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REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO

CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959

https://www.nucleodoconhecimento.com.br

FATOR DO NÍVEL DE ESTRESSE DOS ATLETAS DE FUTEBOL EM


CATEGORIA SUB 17

ARTIGO ORIGINAL

FARIA, Diego Dos Santos 1

MAYUMI, Simone 2

FARIA, Diego Dos Santos. MAYUMI, Simone. Fator do nível de estresse dos atletas
de futebol em categoria sub 17. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do
Conhecimento. Ano 05, Ed. 01, Vol. 07, pp. 41-64. Janeiro de 2020. ISSN: 2448-0959,
Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao-fisica/atletas-
de-futebol

RESUMO

O estresse em atletas de futebol é uma área que ganhou muita atenção nos últimos
tempos. As pressões de lidar com a competição, as altas expectativas, as lesões e
todos os desafios que acompanham os jogares de futebol, são questões com as quais
esse atleta deve lidar diariamente. Um dos problemas do estresse é que ele pode ter
um efeito prejudicial no desempenho, por isso é importante que treinadores e atletas
acompanhem esses níveis. Com isto, quando os níveis de estresse ficam muito altos,
há um efeito negativo no desempenho. Objetivou-se com este estudo verificar os
fatores gerados de estresse entre atletas de futebol na categoria sub dezessete. Para
tanto, a metodologia aplicada foi de pesquisa bibliográfica, quantitativa, descritiva e
investigativa de análise dos dados colhidos através do estudo realizado em livros e
artigos científicos correlacionados ao tema. A coleta de dados investigativos foi feita
por meio de uma pesquisa de campo, mediante a visita no Clube Atlético Juventus e
Sport Clube Corinthians na cidade de São Paulo, SP, como instrumento utilizou-se o

1
Graduado em Educação Física.
2
Mestrado em Estudos Literários. Graduação em Letras.

RC: 43582
Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao-fisica/atletas-de-futebol
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Inventário de sintomas de estresse para adultos de lipp (ISSL). Conclui-se que o fator
do nível de estresse em atletas de futebol em categoria sub-17, é causado por
mudanças no desenvolvimento adolescente, adicionado ao estresse esportivo,
podendo ainda causar graves consequências físicas, psicológicas e sociais.

Palavras-Chave: Estresse, futebol, sub 17 anos, nível de estresse.

1. INTRODUÇÃO

O referido artigo é direcionado à área da saúde, precisamente da Educação Física,


apresenta a percepção de fatores estressantes em atletas de futebol na categoria sub
17 anos. Para maior compreensão em relação ao objeto de estudo deste trabalho, foi
feita a revisão bibliográfica do tema.

O futebol é o esporte mais popular em todo o mundo. Jovens praticam futebol com a
expectativa de tornar-se atletas profissionais. No entanto, todo atleta deve ter boa
aptidão física, habilidades táticas técnicas e competência emocional para alcançar
sucesso profissional (WILMORE, 2001).

Sua prática é geralmente associada a um esporte exigente que consiste em corridas


recorrentes de alta intensidade, ações intensivas específicas de futebol e requisitos
para uma alta capacidade de resistência. O jogo exige uma habilidade de intercalar
ações repetidas em intensidade máxima ou quase máxima com períodos de
intensidade baixa a moderada (incluindo recuperação ativa ou repouso passivo)
(MARTENS, 2011).

Para Santos (2012), esse esporte requer esforços para os jogadores de futebol
manterem níveis de habilidade ao longo da duração de um jogo. Assim, os jogadores
de futebol passam por determinados níveis de estresse. Como tal, a prática do futebol
requer cuidados especiais, um programa de nutrição bem estabelecido e apoio com
intervenção em associação a possíveis desencadeadores de estresses nesses
atletas.

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Nesse sentido, de acordo com o acréscimo da exigência e intensidade da prática no


futebol, perfaz um maior índice de estresse nesses atletas. Principalmente na
categoria sub 17, devido à falta de experiência com fatores estressantes (BRANDÃO,
2000).

Dentre eles compreende-se que em contexto esportivo, os atletas juvenis são


constantemente sujeitos aos mais diversos tipos de pressão externa (qualificação de
desempenho por técnicos, críticas de colegas, expectativas pessoais de sucesso ou
fracasso e entendimento dos atletas acerca de vitórias e derrotas). Em conformidade
com a compreensão individual do atleta, coerção interna e coerção externa
conseguem transfigurar-se em causas geradoras de estresse (MARTENS, 2011).

Como a percepção de que o atleta tem uma determinada situação, determina a um


estresse potencial, vivenciado pelo atleta a resposta emocional, comportamental, a
resposta do indivíduo a estímulo estressor pode ser tanto negativo (ameaça,
preocupação e / ou medo) como positivo (desafiador e / ou motivador) (BRANDÃO,
2000).

Posto isto, a importância do estudo do estresse, ansiedade e outros fatores


emocionais em esportes competitivos, é reconhecida há muitos anos. Assim, a
ansiedade é uma reação emocional resultante de uma interpretação ou pensamento
cognitivo que pode ser negativo ou positivo relacionado a uma situação estressante
específica. Essa reação pode facilitar ou dificultar uma determinada
performance.Nessa perspectiva, o teor e conteúdo se justifica, pois é de suma
importância o professor descobrir os fatores de estresse no futebol em categoria sub
dezessete e como eles influenciam na carreira do atleta. Devido que, o termo estresse,
de acordo com Brandão (2000) é associado a uma reação negativa que pode
prejudicar o desempenho dos atletas.

