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O

Rei
Leão
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O
Rei
Leão
The Lion King
Copyright © 2019 Disney Enterprises, Inc.

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19/02/1998.
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meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação
ou quaisquer outros.

Diretor editorial: Luis Matos


Gerente editorial: Marcia Batista
Assistentes editoriais: Letícia Nakamura e Raquel F. Abranches
Tradução: Rebecka Villarreal
Preparação: Marina Constantino
Revisão: Audrya Oliveira e Tássia Carvalho
Adaptação de texto: Lily Murray
Arte e adaptação de capa: Renato Klisman
Ilustração de capa: Chellie Carroll
Design original: Lindsay Broderick

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica


Ilacqua CRB-8/7057

M962r
Murray, Lily
O rei leão / Lily Murray ; tradução de Rebecka
Villarreal. –– São Paulo : Universo dos Livros,
2021.
80 p : il, color. (Clássicos Disney ; vol 3)

e-ISBN 978-65-5609-142-6
Título original: The Lion King
1. Ficção infantojuvenil norte-americana 2. Disney
I. Título II. Villarreal, Rebecka III. Série

20-3755 CDD 028.5


Este livro pertence a
Agradecimentos

Agradecimentos especiais à equipe da Biblioteca de Pesquisa em


Animação da Walt Disney por sua inestimável ajuda e por fornecer
as imagens para este livro.
O Rei Leão estreou nos cinemas em junho de 1994. Eu tinha oito
anos e já era apaixonada por desenhar, inspiração provocada
principalmente pelas animações da Disney. Mas alguma coisa nesse
filme pareceu diferente para mim. Antes mesmo de seu lançamento,
assisti ao trailer no cinema, e ele ficou na minha cabeça por muito,
muito tempo.
Não consigo lembrar a razão pela qual O Rei Leão me impactou
tanto assim quando era criança. Talvez tenha sido a música, ou os
efeitos visuais maravilhosos, ou o fato de que me transportava para
um lugar que nenhum conto de fadas tinha conseguido até então.
As emoções do filme, as escolhas feitas pelos personagens e a
jornada na qual embarcam certamente tocam a todos nós. Tenho
certeza de que os animais falantes também me encantavam. Mas
me lembro de um sentimento, embora o raciocínio não estivesse
totalmente formado na minha cabeça: “Quero fazer algo assim”. Não
demorou muito para que aquele pensamento se cristalizasse. Eu
tinha nove anos quando assisti pela TV a um especial sobre os
bastidores do processo de animação, vi um animador virando folhas
de papel e tudo fez sentido para mim: “Ah! É possível fazer um filme
com desenhos!”. Desde esse momento, soube que queria trabalhar
com animação.
Passei horas vasculhando o livro Art of The Lion King [A arte de O
Rei Leão]. Estudei os diferentes estilos de ilustração até que
pudesse nomear o artista só de olhar para o desenho. Ver o nome
de artistas mulheres, como Lorna Cook e Brenda Chapman, foi, sem
dúvida, muito importante, mas eu não tinha ideia de quão
impressionante era isso na época.
É algo bizarro e bonito eu ter conseguido o emprego que queria
desde quando tinha nove anos. Tive o prazer de conhecer e de
trabalhar com algumas das pessoas cujo nome eu tinha
memorizado daquele livro de desenhos. Muito da maneira sobre
como fazemos filmes mudou, mas sua essência, o talento artístico e
a narrativa — todas as coisas que fazem O Rei Leão ser essa obra
de arte — ainda estão presentes. Espero que todos que lerem este
livro encontrem o seu “rei leão” e sintam-se inspirados a se
aventurar e fazer coisas incríveis.

