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ESCOLA ESTADUAL ALBERT EINSTEIN

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Secretaria Adjunta de Gestão Educacional – SAGE
Aprendizagem Conectada/Ensino Híbrido
Atividades Escolares Ensino Médio
Ciências Humanas e suas Tecnologias
2º Ano

FILOSOFIA - 5º BIMESTRE

Códigos das Habilidades Objetos de conhecimento

(EM13CHS303) Debater e avaliar o papel A existência humana. Ser humano como ser
da indústria cultural e das culturas de massa no
histórico. Liberdade e determinismo. A relação com
estímulo ao consumismo, seus impactos
econômicos e socioambientais, com vistas à o outro e com o mundo. Indústria cultural.
percepção crítica das necessidades criadas pelo
Consumo. Theodor Adorno. Max Horkheimer.
consumo e à adoção de hábitos sustentáveis.
Walter Benjamin

Nome do Professor: _________________________________________________________


Nome do Estudante: _________________________________________________________
Período: ( ) matutino ( ) vespertino ( ) noturno Turma 2° ano______

EXISTENCIALISMO

Vamos continuar nossa jornada no estudo do Existencialismo na filosofia. Na apostila desse mês,
vamos conhecer dois filósofos muito importantes não só para filosofia, mas também para a psicologia e
para a política: o dinamarquês Sören Kierkegaard e o francês Michel Foucault. Para começar, vamos
relembrar alguns conceitos básicos:

Fenômeno: (Latim) phaenomĕnon,i 'fenômeno, aparição', do gr. phainómenon,ou 'coisa que aparece'.

Causalidade: é o agente que liga dois processos, sendo um a causa e outro o efeito, em que o primeiro é
entendido como sendo, ao menos em parte, responsável pela existência do segundo, de tal modo que o
segundo é dependente do primeiro.

Subjetividade: é entendida como o espaço íntimo do indivíduo, ou seja, seu “mundo interno”, que
também se relaciona com o “mundo externo”. Resultará tanto em marcas singulares na formação do
indivíduo quanto na construção de crenças e valores compartilhados na dimensão cultural, histórica e
coletiva. É composto por emoções, sentimentos e pensamentos.

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SÖREN KIERKEGAARD

Segundo Kierkegaard (1813 – 1855) o homem pode se situar por meio de


três modos de existir: estético, ético e religioso. Estes modos seriam como
“estações de um trem”, onde se pode estar em um momento em um, e outro
momento em outro, ou até mesmo voltar à estação anterior segundo o
desejo do indivíduo. Kierkegaard mostra que a existência em sua
singularidade reflete modos diferentes de ser no mundo, e ser no mundo
para o filósofo é buscar ser autêntico. Fora desse objetivo o indivíduo se
torna um ser desesperado, inautêntico, não consegue se realizar, e entra em
angústia.

Modo de existência estético: o homem é guiado pelo desejo, se atrai pelos apetites sensuais e vive uma
vida sem responsabilidades, apega-se ao que é superficial e finito, como a beleza corporal, glórias e
riquezas. Relaciona-se com o mundo em busca de satisfação dos seus sentidos, vivendo o momento sem
nenhuma reflexão sobre si, sua situação, sobre o seu futuro. Interessado na realização dos desejos, e na
intensidade dos prazeres, despreza aquilo que os limita.

Modo de existência ético: nasce da escolha por uma estabilidade, que o modo estético não pode
proporcionar. No modo ético o indivíduo domina suas vontades, tem controle de sua liberdade, escolhe a
forma de homem que quer ser. A vida ética exige do indivíduo o domínio de si e que faça suas escolhas
pensando no futuro, conciliando sua vida com as regras morais e sociais. O modo ético não se opõe aos
prazeres estéticos, mas os organiza, dando limites aos desejos. O ético valoriza o instante que se escolhe,
pois tem consciência que a má escolha leva a perca de uma oportunidade, mesmo que haja o
arrependimento, retomar já não é possível.