Esse tema é de grande relevância diante entender que uma boa condição física,
engloba fatores físicos, psíquicos, técnicos, cognitivos e sociais que contribuem para
o crescimento profissional dos atletas. Assim, para Santos (2012) a capacidade de
lidar com o estresse pode ser um fator determinante para a renda de um atleta.A

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problemática levantada neste estudo se dá principalmente em vista como a relação


entre esporte de competição e estresse são considerados importantes para a
compreensão de certos comportamentos que podem afetar o desempenho dos
atletas, o estudo dos instrumentos que permitem analisar essa relação é fundamental.
Partindo desse pressuposto, o presente artigo apresenta como questão norteadora da
pesquisa a seguinte questão: quais são fatores geradores de estresse em atletas
praticantes da modalidade futebol na categoria sub dezessete?

Visando responder ao problema de pesquisa, o presente estudo teve como objetivo


geral verificar os fatores gerados de estresse entre atletas de futebol na categoria sub
dezessete. E como objetivos específicos: averiguar o que estresse no meio esportivo,
como também descrever os impactos estressantes no futebol na categoria sub
dezessete, e, por fim, expor os principais fatores geradores ao estresse entre
atletas de futebol da categoria sub dezessete.

A metodologia adotada no referido trabalho de conclusão de curso, foi caracterizada


por uma pesquisa bibliográfica, quantitativa, descritiva e investigativa. Ao que tange
as pesquisas científicas, estas foram realizadas por meio de leitura exploratória de
resumos e títulos, com o objetivo de verificar a relevância das obras em relação à
temática abordada neste estudo. Para a seleção dos estudos publicados nas bases
de banco de dados da Scientific Electronic LibraryOnline (SCIELO) e Google
Acadêmico utilizou-se como palavras-chave os termos: Estresse; Futebol; Sub 17
Anos; Nível de Estresse. Sendo os critérios de inclusão, artigos científicos publicados
no Brasil no espaço de tempo compreendido entre 2000 a 2019, forma de texto
completo.

Os critérios de inclusão, foram utilizados artigos científicos publicados no Brasil, no


espaço de tempo compreendido entre 2000 a 2019, em forma de texto completo. O
material utilizado constituiu-se de artigos científicos sobre a temática abordada neste
estudo. Os critérios de exclusão se basearam em por artigos científicos sem teor
científico, em língua estrangeira, e materiais que não correspondem à temática de
estudo.
A coleta de dados investigativos foi feita por meio de uma pesquisa de campo,

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mediante a visita no Clube Atlético Juventus e Sport Clube Corinthians na cidade de


São Paulo, SP, como instrumento utilizou-se o Inventário de sintomas de estresse
para adultos de lipp (ISSL). A permissão para conduzir a pesquisa de campo, foi obtida
por autorização dos jogadores, onde foi realizada a pesquisa, mantendo total sigilo
das pessoas entrevistada.

2. DESENVOLVIMENTO

O estresse é uma reação do corpo e do cérebro acerca de algum desafio ou ameaça,


diante à experiências boas ou ruins. Quando uma pessoa se encontra estressada com
algo, seu corpo reage liberando substâncias químicas no sangue. Existem dois tipos
de estresse, um é positivo e o outro é negativo podendo afetar diretamente o
desempenho de qualquer atividade que a pessoa esteja praticando (SILVA, 2019).De
acordo com Graham (2018), o esporte competitivo apresenta uma variabilidade de
estressores (ou seja, pressões internas e externas não controladas pelos atletas) que
podem desestabilizar física e mentalmente o atleta. Destarte, para Vieira (2016) o
estresse tem um significado diferente para pessoas diferentes sob condições
diferentes. A primeira e mais genérica definição de estresse foi a proposta por
Hackford et. al. (2016): “O estresse é a resposta inespecífica do corpo a qualquer
demanda".Enquanto nas palavras de Graham (2018, p. 39): Como a palavra
"estresse" é amplamente usada em diferentes áreas, do estudo da resistência dos
materiais à biologia, há muitas definições diferentes para esse termo. Mesmo que o
uso seja narrado à Psicologia, a definição de seu significado exato ainda provoca
discussões.

O estresse ainda pode ser definido como uma reação contra qualquer evento
ameaçador que exceda os recursos do corpo para enfrentar certas situações
estressantes. Essa reação engloba elemento físico, psicológico, mental e hormonal,
preestabelecendo o corpo para responder à demanda da situação. Esse termo tornou-
se popular, sendo usado na vida cotidiana para pessoas; no entanto, seu significado
comum nem sempre corresponde ao seu uso científico (HATZIGEORGIADIS, 2008).

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Mann et. al. (2013) declararam que o estresse foi definido como estímulo, intervenção
e resposta a variáveis por diferentes pesquisadores. Como estímulo, o estresse
variável é um precipitador; como variável interveniente, mediador; e como variável de
resposta, um comportamento. Existem muitos fatores que podem causar estresse
para um atleta. De acordo com Silva (2019), existem duas maneiras de demonstrar
isso: o modelo de estresse e o processo de resposta ao estresse.

Na literatura recente, o estresse é categorizado como positivo, tolerável e tóxico. O


estresse positivo é apontado como normal e essencial para o desenvolvimento
saudável do indivíduo, conhecido por curtos aumentos na frequência cardíaca e
nos hormônios do estresse, os quais são qualificados pelas respostas de luta ou fuga
(SILVA, 2019).

O estresse tolerável ativa o sistema de alerta corporal demandando um resultado mais


grave, longos períodos de dificuldade, como o rompimento de um relacionamento,
desastre natural ou doença. No estresse tóxico, o indivíduo experimenta uma
adversidade grave, frequente ou prolongada do sistema de resposta ao estresse.
Podendo ocorrer danos à arquitetura do cérebro e no corpo como um todo, e aumenta
os riscos de doenças físicas e mentais (MARTENS, 2011).

