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Tarefa 3. Unidade Única.

Questão Discursiva

Curso de Pós graduação Latu Senso EAD em:

Segurança em Eventos de Grande Porte

Responsável: Renata Almeida Motta

Estudante: Marcelo Gandra Falcone

Disciplina: Segurança em Eventos de Grande Porte

Tarefa 3

Pontuação: 5 pontos de 40

Local e Data: São Paulo 23 de Abril de 2017


Tarefa 3. Unidade Única. Questão Discursiva

Tarefa 3

Questão Discursiva

Após a leitura dos Capítulos 5 e 6, responda como manifestações, tumultos e conflitos civis
devem ser administrados? Cite no mínimo um exemplo de sucesso e um de fracasso.

1) Como manifestações, tumultos e conflitos civis devem ser administrados?

O capitulo 5 versa sobre o controle de multidão:

[...]

Diversos eventos estudados nesse curso mostram que em grande parte das tragédias, a falta de
um controle de multidões bem realizado levou a situações de pânico, a superlotação em
determinados setores e em mortes e ferimentos decorrentes de pisoteamentos, bem como por
asfixia em decorrência da pressão exercida pela massa humana.

Há diversas formas e métodos de controle de multidão, no entanto alguns elementos devem


sempre estar presentes nessas situações, de tal forma a permitir o adequado planejamento.

[..]

Basicamente podemos dizer que para exercer o controle de multidão e para evitar os
distúrbios devemos ter eventos planejados e coordenados. As reuniões de órgãos públicos
e as necessidades para implementação são procedimentos que passam basicamente por um
plano de emergência com definições claras de saídas e fluxos das pessoas, ou seja, o
principio para mitigar efeitos são a base das providencias a serem projetas e
implementadas, para assegurar o fluxo das pessoas e a capacidade de escoamento no caso
de ocorrências e atendimento e providencias em caso de ocorrências.
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A fase de pré-evento é uma fase importantíssima, onde o organizador de eventos junto com
o gestor de segurança do evento e às vezes dependendo do porte do evento com um comitê
gerido por um gestor de crises (grandes eventos), devem participar junto com a produção
de importantes definições, fazendo uma análise do ambiente que vai do conceito do projeto
aos detalhes do que se planeja fazer: local, infra-estrutura disponível, acessos,
ações/atividades que serão desenvolvidas, elaboração do roteiro de tempos e movimentos,
entre outros. Lembre-se que nesta fase, quase tudo está no campo das idéias e todas as
definições devem ser formalizadas em ata própria para cada reunião.

O plano de emergência de um evento de grande porte deve ter definindo formas, critérios e
pontos de vista. A análise deverá ser realizada, com base em fatos e dados, legislação será
utilizada para:

o Definir e quantificar os recursos sanitários, recursos de segurança contra incêndio e


pânico, de atendimento de primeiros socorros e remoção, equipes de segurança,
orientadores, socorristas e bombeiros (brigadistas).

o Evitar que os riscos identificados e classificados, caso ocorram, venham a se


configurar em perdas de vida e danos ao meio ambiente e ao patrimônio das
empresas e entidades envolvidas no evento.

o Definir o procedimento padrão para as situações de contingências a ser


desempenhado pelos membros das equipes de segurança, orientadores, socorristas
e brigadistas tais como:
Isolar e sinalizar o local;
Comunicar o gestor e/ou a Central de Comando e Controle;
Orientar e conduzir a evasão das pessoas;
Preservar o local do fato;
Acionar os Órgãos Públicos
Orientar e conduzir as viaturas de remoção.
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Como vemos nas providências listadas acima de forma resumida, não basta apenas um
plano, é necessário ter um projeto onde às saídas de emergência e o fluxo das pessoas seja
dimensionado para assegurar uma saída coordenada de tal sorte evitar a ampliação da
ocorrência. As providencias são adotadas e realizadas pela equipe de produção em eventos
pequenos , mas nos grandes eventos é importante ter uma equipe dedicada em obter
informações do reflexo do evento na cidade e quais são os movimentos que podem causar
interferência nele.

