Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DOI: http://dx.doi.org/10.18310/2446-4813.2016v2n1p53-63
Artigo Original
Gráfico 1 – Domínios do SF-36 expressos em média e erro padrão relativos aos pacientes
hipertensos sem patologias associadas. Os domínios avaliados foram: CF – capacidade funcional;
AF – limitação por aspetos físicos; D – dor; EGS – estado geral de saúde; V – vitalidade; AS –
aspectos sociais; AE – limitação por aspectos emocionais; SM – saúde mental.
Ao analisar os dados dos pacientes que tiveram pelo menos um episódio de AVC, e
consequentemente sequelas que demandaram alguma modalidade de reabilitação (perfil 2),
foi constatado que todos participavam do grupo Reabilitar desenvolvido pela equipe do Núcleo
de Apoio à Saúde da Família (NASF) dessa unidade de saúde e que três desses pacientes tem
também o diagnóstico de diabetes. De acordo com a análise do gráfico 2 observou-se que
os domínios com maior pontuação foram EGS (63,0), SM (60,5) e V (56,0) e nenhum deles
apresentou pontuação superior a 64,0. Verificou-se também, que esse grupo, pontuou abaixo
de 40,0 no domínio D (37,5), indicando que a qualidade de vida do grupo com perfil 2 é inferior
ao grupo de perfil 1. Lembrando, ainda, que esse perfil é formado por pacientes com história
de pelo menos um AVC, tendo, portanto, alguma limitação físico-motora.
Gráfico 2 – Domínios do SF-36 expressos em média e erro padrão relativos aos pacientes
hipertensos com históricos de pelo menos um AVC. Os domínios avaliados foram: CF –
capacidade funcional; AF – limitação por aspetos físicos; D – dor; EGS – estado geral de saúde;
V – vitalidade; AS – aspectos sociais; AE – limitação por aspectos emocionais; SM – saúde
mental.
No entanto, cabe ressaltar que os domínios EGS (63,0) e SM (60,5) apresentaram melhor
pontuação, comparado ao grupo de perfil 1. Esse fenômeno provavelmente se justifica pelo
fato da maioria dos pacientes participar assiduamente do grupo reabilitar administrado por
equipe multiprofissional formado pela equipe do NASF da clínica da família. Nesse grupo, os
profissionais de saúde desenvolvem diversas atividades com os pacientes visando a superação
dos prejuízos causados pelo AVC.
Os pacientes hipertensos que tem associado o diagnóstico de diabetes (perfil 3), são
aqueles em que os domínios de maneira geral, apresentam as menores pontuações em relação
aos demais perfis. Os domínios que apresentam maiores pontuação foram: EGS com média de
59,8 e AS, alcançando média de 52,8. No entanto, nenhum domínio atingiu a média de 60,0.
No que diz respeito aos domínios com menores pontuações, vale destacar os domínios D com
média de 29,0 e AE com média de 47,2. Os referidos dados estão representados no gráfico 3.
É bem descrito na literatura que paciente com diagnóstico de diabetes relatam dor crônica, e
consequentemente, a referida dor deve ter impacto na energia, na capacidade de caminhar e
no sono.
Ao analisar a média dos domínios do SF-36 encontrada em cada perfil, como pode ser
visualizado na tabela 1, verificou-se que os três perfis apresentaram prejuízo na qualidade de
vida, pois na escala de 0 a 100 a maior pontuação foi no domínio estado geral de saúde (63,8)
que diz respeito ao grupo de paciente hipertenso sem queixa de outras doenças associadas
(perfil 1).
Tabela 1 - Média dos domínios do SF-36 em cada perfil - Capacidade funcional (CF); Limitação
por aspectos físicos (AS); Dor (D); Estado geral de saúde (EGS); Vitalidade (V); Aspectos
sociais (AS); Limitação por aspectos emocionais (AE); Saúde mental (SM).
PERFIL/MÉDIA CF AF D EGS V AS AE SM
MÉDIA GERAL 53,8 48,4 36,9 62,2 56,6 56,5 49,9 57,2
Fonte: Dados da pesquisa.
Referências
1
. Brasil. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção
de Saúde. Vigitel Brasil 2012: Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas
por inquérito telefônico [Documento na Internet]. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2013.
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/category/publicacoes-em-destaque/?snap=V>.
Acesso em: 14 dez 2014.
2
. Brito DMS, Araújo TL, Galvão MT, Moreira MT, Lopes MV. Qualidade de vida e percepção da
doença entre portadores de hipertensão arterial. Cad Saúde Pública [Periódico na Internet].
Abril de 2008; 24(4):933-940. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csp/v24n4/25.pdf>.
Acesso em: 11 nov 2014.
3
. Cesarino CB, et al. Prevalência e fatores sócio demográficos em hipertensos de São José
do Rio Preto - SP. Arq Bras Cardiol [periódico na Internet]. 2008; 91(1): 31-35. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_pdf&pid=S0066-782X2008001300005&lng=en&
nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 14 nov 2014.
4
. Brasil. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde.
Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis
(DCNT) no Brasil 2011-2022 [documento na Internet]. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2011.
Disponível em: <htpp://www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acoes_enfrent_
dcnt_2011.pdf>. Acesso em: 14 jan 2015.
validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Rev
Bras Reumatol [periódico na Internet]. Mai/jun de 1999; 39(3):143-150. <http://www.absh.
org.br/00.php?nPag=11_005>. Acesso em: 14 nov 2014.
. Almeida ALM. Considerações sobre a avaliação da qualidade de vida em grupo de
11
pacientes com Acidente Vascular Cerebral. Rev Neurocienc [periódico na Internet]. 2010;
18(2):147-149. Disponível em: <http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2010/
RN1802/443%2520rev%2520aberta%2520Ana%2520La>. Acesso em: 11 nov 2014.
. Anghinoni V. Importância da atenção farmacêutica na melhora da qualidade e vida de
12
de vida relacionada à saúde de pacientes hipertensos. [Tese na Internet] 2005. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-17052007-160822/>. Acesso em:
13 jan 2015.
. Rangel ESS, Belasco AGS, Diccini S. Qualidade de vida de pacientes com acidente vascular
20
Diabetes Mellitus Cadastrados na Estratégia Saúde da Família. Rev Min Educ Física [periódico
na Internet]. 2010; 5(ed.esp.):125-135. Disponível em: <http://www.revistamineiradeefi.ufv.
br/artigos/arquivos/498a86c1b3596b8176843b583cf8fbcc.pdf>. Acesso em: 13 jan 2015.
. Gusmao JL, Pierin AMG. Instrumento de avaliação da qualidade de vida para hipertensos de
22
Bulpitt e Fletcher. Rev Esc Enferm USP [periódico na Internet]. 2009; 43:1034-1043. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_pdf&pid=S0080-62342009000500007&lng=
en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 11 nov 2014.
. Scalzo PL, Souza ES, Moreira AGO, Vieira DAF. Qualidade de vida em pacientes com
23
Acidente Vascular Cerebral: clínica de fisioterapia Puc Minas Betim. Rev Neurociênc [periódico
na Internet]. 2010; 18(2):139-144. Disponível em: <http://revistaneurociencias.com.br/
edicoes/2010/RN1802/443%2520original.pdf>. Acesso em: 14 nov 2014.
Agradecimentos