Lissa Treiman
Estúdios de Animação Walt Disney
O sol nasceu sobre a savana, enorme e amarelo no vasto céu.
Todos os animais do reino levantaram a cabeça em direção ao sol.
Então, como um só, começaram a se mexer. Antílopes pulavam,
zebras galopavam e elefantes balançavam pela planície. Grandes e
pequenos, eles nadaram, voaram e marcharam até a Pedra do Rei,
onde Mufasa, seu rei, esperava, orgulhoso.
A multidão de animais deu passagem a Rafiki, um amigo e
conselheiro da família real. Ele escalou a Pedra do Rei até alcançar
Mufasa e então o abraçou.
Mufasa sorriu e andou até sua esposa, Sarabi. O filhote deles estava
aninhado em suas patas.
Rafiki espalhou um suco vermelho e terra na testa do filhote. Então o
carregou até a beira da Pedra do Rei, segurando-o acima de sua
cabeça para que todos o vissem — Simba, seu novo príncipe e
futuro rei.
Do outro lado da planície, o irmão de Mufasa, Scar, prendia um rato
indefeso embaixo de sua pata.
— A vida não é justa, não é? Entenda, eu, ora… eu nunca serei rei.
E você… você nunca mais verá a luz de outro dia — falou enquanto
balançava o rato sobre sua boca aberta.
— Sua mãe nunca o ensinou a não brincar com a comida? — o
conselheiro do rei, Zazu, interrompeu-o.
— O que é que você quer? — exigiu saber Scar.
— Eu estou aqui para anunciar que o rei Mufasa está a caminho —
explicou Zazu —, e é melhor ter uma boa desculpa por ter perdido a
cerimônia esta manhã.
— Oooh — falou Scar de maneira sarcástica —, eu estou tremendo
de medo.
— Ele avançou em direção a Zazu, prendendo-o em sua boca.
— Scar! — gritou Mufasa da entrada do covil. — Largue-o.
— Sempre pontual, majestade — falou Zazu.
Mufasa andou em direção a Scar.
— Sarabi e eu não vimos você na apresentação de Simba.
— Como irmão do rei, deveria ser o primeiro da fila. — Zazu pulou
para a frente.
— Eu era o primeiro da fila, até que nasceu a bolinha peluda —
respondeu Scar.
— A bolinha peluda é meu filho e seu futuro rei — falou Mufasa.
— Oh, eu tenho que treinar reverência — disse Scar, virando as
costas.
— Não dê as costas para mim, Scar.
— Oh, não, Mufasa. Mas é melhor você não dar as costas para mim
— sibilou Scar.
— Isso é uma ameaça? — rugiu Mufasa.
— Eu não sonharia em desafiar você. Em matéria de cérebro, eu
tenho a herança dos leões. Mas, em matéria de força bruta, eu
receio não ser um bom representante da espécie. — E, com essas
palavras, foi embora.
Naquela noite, enquanto a chuva caía e os raios tomavam conta do
céu, Rafiki estava embaixo da copa de uma árvore. Ele pintou a
figura de um filhote de leão em seu tronco.
— Simba — falou, sorrindo.
***
Com o passar dos meses, Simba cresceu e se tornou um filhote
curioso, correndo por toda a Pedra do Rei. Uma manhã, antes do
amanhecer, foi até seu pai:
— Pai! Pai! Pai! Pai! — chamou, empurrando Mufasa. — Vamos, pai!
Você prometeu!
— Tá bem, tá bem. Já vou, já vou — falou Mufasa.
Ele levou Simba até a beira da Pedra do Rei para ver o sol nascer.
— Olhe, Simba. Tudo isso que o sol toca é o nosso reino — disse
Mufasa. — O tempo de um reinado se levanta e se põe como o sol.
Um dia, Simba, o sol vai se pôr com o meu tempo aqui e vai se
levantar com o seu, como o novo rei.
— Tudo isso será meu? — falou Simba, surpreso.
— Tudo isso — disse Mufasa.
— E aquele lugar escuro lá? — perguntou Simba.
— Fica além de nossa fronteira — respondeu Mufasa. — Jamais
deve ir lá, Simba.
Juntos, pai e filho começaram a andar pela planície, com Zazu
voando atrás deles.
— Tudo o que você vê faz parte de um delicado equilíbrio — explicou
Mufasa. — Como rei, você tem que entender esse equilíbrio e
respeitar todos os animais, desde a formiguinha até o maior dos
antílopes.
— Mas nós não comemos antílopes?
— Sim, Simba, mas deixe-me explicar. Quando você morre, seu
corpo se torna grama, e o antílope come a grama. E, assim, estamos
todos ligados no grande Ciclo da Vida.
— Senhor! — chamou Zazu, urgentemente. — Hienas nas Terras do
Reino!
Mufasa ficou sério:
— Zazu, leve Simba para casa — ordenou. Sem demoras, ele correu
em direção às Terras do Reino.
— Nunca posso ir a lugar nenhum — resmungou Simba, vendo seu
pai ir embora.
Enquanto Mufasa lidava com as hienas, Simba foi visitar seu tio Scar
em seu covil.
— Eu vou ser o rei da Pedra do Rei — o filhote anunciou. — Meu pai
me mostrou todo o reino. Eu vou mandar nisso tudo.
— Então seu pai lhe mostrou todo o reino, não é? — perguntou Scar.
— Tudinho — disse Simba.
— Ele não lhe mostrou o que está além do planalto na fronteira
norte?
— Ah, não… — admitiu Simba. — Disse que não posso ir lá.
— E ele está absolutamente certo. Lá é muito perigoso — concordou
Scar. — Só os leões mais corajosos vão lá.
— Sou corajoso — falou Simba. — O que há lá?
— Lamento, Simba. Não posso lhe dizer. Um cemitério de elefantes
não é um lugar para um príncipe. Ops! — Scar tapou a boca com a
pata.
— Um cemitério? Legal! — exclamou Simba.
— Prometa que você nunca irá àquele lugar horrível — falou Scar. —
Agora corra por aí e divirta-se. E lembre-se, é o nosso segredinho.
Assim que Simba foi embora, um sorriso maldoso apareceu no rosto
de Scar.
Simba correu até sua amiga Nala, que estava sendo limpa pela mãe:
— Vamos. Ouvi falar num grande lugar — disse. — É muito legal.
— E onde fica esse lugar legal? — perguntou a mãe de Simba,
Sarabi.
— Oh… — falou Simba. — Perto do olho d’água… Simba lançou um
olhar secreto para Nala, e então os dois falaram:
— Deixa!
— Desde que Zazu vá com vocês — afirmou Sarabi.
— Aonde vamos de verdade? — sussurrou Nala quando começaram
a jornada.
— Um cemitério de elefantes — Simba sussurrou de volta.
— Nossa! — falou Nala. — E como vamos nos livrar do calau?
Simba sorriu. Eles criaram uma distração com a ajuda de um
rebanho de animais.
— Nos livramos! — disse Nala.
— Eu sou um gênio — gabou-se Simba.
— Ei, gênio, foi minha ideia — respondeu Nala. Os filhotes
começaram a brigar de brincadeira. Nala prendeu Simba no chão.

Eles começaram a rolar um para cima do outro, caindo ladeira abaixo


até chegarem ao Cemitério de Elefantes.
— É arrepiante — constatou Nala.
— É — concordou Simba. — Vamos, vamos verificar.
Mas, naquele momento, Zazu pousou na frente deles:
— Não! A única coisa que vão “verificar” é a saída. Estamos muito
além dos limites das Terras do Reino — grasnou. — E fique sabendo
que agora estamos todos nós em perigo.
— Perigo? Rá! — falou Simba. — Eu ando na selva braba. Eu rio na
cara do perigo. — Ele gargalhou.
Mas sua gargalhada foi abafada pelo som de três hienas rindo.

