁
̅ = 18,4 cm³
𝑽 SV = ± 0,4 cm³
Também é utilizado uma ferramenta
matemática para descrever o comportamento da
Os dados experimentais coincidiram com o previsto
propagação de erro de uma função, que é definida
pela teoria. Houveram discrepâncias relativamente
como:
grandes entre valores de mesma medida. Isto se deve
ao fato de que haviam deformações na superfície do
𝜕𝑉 2 2 𝜕𝑉 2 2 𝜕𝑉 2 2 sólido, de tal maneira que estas influenciaram no
∆𝑉 = √( ) ∆𝑐 + ( ) ∆𝑙 + ( ) ∆ℎ resultado final.
𝜕𝑐 𝜕𝑙 𝜕ℎ

Conclusão
Procedimento Experimental
O experimento sobre incertezas e erros em medidas
Utilizando uma régua, mediu-se diretamente 10
nos permitiu verificar que o volume do sólido se
vezes cada dimensão de um paralelepípedo
encontra no intervalo [18,0~18,8] cm³. Como já
retangular de madeira (comprimento, largura e
foi dito, nenhuma medida é exata, por isso expomos
altura). Em seguida foi calculada a média e o desvio
o resultado não como um número que representa
padrão da média de cada série de medidas.
uma grandeza, mas indicamos o intervalo em que
Logo após, com os dados obtidos, foi calculado o
muito possivelmente ela está definida. Também é
valor mais próximo o possível do verdadeiro e em
possível observar que os métodos para mensurar
seguida também foi calculada a propagação do erro
grandezas utilizados neste trabalho são infinitamente
do volume do sólido.
mais precisos que os primeiros a serem utilizados
séculos atrás, demonstrando a evolução na precisão
da verificação experimental.
Resultados e Discussão
Referências
Tabela 1: Medidas das dimensões do sólido.
Largura (cm) Comprimento (cm) Altura (cm) [1] NUSSENZVEIG, H.M. Curso de física
básica. 4.ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2002
1,40 8,90 1,50 [2] Só Biologia. A medida das coisas.
1,50 9,00 1,45 Disponível em
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/oitava_ser
1,49 8,92 1,35 ie/mecanica.php. Acesso em 3 de Dez. 2015.
1,35 8,89 1,49
1,39 9,00 1,49

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