Você está na página 1de 24

Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.

º 68

Biologia e Cidadania

“Alimentação para a Saúde”

Formador: José Fonseca


Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

ÍNDICE

1. ALIMENTAÇÃO PARA A SAÚDE ....................................................................... 3


2. ALIMENTOS ........................................................................................................... 4
3. RODA DOS ALIMENTOS: ................................................................................... 4
4. NUTRIENTES ......................................................................................................... 5
5. OS CABELOS E OS NUTRIENTES .................................................................. 11
6. OBJECTIVOS DE UMA ALIMENTAÇÃO SAÚDAVEL ................................. 13
7. DICAS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAÚDAVEL ......................................... 14
8. IMC- ÍNDICE DE MASSA CORPORAL ........................................................... 15
9. DISTURBIOS ALIMENTARES .......................................................................... 16
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 23
ANEXOS ................................................................................................................... 24

2
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

1. ALIMENTAÇÃO PARA A SAÚDE

A alimentação humana constitui a matéria-prima com a qual o organismo é


mantido em boas condições para realizar tarefas de forma eficiente. A estrutura
do nosso corpo, a nossa saúde e até a saúde dos cabelos, vão depender da
hereditariedade e da qualidade, quantidade e proporção do que comemos ao
longo do nosso desenvolvimento
“A Alimentação Saudável é uma forma racional de comer que assegura
variedade, equilíbrio e quantidade justa de alimentos escolhidos pela sua
qualidade nutricional e higiénica, submetidos a benéficas manipulações
culinárias”. Emílio Peres, in “Saber comer para melhor viver”

A dieta actual afastou-se imenso da ingestão e do equilíbrio ideais de


nutrientes, uma alimentação balanceada deixou de ser apenas um hábito
saudável, tornou-se essencial para a manutenção do bom funcionamento do
organismo, bem como passou a ser uma das mais importantes ferramentas de
prevenção de doenças. Diante disso, a nossa alimentação passou a ser o
reflexo da nossa saúde.

Com o aumento do consumo de fast-food e o advento de epidemias como a


obesidade, uma dieta regrada deixou de ser apenas um hábito saudável,
tornando-se em algo essencial para evitar doenças decorrentes da vida
moderna.

Comer desequilibradamente e acima do necessário é, provavelmente, a


principal causa das doenças metabólicas e degenerativas das sociedades de
consumo.

O correcto não é passar privações e comer sem graça, é antes tirar vantagens
de uma alimentação equilibrada, agradável, ajustada ás necessidades e
geradora de convivência.

Podemos considerar que alimentação saudável é a ingestão de nutrientes que:

• Promova o equilíbrio emocional e rendimento mental perfeitos

• Promova o rendimento físico perfeitos

3
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

• Está associada a uma menor incidência de saúde deficiente

• Está associada uma maior duração de vida saudável

• Ajuda a melhorar a clareza e concentração mentais

• Aumenta o QI

2. ALIMENTOS

São substâncias usadas para alimentar os seres vivos ao longo da sua vida e
que fornecem todos os nutrientes necessários para:

 produção de energia;

 funcionamento correcto do organismo;

 formação, crescimento e reparação do corpo

3. RODA DOS ALIMENTOS:

A Roda dos Alimentos é um instrumento de educação alimentar destinado à


população em geral. Esta representação gráfica foi concebida para orientar as
escolhas e combinações alimentares que devem fazer parte de um dia
alimentar saudável.

Utilizada desde 1977, como parte da Campanha de Educação Alimentar “Saber


comer é saber viver”, a Roda dos Alimentos sofreu recentemente uma
reestruturação, motivada pela evolução dos conhecimentos científicos e pelas
alterações nos hábitos alimentares portugueses.

Mantendo o formato circular original, associado ao prato vulgarmente utilizado


às refeições, a nova versão subdivide alguns dos anteriores grupos e
estabelece porções diárias equivalentes, para além de incluir a água no centro
desta nova representação gráfica.