— Olha só, Banzai — falou Shenzi. — O que encontramos aqui?


— Um trio de invasores! — respondeu Banzai enquanto Ed, a outra
hiena, continuava rindo.
Então Shenzi se virou para Zazu:
— Eu te conheço. Você é o bobo da corte de Mufasa.

— Minha nossa, olhem para o sol, é hora de ir! — insistiu Zazu.


— Por que a pressa? — perguntou Shenzi. — Seria ótimo ficarem
para o jantar.
— É! — disse Banzai. — Gostaríamos de ter leão na mesa! Com
isso, Nala e Simba fugiram. Os filhotes correram até ficarem
encurralados contra uma parede de pedra. Ao se virarem,
depararam-se com as hienas andando em sua direção.
De repente, Mufasa saltou, prendendo as hienas no chão.
— Se chegarem perto do meu filho outra vez… — rosnou.
As hienas fugiram. Elas não eram páreo para Mufasa.
— Pai, eu… — começou Simba.
— Você acabou me desobedecendo. Vamos para casa — falou
Mufasa de maneira firme.
Enquanto Zazu levava Nala para casa, Mufasa se virou para o filho:
— Simba, estou decepcionado com você.
— Eu só quis ser valente como você — disse Simba.
— Só sou valente quando é preciso ser — explicou Mufasa.
— Mas você nunca tem medo de nada.
— Eu tive hoje — falou Mufasa. — Achei que ia perder você.
— Então até os reis têm medo, não é?
Mufasa sorriu para o filho e falou:
— Vem cá. — Ele pegou Simba e começou a lhe dar cascudos.
Então os dois rolaram juntos na grama sob a luz do luar.
— Pai? — chamou Simba. — Somos amigos, não é?
— É claro — respondeu Mufasa.
— E nós sempre estaremos juntos, não é?
Mufasa ficou quieto por um momento.
— Deixe-me contar-lhe uma coisa que meu pai me contou. Olhe as
estrelas. Os grandes reis do passado olham para nós lá das estrelas.
E sempre que se sentir sozinho, procure lembrar que aqueles reis
sempre estarão lá para guiá-lo. E eu também estarei.
Enquanto isso, Scar visitava as hienas.
— Você trouxe alguma coisa para a gente comer, não trouxe, Scar?
— perguntou Banzai.
— Eu acho que vocês não merecem isso — disse Scar, segurando
uma pata de zebra. — Mandei de presente aqueles filhotes para
vocês, e vocês nem souberam acabar com eles.
— Quer saber, eles não estavam completamente a sós, Scar
— falaram as hienas. — É, o que é que a gente ia fazer? Matar
Mufasa?
— Exatamente — falou Scar.
***
No dia seguinte, Scar levou Simba até o desfiladeiro:
— Espere aqui — instruiu. — Seu pai tem uma surpresa maravilhosa
para você.
— Ah, tio Scar. Vou gostar da surpresa?
— Simba — falou Scar enquanto ia embora —, ela será de matar.
Na pastagem acima do desfiladeiro, uma manada de gnus estava
pacificamente reunida enquanto as hienas se escondiam atrás de
uma pedra. Ao sinal de Scar, elas assustaram os gnus, levando-os
para o desfiladeiro.
A primeira coisa que Simba sentiu foi o chão tremendo. Então viu
uma debandada enorme vindo em sua direção. Simba seria
pisoteado em um instante. Apavorado, ele correu.
Scar alcançou Mufasa:
— Rápido! Debandada. No desfiladeiro. E Simba está lá! Enquanto
Mufasa corria para salvá-lo, Simba se segurou em um galho baixo. A
manada passou por ele.
— Seu pai está a caminho — gritou Zazu. — Segure-se! Mas o galho
começou a se quebrar.
— Pai! — gritou Simba.
Mufasa saltou no desfiladeiro e correu pela manada até alcançar seu
filho. Então colocou Simba em cima de uma pedra. Um segundo
depois, Mufasa foi atingido por um gnu e arrastado para o meio da
debandada.
Mufasa escalou pelas pedras. Ao chegar no topo, pediu a ajuda de
Scar.
Scar se debruçou e fincou as garras nas patas de Mufasa, fora do
campo de visão de Simba.
— Vida longa ao rei — declarou Scar em um tom ameaçador
enquanto jogava Mufasa desfiladeiro abaixo.
— Não! — gritou Simba quando viu seu pai caindo.
Quando o filhote conseguiu descer de volta ao desfiladeiro, a
manada tinha ido embora. No meio da poeira, Simba encontrou seu
pai caído no chão.
— Pai, vamos, tem que levantar — pediu Simba. Mas Mufasa não se
mexeu.
— Socorro! — gritou Simba enquanto lágrimas escorriam por seu
rosto. — Alguém aí? Nos ajude!
Ele se enfiou embaixo da pata de seu pai e ficou deitado ali até Scar
chegar.
— Simba — falou Scar —, o que você fez? O rei está morto. E, se
não fosse por você, ainda estaria vivo. O que sua mãe vai pensar?
— O que eu vou fazer, tio? — perguntou Simba, chorando.
— Fuja, Simba — disse Scar. — Fuja. Fuja para longe e não volte
mais.
E, com essas palavras, Simba correu.
Atrás de Scar, as hienas estavam esperando.
— Matem-no — mandou o leão.
As hienas perseguiram Simba até chegarem em um campo cheio de
arbustos com espinhos. Somente Simba conseguia passar por baixo
deles sem se arranhar.