Durante todo o ciclo de vida, a presença constante de estresse pode influenciar a


ocorrência de vários tipos de enfermidades psicológicas e problemas
comportamentais, incluindo: ansiedade e depressão. Para Leite et. al., (2016), o
estresse também é impactante na idade inferior a dezessete anos. O indivíduo
atravessa por um momento de transição da infância para a idade adulta, incorporando
características físicas, emocional, cognitiva e social específica. Essa idade é vista
como um momento difícil com transformações biopsicossociais, considerando que os
comportamentos vigentes nesta fase podem interferir na qualidade de vida na idade
adulta.

Com essas grandes mudanças, o adolescente é exposto a vários


estressores, sendo um dos períodos mais difíceis de sua vida. Além
disso, tem a responsabilidade de sempre ser capaz de se destacar e ter

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boas resultados, especialmente em competições. Essas situações


podem ser fontes de estresse e, se não for bem administrado, pode ter
um impacto negativo no rendimento e na qualidade vida do atleta
(HATZIGEORGIADIS, 2008, p. 73).

Podendo ainda manifestar problemas com o desenvolvimento e comportamentais,


agravado pelo aparecimento de psicopatologias e problemas de saúde como exemplo
depressão, distúrbios alimentares e ansiedade. Um ambiente onde a presença de
estresse é constante é nos esportes. Nesse contexto, se faz necessária boa aptidão
física do atleta, habilidades técnicas e táticas e bom apoio emocional (SANCHES,
2010).

De acordo com Silva (2019), para atender a todos esses requisitos, os atletas são
submetidos a cargas intensas de treinamentos, passando muitas horas de dia nessas
atividades, perdendo aulas, com períodos inadequados de descanso, que acaba
causando fadiga, lesões e vários outros sintomas de estresse.

Níveis aumentados de estresse são associadas ao aumento de ataque cardíaco,


hipertensão, obesidade, dependência, ansiedade, depressão e outros distúrbios. A
literatura pontua sobre o possível controle do estresse na causa e ou exacerbação da
doença na maioria dos sistemas orgânicos do corpo. Inextricavelmente ligado à
ansiedade, o estresse desempenha um papel fundamental nos transtornos mentais,
incluindo fobias, depressão e até transtorno bipolar (WEISS, et. al., 2014).Nessa
perspectiva, os instrumentos mais utilizados em pesquisas sobre ansiedade e esporte
são os desenvolvidos por Martens na década de setenta, Vealley e Burton na década
de noventa, os quais analisam respectivamente, ansiedade-traço e ansiedade-estado.
Esse último tem uma versão modificada por Jones (1990), que além da intensidade,
indica também a direcionalidade, ou seja, se a ansiedade é positiva ou negativa para
o desempenho do atleta (JÚNIOR, 2010).De fato, para Chagas (2017) algumas
situações esportivas causam ou produzem sintomas físicos (aumento da frequência
cardíaca, sudorese, ofegante, músculos tensos, boca seca), mental (medo,
ansiedade, incapacidade de concentração, dificuldade em tomada de decisões, perda
de controle) e distúrbios comportamentais, dificultando o bom desempenho de atleta.

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No entanto, o estresse pode também ser notado como um evento positivo,


predeterminando o corpo para atividade explosiva e permitindo o alerta individual
(incentivando fisiologicamente, encorajando a manter o objetivo de atenção,
motivação, alegria, como também a garantir um alto nível de desempenho físico)
(COSTA et. al. 2018). Em outras palavras, a capacidade de lidar com o estresse pode
ser um fator fundamental para o rendimento de um atleta. Isto posto, avaliar o estresse
no contexto esportivo contribui para melhorar o desempenho e a qualidade do atleta,
especialmente na adolescência. No futebol, a título exemplo, há uma grande
quantidade de preocupação com a queda na produção do jogador em treinamentos e
partidas, que compromete a continuidade e a escalabilidade do jogador para os
próximos jogos. Para encontrar o que se espera dele, o jogador precisa enfrentar e
atender adequadamente às expectativas do treinador, seus companheiros de equipe,
sua família, amigos e mídia (MACHADO, 2012).Enquanto atletas de futebol em
categorias sub dezessete anos, encontram-se em estágios mais sensíveis do
desenvolvimento de sua personalidade, estes podem apresentar maior adversidade
em verificar qualquer reação emocional. Em atletas entre dezesseis e dezessete anos,
os fatores geradores de estresse se manifestam nos níveis físicos e psicológicos, e
sua expressão pode variar de leve a extremamente intenso (BASSO, 2017).Podendo
ainda elencar que durante a adolescência, jovens esportistas passam por mudanças
em vários níveis (físicos e mentais) e por um processo de aquisição de recursos e
habilidades que lhes permitam assumir os deveres e papéis sociais de um adulto.
Contudo, sua maturação biológica não ocorre, sincroniza com a idade cronológica,
para que possíveis diferenças isoladas entre indivíduos do mesmo sexo possam
refletir em diferentes graus de maturidade biológica e possivelmente respostas
diferentes para as situações estressantes (MACHADO, 2012).

Investigar o estresse no contexto esportivo. Se faz de fundamental importância ao que


tange a melhoria da qualidade de vida e desempenho do atleta sub 17. Considerado
o estresse como um processo complexo e fatores como competições, características
pessoais, requisitos físicos, expectativas traumáticas sobre desempenho e
relacionamentos pessoais instituem como necessidades presentes nesse contexto
(PAÍNA, 2018).

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Para Basso (2017), a situação piora com os atletas adolescentes, porque muitos
procuram em atividade física ou esportiva, um recurso para o fortalecimento de sua
identidade, tentando delimitar sua personalidade e vida em grupo. No entanto, para
Paína (2018) a estrutura competitiva do esporte, seja no nível amador ou profissional,
gera um novo estresse.

Com competições esportivas, novas responsabilidades, cobrança da família, colegas


e treinadores para um bom desempenho. Há também a intensa carga de treinamento
físico, que gera desgaste e cansaço. Surgem dúvidas quanto à escolha profissional,
o conflito em querer ficar com os amigos, escola, faculdade e ter que treinar
excessivamente em busca de bons rendimentos (ROMÁN, 2018).