4
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

A nova Roda dos Alimentos é composta por sete grupos, com funções e
características nutricionais específicas:

 Cereais e derivados, tubérculos – 28%

 Hortícolas – 23%

 Fruta – 20%

 Lacticínios – 18%

 Carne, pescado e ovos – 5%

 Leguminosas – 4%

 Gorduras e óleos – 2%

Dentro de cada divisão estão reunidos alimentos nutricionalmente semelhantes


entre si, para que possam ser regularmente substituídos, assegurando a
variedade nutricional e alimentar. (ver anexo I)

4. NUTRIENTES

• São os produtos que se obtêm depois da transformação dos alimentos


no organismo humano através da digestão;
• São substâncias que compõem os alimentos e que o nosso organismo
necessita para viver, para manter a sua saúde e executar as suas
actividades diárias;
• Fornecem energia para trabalhar, praticar desporto e para o
funcionamento dos órgãos;
• Promovem o crescimento, cicatrização de feridas, substituição de
células envelhecidas, etc;
• A absorção da maior parte dos nutrientes dá-se no intestino delgado,
onde passam para o sangue que depois os transporta para todas as
partes do organismo para serem utilizados;
De seguida são especificados os sete grupos de nutrientes:

HIDRATOS DE CARBONO OU GLÚCIDOS

5
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

São substâncias que constituem a principal fonte de energia para o movimento,


trabalho e realização de todas as funções do organismo.
As principais fontes alimentares são: arroz, farinha, massa, pão, cereais,
batata, leguminosas (feijão, grão-de-bico, favas, ervilhas, lentilhas), fruta,
açúcar e mel.
Os hidratos de carbono são constituídos por carbono, oxigénio e hidrogénio.
Conforme a sua composição podem ser simples ou complexos. Os hidratos de
carbono simples são absorvidos rapidamente. Exemplos: glicose (uvas), frutose
(fruta e mel), lactose (leite), sacarose (açúcar comum). Os hidratos de carbono
complexos são absorvidos lentamente por serem constituídos por cadeias
longas que precisam ser desdobradas em açúcares simples (que possam ser
absorvidos). Exemplos: amidos (cereais, pão, massas, alguns frutos e
hortaliças).

GORDURAS OU LÍPIDOS

Os lípidos são os grandes fornecedores de energia. Os lípidos permitem o


transporte das vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), protegem-nos do frio,
constituem reservas de energia e protegem os órgãos vitais das agressões
externas. Nos lípidos encontram-se os mesmos elementos que compõe os
hidratos de carbono (carbono, oxigénio e hidrogénio), só que em combinações
diferentes. Não são solúveis em água (como os hidratos de carbono) mas sim
em álcool, éter e clorofórmio.
Os lípidos existem em alimentos de origem animal e vegetal. São exemplos:
manteiga, natas, banhas, toucinho, azeite, óleos alimentares, margarinas, ovo
(gema), frutos secos e alguns frutos tropicais como o abacate e coco.

PROTEÍNAS

As proteínas são substâncias responsáveis pelo crescimento, manutenção e


reparação dos órgãos, tecidos e células do organismo. Também fornecem
energia, que só é utilizada se faltarem os restantes nutrientes energéticos.
As proteínas são substâncias complexas, formadas a partir de unidades mais
pequenas chamadas aminoácidos.

6
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

As principais fontes de proteínas são os alimentos de origem animal, tais como


lacticínios (leite, queijo, iogurte, requeijão), carnes, peixes e ovos. Também
Existem quantidades apreciáveis de proteínas em alimentos de origem vegetal
como as leguminosas verdes e secas (feijão, grão-de-bico, favas, ervilhas,
lentilhas).

VITAMINAS

São substâncias orgânicas, encontram-se presentes nos alimentos em


quantidades muito pequenas e a sua maioria não é produzida pelo nosso
organismo. Têm um papel importante no crescimento e desenvolvimento, bem
como na prevenção de doenças e preservação de uma saúde equilibrada.
Conforme a sua solubilidade classificam-se em lipossolúveis (solúveis nas
gorduras) e hidrossolúveis (solúveis na água). As vitaminas lipossolúveis
englobam as vitaminas A, D, E e K). As hidrossolúveis compreendem a
vitamina C e as vitaminas do complexo B: B1, B2, B3, B5, B6, B8, B9 e B12.