— Eu sei lá para onde ele foi. Quer que eu acabe igual a você, igual
a um cacto? — falou Shenzi, que não queria ser também ela
espetada pelos espinhos. — Vai acabar morrendo por aí mesmo. E,
se voltar, ele morre.
Na Pedra do Rei, Scar estava diante dos outros leões:
— A morte de Mufasa é uma tragédia horrível — disse. — Mas
perder Simba, que mal começou a viver… para mim, é uma perda
muito pessoal. E é com profunda tristeza que eu assumo o trono.
Mas é das cinzas desta tragédia que levantamos para saudar o
alvorecer de uma nova era, na qual leões e hienas estarão juntos
num grande e glorioso futuro.
Enquanto falava, as hienas se reuniam na Pedra do Rei, e sua risada
ecoava pela terra.
Em sua árvore , Rafiki balançou a cabeça com pesar. Então, ergueu
sua mão e borrou seu desenho de Simba.
***
Longe dali, em um solo seco e rachado, Simba dormia, rodeado de
abutres. Então o som de cascos tomou conta do lugar enquanto
Pumba, o javali, e seu amigo Timão, o suricate, corriam em direção a
eles.
— Adoro isso, boliche com bútio! — falou Pumba enquanto os
abutres saíam voando. — Ô, Timão, vem dar uma olhada. Acho que
está vivo ainda.
Timão cheirou Simba e levantou sua pata.
— Xi! É um leão! — exclamou. — Corre, Pumba. Foge!
— Ah, Timão, é só um leãozinho. Olha para ele. Tão bonitinho e
sozinho. Ficamos com ele?
— Leões comem caras como nós!
— Mas pode ficar do nosso lado! — disse Pumba.
— Ei, eu saquei! — falou Timão. — E se ele ficar do nosso lado? A
gente ter um leão por perto pode não ser uma má ideia.
Pumba se abaixou, pegou o adormecido Simba com suas presas e o
carregou.
Eles deitaram Simba embaixo de uma árvore e lhe jogaram água até
ele acordar.
— Eu salvei você — falou Timão. — Bem, o Pumba… ajudou.
— Obrigado pela ajuda — disse Simba enquanto começava a se
afastar.
— Ei, aonde vai? — perguntou Timão.
— Não sei — falou Simba.
— Então, de onde vem? — perguntou Timão, correndo atrás dele.
— O que importa? — disse Simba. — Não posso voltar.
— Você é um rejeitado — falou Timão. — Que legal, nós também.
— O que fez, garoto? — perguntou Pumba.
— Uma coisa horrível. E não quero falar sobre isso.
— Sabe, garoto — falou Pumba —, em horas como esta o meu
amigo Timão aqui diz: “Você deve pôr o seu traseiro no passado.”
— Não, não, não, trapalhão. Não pense para não lhe doer a cabeça.
É assim: “Você tem que deixar o seu passado para trás.” — disse
Timão. — Repita comigo: “Hakuna matata.”
— O quê? — perguntou Simba.
— Isto é: “Sem problemas” — explicou Pumba.
Simba seguiu seus novos amigos até a casa deles. Na hora de
comer, Timão ofereceu uma comida pegajosa para Simba, que
comeu, relutante.
— Tudo bem — falou Simba, segurando o inseto grudento. —
Hakuna matata.
Os dias se passaram, e depois os meses, e os anos. Logo, Simba se
tornou um leão adulto, vivendo com seus amigos em um paraíso livre
de preocupações.
***
Na Pedra do Rei, porém, os animais estavam vivendo dias difíceis.
Até as hienas estavam reclamando.
— Scar — disse Shenzi —, não há comida nem água.
— E eu que pensava que a coisa era ruim com Mufasa — falou
Banzai.
— O que foi que você disse? — rosnou Scar. — Caiam fora!
***
Enquanto isso, Simba, Pumba e Timão estavam deitados de barriga
para cima, olhando o céu estrelado.
— Já imaginou o que serão aqueles pontos brilhantes lá em cima? —
perguntou Pumba.
— Bom — falou Simba, relutante —, já me disseram uma vez que os
grandes reis do passado estão lá, olhando por nós.
— Quer dizer que um bando de reis mortos está olhando para nós?
— disse Timão. Ele e Pumba começaram a rir.
— É — pronunciou-se Simba, fingindo rir com eles. — Bobagem. —
Ele andou até a beirada de uma pedra alta e deitou jogando-se,
levantando uma nuvem de poeira que se espalhou com o vento.
Do outro lado da planície, Rafiki pegou a poeira com suas mãos e a
examinou.
— Simba? — exclamou. — Simba… está vivo! Está vivo! — Então
ele fez um novo desenho de Simba no tronco de sua árvore. — Já
era tempo — anunciou.
Sem saber da descoberta de Rafiki, Nala, agora uma leoa adulta,
estava procurando por comida. Enquanto espreitava pelas matas, ela
sentiu o cheiro de Pumba e começou a segui-lo. Mas, assim que ela
saltou para pegá-lo, Simba pulou sobre ela, rugindo.
Os dois rolaram até Nala prender Simba no chão, do mesmo jeito
que tinha feito quando os dois eram filhotes.
— Nala? — indagou Simba. — É você?
Nala recuou.
— Quem é você? — questionou ela.
— Sou eu, Simba.
Por um momento, ela congelou. E então sorriu:
— Uau! Mas como você…? De onde você veio? — perguntou ela.

— Puxa, é legal ver você — falou Simba.