Linhas de contatos com as autoridades locais a nível municipal e às vezes estadual ou


federal são sempre necessárias para o estabelecimento de uma rede de informação e
controle sobre os aspectos de segurança a serem abordados e planejados.
Os locais fechados assim como os abertos devem seguir a Legislação Municipal e as normas
dos Corpos de Bombeiros. Inclusive no capitulo 5 existe uma citação a utilização de
dispositivos e equipamentos complementares de segurança contra incêndio, tais como
chuveiros automáticos. Também devem passar pelas condições de planejamento assim
como as implantações de eventos em arenas ou locais não edificados. Por exemplo:
Estádios de Futebol e Ginásios esportivos. Para estes tipos de locais de reunião é
interessante ter um plano de ação pré-definido e o mais abrangente possível, para as
reuniões de pré-evento poder definir as particularidades e terem planos e reuniões dos
órgãos públicos em especial com os representantes da autoridade local de transito, saúde e
dos órgãos de ordem publica, tais como bombeiros, policia militar e policia civil e quando
aplicável GCM.

No capitulo 6 que versa sobre: Manifestações, tumultos e distúrbios civis:

[...]

Nos casos estudados, vimos que em diversas situações houve graves conflitos entre
as torcidas, assim como, confrontos com a polícia e sempre com resultados trágicos.
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Há diversas situações relacionadas com tumultos e confrontos em eventos de
grande porte:

brigas entre torcidas ou gangues rivais;

brigas por outras razões;

brigas por questões ideológicas (manifestações por exemplo);

provocações;

infiltração de baderneiros, criminosos;

ações premeditadas, terrorismo.

No caso de Manifestações, tumultos e distúrbios civis o controle deve ser feito por pessoas
treinadas e qualificadas. Vamos nos concentrar nos Riscos Humanos, que são decorrentes
de ações intencionais e não intencionais, diretas ou indiretas de pessoas, ações que podem
acontecer não só durante o evento, mas, em alguns casos, antes ou depois dele, exemplos:
 Furto e roubo;
 Assédios diversos para o caso de presença de artistas, personalidades
ou autoridades;
 Assedio sexual ou de gênero;
 Discriminação;
 Vandalismo;
 Sabotagem;
 Ameaça de bomba;
 Mal súbito;
 Manifestações políticas;
 Uso de drogas.
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O controle e mitigação das ocorrências deverá sempre ocorrer minimizando os impactos e
evitando toda a sorte de confrontação ou enfrentamentos daqueles que devem conter o
problema .

A escolha da empresa de segurança privada é um passo decisivo para o sucesso de fazer


acontecer o planejamento. Lembre-se de contratar uma empresa legalmente constituída,
que tenha o certificado expedido pela Polícia Federal e com experiência consolidada em
eventos. Depois de escolhida a empresa, a tarefa seguinte é fazer a seleção do pessoal que
irá trabalhar no evento. O plano operacional elaborado pelo gestor de segurança irá
apontar quantos vigilantes serão necessários e onde serão implantados, definindo assim,
suas funções. É preciso treinar o segurança para exercer a função que se espera dele. E as
responsabilidades por ele assumidas. E muito comum o gestor ficar ausente dos
treinamentos e os seguranças contratados, por falta de subordinação começam a sobre de
síndrome de pequeno poder. E muito comum o organizador dar um paletó e um apito para
uma pessoa que facilmente pela falta de treinamento e conhecimento das linhas
hierárquicas e dos limites de competência virar um ente produtor de dissabores e não
conformidades.
O correto e treinar profissional como funcionará o evento em que ele irá atuar, qual é a
programação, qual é seu horário de trabalho, onde ele irá ficar, o que irá fazer, quem é seu
supervisor, como proceder em determinadas situações e outras tantas recomendações.
Com isso, embora ele fique implantado em um posto, estará informado do que acontece ao
seu redor. A fiscalização permanente das equipes de segurança é essencial para evitar
dissabores como abuso de autoridade e desrespeito ao consumidor, por exemplo.

Toda a ação operacional de organização e contenção de distúrbios da ordem publica, o uso


de equipamentos letais, defensivos ou ofensivos só podem ser exercidas pelos órgãos de
competência, ou seja, as policias, tais como por exemplo o uso de gás lacrimogêneo ou gás
fumígeno.
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2) Exemplos de Sucesso e Fracasso:

2.1) Como exemplos de ações onde as providencias adotadas não surtiram o efeito
desejado:

2.1.1) Trágico acidente no show dos Raimundos, no dia 8 de novembro de 1997, na Vila
Belmiro, quando mais de 60 pessoas ficaram feridas e oito delas perderam a vida por
causa do desabamento dos corrimões da escada de acesso ao palco.

2.1.2) Tragédia na apresentação dos “Rebeldes” (grupo mexicano RDB), ocorrida no dia 4
de fevereiro de 2006, no estacionamento de um Shopping Center, em São Paulo, quando
morreram três jovens e mais de 40 sofreram ferimentos graves, em razão da queda de um
alambrado, quando a banda entrou no palco.