Vitamina A (retinol)

A vitamina A encontra-se na manteiga, gema de ovo, no óleo de fígado de


bacalhau, no agrião, no pêssego, e no melão, na salsa e na cenoura. É
essencial para o crescimento normal, intervém na formação de ossos, do
esmalte dos dentes e é essencial para a visão quando a luz é de fraca
intensidade. Em concentrações elevadas pode ser irritante.

Vitamina D (Calciferol)

É sintetizada pela pele aquando da exposição à luz solar. Encontra-se nos


cereais integrais, nos ovos, no leite, na manteiga, nos óleos de bacalhau. É
essencial para o crescimento e desenvolvimento normais, favorece a fixação
de cálcio nos ossos, regulariza o metabolismo de certos sais minerais, como o
cálcio e o fósforo e estimula a cicatrização.

Vitamina E (Tocoferol)

7
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

É um potente oxidante. Previne irritações solares. Está presente em todos os


cereais integrais, nos óleos vegetais, vegetais de folhas verdes, gema de ovo e
nozes.
Vitamina K

Aumenta a elasticidade da pele. Está presente nas plantas verdes, como a


couve, o repolho, os espinafres, a couve branca e roxa, no arroz integral e nos
óleos vegetais não refinados. É igualmente sintetizada por bactérias do
intestino. Constitui um factor essencial no processo de coagulação sanguínea.

Vitamina C (Ácido Ascórbico)

Esta vitamina encontra-se nas frutas e nos legumes frescos, nomeadamente


nos citrinos, no tomate, na salsa, nos agriões, pimentos verdes, repolho cru,
morangos e kiwi. Intervém na formação dos dentes e dos ossos, promove a
cicatrização dos ferimentos e fracturas e reduz a tendência às infecções.
Aumenta a absorção de ferro. Previne o escorbuto (hemorragias nas gengivas
e mucosas, perda de dentes).

Vitamina B

Não é uma única vitamina, mas sim um complexo de 12 vitaminas diferentes.


Algumas são descritas a seguir.

 Tiamina (vitamina B1)


Está presente no porco, fígado, vísceras, cereais, grãos integrais, e
batatas. É essencial para o crescimento, apetite normal e digestão.

 Riboflavina (vitamina B2)


Está presente no leite e nos seus derivados, vísceras, vegetais de folhas
verdes, cereais, pães e ovos. É essencial para o crescimento e para a
saúde dos olhos. Evita as inflamações cutâneas e a cegueira diurna.

8
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

 Niacina (vitamina B3 ou PP)


É essencial para uma pele saudável, protege o fígado, os tecidos
nervosos e o aparelho digestivo. Ajuda a regular a taxa de colesterol no
sangue. Está presente no fígado, peixe, carne, aves, ovos, amendoins,
leite e legumes verdes.

 Ácido Pantoténico (vitamina B5)

Ajuda no metabolismo das proteínas, gorduras e açúcares, actua na


produção das hormonas supra-renais e na formação de anticorpos. Está
presente em todos os alimentos animais e vegetais. Os ovos, o fígado e o
salmão são as melhores fontes.

 Pirixodina (vitamina B6)

Esta vitamina ajuda no metabolismo dos aminoácidos, sendo importante


para um crescimento normal. Ajuda a regular a secreção seborreica.
Encontra-se no porco, carne, leite, gema de ovo, farinha de aveia e
legumes.

 Biotina (vitamina B8)

Intervém no metabolismo das proteínas e dos hidratos de carbono e,


também, na formação da pele. Está presente no fígado, cogumelos,
amendoins, leite, carne, gema de ovo, maioria dos vegetais, banana,
laranja, tomate, melão e morangos.

 Ácido fólico (vitamina B9)

Esta vitamina é essencial para a síntese de ácidos nucleicos. Encontra-se


nos vegetais de folhas verdes, carnes, trigo, ovos, peixes, feijões.

 Cobalamina (vitamina B12)

Esta vitamina é essencial para a formação normal de células sanguíneas.


Intervém no crescimento. Está presente no fígado, rim, leite e derivados,
carne e ovos.