Destarte, para Cruz (2009) modelo de estresse demonstra quais fatores afetam o
estresse no esporte. Segundo Wilmore (2012) o estresse pode afetar o desempenho,
a maneira como um atleta responde ao estresse e o gerenciamento do estresse pode
afetar negativa ou positivamente o nível de estresse do atleta.

O ESTRESSE NO MEIO ESPORTIVO

Na atualidade, os eventos esportivos atraem muitas de pessoas. Muitas vezes, falhas


ou sucessos em grandes competições estão relacionados ao prestígio do jogador.
Coloca uma imensa pressão estressante sobre os atletas.
O estresse foi identificado como crucial no esporte, influenciando o desempenho e o
funcionamento social (Stigger, 2018). O aumento da ansiedade e o esgotamento são
sintomas associados à incapacidade de controlar o estresse no esporte, além de
diminuir a autoestima e as dificuldades de desempenho.

De acordo com Katch (2013), à medida que o estudo do estresse no esporte continua
se desenvolvendo, a pesquisa se concentra principalmente na experiência do atleta.
De modo que os treinadores esportivos devem se preocupar com a forma como o
estresse e a ansiedade afeta seus atletas. Muitos atletas lutam com o estresse e a
ansiedade diariamente. Cada atleta reage ao estresse e à ansiedade de maneira
diferente.

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Ademais, nessa perspectiva, a ameaça à auto-estima é provavelmente uma das


fontes mais poderosas de estresse em futebol pela categoria sub dezessete. Pois a
maioria das pessoas tem alguma opinião sobre si mesma. Dá-lhes o apóio necessário
em sua realização profissional, é essencial. Devido que, em curto prazo, a alta auto-
estima pode dar à pessoa uma sensação de insegurança, não se sentir importante e
garantir que ela não encontre um lugar merecido em seu time de futebol (PERUMAL,
2016).

A auto-estimativa está ligada à forma como os outros nos avaliam, mas é diferente da
avaliação social. É essencial que as pessoas desempenhem com sucesso nas áreas
que consideram importantes, mesmo que estejam realizando tarefas sozinhas, sem
espectadores ou anonimamente. Portanto, quando o resultado da tarefa ameaça o
nível de auto-estima de alguém, ele pode exercer pressão psicológica sobre os
jogadores sub dezessete e prejudicar os resultados futebolísticos (KATCH, 2013).

Outro fator que ocorre estresse no meio esportivo, de acordo com a revisão da
literatura é o físico (carga de trabalho e lesões). Podendo elencar que o medo da dor
e da lesão é um dos sentimentos fundamentais dos seres vivos. Os atletas podem
sentir esse medo em esportes de contato (boxe, rugby), esportes tecnicamente
complicados e com alto risco de lesões (ginástica, esportes radicais) ou quando
tiverem histórico anterior de lesões. Uma carga de trabalho físico se torna muito
comum no esporte contemporâneo. Dia a dia o atleta tem que tolerar esse efeito
cumulativo podendo ainda resultar em exaustão psicológica crônica (SANCHES,
2019).

Posto isto, de acordo com Brandão (2000) diferentes fatores e situações podem
provocar os mesmos sintomas estressantes podendo ser fisiológicas e psicológicas
(por exemplo, frequência cardíaca alta), enquanto essas respostas podem ser
extremas para uma pessoa e usuais para outra. Em palavras simples, o estresse para
os atletas, depende de quão grande eles consideram um desafio, de quão confiantes
estão em suas habilidades para enfrentá-lo e de quão importante é lidar com o
sucesso.

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Os desempenhos dos treinadores são frequentemente julgados pelo sucesso de seus


atletas (SANTOS et al., 2002), portanto, não surpreende que os treinadores também
experimentem estresse como resultado das demandas crescentes de fatores
estressantes de seus atletas.

OS IMPACTOS ESTRESSANTES NO FUTEBOL NA CATEGORIA SUB


DEZESSETE

Para Vieira (2016) o estresse é um fator da vida que afeta a todos, mas os atletas
tendem a sofrer mais do que os não atletas, devido à quantidade necessária para
equilibrar entre trabalhos escolares, práticas e jogos, bem como as pressões
familiares e a vida cotidiana. O estudo do estresse no esporte está dentro do domínio
da psicologia do esporte. Existem muitos distúrbios relacionados ao estresse.
Normalmente, um atleta é diagnosticado com transtorno de estresse geral,
mas também há distúrbios de estresse mais específicos.
Esses distúrbios incluem, mas não se limitam a, transtorno obsessivo-compulsivo
(TOC), depressão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). O estresse pode
ser manifestado em pessoas com TOC, porque a pessoa ficará obcecada com suas
tradições, seja o número de vezes que deve apagar uma luz ou limpar as mãos, se a
pessoa não fizer o número correto, porque estressado e consumirá seus pensamentos
até que eles o corrijam (CHAGAS, 2017).

Costa et. al. (2018) explanam que a depressão pode fazer com que uma pessoa se
estresse, e o estresse pode causar depressão, porque a pessoa se preocupa com o
que está estressando ela, e começará a se concentrar apenas nisso e logo não
encontrará prazer em suas atividades diárias normais que acabarão como um efeito
bola de neve e continua a piorar, a menos que obtenha ajuda.

O transtorno de estresse pós-traumático geralmente não afeta os atletas, mas às


vezes pode ocorrer, principalmente após um acidente de carro traumático ou lesão
grave. O TEPT é uma condição muito séria que pode levar a outros problemas, como
o suicídio. Esta é uma condição que não deve ser tomada de ânimo leve e, se o atleta

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apresentar algum sinal de TEPT, ele deverá ser encaminhado a um centro de


aconselhamento para obter tratamento adequado (MACHADO et. al. 2012).

