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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Resenha do capítulo 4 do livro: A Função Manutenção de François Monchy

Júlia de Carvalho Arrais

02 de março de 2021

O capítulo 4 aborda os aspectos do comportamento do material e como ele se


apresenta dependendo das situações em que é exposto. Conceitos como a confiabilidade, a
disponibilidade e a manutenibilidade foram amplamente comentados por fazerem parte da
manutenção e serem importantes para o processo de prevenção e correção de falhas.
Através de exemplos de situações reais de aplicação desses conceitos em organizações, foi
possível perceber a importância dos mesmos para a empresa e também a necessidade de
sempre buscar aumentá-los para garantir bons resultados empresariais.

Iniciando o tema, apresenta-se o estudo das falhas, seu conceito e tipos em


diferentes situações. A falha de um equipamento é definida no livro como uma interrupção
na capacidade deste de exercer sua função, podendo ser parcial ou completa, por exemplo,
e acontecer por motivos diversos. Diante disso, tem-se a necessidade da análise de uma
falha, onde é identificado as causas, amplitude, consequências dessas falhas, entre outros
aspectos, para que, a partir daí, sejam estabelecidas soluções corretivas a serem
implementadas pelo técnico encarregado.

Durante o livro, evidencia-se o desgaste do equipamento como uma das causas de


sua falha, mais precisamente o desgaste pelo uso. No entanto, neste capítulo, é possível
perceber que a degradação pode acontecer por outros motivos além do uso, como é o caso
das corrosões, citadas através de exemplos. Existem corrosões eletroquímicas, químicas,
elétricas, bacteriana, de contato, a cavitação, entre outras, que precisam ser analisadas para
se dizer a condição de aparição das mesmas ou, caso já tenham surgido, diagnosticadas
pelos especialistas para que se estabeleçam as ações preventivas ou corretivas.

O autor afirma que todo equipamento é projetado para desempenhar uma certa
função e quando isso não acontece como o previsto, ocorrem as falhas. Quanto maior o
número de falhas, menor a confiabilidade da máquina. Por isso, se deve pensar em
maneiras de aumentar a confiança no item, já que a confiabilidade pode ser usada como um
critério de decisão do equipamento analisado. Para estimar a confiabilidade do item, pode-
se usar a taxa de falha, definida como o número de falhas por unidade de tempo. Para
demonstrar essa relação, pode-se usar a curva característica da duração de vida do
equipamento, chamada de “curva da bandeira”.

A “curva da bandeira” é utilizada para interpretar os três períodos de vida de um


item. Inicialmente a curva apresenta o período de Juventude, em que há grande número de
falhas decorrentes de defeitos da fabricação e da instalação. O segundo período é
Maturidade, sendo este um período de vida útil, em que a taxa de falhas diminui e passa a
ser constante ao longo do tempo. No último período, obsolescência, ocorre um aumenta da
taxa de falhas devido ao desgaste e degradação acelerada. É importante que esses períodos
de falhas sejam registrados para futuras avaliações.

Um dos métodos para análise das falhas funciona através do Diagrama de Pareto,
em que, apresentado na forma de gráfico, 20% dos eventos de falhas representam 80% das
perdas. Através dele, é possível enxergar os defeitos que, normalmente, estão ligados à má
utilização ou a um ambiente excepcional e, em seguida, realizar correções implantando uma
política de manutenção, se possível.

Já o Diagrama de Ishikawa, também conhecido como Diagrama de Causa e Efeito


ou Diagrama Espinha de Peixe, torna possível uma pesquisa das causas possíveis da
aparição das falhas. Com a causa do problema conhecida, é mais fácil traçar objetivos e
determinar ações apropriadas para evitar as consequências dessa falha.

Visando diminuir a quantidade de falhas, é importante priorizar o aumento da


confiabilidade do material. O capítulo apresenta esse tema através da sua definição e
relação com outros fatores. A confiabilidade é a capacidade ou probabilidade que um item
tem de cumprir uma função requerida sob condições específicas em um intervalo de tempo,
podendo ser considerada uma medida que varia de 0 a 1.

Os autores relacionaram alguns conceitos junto à confiabilidade e enfatizaram a


importância da relação entre esses aspectos para o material. Primeiramente, destacou-se a
relação entre qualidade e confiabilidade, sendo esta uma extensão da qualidade no tempo.
Os dois conceitos devem andar sempre juntos, já que um interfere diretamente no aumento
do outro.

Outro conceito relacionado ao da confiabilidade é a manutenibilidade, característica de um


equipamento em permitir um maior ou menor grau de facilidade na execução dos serviços
de manutenção. Esta se caracteriza pela MTTR – “Média dos Tempos Técnicos de Reparo”
– enquanto a confiabilidade seria a MTBF – “Média dos Tempos de Bom Funcionamento”.
A análise da manutenibilidade de um equipamento deve levar em conta os requisitos
quantitativos e qualitativos, o suporte logístico e a capacitação do pessoal de manutenção.
A partir da confiabilidade e manutenibilidade, tem-se a noção de disponibilidade do
equipamento.
A disponibilidade é a probabilidade de uma máquina estar em estado de
funcionamento. Ou seja, é a capacidade de um item estar em condições de executar certa
função. O cálculo da disponibilidade depende da confiabilidade e manutenibilidade, sendo
importante o alinhamento e interação entre esses dois conceitos para se atingir o objetivo
geral da manutenção: aumentar a disponibilidade.

O tema da disponibilidade permaneceu presente durante todo o capítulo 4, tendo em


vista sua importância para os processos e análises de falhas dos equipamentos. A melhoria
da disponibilidade é um dos objetivos frequentes dos serviços de manutenção, logo, faz-se
necessário um acompanhamento periódico da confiabilidade e manutenibilidade. Sendo
assim, é importante que a engenharia de manutenção atue de modo constante para buscar a
melhoria e domínio da disponibilidade, através do conhecimento dos técnicos e
experiências adquiridas, fazendo uso de ferramentas aconselháveis para as análises.

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