Modo de existência religioso: admite-se a suspensão do agir ético


em vista do objetivo moral religioso que é expressão da vontade de
Deus, superior à vontade humana. Nesse sentido, o ato mais
excelente está no cumprimento da vontade divina. O indivíduo
constata a insuficiência da existência centrada em si mesma e a
necessidade do reconhecimento da realidade de Deus como realidade
última. Ex: Abraão obedecer o pedido de Deus de sacrificar seu
filho.
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MICHEL FOUCAULT

Michel Foucault (1926-1984) foi um filósofo francês que,


herdeiro da filosofia nietzscheana, também descontruiu a concepção
de verdade, e a relacionou com as concepções de poder e saber. Para
ele, o saber não se separa do poder, e ambos concebem o que será
considerado verdade. Para esse estudo Foucault utilizou duas
ferramentas, a arqueologia e a genealogia:

Arqueologia: processo que identifica, em determinado período, quais


são as maneiras de pensar e certas regras de conduta que constituem um “sistema de pensamento”.

Genealogia: é posterior e completa a investigação, na tentativa de explicar as mudanças ocorridas, para


saber como a verdade foi produzida no âmbito das relações de poder.

Para o filósofo, a sociedade constrói a concepção de normalidade e anormalidade, sendo anormais


aqueles que são considerados “inúteis”, “incapazes”, incontroláveis. A partir disso, são excluídos,
exilados em instituições como os hospícios e as prisões. Para se ampliar a produção, normalização e o
controle estabelecem-se outras instituições disciplinares, como a escola, os hospitais, as organizações
militares, e muitas outras. Dessa forma, o espaço, o tempo, os movimentos são submetidos ao um olhar
vigilante, que se encontra em todos os indivíduos, como um panóptico contínuo.

Panóptico: estrutura prisional onde todos estariam sendo observados o tempo todo.

Podemos concluir que a noção de verdade para Foucault está ligada a práticas de poder disseminadas no
tecido social (os micropoderes). Esse poder não é exercido pela violência aparente, nem pela força física,
mas pelo adestramento do corpo e do comportamento, a fim de “fabricar” o indivíduo normatizado ou o
tipo de trabalhador adequado para a sociedade.

Micropoderes: relações de poder contínuas que acontecem entre todas as relações sociais.

ATIVIDADES BIMESTRAIS – 2021

1) Defina Modo de existência estético.

2) Defina Modo de existência ético.


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3) Defina Modo de existência religioso.

4) Segundo Kierkegaard, há 3 modos de existência: estético, ético e religioso. Com qual deles você
se identifica mais? Por que?

5) Explique a relação entre saber e poder para Foucault.

6) Conceitue Arqueologia e Genealogia dentro da filosofia foucaultiana.

7) Caracterize as concepções de normalidade e anormalidade e as suas consequências na sociedade.

8) Ao pensar as relações de poder, Foucault utilizou do conceito do Panóptico, onde estar sendo
sempre observado moldaria o comportamento das pessoas. No contexto de redes sociais e
tecnologia em que estamos inseridos, consequentemente acabamos sendo mais observados. Faça
uma redação de no mínimo 20 linhas sobre a relação de poder, redes sociais e comportamento
humano.

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INDÚSTRIA CULTURAL: ARTE X CONSUMO

Neste capítulo vamos conhecer três pensadores muito


importantes para a contemporaneidade: Theodor Adorno, Max
Horkheimer e Walter Benjamin. Nesse sentido, estudaremos suas
contribuições na Estética, o ramo da filosofia que tem por objetivo
o estudo da natureza, da beleza e dos fundamentos da arte. Ela
estuda o julgamento e a percepção do que é considerado beleza, a
produção das emoções pelos fenômenos estéticos, bem como: as
diferentes formas de arte e da técnica artística; as ideias de obra, de
arte e de criação; a relação entre matérias e formas nas artes.

ADORNO E HORKHEIMER

Adorno e Horkheimer foram autores que pensaram a tecnologia


industrial e o capitalismo no campo da Estética. No contexto do século
XX, dividido por duas ideias políticas e econômicas (Capialismo x
Socialismo), fizeram parte de um grupo de filósofos elaboraram uma
crítica ao papel da arte inserida no modelo capitalista de produção
econômica. Esse grupo ficou conhecido como Escola de Frankfurt e
refletiu sobre os vários efeitos da industrialização e do capitalismo.

Em um contexto capitalista, as obras de arte foram transformadas em produtos descartáveis, por


meio de suas relações com a tecnologia e o capital. Por outro lado, as tecnologias de comunicação e
reprodução foram bem recebidas pelas massas, que, com maior ou menor senso crítico, passaram a ter
algum tipo de contato com obras, antes conhecidas somente por elites econômicas e intelectuais. Então
Theodor Adorno e Max Horkheimer perceberam o fenômeno da indústria cultural. Ela é gerada pelos
efeitos da tecnologia industrial sobre as obras de arte e informações, que passaram a ser padronizadas
para favorecer o consumo e o lucro, como na indústria do cinema, e da música. Segundo eles, a
submissão da cultura aos interesses econômicos e ao consumo passou a promover os valores do
capitalismo e a reforçar as desigualdades sociais.

