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CONTO: GAROTO LINHA DURA- STANISLAW

PONTE PRETA - COM GABARITO


CONTO: GAROTO LINHA DURA
Stanislaw Ponte Preta
Deu-se que o Pedrinho estava jogando bola no jardim e, ao
emendar a bola de bico por cima do travessão, a dita foi de
contra uma vidraça e despedaçou tudo. Pedrinho botou a
bola debaixo do braço e sumiu até a hora do jantar, com
medo de ser espinafrado pelo pai.
Quando o pai chegou, perguntou à mãe quem
quebrou o vidro e a mulher disse que foi o Pedrinho, mas
que o menino estava com medo de ser castigado, razão
pela qual ela temia que a criança não confessasse o seu
crime.
O pai chamou Pedrinho e perguntou: - Quem quebrou
o vidro, meu filho?
Pedrinho balançou a cabeça e respondeu que não
tinha a mínima ideia. O pai achou que o menino estava
ainda sob o impacto do nervosismo e resolveu deixar para
depois.
Na hora em que o jantar ia para mesa, o pai tentou de
novo: - Pedrinho, quem foi que quebrou a vidraça, meu
filho? – e, ante a negativa reiterada do filho, apelou: - Meu
filhinho, pode dizer quem foi que eu prometo não castigar
você.
Diante disso, Pedrinho, com a maior cara-de-pau,
pigarreou e lascou:
--- Quem quebrou foi o garoto do vizinho.
--- Você tem certeza?
--- Juro.
Aí o pai se queimou e disse que, acabado o jantar, os
dois iriam ao vizinho esclarecer tudo. Pedrinho concordou
que era a melhor solução e jantou sem dar a menor mostra
de remorso. Apenas – quando o pai fez ameaça – Pedrinho
pensou um pouquinho e depois concordou.
Terminado o jantar o pai pegou o filho pela mão e – já
chateadíssimo – rumou para a casa do vizinho. Foi aí que
Pedrinho provou que tinha ideias revolucionárias. Virou-se
para o pai e aconselhou:
--- Papai, esse menino do vizinho é um subversivo
desgraçado. Não pergunte nada a ele não. Quando ele vier
atender a porta, o senhor vai logo tacando a mão nele.
Stanislaw Ponte Preta. Garoto linha dura. Rio de Janeiro:
Entendendo o texto Editora do autor, 1964.

1 – Em que lugar Pedrinho estava jogando bola?


No jardim de sua casa.
2 – Em que momento do jogo a bola atingiu a vidraça?
Quando ele a emendou por cima do travessão.
3 – Como o menino ficou ao perceber o estrago que a bola
fizera?
Temeroso.
4 – Como o pai tomou conhecimento da vidraça quebrada?
Ele próprio viu ao chegar em casa.
5 – A mãe receava que Pedrinho não contasse a verdade.
Por quê?
Porque o menino estava com medo de ser castigado.
6 – Diante da resposta negativa do menino, o pai mostrou-
se bastante compreensivo. Retire do texto uma frase que
comprove essa afirmação.
“O pai achou o que o menino ainda estava sob o
impacto do nervosismo e resolveu deixar para depois”.
7 – Na hora em que o jantar está sendo servido, há uma
segunda tentativa, mas o menino continua a negar. Qual o
recurso de que se serve o pai, então, para que Pedrinho
conte a verdade?
Ele prometeu não castigar o menino.
8 – Quem foi que Pedrinho apontou como autor do crime?
Ele apontou o garoto do vizinho.
9 – Diante da segunda mentira do filho, o pai ficou nervoso.
Retire do texto uma frase que tenha o mesmo sentido da
afirmação acima.
“Aí o pai se queimou...”
10 – Em sua opinião, agiu corretamente o pai ao dizer que
“os dois iriam ao vizinho esclarecer tudo”? Por quê?
Resposta pessoal do aluno.
11 – Há um momento da conversa entre pai e filho em que
o menino demonstra certa hesitação. Cite a frase do texto
que comprova essa afirmação.
“Apenas – quando o pai fez ameaça – Pedrinho pensou
um pouquinho...”
12 – Em sua opinião, o que o garoto pretendia na última
fala do texto?
Resposta pessoal do aluno.
13 – O texto pode ser dividido em quatro partes:
Indique onde começa e termina cada uma das partes
do texto:
Primeira parte: Pedrinho quebra a vidraça e foge.
“Deu-se que o Pedrinho estava jogando bola...”
“... com medo de ser espinafrado pelo pai”.
Segunda parte: O pai toma conhecimento do fato e
pergunta a Pedrinho, mas este nega.
“Quando o pai chegou...”
“... e resolveu deixar para depois”.
Terceira parte: Durante o jantar, Pedrinho acusa o garoto
do vizinho.
“Na hora em que o jantar ia para mesa...”
“... e depois concordou”.
Quarta parte: Pai e filho dirigem-se à casa do vizinho.
“Termina o jantar...”
“... o senhor vai logo tocando a mão nele”.

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