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Aluno: Amanda Shofia Alves Batista Braga Matrícula: 2021004800

Foi perdida que me encontrei

Antes de contar a história, já vou adiantando que não me julgue,


tive uma fase da adolescência que estava completamente perdida,
mas por incrível que pareça, foi justamente nessa fase em que
percebi que estava sendo mais eu do que nunca. Não se preocupe,
eu vou explicar!
Eu havia terminado mal um relacionamento tóxico no qual eu era a
“trouxa” da relação, e como você já deve estar aí imaginando, sim,
eu sofri pra caramba – inclusive naquela época, o Ceará estava
num período de seca, e foram minhas lágrimas que reabasteceram
o rio Jaguaribe, portanto, de nada – então, decidi fazer coisas que
eu nunca havia feito por tentar manter as aparências de boa menina
que minha família sempre pregou que eu era. Acordei em mais um
dia comum, mas algo em mim já não era como antes, tinha dentro
de mim algo que gritava: “acorda garota, cai na mata que hoje tu tá
pro crime”, e como mamãe me ensinou a não ser desobediente,
levantei e fui pro mundo hahaha. Eu tinha aula de manhã, trabalho
a tarde, e curso a noite, a rotina perfeita de um futuro zumbi, mas
pra surpresa dos poucos que descobriram essa história, eu não fiz
nada do que normalmente faria! Disse para meus pais que passaria
o dia inteiro fora por atividades extras da escola, menti e eles
acreditaram na hora, – diga-se de passagem, os pais são muito
ingênuos as vezes, na moral, eu tinha 17 anos e muitos hormônios,
esperavam o quê? – Depois disso eu pedi a um amigo pra dizer
que eu estava doente na escola, fui ao meu trabalho e disse ao meu
chefe que estava “naqueles dias”, fiz bico e pedi uma folguinha, e
digo mais, por incrível que pareça ele até curtia meu jeito folgada,
me deu a folga e logo no dia do pagamento. Por último, só tinha a
missão de me livrar do curso de informática que eu deveria ir à
noite, – você leu bem amigo! DEVERIA, mas não fui e é a vida,
aceita que dói menos – logo, mandei um áudio pro meu professor
falando das mil provas que eu iria ter na semana, e explicando o
quanto eu era uma aluna dedicada, o quanto eu queria estudar para
as provas, mas não queria levar falta no curso, – não ria, você faria
o mesmo no meu lugar! – então meu professor mega compreensivo
– que adora quando alguém falta aula porque ele tem menos
trabalho – me liberou e concordou em não me dar falta.
Yeeeees, missão cumprida! Agora vamos ao mais importante... Pra
onde eu vou mesmo? – esqueci de dizer, eu estava sentada no
banco na frente da entrada do meu trabalho, tinha falado com meu
chefe pouco tempo atrás, e com meu professor pelo celular – foi ai
onde surgiram umas nuvens brancas na rua, um brilho tão forte que
parecia do chão da sala depois de mãe passar o pano, e uns
passarinhos começaram a cantar – ou talvez eu só estivesse
delirando por ainda não ter tomado café – mas enfim, lá no meio da
cena de cinema, surge um amigo muito querido, chamado Luiz
Henrique – um advogado mega gato que trabalhava no INSS, e
que por uma obra divina, também era meu local de trabalho, ouvi
um amém irmãos?! – Rapidamente, cai em cima do Luiz com uma
carinha de “você é rico e eu cheia de energia, vamo aprontar?!”, e
pra minha felicidade, ele adorava matar um dia no trampo haha.
Então, enchemos o tanque do carro, ele colocou um belo aquário no
seu porta-luvas do carro – vários peixinhos colados em notas de
cem reais, demorei muito até entender essa piada – e fomos direto
pra Juazeiro do Norte, um lugar teoricamente próximo, divertido e
perto o bastante pra chegarmos antes do anoitecer. Chegando lá
fomos ao shopping, passamos no barbeiro, em lojas de perfumaria,
em uma outra loja meio estilosa da chilli beans – me lembro bem
que a atendente era mais assanhada que cachorra no cio – e para
minha alegria, fomos em todos os brinquedos da ala infantil do
shopping, e de repente, o aquário cheio de peixinhos virou mais um
deserto do Saara, mas tudo bem, já havíamos nos divertido tanto
que só faltava uma coisa: Visitar nosso querido padre Cicero – a
estátua, é claro – chegando lá, visitamos um pequeno museu
dedicado ao padre, e voltamos para a estrada no nosso caminho de
volta, o anoitecer já havia chegado e antes que notássemos, a
tornozeira eletrônica do meu amigo estava tocando mais alto que
jogador de basquete pulando na cesta – aee, esqueci de contar,
meu amigo advogado gato tinha uma tornozeleira por ondem
judicial por dar uma surra bêbado em uns policiais, louco né ! –
então, o passo no acelerador ficou mais fundo, viajamos de volta
pra Iguatu correndo á 180 km por hora, e pra deixar a situação
perfeita, surgiram no meio da estrada dois cavalos que, não me
pergunte como foram parar ali, estavam para anunciar minha morte
porque daquela eu não tinha saída. E já que é pra morrer, que seja
com motivos, naquele momento o Luiz acelerou, dobrou a
velocidade porque já estávamos tão rápidos que não tinha mais
como parar – eu vi um anjo dizendo “vai besta, vocês conseguem –
e pra tristeza daquele anjo, conseguimos ! como ? não tenho ideia,
mas não foi dessa vez Gabriel vacilão – foi uma piada haha finge
que foi boa – No fim da noite, a adrenalina estava a mil, mas eu
nunca havia me divertido tanto assim, e já nem lembrava mais do
mané do meu ex. O Luiz me deixou em casa – detalhe, a
tornozeleira ainda tava tocando – logo entrei, dei um beijo nos meus
pais que estavam mega preocupados com o quanto eu estudei
durante o dia, – hahahahahaha – entrei no meu quarto e deitei na
cama e não consegui parar de pensar que no fim do dia, eu só
queria que aquele dia nunca tivesse acabado... acho que o melhor
da vida a gente nunca planeja.

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