Nesse contexto, eles demonstraram que a própria arte se tornou um produto da técnica, voltado
para os interesses do mercado, visando à geração de negócios, ao consumo e ao entretenimento. Além
disso, o tempo livre das pessoas passou a ser gasto com produtos da indústria cultural, mercadorias

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fabricadas tecnologicamente para a diversão. Isso gerou um ciclo vicioso, transformando o lazer em
extensão do trabalho operário, quando aquele deveria ser uma libertação momentânea deste.

Além disso, os dois filósofos denunciaram que a indústria cultural passou a exercer, ao mesmo
tempo, os poderes de estimular e de enganar o desejo humano de posse e consumo: prometendo e não
cumprindo, oferecendo e privando, criando necessidades e estabelecendo os limites da satisfação possível.
Sendo assim, os produtos culturais tornam-se desejados por oferecer erotismo, poder e satisfação que, na
verdade, o consumidor jamais alcança. Cinema e TV, por exemplo, estimulam o consumo por meio da
propaganda de certos produtos, explorando formas de sedução e impondo seus padrões de beleza. Assim,
vendem imagens inatingíveis de felicidade e sucesso, além da falsa impressão de que ambos somente
poderão ser obtidos quando os padrões impostos se realizarem.

WALTER BENJAMIN

Walter Benjamin apontou um aspecto importante para o êxito da


indústria cultural, denunciada por Adorno e Horkheimer: a reprodução
técnica das obras de arte. Para ele, a arte sempre foi suscetível à reprodução.
Na medida de suas possibilidades, todas as épocas imitaram as obras dos
gênios para aprender, difundir ou falsificar a arte e obter lucro. Porém,
nunca houve tanta tecnologia para facilitar esse trabalho como a partir do
século XX, com os avanços da fotografia, do cinema e das outras formas de
reprodução, que não param de crescer até nossos dias

Segundo a crítica de Benjamin, a arte se tornou uma forma de propagar o sonho capitalista,
porque ela pode se espalhar com velocidade, convertendo-se em um meio para o lucro de alguns, sob a
aparência de favorecer a cultura. Logo, para não dar continuidade a
essa forma de reprodução dos ideais capitalistas, o filósofo afirmou
que a arte deveria ser engajada, isto é, tornar-se um meio de
oportunizar aos sujeitos uma compreensão critica do mundo e das
relações à sua volta. Seria preciso uma arte politicamente engajada
(revolucionária), colocada a serviço dos oprimidos para despertá-los
das mentiras que o sistema capitalista lhes impõe. Um exemplo
seria os filmes de Charles Chaplin, filmes super populares em sua
época que, mesmo sendo comédias traziam reflexões críticas sobre
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o contexto social.

ATIVIDADES BIMESTRAIS – 2021

1) Na crítica da Escola de Frankfurt, o conceito de "indústria cultural desempenha um papel de


destaque. Qual das alternativas a seguir apresenta corretamente as consequências da indústria cultural?

a) Sob o domínio da indústria cultural, os meios de comunicação e a própria arte tornam as


pessoas livres.
b) A cultura é um elemento de resistência ao sistema, porque se caracteriza como um dos
únicos aspectos livres da influência do capitalismo.
c) A tecnologia contemporânea cria uma cultura de massa que pode libertar as pessoas do
sistema capitalista
d) Como a cultura se converte em mercadoria e se difunde como informação, ela está longe
das massas, restringindo-se a poucos.
e) Existe um monopólio cultural que forma uma uni dade com o sistema econômico na
sociedade.

2)Na crítica de Adorno e Horkheimer, qual a relação entre arte e consumo?

3) Como a arte se relaciona ao capitalismo na indústria cultural?

4)Como o consumismo pode afetar o meio ambiente?

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5) Você já consumiu uma obra de arte crítica? (Filmes, músicas, séries, etc|) Cite três exemplos.

6) Assista no youtube o vídeo “História das coisas”, e elabore uma redação de no mínimo 20
linhas relacionando o vídeo ao conteúdo estudado.

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