— Ei, o que é que está acontecendo aqui? — gritou Timão, ficando
no meio deles.
— Timão, esta é a Nala. Ela é minha melhor amiga.
— Imagine quando souberem que esteve aqui todo este tempo —
disse Nala. — E a sua mãe… O que ela vai pensar?
— Ela não tem que saber disso — falou Simba. — Ninguém tem que
saber disso.
— Mas é claro que tem. Todos pensam que você morreu. Scar
contou que viu a debandada.
— Contou? E o que mais ele contou?
— E o que mais importa? Você está vivo. E isso significa… que você
é o rei — disse Nala. — Não sabe quanto isso significa para todos.
Especialmente para mim. Eu senti sua falta.
— E eu o mesmo — falou Simba.
Eles caminharam juntos, bebendo de poças e saltando pelas matas.
Nala ficou confusa.
— Precisamos de você em nossa terra — disse Nala. — Você é o rei.
— O Scar é — respondeu Simba.
— Simba, ele deixa as hienas comandarem tudo lá. Tudo está
destruído. Não há comida, não há água. Se você não fizer alguma
coisa, todos vão morrer de fome.
— Eu não posso voltar — disse Simba. — Olha, algumas coisas
ruins acontecem, e não há nada que a gente possa fazer. Por que se
preocupar?
— Porque é sua responsabilidade — explicou Nala. — Será que não
entende? Você é a única esperança.
— Lamento — rebateu Simba, balançando a cabeça.
— O que houve com você? Não é o Simba que eu lembro.
— Escuta — disse Simba —, acha que pode chegar aqui e me
ensinar a viver minha vida? Você nem sabe tudo o que eu passei. —
E saiu andando.
Enquanto a escuridão tomava conta do céu, Simba olhou para as
estrelas.
— Você disse que estaria sempre aí para mim. Mas não está. E por
minha causa. Foi minha culpa — falou, começando a chorar.
Então ouviu um canto vindo do topo das árvores.
Era Rafiki.
— Eu sei quem você é — falou o macaco, pulando de uma árvore. —
Você é o filho de Mufasa. — Simba olhou para Rafiki, impressionado.
— Está vivo! E vou mostrá-lo a você — disse Rafiki enquanto corria.
Simba correu atrás dele em meio aos troncos retorcidos das árvores.
Rafiki parou de repente em um lago. Simba olhou para a água, mas
enxergou somente o seu reflexo.
— Olhe com atenção — instruiu Rafiki. Dessa vez, Mufasa apareceu
olhando para Simba.
— Está vendo? — falou Rafiki. — Ele vive em você.
— Simba — a voz de Mufasa ecoou das nuvens. Simba olhou para o
céu, e lá estava Mufasa, rodeado por nuvens. — Olhe para dentro de
si. Você é muito mais do que pensa que é. Você tem que ocupar seu
lugar no Ciclo da Vida. Lembre-se de quem você é. Você é meu filho
e o verdadeiro rei.
Então a imagem de Mufasa sumiu, e Simba ficou sozinho novamente
com Rafiki.
— Eu sei o que tenho que fazer, mas, se eu voltar, tenho que
enfrentar meu passado — disse Simba.
Rafiki bateu na cabeça de Simba com seu bastão.
— Ei, que história é essa? — perguntou Simba.
— Não interessa, está no passado — explicou Rafiki.
— É, mas ainda dói.
— Oh, é, o passado pode doer — falou Rafiki. — Mas, do jeito que
eu vejo, você pode fugir dele ou aprender com ele. — E então tentou
bater com o bastão na cabeça de Simba novamente, mas, dessa
vez, Simba desviou.
Com isso, Simba partiu. Ele foi correndo até as Terras do Reino.
Quando chegou, ficou chocado ao vislumbrar a terra estéril em volta.
— É horrível, não é? — perguntou Nala, que tinha acabado de
chegar. — O que fez você voltar?
— Este é o meu reino — replicou Simba. — Se eu não lutar por ele,
quem luta?
Não estavam sozinhos ao se aproximarem da Pedra do Rei. Timão e
Pumba tinham se juntado a eles e agora estavam distraindo as
hienas cantando e dançando enquanto Simba e Nala prosseguiam
às escondidas.
Simba viu sua mãe parada na frente de Scar.
— Já não sobrou nada — Sarabi falou. — Nós só temos uma
escolha. Temos que sair da Pedra do Rei.
— Não vamos a lugar algum — determinou Scar. — Você está nos
sentenciando à morte.
— Eu sou o rei — respondeu Scar —, posso fazer tudo que quero.
— Se fosse metade do rei que Mufasa foi… — começou a falar
Sarabi, mas Scar a derrubou no chão antes que pudesse terminar a
frase.
— Sou dez vezes o que Mufasa foi!
Um rugido tomou conta do lugar. Scar olhou para cima e viu Simba,
que correu para encontrar sua mãe.
— Simba? — disse Sarabi.
— Estou de volta — falou Simba, encostando a cabeça na de sua
mãe.
— Simba! — ronronou Scar. — Estou surpreso em ver você… e vivo.
— Renuncie, Scar — exigiu Simba.
— Há um pequeno problema — disse Scar. — Você as vê? — Ele
apontou para as hienas. — Elas pensam que eu sou o rei.
— Mas nós, não — falou Nala. — Simba é o rei de direito.
— Ah — disse Scar, andando em volta de Simba —, então ele não
lhes contou o seu segredinho? Ora, Simba, eis a sua chance de
contar a eles. Conte-lhes quem foi responsável pela morte de
Mufasa.
— Eu. Fui eu — falou Simba.
— Estão vendo? Ele confessa. Criminoso! — gritou Scar.
— Não, foi um acidente — explicou Simba.
— Se não fosse por você, Mufasa ainda estaria vivo — retrucou
Scar. — Por sua culpa, está morto. Você nega isso?
— Não — respondeu Simba.
— Então é culpado! — falou Scar, com raiva. Scar levou Simba até a
beira da pedra. — Ah, Simba — continuou —, está em apuros outra
vez. Mas, desta vez, papai não está aqui para salvá-lo, e agora todos
já sabem por quê!
Simba escorregou e ficou pendurado, segurando-se na beirada da
pedra. Um raio caiu na grama seca abaixo dele, que começou a
pegar fogo.
— Agora, isso me parece familiar — disse Scar. — Foi assim que
seu pai me pareceu antes de morrer. — Ele se abaixou,
aproximando-se de Simba. — E este é o meu segredinho —
sussurrou. — Eu matei Mufasa.
Simba conseguiu pular de volta para cima, prendendo Scar no chão
enquanto as hienas e as leoas assistiam.
— Assassino! — gritou. — Confesse a verdade.
— Eu matei… — sussurrou Scar.
— Quero que fale para todos — exigiu Simba.
— Eu matei Mufasa — admitiu Scar.
Percebendo o que estava acontecendo, as hienas partiram para cima
das leoas, que lutaram com a ajuda dos amigos de Simba.
Simba perseguiu Scar, que tentou fugir.
— Assassino — rosnou Simba. — Você não merece viver.
— Mas, Simba, eu sou da família. As hienas é que são nossas
inimigas. A culpa é delas, elas deram a ideia.
— Por que vou acreditar em você? Tudo o que você já me disse era
mentira — respondeu Simba.
— E o que você pretende fazer? Não iria matar seu próprio tio, hum?
— Não, Scar. Eu não sou igual a você — disse Simba. — Fuja. Fuja
para longe e não volte nunca.
Quando deu as costas para Simba , porém, Scar jogou brasas em
seus olhos e o atacou.
Os dois leões lutaram, batendo com suas patas e arranhando com
suas garras. Finalmente, Simba fez Scar rolar pela beira do abismo.
Scar levantou com vagarosidade, e as hienas se aproximaram. —
Minhas amigas — chamou Scar.
— Amigas? — falou Shenzi. — Acho que você disse que éramos
inimigas.
Então elas partiram na direção dele enquanto as chamas tomavam
conta do terreno.
Pouco depois, a chuva caiu do céu, apagando o incêndio. Simba e
as leoas se reuniram debaixo da Pedra do Rei.
— Está na hora — disse Rafiki para Simba.
Simba caminhou até o topo da Pedra do Rei. Ele olhou para as
nuvens de chuva.
— Lembre-se — ressoou a voz de seu pai. Então Simba deu um
rugido que ecoou pela planície. Ele tinha tomado seu lugar como rei.
Com o tempo, as Terras do Reino ficaram verdes novamente. Os
rebanhos voltaram. Simba estava na Pedra do Rei com Nala, Timão
e Pumba a seu lado, enquanto Zazu voava ao redor deles. Os
animais do reino se curvaram quando Rafiki foi até a borda da Pedra
do Rei segurando a cria de Simba e Nala nas mãos. Ele a segurou
acima de sua cabeça, celebrando o Ciclo da Vida.