Pesquisas mostram que atletas de futebol de categoria sub dezessete anos


experimentam maior psicopatologia. Os exemplos incluem: mais problemas com o
álcool e apresentam maior risco de sintomatologia de distúrbios alimentares. Hackford
et al. (2016) também descobriram que esses atletas relataram níveis mais altos de
sintomas depressivos, ansiedade social e falta de apóio da equipe.

Para Silva (2019) existem muitos impactos estressantes no futebol, principalmente em


categoria sub dezessete, pois os atletas estão no início de sua carreira e contemplam
sonhos devido à sua profissão. Muitos atletas em níveis elevados de estresse
precisaram de tratamento especializado. De acordo com Machado et. al. (2012), a
qualquer momento, um treinador esportivo sente que o nível de estresse do atleta está
se tornando muito alto e incontrolável, então, o atleta precisa estabelecer um centro
de aconselhamento para obter ajuda adequada e ferramentas para ajudar a diminuir
seu nível de estresse.

Diante à revisão da literatura, foram achados os principais impactos que causam


estresse em atletas de futebol em categoria sub dezessete. Nesse sentido, para Costa
et. al. (2018) existem muitos sinais e sintomas de estresse e todos são diferentes,
apenas um sinal ou sintoma descrito por um atleta pode não ser o que outro atleta
experimenta. Basso (2016) descreveu sete impactos nas quais um atleta pode sofrer
estresse. Esses impactos são:

a) afetivo;
b) comportamental;
c) biológico / fisiológico;
d) cognitivo;
c) imaginal;
d) interpessoal; e
e) sensorial.

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Cada impacto tem seus próprios sinais e sintomas. Sinais e sintomas afetivos incluem:
ansiedade, raiva, culpa, depressão, vergonha e sentir pena de si mesmo. Sinais e
sintomas comportamentais incluem: distúrbios do sono, inquietação, comportamento
agressivo, abuso de álcool ou drogas, mau humor, choro, mau desempenho. Sinais e
sintomas biológicos ou fisiológicos incluem tensão muscular, aumento da frequência
cardíaca, espasmos estomacais, dores e dores de cabeça. Sinais e sintomas
cognitivos é frustração, preocupações, distorção, exagero, expectativas irrealistas de
desempenho, declarações autodestrutivas e deficiências pessoais. Os sinais e
sintomas imaginários incluem imagens de falha, imagens de desamparo e imagens
de vergonha. Os sinais e sintomas interpessoais incluem manipulação e
argumentação. A última categoria, sensorial, inclui tensão, náusea, suor frio e dor
(BASSO, 2016).

Existem muitos problemas de saúde relacionados a altos níveis de estresse em


jogadores de futebol da categoria sub-17. Estes incluem a: síndrome do intestino
irritável, diabetes, doenças da pele, como urticária, úlceras, condições respiratórias e
disfunção sexual. Essas condições tendem a ocorrer por um longo período de
tempo (GRAHAM, 2018).

Isto posto, depois que um atleta desenvolve uma dessas outras condições, o treinador
esportivo e os profissionais de saúde precisam sentar-se com o atleta e tentar
descobrir a causa da doença. De acordo com Basso (2016) eles precisam ter em
mente que o estresse pode ser a causa subjacente e sugerir maneiras de o atleta
ajudar a lidar com o estresse. O atleta também pode precisar ajustar seus hábitos
alimentares e fazer outras mudanças no estilo de vida para ajudar a gerenciar o
estresse e os problemas de saúde (MANN, 2013).

Ademais, existem algumas maneiras de um atleta de futebol da categoria sub-17


responder ao estresse. Muitas vezes, os atletas não lidam com o estresse
adequadamente, nem sabem como, portanto, devem procurar ajuda externa para lidar
com isso (MACHADO et. al. 2012).

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Para Costa et. al. (2018) maneiras saudáveis para os atletas lidarem com o estresse
são se envolver em atividades prazerosas, cuidar do corpo, manter uma perspectiva
positiva, rir, praticar técnicas de relaxamento, conversar com outras pessoas e obter
ajuda de um profissional.

Muitos atletas não sabem como lidar com o estresse, geralmente na categoria sub
dezessete, devido ter pouca idade de vida, pouca experiência profissional e quase
nunca ter lidado com fatores estressantes em sua vida, e, geralmente precisam de
ajuda quando se trata de lidar com o estresse. Devido a esse fato, muitas vezes o
treinador ou professor de educação física é a primeira pessoa para a qual o atleta
recorre quando está estressado. Esse profissional esportivo precisa conhecer os
recursos disponíveis e as etapas adequadas a serem seguidas para obter ao atleta a
ajuda adequada de que precisam (HATZIGEORGIADIS, 2008).

Em suma, segundo Chagas (2017) atletas que sofrem de estresse e ansiedade e não
aprendem a controlar seus sintomas terão em pouco tempo, problemas que passarão
para o seu desempenho esportivo, como também para sua vida cotidiana à longo
prazo. Psicólogos do esporte há muito acreditam que altos níveis de estresse durante
a competição são prejudiciais, piora o desempenho e até mesmo levando ao
abandono de sua carreira.

Sempre haverá algum estresse nos esportes, principalmente no futebol que é o


esporte mais praticado pelos brasileiros, onde envolve sonhos dos atletas de se tornar
famoso e ganhar bastante dinheiro caso se torne profissional (MARTENS , 2011) Por
isso é importante tentar maneiras diferentes durante a prática esportiva para ajuda a
saber o que funcionará melhor para um atleta estressado durante uma competição. O
quadro 1 mostrará práticas usadas pelos treinadores para diminuir a tensão e
estresse.

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Quadro 1 - Práticas para melhorar a ansiedade e evitar estresse no futebol em atletas


da categoria sub dezessete.