9
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

MINERAIS

Os minerais contribuem para a conservação e renovação dos tecidos e para o


bom funcionamento das células nervosas. Encontram-se numa grande
variedade de alimentos de origem animal e vegetal.
Em seguida apresentam-se alguns minerais e funções alimentares que
desempenham no organismo, bem como as suas fontes alimentares.

 Cálcio
É essencial para a constituição dos ossos e dentes. Encontra-se nos
lacticínios (queijo, iogurte e outros leites), frutos secos, produtos
hortícolas de folha verde-escura (couve-galega).

 Magnésio
Intervém nos processos que permitam a actividade muscular e do
sistema nervoso. Está presente nos cereais, leguminosas (feijão, grão –
de - bico), soja, frutos secos.

 Ferro
Intervém no transporte de oxigénio, pois faz parte dos componentes do
sangue. Tem acção no sistema imunitário, ao nível das enzimas e
hormonas. Encontra-se na gema de ovo, carnes, leguminosas, peixes e
nozes.

 Zinco
É importante na produção de insulina e formação de ADN. É essencial
ao sistema imunitário e tem um papel importante no controlo da
produção de testosterona. Está presente no fígado, marisco e
leguminosas.

ÁGUA

10
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

A água é o nutriente necessário em maior quantidade. Essencial para a vida, é


a substância que existe em maior quantidade no corpo humano, representando
cerca de 60 a 65% do nosso peso corporal. Entre as múltiplas funções da
água, salientam-se as seguintes: transporta os nutrientes e outras substâncias
no organismo e ajuda a manter a temperatura corporal. A água aparece em
todos os alimentos com diferentes percentagens.

5. OS CABELOS E OS NUTRIENTES

Uma boa higiene alimentar ajuda a ter cabelos bonitos. Uma alimentação rica
em proteínas, cálcio, ferro, ácidos aminados (cistina) e minerais,
nomeadamente o zinco e o magnésio, são indispensáveis ao crescimento e
brilho dos cabelos.
As vitaminas também têm um papel importante no crescimento do cabelo.
Um excesso de vitamina A pode ser prejudicial. As vitaminas B2, B3 e B5
favorecem o crescimento do cabelo. E a vitamina B6 favorece o metabolismo
dos aminoácidos (constituinte da queratina).

Aminoácidos e Proteínas
Estimulam o crescimento e o fortalecimento dos cabelos. Encontrados em
carnes, ovos, leite, derivados do leite, grãos.

Cobre
Estimula o crescimento dos cabelos. Presente em nozes, castanhas e ostras.

Ferro
Combate anemias e problemas dos cabelos relacionados a deficiências de
ferro. Encontrado em fígado, gérmen de trigo, amêndoas, passas, feijão /
lentilha e folhas escuras.

Zinco
Melhora a aparência e o brilho dos cabelos. Encontrado no abacaxi, morangos,
laranja, ameixa, etc.

11
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

Vitaminas
Complexo B, Vit C, Vit E e CoQ10 - Diminuem a calvície e tratam alguns tipos
de anemia:
Complexo B (soja, lentilha, gema de ovo, abacate, cenoura, semente de
girassol, peixes)
Vitamina C (laranja, couve, brócolos, pimentão verde, espinafre, morango,
goiaba)
Vitamina E (óleo de girassol, óleo de gérmen de trigo, nozes, amendoim)
Vitamina A - fortalece o cabelo (fígado, gema de ovo, vegetais amarelos ou
verde-escuros, melão e pêssego) Um excesso de vitamina A pode ser
prejudicial.

Gorduras insaturadas (azeite)


Ajuda o bom funcionamento das glândulas sebáceas, que garantem a
lubrificação

Lítio
A falta de lítio provoca queda de cabelo encontra-se no gengibre, alguns
cogumelos, nozes, alface, agrião. A água alta de lítio provoca queda de cabelo)

Magnésio
É essencial na formação de proteínas como a queratina, que constitui os fios.
Presentes nos frutos do mar, abacate, melão, abacaxi, carambola e nozes.

Cálcio
A deficiência desse mineral torna os cabelos finos e quebradiços. Fontes: leite
e derivados, tofu, salmão e sardinha.

