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Aula 4
Aula 4
TECNOLOGIAS PARA A
INDÚSTRIA 4.0
Muito se fala da substituição da mão de obra humana por robôs, mas será
que de fato isso ocorre ou se trata de uma remodelagem das atribuições
exercidas? O primeiro aspecto que devemos analisar para responder a esses
questionamentos é a tecnologia utilizada ao se considerar a robótica. Na prática,
até o momento, tem-se o maior uso de cobots, robôs autônomos e RPA. De modo
geral, os RPAs diferenciam-se pelo fato de automatizarem o processo como um
todo, ao passo que os dois primeiros atuam na estação de trabalho. Numa
abordagem macro, o RPA automatiza as atividades dos robôs autônomos, ou
seja, um RPA pode atribuir a lógica para todos os robôs autônomos de uma linha
de produção. Vale ressaltar também que essa automação de cunho global não se
aplica somente à indústria, mas também a todas as áreas que possuem métricas
e repetitividade.
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1.1 Reflexões
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cenário similar produz um carro a cada 30 segundos. Contudo, quais seriam os
prováveis problemas dentro desse contexto?
Algo de grande importância a se verificar é a lei de oferta e procura, sendo
este um modelo conhecido por estipular o preço de determinado produto no
mercado. Deve-se levar em consideração também que esse modelo será
influenciado por aspectos como poder de compra, necessidade e concorrência.
Constata-se nesse ponto que existe um ciclo para que a economia flua
naturalmente, visto que as pessoas necessitam de trabalho para poderem
consumir aquilo precisam e desejam, ou seja, aumentar a produtividade não
significa, necessariamente, a obtenção de maior lucro por parte empregador.
Logo, o cenário mais apropriado é a remodelação das atribuições exercidas,
destinando os colaboradores para funções de menor repetitividade e risco.
Outro ponto que surge para reflexão é se necessariamente a minha
empresa precisar estar robotizada para ser competitiva. A resposta mais
adequada é depende, visto que todos os pilares da indústria 4.0 devem ser
avaliados conforme o grau de maturidade da sua empresa. Basicamente, a
empresa precisa estar pronta para dar um passo adiante em vez de dar passos
para trás por antecipação.
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construir um robô, que ganhou forte impulso no início do século XX, partiu da
necessidade de aumentar a produtividade industrial e melhorar a qualidade dos
produtos. Como grande referência dessa tecnologia, pode-se citar George Devol,
considerado o pai da robótica.
Segundo Craig (2013), a utilização do robô industrial tornou-se significativa
na década de 1960, juntamente com os sistemas CAD (Computer-Aided Design)
e CAM (Computer-Aided Manufacturing), que juntos caracterizam as últimas
tendências da automação no processo de manufatura.
Antes de conceituarmos o que vem a ser um robô, levemos em
consideração o que se define por robótica que, segundo Rosário (2005), é a área
que preocupada com o desenvolvimento desses dispositivos (robôs). De forma
multidisciplinar, ela busca a integração de técnicas e algoritmos para a criação
destes. Num aspecto global, ela envolve o estudo da engenharia mecânica, da
engenharia elétrica e da inteligência artificial.
Por sua vez, como podemos definir o termo robô? Segundo dada pelo RIA
(Robot Institute of America), em 1981, “um robô industrial é um manipulador
reprogramável, multifuncional, projetado para mover materiais, peças,
ferramentas ou dispositivos especiais em movimentos variáveis programados
para a realização de uma variedade de tarefas”.
Segundo definição ampliada, fornecida em 2011 pela ISO 10218, “um robô
industrial é uma máquina para manipulação, com vários graus de liberdade,
controlada automaticamente, reprogramável, multifuncional, que pode ter base
fixa ou móvel para utilização em aplicações de automação industrial.”
Em uma definição mais global, Mataríc (2017) emprega o termo robô da
seguinte maneira: “Um robô é um sistema autônomo que existe no mundo físico,
pode sentir o seu ambiente e pode agir sobre ele para alcançar alguns objetivos.”
Note que dois verbos se destacam na definição: sentir e agir. Segundo
Mataríc (2017), sentir o ambiente significa a utilização de sensores, ou seja, possui
meio para perceber os sentidos básicos (ouvir, tocar, ver e cheirar) no intuito de
obter informações. Por sua vez, o agir significa tomar medidas frente as
informações sensoriais, contudo, essas ações devem ser coerentes.
Segundo Santos (2015),
Por fim, pode-se citar algumas aplicações que vão além da utilização de
braços robóticos, entre elas: carros autônomos; na medicina, com teleoperação e
reabilitação por meio de próteses; entregas via drones; e sistemas de
monitoramento militar aéreo.
Crédito: Zapp2photo/Shutterstock.
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Figura 3 – Entrega de produtos via drone
Crédito: Phoelixde/Shutterstock.