E assim eles viveram…


felizes para sempre.

Fim
A arte de O Rei Leão, da Disney

O Rei Leão foi o primeiro longa-metragem animado da Disney com


roteiro completamente original. O conceito de uma história sobre
amadurecimento ambientada na África nasceu durante uma viagem
de avião, e, através de viagens de pesquisa e sessões intensivas de
geração de ideias, o filme que conhecemos passou a ganhar forma.
Os artistas que trabalharam nele se inspiravam na arte africana,
assim como nos atores que fazem parte do elenco. Os animadores
assistiram a palestras sobre movimentos e comportamentos dos
animais e tiveram a oportunidade de fazer esboços usando como
modelos animais reais, levados até o estúdio. O Rei Leão costuma
ser elogiado pelo seu esplendor artístico, e ao longo deste livro
foram mostradas as artes conceituais, as células de animação e os
esboços da história dos seguintes artistas dos Estúdios Disney.

Dan Cooper
Depois de se formar pela Art Center College of Design e de uma
passagem pela publicidade, Dan Cooper se juntou aos Estúdios
Walt Disney em 1990, trabalhando em filmes como Aladdin, O Rei
Leão e Pocahontas como artista de cenário. Cooper agora trabalha
como artista de desenvolvimento visual e colaborou em algumas
das animações mais recentes da Disney, incluindo Enrolados,
Moana, Detona Ralph e Wi-Fi Ralph: Quebrando a Internet.
Pintura de cenário na página 15.

Bob Smith
Bob Smith nasceu na Califórnia e, ainda que tenha trabalhado para
a marinha dos Estados Unidos e como artista plástico, dedicou mais
de quarenta anos à animação. Smith trabalhou para os Estúdios
Walt Disney como artista de layout e designer de personagens em
filmes como Oliver e sua Turma, Bernardo e Bianca na Terra dos
Cangurus e O Rei Leão.
Arte conceitual na página 16.

Don Moore
Don Moore é principalmente um desenhista de cenário que
contribuiu para várias animações da Disney, incluindo O Rei Leão,
Pocahontas, O Corcunda de Notre-Dame, Hércules e Tarzan.
Color key na página 24.

Roger Allers
Movido pelo amor que sentia pela Disney desde criança, Roger
Allers juntou-se aos Estúdios Walt Disney em 1985 como um artista
de storyboard em Oliver e sua Turma. Allers continuou a trabalhar
com storyboards em filmes como A Pequena Sereia e Bernardo e
Bianca na Terra dos Cangurus antes de assumir o papel de diretor
de animação em A Bela e a Fera. Em 1991, Allers aceitou codirigir
um projeto chamado King of the Jungle [O rei da selva], que se
tornou O Rei Leão. Allers também colaborou como escritor do libreto
para O Rei Leão da Broadway, pelo qual recebeu uma indicação ao
Prêmio Tony.
Esboço da história na página 19.

