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COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

FBI ampliou presença no Brasil em 2014,


antes de operação "lava jato" �car famosa
7 de fevereiro de 2018, 16h42 Imprimir Enviar

Por Marcos de Vasconcellos


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PFIFFNER do Brasil Ltda

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JURISPRUDÊNCIA DA "LAVA JATO"
à corrupção no Brasil, que aponta como exemplo para o
Leia fundamentos de todos os votos
mundo inteiro. O órgão do governo americano reforçou o
para condenar Lula no TRF-4
time que investiga possíveis casos de corrupção em solo
brasileiro em 2014, antes de a operação "lava jato" se tornar OPINIÃO
conhecida do grande público. Renato Vieira: A "lava jato" pode
sepultar a presunção de inocência
A cooperação internacional levou, por exemplo, a “lava jato” — investigação
que levou diversos empresários para a prisão e é tida como fator decisivo para MOTIVO REVELADO
o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff — a cerca de 50 países. Moro justifica sigilo sobre delações
com segurança de delatores
Em 2014, em uma reunião do grupo anticorrupção da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris, representantes CLÁUSULA PÉTREA
do Brasil falaram sobre esforços que estavam sendo feitos para combater a Discussão sobre juiz natural não é
corrupção no país. Foi aí que os Estados Unidos resolveram ampliar a equipe matéria constitucional, diz Fachin
no Brasil especializada em Foreign Corrupt Practices Act (FCPA) — lei de
OPINIÃO
combate à corrupção no exterior.
Kakay: Discutir a prisão antecipada
A “Convenção sobre o Combate à Corrupção de Funcionários Públicos vai além do caso Lula
Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais” da OCDE, da qual o

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Brasil é signatário, prevê um mecanismo aberto de monitoramento ponto- EXAUSTIVAMENTE ANALISADO

a-ponto, ou seja, pelos órgãos de investigação dos países membros. Em TRF-4 nega novo pedido de suspeição
reuniões semestrais, representantes desses países trocam informações e feito por Lula contra Moro
impressões. Foi numa dessas que os brasileiros apontaram a ponta do iceberg
SEM IMPEDIMENTO
que vislumbravam e pediram suporte.
STJ mantém prisão antecipada para
Reunidos em evento em São Paulo nesta semana, funcionários e ex- réu condenado na "lava jato"
funcionários do FBI e do Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) —
equivalente ao Ministério Público — e advogados discutiram investigações Facebook Twitter
internacionais e práticas de compliance. O evento foi organizado pelo
escritório internacional CKR Law, que está se estabelecendo no Brasil, pelo Linkedin RSS
Comitê Brasileiro da Câmara de Comércio Internacional e pelo Demarest
Advogados.

Especialistas do departamento de Justiça dos EUA e do FBI tratam com certa


naturalidade o compartilhamento de provas entre países sem a necessidade de
passar pela burocracia exigida para compartilhamento de provas processuais.
Vale lembrar que este é um ponto muito criticado na “lava jato” desde seu
começo, como no caso apontado pela ConJur, em que o procurador da
República Deltan Dallagnol trouxe da Suíça informações sobre contas de
investigados, de forma ilegal).

George “Ren” McEachern, que, até dezembro, liderava a equipe de combate à


corrupção internacional do FBI, é claro em sua explicação: “A troca de
informações e dados é feita o tempo inteiro entre investigadores. Só quando
essas informações precisam ser usadas em um processo é preciso validá-las,
com um ‘MLAT’. O “MLAT”, no caso, é o tratado entre países para troca de
informações e provas na área criminal.

A melhor prática, diz, é a troca de inteligência entre os países, para saber


exatamente o que é possível em um MLAT. Desde dezembro, McEachern
passou a atuar na consultoria internacional Exiger, especializada em
compliance, governança e risco.

“O compartilhamento informal [de informações] é essencial para adaptar


investigações rapidamente”, diz Robert Appleton, ex-DOJ e atual advogado da
CKR Law, especialista em crimes do colarinho branco. No caso de provas a
serem usadas judicialmente, “o pedido de MLAT passa por um processo
formal, cuidadosamente escrutinado, que depende de revisões muito profundas
de ambos os governos envolvidos.”

Os pedidos oficiais de compartilhamento de provas têm outra utilidade,


segundo os especialistas: serve para chamar a atenção do outro governo de que
um crime envolvendo seu país está sendo investigado. Assim, quem recebe um
pedido de cooperação na área criminal passa, quase que automaticamente, a
investigar também aquele caso, tendo o pedido servido como catalisador.

E essas conexões entre investigadores de vários países não são difíceis de se

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fazer, explicam especialistas ouvidos pela ConJur. Como são poucas pessoas
que especializadas em investigar a corrupção nos governos, bastam algumas
ligações.

Na visão do governo americano, ele passou a ter uma espécie de jurisdição


mundial para investigar casos de corrupção com base FCPA — lei de combate
à corrupção no exterior. Trocando em miúdos, segundo a norma, qualquer um
que tenha operado dólares ou com empresas americanas, passa a responder
também nos EUA se estiver envolvido em casos de corrupção. “A princípio,
eram problemas comerciais, empresas tiram outras do mercado usando
corrupção. Mas passou a ser uma questão muito mais importante quando
identificamos uma relação profunda do dinheiro da corrupção com o
financiamento do terrorismo, por exemplo”, explica Appleton, que foi
mediador do debate.