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colaborativos são mais produtivos, flexíveis, versáteis e seguros. Nos últimos
anos, muitos produtores e startups de robôs industriais entraram no segmento de
robôs colaborativos. Conforme pode ser visto na Figura 4, o contexto da respectiva
tecnologia promove um equilíbrio bastante interessante, uma vez que erros que
seriam gerados por humanos em dada atividade são dirimidos pela utilização do
cobot e, ao mesmo tempo, não há um alto investimento inicial ou ainda a
necessidade de automatizar todos os processos inerentes a uma linha de
produção.
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padronização, a ênfase principal estava na segurança, com o objetivo de permitir
que os robôs trabalhassem ao lado de humanos.
Conforme Østergaard (2018), ao desenvolver o primeiro cobot
comercialmente bem-sucedido do mundo, percebeu-se que além da facilidade de
programação, também seria necessária uma flexibilidade leve de design e
implantação para que um robô fosse realmente colaborativo. A visão era
desenvolver um robô que pudesse servir como ferramenta para os trabalhadores
da fábrica.
Figura 5 – Robô YuMi: o primeiro robô com dois braços verdadeiramente
colaborativo do mundo
Crédito: Mikedotta/Shutterstock.
Crédito: Zapp2photo/Shutterstock.
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2.2 Características do cobot
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Do ponto de vista socioeconômico, a implantação de robôs produz maior
competitividade das empresas em comparação com países com mão de
obra muito barata. Mesmo uma pequena empresa pode concentrar-se nas
demandas dos clientes e oferecer um produto por um preço mais baixo.
A precisão de posicionamento repetível do robô e a operação contínua
oferecem melhor qualidade e menores requisitos para pós-processamento
e controle de qualidade.
O robô pode acelerar algumas operações e também ajustar-se a condições
especiais, o que pode levar ao aumento da produção.
Limitar o trabalho desconfortável, repetitivo e tedioso resulta no
levantamento da carga de seres humanos que, de outra forma, pode
resultar em doenças ocupacionais.
Existe uma relação entre a carga sobre os trabalhadores e a ergonomia
das operações. Melhorar o ambiente de trabalho pode levar à diminuição
da quantidade de lesões ocupacionais.
Situações perigosas geralmente ocorrem devido à violação das regras de
segurança e à simplificação dos procedimentos. Se houver uma tecnologia
mais segura, o risco de ferimentos é menor.
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contribuirão com 78 bilhões de euros para o PIB alemão até 2025 (Hermann; Otto;
Pentek, 2015).
Outro viés de grande importância é o da acessibilidade, uma vez que os
cobots têm desempenhado um papel importante ao permitir que empresas que
talvez não tenham conseguido pagar por robôs industriais possam começar a
automatizar seus processos. Além disso, por se tratar de dispositivos versáteis,
fáceis de programar, pequenos, leves e acessíveis, os cobots estão sendo
implantados nas pequenas e médias empresas no intuito de modernizar fábricas
mais antigas, promovendo sua compatibilidade com a indústria 4.0.
Por fim, com essa abrangência e simplicidade, os cobots ajudam as
empresas em todos os lugares a se unirem com a mais recente onda de
automação, mesmo que não estejam prontas para ir até o setor 4.0.
Crédito: Maxuser/Shutterstock.
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Figura 9 – Máquina de impressão 3-D
Crédito: Blackday/Shutterstock.
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Crédito: Chesky/Shutterstock.
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Tendo como base que esse processo aditivo permite fabricar componentes
físicos a partir de diversos materiais, formas e princípios diferentes, imagina-se
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certa complexidade no manejo de cada uma das etapas. No entanto, o processo
como um todo é automatizado e relativamente mais rápido se comparado aos
meios tradicionais de fabricação.
De acordo com Volpato e Carvalho (2018), o processo inicia-se com o
modelo 3-D da peça sendo fatiado eletronicamente com o objetivo de determinar
as curvas de nível 2-D, nas quais será ou não adicionado material. Na sequência,
a peça física é gerada por meio de empilhamento e adesão das respectivas
camadas, partindo da base da peça até o seu topo. De forma mais específica,
pode-se definir o processo em cinco etapas:
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4.2 Vantagens da manufatura aditiva
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TEMA 5 – ESTUDO DE CASO
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Ramo industrial: Medicina e saúde.
Demanda médica: O paciente necessitou de uma craniectomia para
retirada de tumor e de uma cranioplastia para reconstruir o crânio.
Demanda industrial: Fabricar as peças em máquina de impressão 3-D,
em titânio, conforme especificação do neurocirurgião.
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REFERÊNCIAS
ASL, M. I. et al. Autonomous Robots for Agricultural Tasks and Farm Assignment
and Future Trends in Agro Robots. International Journal of Mechanical &
Mechatronics Engineering IJMME-IJENS, v. 13, n. 3, 2013.
BAHRIN, M.; OTHMAN, F.; AZLI, N.; TALIB, M. Industry 4.0: A review on industrial
automation and robotic. Journal Teknologi, 2016.
HERMANN, M.; OTTO, B.; PENTEK, T. Design Principles for Industrie 4.0
Scenarios: A Literature Review, 2015.
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ØSTERGAARD, E. H. The Role of Cobots in Industry 4.0. Universal Robots,
2018.
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