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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO

TRIBUNAL FEDERAL

PARTIDO POLÍTICO BETA, pessoa jurídica de direito xxx, com sede na Rua xxx, Nº
xxx, Bairro xxx, Cidade xxx, Estado xxx, CEP xxx, endereço eletrônico xxx, devidamente
representado no Congresso Nacional, onde recebe intimações, por meio do advogado
subassinado, com endereço profissional na Rua xxx, Nº xxx, Bairro xxx, Cidade xxx,
Estado xxx, CEP xxx, endereço eletrônico xxx, local indicado para receber intimações
vem com elevado respeito à presença de V. Exa., propor a presente

ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL COM PEDIDO


LIMINAR

Tendo por objeto o Art. 11 e Art. 12 da Lei Orgânica do Município Alfa, tendo em vista
os argumentos a seguir expostos:

DA LEGITIMIDADE

PARTIDO POLÍTICO BETA, como dito no cabeçalho desta ação, devidamente


representado no Congresso Nacional, atendendo pois, ao disposto no Art. 2º, inciso I, da
Lei nº 9.882/99 e no Art. 103 da CRFB/88. Cumpre esclarecer, com a devida vênia, que
não incumbe à mesma, a despeito das inúmeras decisões em diversas arguições de
descumprimento de preceito fundamental demonstrar a pertinência temática no exercício
do direito de acesso a essa Corte Suprema para pretender ver declarados
inconstitucionais dispositivos da Lei Orgânica do Município Alfa.

DOS FATOS

O Prefeito do Município Alfa, preocupado com a adequada conduta no seu mandato,


procura o presidente nacional do seu partido político Beta, o qual possui representação no
Congresso Nacional, e informa que a Lei Orgânica do Município Alfa, publicada em 30 de
maio de 1985, estabelece, no seu Art. 11, diversas condutas como crime de
responsabilidade do Prefeito, entre elas o não atendimento, ainda que justificado, a
pedido de informações da Câmara Municipal, inclusive com previsão de afastamento
imediato do Prefeito a partir da abertura do processo político. Informou, também, que a
mesma Lei Orgânica, em seu Art. 12, contém previsão que define a competência de
processamento e julgamento do Prefeito pelo cometimento de crimes comuns perante
Justiça Estadual de primeira instância. Por fim, informou que, em razão de disputa política
local, houve recente representação oferecida por Vereadores da oposição com o objetivo
de instaurar processo de apuração de crime de responsabilidade com fundamento no
referido Art. 11 da Lei Orgânica, a qual poderá ser analisada a qualquer momento. O
partido político, após o devido trâmite interno estabelecido no seu estatuto, conclui que a
norma municipal está em dissonância com a CRFB/88 e decide adotar providência judicial
em relação ao tema.

DOS FUNDAMENTOS

A presente ADPF funda-se no texto constitucional brasileiro que infere a definição de


competência para a apreciação da sobreposta ação, a saber:

“Art.102. Compete ao Supremo Tribunal


Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
(…)

§1° A arguição de descumprimento de


preceito fundamental, decorrente desta
Constituição, será apreciada pelo Supremo
Tribunal Federal, na forma da lei.

Além de estar amparada, também, no art. 1º, parágrafo único e inciso I da Lei nº
9.882/99:

“Art. 1º A arguição p revista no § 1º do art.


102 da Constituição Federal será proposta
perante o Supremo Tribunal Federal, e terá
por objeto evitar ou reparar lesão a
preceito fundamental, resultante de ato do
Poder Público.

Parágrafo único. Caberá também arguição


de descumprimento de preceito
fundamental:

I - quando for relevante o fundamento da


controvérsia constitucional sobre lei ou a to
normativo federal, estadual ou municipal,
incluídos os anteriores à Constituição.”

DO CABIMENTO

a) Do ato questionado
Conforme já mencionado anteriormente, o ato questionado tem desconformidade em
relação à Constituição Federal de 1988, com base no art. 2° da CRFB/88 que garante a
independência e harmonia entre os Poderes, princípio este não respeitado pelo legislativo
do Município Alfa.

b) Da prova da violação do preceito fundamental


Neste sentido, resta comprovada a referida prova no exato ato do Município Alfa,
através de seu representante que aditou a norma sobre crimes de responsabilidade e
suas normas de processo e julgamento, que é de competência privativa da União, de
acordo com a Súmula Vinculante 46 do STF que rege:

“A definição dos crimes de


responsabilidade e o estabelecimento das
respectivas normas de processo e
julgamento são de competência legislativa
privativa da União.”

Bem como o art. 22, inciso I, da CRFB/88, que dispõe algumas das competências
privativas da União, sendo elas, legislar sobre direito civil, comercial, penal, agrário,
processual, eleitoral, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.

c) Da anterioridade da norma
Sabe-se que o objeto desta ação trata-se de dispositivos de Lei anterior a Constituição
Federal de 1988, devendo-se analisar a sua recepção ou não, nutrindo a referida arguição
de descumprimento de preceito fundamental.

DA MEDIDA LIMINAR

Com sentido no artigo 5º, da Lei 9.882 de 1999, que trata da ADPF, onde expressa que
poderá ser admitida a deferida medida liminar em caso de patente urgência ou perigo de
lesão grave, medida que assegura temporariamente a eficácia à futura decisão de mérito.
Em suma, a violação do princípio da separação dos poderes(art. 2º da Magna Carta), a
competência privativa da União(art. 22, inciso I da CRFB/88 e Súmula Vinculante 46,
STF), as quais devem observar os preceitos constitucionais, especialmente garantindo
aos Prefeitos a prerrogativa de foro perante o Tribunal de Justiça em crimes comuns.
DOS PEDIDOS

Diante do exposto requer:


a) A intimação do Município Alfa, para que, como autoridade responsável pelo ato
praticado em desconformidade com a Constituição Federal questionado, manifeste-se,
querendo, no prazo de cinco dias, sobre o pedido de concessão de liminar, com
fundamento no artigo 5º, §2º, da Lei 9.882 de 1999;

b) A concessão da medida liminar para determinar que os juízes dos tribunais


suspendam o andamento de processos ou os efeitos de decisões judiciais ou qualquer
outra medida que apresentem alguma relação com a matéria objeto da presente ação
(artigo 5º, §3º, da Lei 9.882 de 1999);

c) A intimação do órgão, para que, como autoridade responsável pela prática do ato que
violou em desconformidade a Constituição Federal de 1988, manifeste-se, querendo,
sobre o mérito da presente ação, no prazo de dez dias, nos termos do artigo 6º, caput, da
Lei 9.882 de 1999

d) A intimação d o Senhor Procurador-geral da República, para emitir seu parecer, no


prazo de cinco dias, nos termos do artigo 7º, parágrafo único, da Lei 9.882 de 1999;

e) a procedência do pedido de mérito, para que seja declarada a violação do preceito


fundamental, fixando-se as condições e o seu modo de interpretação e aplicação nos
termos do artigo 10 da Lei 9.882 de 1999 e cumprimento do artigo 3º, parágrafo único, da
lei 9.882 de 1999 (cópias anexas).

Dá-se a causa o valor de R$ xxxxxxxx

Termos em que pede deferimento.

Local-DATA
Advogado/OAB

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