2.1.3) Rodeio de Jaguariúna 2009 – ou Festa de Peão de Jaguariúna – um acidente que


ocorreu na entrada, no momento que foi aberto o portão de entrada. Assim que abriu o
portão para o show de João Bosco e Vinícius, muita gente começou a correr –
provavelmente pra tentar pegar um melhor lugar. Quatro pessoas morreram e 50 ficaram
feridas por causa disso.

2.1.4) Madrugada de domingo, 22 de novembro de 2009 , quando o eletrizante Chiclete


com Banana animava a “Micareta do Vale”, em São José dos Campos, o camarote onde os
foliões estavam dançou literalmente. Motivo: “desajuste do solo molhado”, dizem as
primeiras investigações. E cerca de 60 pessoas feridas foi o saldo da insegurança produzida
pelos organizadores do evento.

2.1.5) Em 2017, um show de rock terminou em tragédia na Argentina. Duas pessoas


morreram pisoteadas e 12 ficaram feridas durante uma apresentação do cantor Índio
Solari, ex-vocalista da banda "Patrício Rey y sus Redonditos de Ricota". Entre 350 mil e 550
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mil pessoas compareceram ao show, em uma área privada ao ar livre na cidade que fica a
300 quilômetros de Buenos Aires. De acordo com as autoridades, havia superlotação, já que
o espaço comportava apenas 200 mil pessoas.

2.2) Como casos inversos, de sucesso, podemos citar casos onde houveram
incidentes inclusive com fatalidades, porém as providencias adotadas evitaram
pânico e mortes:

2.2.1)Em 20 de agosto de 2011 ocorreu um acidente em um camarote em parte da


estrutura desabou durante o show de Ivete Sangalo. O camarote foi montado para um
Festival de Musica chamado “Todo Mundo Vai”, ou seja, uma série de shows em que teve
início à tarde com o show do Exaltasamba. Depois tocou o grupo Inimigos da HP. A
apresentação de Ivete Sangalo foi à última da noite. Durante a execução de uma musica

Pelo menos 35 pessoas ficaram feridas, de acordo com os bombeiros. De acordo com a
empresa organizadora do evento, 48 pessoas foram atendidas pelas equipes de socorro e
liberadas no próprio local e quatro pessoas foram removidas para atendimento médico
com suspeita de fratura.

Como todas as providencias preliminares foram tomadas, tais como controle de multidão,
tais como o espaço ter sido vistoriado pelos órgãos de licenciamento competentes e contar
com todos os alvarás necessários, segurança, brigadistas, apoio de ambulâncias, os efeitos
de uma queda de 7 metros de altura numa extensão de 50 metros não causou pânico nem
maiores conseqüências apesar do tamanho da ocorrência, enfim esclarece que parte do
piso do camarote montado para o evento cedeu, sem deixar vítimas graves. Imediatamente
após o ocorrido, as equipes de socorro já estavam no local, iniciando a retirada de todos os
presentes no camarote (cerca de 3 mil pessoas) e prestando todo o atendimento
necessário. Como todas as providencias preliminares, tais como controle de multidão, tais
como o espaço ter sido vistoriado pelos órgãos de licenciamento competentes e contar com
todos os alvarás necessários, segurança, brigadistas, apoio de ambulâncias, os efeitos de
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uma queda de 7 metros de altura numa extensão de 50 metros não causou pânico nem
maiores conseqüências apesar do tamanho da ocorrência, onde parte do piso do camarote
montado para o evento cedeu. Conforme laudos e pericias imediatamente após o ocorrido,
as equipes de socorro já estavam no local, iniciando a retirada de todos os presentes no
camarote (cerca de 3 mil pessoas) e prestando todo o atendimento necessário.

O acidente não interrompeu o show. Segundo a empresa Atrás do Trio, responsável pela
produção do evento, havia 3 mil pessoas no camarote, que tinha capacidade para cinco mil
convidados. Após pericias, não foram vistas irregularidades na montagem da estrutura que
abrigava na hora do acidente 3 mil pessoas. A estrutura estava bem travada. Enfim o
material era adequado, não havia problemas de montagem, nem superpopulação.
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Não é possível ter certeza de que um evento ocorrerá sem incidentes, mas é o dever dos
profissionais, que atuam com eventos de se precaverem contra os riscos que são inerentes
ao confinamento, às aglomerações de pessoas, às intempéries entre outras falhas.

É fundamental seguir a risca as normas e legislações, além das boas práticas e fatores
associados ás características do evento que permitam evitar, mitigar e minimizar os riscos
de acidentes, bem como possibilitem agir de forma adequada caso ocorrências venham a
ocorrer.

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