Respiração profunda Respirar fundo e segurar por cerca de


5 segundos e soltar lentamente.
Repetir no mínimo cinco vezes.
Visualizando o sucesso Imaginar completar um passe,
arremessar ou marcar um gol.
Atenção Concentrar-se no presente, em vez de
se preocupar com o futuro ou o passado.
Ter uma rotina Concentrar-se na rotina para manter o
estresse sob controle.

Fonte: Adaptado Brandão (2000)

Ainda segundo Brandão (200) o esporte é manter-se ativo, sentir orgulho, se


desenvolver como jogador e fazer amigos. Acima de tudo, o objetivo é se divertir. Ao
manter isso como prioridade, o atleta pode aprender a lidar com o estresse, que é
uma parte natural de qualquer competição.

PRINCIPAIS FATORES GERADORES AO ESTRESSE ENTRE


ATLETAS DE FUTEBOL NA CATEGORIA SUB DEZESSETE

A inclusão de jovens atletas no futebol ocorre por meio da intervenção das categorias
básicas classificadas de clubes profissionais, geralmente em regime habitacional, com
duração aproximada de cinco a seis horas de trabalho por dia, atribuída ao
condicionamento físico, domínio das técnicas de jogo, domínio de questões táticas e
psicológicas até atingir o profissionalismo (CRUZ, 2009). Além disso, de acordo com
Leite et. al., (2016) os atletas geralmente começam sua busca pelo futebol profissional
a partir dos dez anos de idade, deixando a família, os amigos e a infância, o que causa
um grande distúrbio psicológico para a idade, muitas vezes não alcançando o
profissionalismo e dedicando anos de treinamento. por algo que você não tem certeza
de que realizará.

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Para Santos et. al., (2012) os participantes da categoria sub-17 têm entre 14 e 17 anos
de idade, onde devem ser emancipados judicialmente, assinando o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. O treinamento é realizado cinco a oito vezes por
semana, com duração média de uma hora e meia por dia, e as equipes disputam uma
média de três a quatro competições anualmente.

A obsessão desses jovens atletas em se tornarem jogadores de futebol


demandam devido a idolatria de jogadores reconhecidos por seu talento
e habilidade, como a título de exemplo os jogadores Neymar Jr. e
Cristiano Ronaldo. Dessa forma, os adolescentes de categoria de base,
se espelham nesses atletas, almejando um futuro brilhante por seu
talento, reconhecimento de mídia e salários milionários (SILVA, 2019, p.
145).

Nessa perspectiva, a psicologia do esporte visa a intermediação entre o atleta e as


pessoas ao seu redor, melhora seu desempenho e ajuda a orientar o atleta na rotina
de treinos e competições. No entanto, muitas vezes as demandas desses atletas são
variadas, o que pode causar um grande estresse psicológico, de que uma intervenção,
através da psicologia do esporte, não poderá ajudá-lo com suas emoções, causando
a síndrome de burnout, termo em português que significa " queimar para fora ". No
entanto, para esportes, sua tradução é melhor expressa pela palavra " esgotamento "
(HATZIGEORGIADIS, 2008).
Síndrome de esgotamento, sobrecarga, abandono e fadiga não adaptativa são
condições que um treinador esportivo não deseja que seus atletas experimentem. O
treinador esportivo deve fornecer recursos para o atleta antes que sua condição atinja
esse nível, mesmo que seja apenas para enviá-lo ao centro de aconselhamento no
jogo (BASSO, 2017).

Posto isto, o futebol é um dos esportes em que mais ocorre estresse emocional em
adolescentes, acarretando a síndrome de Burnout. Essa síndrome precisa ser tratada
com mais relevância por pessoas diretamente envolvidas no esporte, principalmente
aquelas que lidam diariamente com jovens atletas, uma vez que o distúrbio pode ser
um fator responsável pelo abandono do esporte (PAÍNA, 2018).

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Conforme Silva (2019), O burnout é uma síndrome, isto é, um conjunto de sintomas,


e é baseado em três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e redução
da satisfação no trabalho.

Os sintomas são sentimentos de fadiga extrema, sentimentos negativos sobre si


mesmo, comportamento impessoal, incoerente e descuidado com as pessoas ao seu
redor. Pequenas adaptações nessas subáreas foram feitas pela pesquisa de Cruz
(2009), quando é lidado com a área esportiva, caracterizando-as como:

a)exaustão física e emocional;

b)sensação reduzida de desempenho esportivo; e

c) desvalorização esportiva.

A literatura demonstra que existem inúmeros tópicos sobre estressores no futebol,


como: esgotamento, distância da família, tempo de prática no futebol, horário do clube
e número de clubes em que os atletas jogaram. No entanto, os resultados encontrados
indicam baixos valores de burnout, com baixo risco de evasão esportiva.

Para Silva (2019) os baixos índices encontrados sugerem que o trabalho realizado
nas categorias básicas de ambos os clubes respeita as demandas físicas e
psicológicas de treinamentos e competições, além de oferecer períodos de descanso
adequados, períodos adequados na presença de família e lazer.

A resposta ao estresse pode ser negativa ou positiva, o que dependerá


da percepção de ameaça, preocupação e medo ou de uma reação
positiva e desafiadora ao processo competitivo. A direção dessa
interpretação influenciará o nível de desempenho. Isso pode explicar por
que, enquanto para alguns atletas, o estresse vivenciado na competição
é desafiador e estimulante, causa ansiedade para outros (BRANDÃO et
al., 2000, p. 24).

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Para Katch (2013), alguns dos indicadores de estressores são: dificuldade de


relacionamento com o treinador, alta demanda competitiva, monotonia de
treinamento, falta de habilidades técnicas, decepção com os resultados finais obtidos,
interesses financeiros, ausência ou redução da vida pessoal fora do esporte, falta de
apoio da família e amigos, demanda excessiva de energia e tempo, sensação de
isolamento da equipe técnica e falta de reforço positivo para os resultados alcançados.

