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manifestaram reportando-se às suas peças e Mario do Carmo de Sousa Lima não se
manifestou.
É o relatório.
Decide-se:
A PEM acusou o Comandante do comboio, 2ON Mario do Carmo de Sousa
Lima, de ter agido de forma imprudente e negligente ao navegar ciente da utilização de
cabos de nylon na amarração e por não ter adotado procedimentos adequados em caso de
mau tempo, não providenciando o reforço na amarração das balsas. Em sua defesa o Sr.
Mario afirmou que o desmembramento do comboio teria sido causado por uma mudança
brusca do tempo e que a colisão de duas balsas com o terminal teria acontecido depois de
as mesmas já terem sido resgatadas e estarem amarradas, não tendo relação com o
desmembramento que ocorrera no dia anterior.
Responsabilizou também a armadora Navegação Unidas Tapajós Ltda., pois,
mesmo ciente que seu comboio atravessaria uma área sujeita a mudanças bruscas do
clima, não criou nenhum procedimento para casos de mau tempo, não guarnecendo as
embarcações de cabos para fazerem o reforço na amarração e manter o comboio estável
mesmo sob condições externas extremas. Em sua defesa também afirmou que a causa do
evento teria sido a fortuna do mar.
A mudança do tempo é um fator esperado por qualquer marinheiro. É um
evento corriqueiro e, por isso, guarda-se a bordo, por cautela, equipamentos capazes de
reforçar aqueles outros utilizados normalmente. No caso dos autos verificou-se que o
comboio estava guarnecido de cabos novos e capazes de suportar a navegação interior
área I sob boas condições de tempo, mas que seriam insuficientes para navegação em
área II sob mau tempo.
Desse modo, tendo sido provado que o desmembramento se deu por falhas
nos equipamentos utilizados na amarração do comboio, que eram apropriados para
suportar uma condição de mar calmo, mas que não suportaram um mau tempo de
ocorrência corriqueira naquela região, deve a representação ser julgada procedente para
responsabilizar ambos os representados pelo acidente e pelo fato da navegação aqui
analisados.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) Quanto à
natureza e extensão do acidente e do fato da navegação: desmembramento acidental de
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