Sódio
Ajuda a controlar o teor de água dentro dos fios e dá brilho. Fontes: frutos do
mar, tomate, aipo e tofu.

Potássio

12
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

É muito importante para manter a flexibilidade e a hidratação. Fontes: carnes


magras, banana, pepino, uva, amêndoa e semente de girassol.

Zinco
É ele que dá a força aos cabelos. Fontes: carne, cogumelo, ovo, ostra e germe
de trigo

6. OBJECTIVOS DE UMA ALIMENTAÇÃO SAÚDAVEL

• Dar prazer e satisfazer o apetite


• Despertar interesse por toda a comida, de forma a evitar a recusa de
alimentos
• Formar e conservar as nossas células, tecidos e órgãos
• Manter o peso dentro dos limites desejáveis
• Crescer e desenvolvermo-nos até adultos
• Evitar doenças como:
• Obesidade
• Hipertensão
• Aterosclerose
• Hipercolesterolémia
• Diabetes
• Osteoporose
• Cancro
• etc.
• Promover a cicatrização favorável das feridas
• Estimular a imunidade contra as doenças
• Diminuir a importância das doenças por abuso de álcool, gorduras, sal e
açúcar
• Preferir alimentos naturais ou manipulados com qualidade
• Envelhecer com qualidade de vida
• Educar para uma alimentação saudável ao longo da vida
• Permitir um correcto funcionamento físico e intelectual do organismo
• Criar reservas de energia para emergências e para intervalos entre
refeições

13
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

7. DICAS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAÚDAVEL

o Tomar sempre o pequeno-almoço


o Comer a intervalos máximos de 3,5 horas: o nosso organismo
precisa de um fornecimento regular de energia para as
actividades diárias
o Comer sem se empanturrar
o À noite não comer muito tarde
o Mastigar e ensalivar bem tudo o que se come
o Utilizar o leite e seus derivados nas quantidades ajustadas ás
necessidades
o Consumir com abundância hortaliças, legumes e fruta
o Afastar as bebidas alcoólicas das crianças, grávidas e aleitantes
o Restringir a utilização de óleos, gorduras e alimentos gordos.
o Preferir carnes brancas e azeite
o Não abusar do sal
o Preferir os cereais mais grosseiros
o Variar no consumo de alimentos:
 equilíbrio
 variedade
 completa
o Comer a quantidade necessária de comida (varia com sexo,
idade, exercício, etc), evitar ficar empanturrado “Pesado”, porque:
 Dificulta a digestão, causando sonolência e aumento dos
acidentes de trabalho
 Provoca obesidade e doenças associadas
o Beber água em abundância, principalmente fora das refeições
o Evitar os refrigerantes, são prejudiciais á saúde
o Reduzir o consumo de açúcar: bebidas embaladas, produtos de
pastelaria e confeitaria, refrigerantes
o Distinguir os dias festivos dos dias comuns
o Variar na forma de cozinha

14
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

8. IMC- ÍNDICE DE MASSA CORPORAL

O índice de Massa Corporal (IMC) é uma fórmula que indica se um adulto está
acima do peso, obeso ou abaixo do peso ideal considerado saudável.
A fórmula para calcular o Índice de Massa Corporal é:

IMC = peso / (altura)2


(o peso apresenta-se em quilos e a altura em metros)
Tabela de Resultados do IMC

Inferior ao peso ideal - Inferior a 18


Peso normal Entre 18,5 e 25
Superior ao peso ideal Entre 25 e 30
Obeso Entre 30 e 40
Obesidade mórbida Superior a 40

Como chegar ao peso desejado segundo os valores do IMC?

Chega-se a este valor multiplicando o quadrado da sua altura pelo IMC


desejavel.

Peso ideal = (altura) 2 *IMC (desejado)

Exemplo:

Mulher com 1,61 m de altura e com 68Kg deseja saber seu IMC.

IMC = 68 / 1.61*1.61= 26.2


Esta mulher tem um IMC de 26.2

Ela quer chegar a um IMC de 23. A que peso tem que chegar?