Para Basso (2017), essas causas estão principalmente associadas a uma das
características mais importantes da síndrome, que é o abandono precoce do esporte,
chamado abandono (dropout). De acordo com Paina (2018) esse fator ocorre com
jovens atletas que lidam com relacionamentos interpessoais frequentes, colegas de
equipe, membros de seus comitês técnicos, gerentes, equipes de árbitros, imprensa,
amigos ou familiares. Com essas relações, são vivenciadas percepções de
demandas, críticas, cansaço e estresse, causadas por treinamentos, viagens e jogos
(PERUMAL, 2016).

Ademais, para Wilmore (2012) o termo dropout é um resultado ruim para os atletas,
devido ter estresse mal gerido e ansiedade, os atletas podem abandonar o esporte.
Nessa perspectiva, o dropout é considerado o abandono do esporte e é classificado
em três grupos distintos que possuem características particulares, conforme
representa em Quadro 2:

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Quadro 2 - As três características do Dropout.

Fonte: Wilmore (2012).

Conforme mostrado em quadro 2, para Wilmore (2012) se faz primordial um estudo


para avaliar jovens atletas de futebol, nas categorias sub-dezessete, a fim de
apresentar indicadores relacionados aos sintomas que afetam os menores de
dezessete anos aos estressores do futebol. Esses sintomas, quando identificados,
evitam o abandono precoce, o abandono.Para Sanches (2010), outro pressuposto
amplamente aceito é que todas as emoções positivas facilitam o desempenho
esportivo. Enquanto as negativas podem causar estresse e até droupout.

Em suma, muitas vezes, o atleta não percebe que, com o estresse físico e emocional,
no entanto, durante o curso da vida esportiva, sintomas que afetam seu desempenho
e satisfação no trabalho são evidenciados e podem levar ao estresse. Os
relacionamentos interpessoais são um dos fatores que levam os atletas a aumentar

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os fatores de nível de estresse, especialmente quando esses relacionamentos são


tensos, conflitantes e prolongados (VIEIRA, 2016).

Finalmente, o apoio no centro de treinamento por colegas e treinadores, uma boa


organização no ambiente e ausência de conflitos interpessoais com as pessoas com
quem o atleta vive diariamente, são características do ambiente profissional que não
permitem o desenvolvimento de estresse em atletas de futebol com menos de
dezessete anos.

ESTUDO DE CASO

Foram elegíveis no período de setembro de 2019 a novembro de 2019, trinta atletas


de futebol da categoria sub dezessete no Clube Atlético Juventus e no Sport Clube
Corinthians na cidade de São Paulo, SP. Como instrumento de pesquisa, utilizou-se
o Inventário de sintomas de estresse para adultos de lipp (ISSL) (anexo 1). A
permissão para conduzir a pesquisa de campo, foi obtida por autorização dos
jogadores, onde eu realizei a pesquisa, mantendo total sigilo das pessoas
entrevistadas. Ademais, são apresentados na tabela 1 os resultados obtidos junto aos
jogadores da área de estudo.

Tabela 1 - Fatores potencialmente associados ao estresse.

Fatores N Média
Ser prejudicado pelos juízes 30 1,03
Condicionamento físico inadequado 30 1,03
Ser expulso do jogo 30 1,16
Permanecer no banco de reserva 30 1,3
Machucar-se durante o jogo 30 1,2
Campo em condições ruins 30 1,46
Dormir mal na noite anterior 30 1,33
Preparação técnica e tática inadequada 30 1,23
Problemas familiares 30 1,23
Dificuldade financeira 30 1,3

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Entrar no jogo machucado 30 1,36


Conflitos com os companheiros de equipe 30 1,26
Insatisfação com o clube 30 1,3
Cobrança excessiva do técnico 30 1,2

A tabela 1, representa os fatores potencialmente associados ao estresse dos


jogadores entrevistados nos clubes supra mencionados anteriormente. Pude observar
que a maioria dos jogadores possuem algum grau de estresse pelo futebol.

Comparando os diferentes dados para elaborar o resultado, mostraram que o os


fatores que mais deixam os jogadores estressados são as condições ruins de campo,
seguida por entrar em jogo machucado (lesionado) e dormir mal na noite que antecede
o jogo ou o treino.

Além disso, os resultados da entrevista também mostraram fatores psicológicos ao


estresse, de acordo com a tabela 2, podem incluir: demandas físicas, psicológicas,
ambientais, expectativas, problemas de relacionamento e preocupações com a
direção da vida.

Tabela 2 - Fatores psicológicos associados ao estresse.

Fatores N Média
Falta de preparação psicológica 30 1,03
Pressão de si mesmo para ganhar 30 1,13
Demandas físicas 30 1,43
Conflitos com o técnico 30 1,2
Demandas psicológicas 30 1,41
Demandas ambientais 30 1,40
Expectativas 30 1,36
Problemas familiares 30 1,18
Problemas relacionamento 30 1,27
Preocupações 30 1,2

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Por fim, os achados dessa investigação tiveram como objetivo analisar os fatores
estressantes nos jogadores de futebol da categoria sub dezessete. O fator do nível de
estresse em atletas da referida categoria sub-17, é causado por mudanças no
desenvolvimento adolescente, adicionado ao estresse esportivo, podendo ainda
causar graves consequências físicas, psicológicas e sociais.

CONCLUSÃO

Com a elaboração deste estudo chega-se à conclusão de que o estresse afeta todos,
mas, com a pesquisa de campo, fora descoberto que muitos jogadores de futebol de
categoria sub-17 enfrentam essas condições mais do que o resto da população.
Apesar dos benefícios bem documentados do exercício e da participação esportiva na
saúde mental, alguns atletas às vezes experimentam problemas psicológicos,
emocionais e comportamentais.