Prisões e delações
Outro ponto polêmico da operação “lava jato”, a quantidade de prisões e
delações também é elogiada pelos americanos. Colocar pessoas atrás das
grandes durante a investigação, dizem, aumentou o número de pessoas
dispostas a fazer delações premiadas. Ainda que o MPF e o juiz Sergio Moro,
responsável pelo caso na primeira instância em Curitiba, neguem
constantemente que as prisões são feitas para forçar delações.

As delações, nos EUA chamadas plea bargain, são ferramentas extremamente


importantes na Justiça Criminal americana, diz Appleton, mas ele faz a
ressalva de que a grande maioria dos casos investigados não caminha por falta
de provas. “Não basta o delator acusar, ele precisa apresentar documentos,
gravações, fatos. Por isso, às vezes, o melhor é ir com cuidado nos casos, pois
a acusação só terá um tiro a disparar”, aconselha.

Hoje do outro lado do balcão, Appleton avalia que as empresas que buscam
seu serviço muitas vezes acreditam que é questão de sorte tornarem-se alvos de
investigação, mas garante que não é. Muitas vezes, diz, investigações correm
por anos até que o investigado saiba. Por isso, o melhor é criar um programa
efetivo, que, se não necessariamente evite 100% a prática de corrupção,
consiga dar uma resposta rápida para os casos que aparecerem. Isso também
porque a janela de oportunidade para fazer um acordo costuma ser rápida.

*Texto alterado às 18h28.

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Marcos de Vasconcellos é chefe de redação da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 7 de fevereiro de 2018, 16h42

COMENTÁRIOS DE LEITORES
20 comentários

TRÁGICO
Gil Reis (Advogado Autônomo)
14 de fevereiro de 2018, 11h09

A atuação de agências policiais e de Inteligência em território nacional é um assunto


que deve ser debatido com muita seriedade!
Agora comentários eivados de ideologia política são trágicos!
Acusações ao Conjur são risíveis, basta ler os comentários!

...DEMOROU FBI
Gilberto Serodio Silva (Bacharel - Civil)
11 de fevereiro de 2018, 1h05

1) Chegaram atrasados 16 anos. Teriam ajudado ao MPF-DF apurar


superfaturamento de 400% nos contratos sem licitação, com dispensa fraudulenta,
favorecendo notória empresa de software, lesando o Brasil em Bilhões de dólares.
A reportagem poderia esclarecer onde foi que o FBI colaborou com os golpistas
notórios corruptos do PMDB, comandados por Eduardo Cunha (preso) e Michel
Temer no Impeachment da Dilma, Michel Temer confessou em visita ao The
Council of America em NYC que Dilma foi deposta por não aceitar o Plano Ponte
para o Futuro, revelando o canalha e crápula que é o homenzinho asqueroso. A
reprotagem deu uma viajada na Maionese, ficou empolgada com os good guys do

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Arquivo X da corrupção.
3) Já imaginaram a PF fazendo evento como esse em NYC patrocinado pelos
BRICS?
O que está atrapalhando são os Chineses comprando tudo.

DR. MARCELLO XAVIER, NÃO É TÃO SIMPLES ASSIM


Rejane Guimarães Amarante (Advogado Autônomo - Criminal)
9 de fevereiro de 2018, 13h38

Se, de um lado, até certo ponto pode-se falar em termos de países assim como "os
interesses dos EUA, do Brasil, da China, da Rússia" e isso é sempre variável
dependendo do partido que vence as eleições e está no Poder, por outro lado, falar
"os americanos" não reflete bem a realidade porque, nesse momento e há muito
tempo, o povo americano tem sido tão vítima dos "banqueiros sombrios" quanto
qualquer outro povo no mundo. Estão sofrendo ataques na Califórnia, que está sendo
devastada. Lá, provocaram incêndios, provocaram o rompimento de uma barragem
que destruiu uma cidade, "quebraram" a Economia do Estado, enfim, uma
verdadeira devastação de guerra, de guerra híbrida. O BRICS é, na verdade, uma
aliança militar que pretende ser mais forte que a OTAN. Quem financiou o
"surpreendente" crescimento da China em trinta anos ? Os "banqueiros sombrios".
Com que dinheiro ? Com o meu, com o seu, com o dinheiro dos brasileiros e outros
povos de outros países, que eles aplicaram e investiram em empresas na China. E,
agora, "na mágica", a China sai comprando recursos naturais de outros países. E
mantêm rigoroso controle sobre o povo chinês. O Trump é bilionário, mas não quer
o genocídio nem a destruição de países. E as coisas não são fáceis para ele, pois nos
Estados e municípios há infiltrados dos "banqueiros sombrios" para sabotar políticas
patrióticas voltadas ao bem comum. Não é o que querem. Foro de São Paulo (Lula,
PT), Fabianismo de Princeton (FHC) e os barões "banqueiros sombrios" têm muita
afinidade. A mesma afinidade que o comunismo tem com o feudalismo, tanto na
propriedade da terra e seu cultivo quanto e, penso eu, principalmente, em seu ódio à
burguesia e aos direitos individuais fundamentais, bem como o patriotismo.

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