15
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

(1.61*1.61) * 23 = 59.62
Esta mulher tem que chegar aos 59.62kg para ter um IMC de 23

Tem que perder quantos kg para chegar ao IMC de 23?

68-59.62=8.38

9. DISTURBIOS ALIMENTARES

São doenças psiquiátricas, na sua origem estão a interacção de factores


psicológicos, biológicos, familiares e socioculturais.
Caracterizam-se, fundamentalmente por alterações significativas do
comportamento alimentar.
Ocorrem predominantemente nos países industrializados, tendo uma incidência
menor nos países pouco desenvolvidos e fora do mundo ocidental.
Afectam sobretudo as mulheres jovens.
Os três principais distúrbios alimentares são:
• Anorexia
• Bulimia
• Obesidade
• A anorexia

ANOREXIA

• É uma perturbação psicológica e com implicações físicas emocionais


graves
• Trata-se de um transtorno alimentar no qual a procura por uma magreza
extrema leva a pessoa a recorrer a estratégias para perda de peso
• Manifesta-se especialmente em mulheres jovens, embora a sua incidência
esteja a aumentar nos homens
• Caracteriza-se essencialmente por um medo intenso de engordar mesmo
quando muito magra.

16
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

• A pessoa que sofre de anorexia por mais magra que seja, sempre que se
olha ao espelho, vê -se como uma pessoa extremamente gorda algo que
não corresponde ao seu aspecto físico real, bem pelo contrário.
• Trata-se de um transtorno da alimentação ao qual se dá actualmente muito
mais importância do que no passado.

SINTOMAS:

• Desenvolvimento de comportamentos ritualizados à refeição (ex. cortar a


comida aos bocadinhos);
• Não assumir a fome;
• Atitude extremamente critica em relação à imagem e forma corporal;
• Grandes oscilações de peso;
• Diminuição ou ausência da libido;
• Nos rapazes poderá ocorrer disfunção eréctil e dificuldade em atingir a
maturação sexual completa;
• Praticar exercício físico em excesso;
• Crescimento retardado;
• Obstipação grave;
• Descalcificação;
• Desenvolvimento de comportamentos ritualizados à refeição (ex. cortar a
comida aos bocadinhos);
• Não assumir a fome;
• Atitude extremamente critica em relação à imagem e forma corporal;
• Grandes oscilações de peso; Comportamentos compensatórios do ganho
de peso (ex. vómito);
• Utilização de laxantes ou diuréticos;
• Mudança de temperamento (maior agressividade, irritabilidade);
• Depressão profunda;
• Tendências suicidas;
• Isolamento social;
• Instabilidade emocional (alteração de humor).

CAUSAS:

17
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

• Uma alimentação pouco saudável;


• Uma auto-estima muito baixa;
• A influência dos meios de comunicação;
• Comentários de amigos ou de familiares;

CONSEQUÊNCIAS:

• A pessoa sente-se gorda, apesar de estar extremamente magra, acabando


por se tornar escrava das calorias e de rituais em relação à comida.
• A pessoa anoréxica fica cada vez mais triste, irritada e ansiosa.
Dificilmente, a pessoa admite ter problemas e não aceita ajuda de forma
alguma.
• As pessoas com anorexia nervosa normalmente só recebem tratamento
médico, quando se tornam perigosamente magras e desnutridas

TRATAMENTO:

• O tratamento deve ser realizado por um psiquiatra, um psicólogo e um


nutricionista, em função da complexa interacção de problemas emocionais
e fisiológicos nos transtornos alimentares;
• O médico deve avaliar o estado da doença e tentar impedir que esta
avance;
• O objectivo principal do tratamento é a recuperação do peso corporal
através de uma reeducação alimentar com apoio psicológico;
• O tratamento da anorexia nervosa costuma ser demorado e difícil. O
paciente deve permanecer em acompanhamento após melhora dos
sintomas, para prevenir recaídas.