Chris Sanders
Chris Sanders juntou-se aos Estúdios Walt Disney um pouco depois
de se formar, em 1984, pelo CalArts. Sanders trabalhou como
designer de personagens, artista de storyboard, diretor de arte e
designer de produção em projetos como A Bela e a Fera, O Rei
Leão e Mulan. Sanders dirigiu a animação Lilo e Stitch, de 2002, e
forneceu a voz para Stitch em muitos países ocidentais em que o
filme foi lançado.
Arte conceitual nas páginas 20, 38 e 41; esboço da história na
página 55.

Lisa Keene
Incorporando-se aos Estúdios Walt Disney em 1982, Lisa Keene
trabalhou como artista de desenvolvimento visual e supervisora de
cenário em alguns dos mais aclamados filmes da Disney, incluindo
A Bela e a Fera, O Rei Leão, Encantada, A Princesa e o Sapo e
Enrolados.
Color key na página 80.

Rick Maki
O animador canadense Rick Maki juntou-se aos Estúdios Walt
Disney para trabalhar no departamento de roteiro de O Rei Leão.
Maki trabalhou como designer de personagens e artista de
desenvolvimento visual em vários filmes da Disney, incluindo
Hércules, Tarzan e A Princesa e o Sapo.
Arte conceitual na página 21.

Dave Burgess
O animador Dave Burgess trabalhou em vários filmes da Disney
animando personagens como o Gênio, de Aladdin; Gaston, de A
Bela e a Fera; Jane, de Tarzan; e Milo, de Atlantis: o Reino Perdido.
Em O Rei Leão, Burgess trabalhou como supervisor de animação
das hienas.
Arte conceitual na página 25.

Lorna Cook
Lorna Cook trabalhou como animadora e artista de storyboard nos
Estúdios Walt Disney durante os anos 1980 e 1990, contribuindo
para filmes como O Cão e a Raposa, A Bela e a Fera e Mulan. Em
O Rei Leão, Cook animou o Simba adulto.
Esboço da história nas páginas 26 e 28..

Andy Gaskill
Aos 21 anos, Andy Gaskill juntou-se aos Estúdios Walt Disney logo
depois de concluir o primeiro programa de treinamento em
animação em um escola de belas-artes, supervisionado pelo
veterano da Disney, Eric Larson. Gaskill trabalhou primeiro como
animador em Winnie the Pooh and Tigger Too [O Ursinho Pooh e
Tigrão], Bernardo e Bianca e OCão e a Raposa antes de trabalhar
como artista de storyboard em Tron: Uma Odisseia Eletrônica,
artista de desenvolvimento visual em A Pequena Sereia e diretor de
arte em O Rei Leão, Hércules e Planeta do Tesouro. Gaskill também
trabalhou para a Walt Disney Imagineering desenhando atrações
para os parques e resorts da Walt Disney.
Esboço da história nas páginas 29, 54, 56, 57 e 59.
Doug Ball
Trabalhando como artista de cenário e artista de desenvolvimento
visual, Doug Ball contribuiu para alguns dos filmes mais populares
da Disney dos anos 1990 e 2000, incluindo A Bela e a Fera, O Rei
Leão, Encantada e A Princesa e o Sapo.
Color key na página 32; arte conceitual nas páginas 48 e 51.

Greg Drolette
Greg Drolette trabalhou nos Estúdios Walt Disney durante os anos
1980 e 1990, criando pinturas de plano de fundo para alguns dos
maiores filmes desse período, incluindo APequena Sereia, A Bela e
a Fera, Aladdin, O ReiLeão, Hércules e Atlantis: o Reino Perdido.
Pinturas de cenário nas guardas do livro; color key na página 70.

Mark Henn
Mark Henn estudou no programa de Animação de Personagens da
Walt Disney no CalArts em 1978 e foi contratado pelos Estúdios
Walt Disney em 1980. Seu primeiro grande trabalho foi animar o
Mickey Mouse em Um Conto de Natal do Mickey. Desde então,
trabalhou em vários dos maiores filmes da Disney, especializando-
se em animar personagens femininos, como Ariel, de A Pequena
Sereia; Bela, de A Bela e a Fera; Jasmine, de Aladdin; Mulan, do
filme homônimo; Tiana, de A Princesa e o Sapo; e Anna, de Frozen.
Em O Rei Leão, Mark trabalhou como supervisor de animação da
versão filhote de Simba.
Arte conceitual na página 31.

Thom Enriquez
Thom Enriquez é um artista de storyboard e animador que contribuiu
para o desenvolvimento de roteiro de filmes como O Rei Leão,
Hércules, Mulan e Irmão Urso. Enriquez também trabalhou em A
Bela e a Fera, O Corcunda de Notre-Dame e A Pequena Sereia.
Arte conceitual na página 5; esboço da história na página 33.
Anthony DeRosa
Anthony “Tony” DeRosa começou a trabalhar nos Estúdios Walt
Disney em 1985, participando como animador em filmes como A
Pequena Sereia, A Bela e a Fera e Aladdin. Em O Rei Leão,
DeRosa foi o supervisor de animação da Nala adulta.
Arte conceitual na página 49.

Hans Bacher
Hans Bacher, nascido na Alemanha, é um conhecido e respeitado
artista de animação. Ele começou sua carreira na Disney em 1987 e
trabalhou como designer de produção, artista de desenvolvimento
visual, artista de storyboard e designer de personagens em filmes
como Aladdin, A Bela e a Fera, O Rei Leão, Hércules e Mulan.
Arte conceitual nas páginas 8-9.