Muitos jogadores de futebol de categoria sub dezessete anos lutam para lidar com o
estresse e a ansiedade que acompanham esses atletas, as demandas de seu esporte,
bem como as pressões de sua família e amigos. Ademais, os treinadores de atletas
precisam ter certeza de que ajudam os seus atletas com aconselhamento e ajuda no
caso de estresse de forma que prejudique o rendimento de seus atletas, solicitando
que estes façam uso do centro de aconselhamento e terapia para limitar o estresse
no futebol.
Diante da proposta do tema apresentado, este artigo procurou responder à
problemática da pesquisa que é: quais são fatores geradores de estresse em atletas
praticantes da modalidade futebol na categoria sub dezessete?

A resposta a esta indagação é que existem vários fatores que podem causar estresse
ao atleta, principalmente em futebol na categoria sub dezessete. Os fatores que
podem gerar o estresse nesses atletas, podem incluir: demandas físicas, psicológicas,
ambientais, expectativas, pressões para atingir um alto padrão, problemas de
relacionamento e preocupações com a direção da vida.

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REFERÊNCIAS

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2017.

BETHANY K. Técnicas para gerenciar o estresse no futebol. Jornal de futebol; 53


(3): 32-37. Flórida, 2008.

BRANDÃO, Maria Regina. Fatores de stress em jogadores de futebol profissional.


Tese de doutorado em ciências do esporte. UNICAMP, Faculdade de Educação
Física, 2000.

CHAGAS MH. Verificação do estresse em competição em jogadores de futebol das


categorias juvenil e júnior. Revista Associação dos Professores de Educação
Física de Londrina; vol.13(19): pag 12-18. 2017.

COSTA, Cleverson, TAVARES, Aline. Lesão física, estresse psicológico e


enfrentamento em atletas de futebol. RBFF - Revista Brasileira de Futsal e Futebol.
vol. 17 (2) pag. 71-82, 2018.

CRUZ. Whyllerton. Estresse e Recuperação de Atletas de Futebol de Alto


Rendimento Em Treinamento. Dissertação de mestrado em educação física pela
Universidade do Estado de Santa Catarina. Florianópolis, 2009.

GRAHAM, Jones . Estresse e desempenho no esporte. Nova York: John Wiley &
Sons. 2018.

HACKFORD, D. e SPIELBERGER, C.D. Ansiedade no esporte: uma perspectiva


internacional. Oxford, São Paulo, 2016.

HATZIGEORGIADIS, A. Conversa negativa negativa durante o desempenho


esportivo: Relações com ansiedade pré-competição e discrepâncias no desempenho
de metas. (2008). Report Journal of Sport Behavior, vol. 31: 3, pag. 237-254. 2008.

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JÚNIOR, José. Análise do estresse psicológico pré-competitivo e estratégias de


coping de jovens atletas de futebol de campo. Rev. bras. Ci. e Mov 2010;18(4):45-
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KATCH, Victor. Fisiologia do Exercício: Nutrição, Energia e Desempenho Humano.


Oitava Edição. Ed: Guannabara Roggan. 2013.

LEITE, E.A., FERREIRA, J.B., KILLIANY, E.M. Psicopatia autorreferida em atletas:


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Sport Behavior, 28: 1, 86-98. 2016.

MACHADO, A. A.; BARBOSA, C. G.; VERZANI, R. H.; MORÃO, K. G. Estratégias de


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MANN, B.J., O'NEILL, D.F. Uma pesquisa com profissionais de medicina esportiva
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MARTENS R. Ansiedade competitiva no esporte. Pubmed, Rio Grande do Sul,


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Clínic vol.11 no.1 São Leopoldo jan./abr. (2018).

PERUMAL. Wilson Raj. O Submundo do Futebol: Confissões de um Manipulador de


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SANCHES, Alice. Avaliação da percepção das situações de estresse de jogadores de


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STIGGER,Marco Paulo. Educação Física, Esporte e Diversidade. Ed: Saraiva,


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VIEIRA, Y.L. Emoções no esporte: Cinética Humana. Medline, Rio de Janeiro, 2016.

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Psicologia do Exercício; 12: 21-36. São Paulo, 2014.

WILMORE, J. Fisiologia do Esporte e do Exercício. 1ª Ed. São Paulo: Manole, 2001.

ANEXO 1

Esta pesquisa, de caráter científico, visa a obtenção de informações a respeito da


origem e recuperação de fatores estressantes em jogadores de futebol da categoria
sub dezessete. Desta forma, este questionário foi elaborado pelos estudantes do
curso de educação física com base no inventário de stress para adultos de Lipp, com
a intenção do levantamento de informações, sendo assegurado o sigilo dos
entrevistados.

Quadro 3 - Inventário de stress para adultos de Lipp (ISSL).

Fatores Sim Não


1. Machucar-se durante o jogo
2. Entrar no jogo machucado
3. Ser prejudicado pelos juízes
4. Falta de preparação psicológica

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5. Preparação técnico-tática inadequada


6. Condicionamento físico inadequado
7. Derrotas anteriores
8. Pressão da mídia
9. Pressão de si mesmo para ganhar
10. Pressão da torcida
11. Conflitos com o técnico
12. Pressão dos companheiros de equipe
13. Conflitos com os companheiros de equipe
14. Distância da família
15. Problemas familiares
16. Campo em condições ruins
17. Dificuldade financeira
18. Mudança de técnico
19. Obrigatoriedade de ganhar a partida
20. Renovação de contrato
21. Clima/ Temperatura
22. Cobrança excessiva do técnico
23. Alimentação no clube
24. Insatisfação com o clube
25. Dormir mal na noite anterior
26. Jogar em casa
27. Jogar fora de casa
28. Jogar contra o time favorito
29. Permanecer no banco de reservas
30. Marcar gol contra
31. Cobrança de pênalti
32. Ser expulso do jogo

Enviado: Novembro, 2019.

Aprovado: Janeiro, 2020.

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