Andreas Deja
Animador nascido na Polônia, Andreas Deja juntou-se ao
departamento de animação dos Estúdios Walt Disney em 1980 e
rapidamente se estabeleceu como supervisor de animação de
alguns dos vilões mais memoráveis da Disney. Ele animou Gaston,
de A Bela e a Fera; Jafar, de Aladdin; e Scar, de O Rei Leão. Mas
Deja nem sempre cuida dos vilões! Em A Pequena Sereia, animou o
Rei Tritão, assim como Hércules, do filme de mesmo nome; Lilo, de
Lilo e Stitch; e Tigrão na animação O Ursinho Pooh, de 2011. Em
2015, Deja foi reconhecido como uma lenda da Disney.
Arte conceitual nas páginas 12, 30, 36, 60 e 62; rafes de animação
na página 46.

Tony Bancroft
Mais conhecido por codirigir Mulan, Tony Bancroft animou alguns
dos personagens de apoio mais icônicos da Disney, incluindo
Horloge, de A Bela e a Fera, e Kronk, de A Nova Onda do
Imperador.
Arte conceitual na página 40 com Michael Surrey.

Ellen Woodbury
Incorporando-se à Disney nos anos 1980, Ellen Woodbury passou
vinte anos de sua carreira trabalhando como animadora em vários
dos maiores filmes da companhia naquele período. Depois de fazer
um mestrado em Animação Experimental no CalArts e de uma
passagem curta por outro estúdio, Woodbury juntou-se aos Estúdios
Walt Disney, onde foi aprendiz de Mike Gabriel, Hendel Butoy e
Mark Henn. Woodbury tornou-se a primeira supervisora de
animação mulher, função que estreou em O Rei Leão,
supervisionando a animação de Zazu.
Desenho de animação na página 14.

Barry Johnson
Artista de storyboard e de desenvolvimento visual, Barry Johnson
trabalhou em vários filmes da Disney, incluindo O Rei Leão e Mulan.
Mais recentemente, Johnson contribuiu para Operação Big Hero,
Detona Ralph, Frozen e Moana, assim como a animação Valente,
da Pixar.
Esboço da história nas páginas 34, 42 e 47.

Tom Shannon
Tom Shannon trabalhou como artista de layout durante duas
décadas nos Estúdios Walt Disney, contribuindo para filmes como
Bernardo e Bianca na Terra dos Cangurus, A Bela e a Fera, Aladdin,
O Rei Leão, Mulan e Tarzan.
Arte conceitual na página 67.

Burny Mattinson
Trabalhando nos Estúdios Walt Disney por mais de sessenta e cinco
anos, Burny Mattinson fez de quase tudo. Começando na empresa
em 1953, Mattinson foi animador, roteirista, diretor e produtor por
mais de meio século em clássicos da Disney como A Bela
Adormecida, Mogli: o Menino Lobo, Bernardo e Bianca, Um Conto
de Natal do Mickey, As Peripécias de um Ratinho Detetive, A
Pequena Sereia, Aladdin, O Rei Leão e Operação Big Hero, entre
outros. Seu amor pela animação e pela narrativa é uma inspiração
para cineastas e telespectadores em todo o mundo.
Esboço da história nas páginas 37 e 43.

Michael Surrey
Michael Surrey se mudou do Canadá para a Califórnia depois do
lançamento de A Pequena Sereia para se juntar aos Estúdios Walt
Disney. Ele foi contratado como assistente de animação para A Bela
e a Fera e depois foi assistente de Glen Keane na animação do
personagem Aladdin. Em O Rei Leão, Surrey trabalhou como
supervisor de animação do suricate Timão. Foi supervisor de
animação de vários personagens da Disney, incluindo Terk, de
Tarzan, e Ray, de A Princesa e o Sapo.
Arte conceitual na página 40 com Tony Bancroft e na página 71.

Kelvin Yasuda
Juntando-se aos Estúdios Walt Disney nos anos 1980, Kelvin
Yasuda contribuiu para vários filmes da Disney nas décadas de
1980, 1990 e 2000 como animador de efeitos especiais. Yasuda
trabalhou em O Caldeirão Mágico, Oliver e sua Turma, A Pequena
Sereia, A Bela e a Fera, O Rei Leão e Fantasia 2000.
Arte conceitual na página 66.
Glossário de Termos

Desenho de animação: Uma ilustração criada para a animação


final, pronta para ser transferida para a célula.
Pintura de cenário: Estabelece a cor, o estilo e o clima de uma
cena. São combinadas em sobreposição com a célula para obter
uma cena finalizada.
Célula: Uma folha de celuloide transparente na qual desenhos de
animação são traçados com tinta e coloridos. Para finalizar o quadro
de uma cena, a célula é fotografada com a pintura de cenário, que
aparece através das áreas não pintadas da célula. Embora não
tenham sido criadas para O Rei Leão, células especiais eram
criadas como referências físicas para a tinta e cores dos
personagens.
Color key: Estabelece a aparência de uma pintura de cenário e a
cor geral de uma cena. Os color keys ajudam os animadores a evitar
sobreposições/contrastes indesejados de cores ao inserir
personagens e objetos no cenário.
Arte conceitual: Desenhos, pinturas ou esboços feitos nas fases
iniciais do desenvolvimento de um filme. A arte conceitual é
frequentemente usada para inspirar a montagem, o clima e a
atmosfera das cenas.
Rafe de animação: Um desenho criado no início do processo de
animação para testá-la.
Esboço da história: Mostra a ação que está acontecendo em uma
cena, além de apresentar a emoção do momento da trama. Os
esboços ajudam a visualizar o filme antes de comprometer recursos
caros em sua produção.

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