BULIMIA

• É uma disfunção alimentar;


• Pode ser considerada uma consequência da anorexia. Uma pessoa com
bulimia (bulímica) ingere grandes quantidades de alimentos para, em
seguida, livrar-se deles, vomitando-os;

18
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

SINTOMAS:

• Ingestão, num período limitado de tempo, de uma quantidade de alimentos


muito maior do que a maioria das pessoas consumiria durante um período
similar e em circunstâncias similares
• Sentimento de incapacidade de parar de comer ou de controlar o que, ou
quanto está a comer;
• Uso regular de clisteres, provocação de vómitos e dietas rigorosas ou
abstinência para compensar os efeitos da ingestão demasiada de
alimentos;
• Preocupação exagerada com a forma e o peso do corpo
• Jejuns ou exercícios excessivos

CAUSAS:

• As bulímicas têm vergonha do corpo que têm;


• Instabilidade emocional;
• Uma auto-estima muito baixa;
• A influência dos meios de comunicação;
• Comentários de amigos ou de familiares;
• A principal causa para uma pessoa começar a desenvolver a bulimia é o
achar-se gorda;

CONSEQUENCIAS:

• O vómito recorrente pode levar a uma perda significativa e permanente do


esmalte dentário, especialmente das superfícies dos dentes da frente
• Problemas no esófago e estômago;
• Pode provocar cáries e doenças nas gengivas;
• Pode provocar a queda do cabelo;
• Amenorreia (ausência de menstruação) nas raparigas e perda de erecção
nos rapazes
• Depressão;

19
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

• Fadiga;
• Os corpos desnutridos procuram manter a temperatura desenvolvendo uma
camada de pêlos finos no rosto, ombros e costas;
• Os vómitos induzidos pela estimulação manual da glote podem provocar
calos e cicatrizes na superfície dorsal da mão;
• Os indivíduos que abusam cronicamente de laxantes podem tornar-se
dependentes deles para estimularem os movimentos intestinais;
• Complicações raras, porém gravíssimas, incluem rupturas do esófago,
ruptura gástrica e arritmias cardíacas.

TRATAMENTO:

• Psicoterapia, aconselhamento nutricional e tratamento medicamentoso são


as principais vertentes
• É necessária muitas vezes hospitalização (tal como na anorexia).

OBESIDADE

• A obesidade pode definir-se como um aumento da quantidade de energia


armazenada como gordura;
• Desbalanço entre as calorias ingeridas sob a forma de alimentos e as
gastas pelo indivíduo para o organismo funcionar;
• O aumento de energia acumulada depende de factores como a idade, o
sexo, o estado de saúde, a herança genética e o ambiente ;
• Apesar de se tratar de uma condição clínica individual, é vista, cada vez
mais, como um sério e crescente problema de saúde pública;
• A obesidade é classificada pela Organização Mundial de Saúde como uma
epidemia global;
• Actualmente existe crescimento alarmante no número de obesos;
• O número de pessoas com excesso de peso ultrapassou o de desnutridos
– 1 bilhão e 200 milhões em todo o mundo;

SINTOMAS:

20
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

• Aumento do índice de massa corporal;


• Aumento da percentagem de gordura subcutânea a partir da prega
subcutânea;
• Não conseguir permanecer em pé muito tempo;
• Cansaço;

CAUSAS:
• Consumo excessivo de alimentos empacotados (gomas, bolo, etc.);
• Consumo de alimentos hiper-calóricos (fast-food);
• Ingestão rápida de alimentos;
• Beber grande quantidade de refrigerantes (Coca-Cola / sumos);
• Ter alimentação desmedida e sem regras;
• Sedentarismo;
• Predisposição genética;
• Algumas doenças e medicação podem predispor à obesidade.

CONSEQUÊNCIAS:

• Aumento de peso;
• Maior gordura acumulada;
• Maior risco de desenvolver doenças como a hipertensão, diabetes, cancro,
AVC, apneia do sono, aterosclerose, cancro, insuficiência renal, lesões no
esqueleto, etc;
• Depressão e perda de auto-estima;
• Isolamento social.

TRATAMENTO:

• O tratamento da obesidade baseia-se num plano dietético e de exercício


para reduzir o peso e obter um crescimento correcto. É também necessário
um forte apoio afectivo;
• Terapia medicamentosa;
• Cirurgia;
• Entre 80% e 90% dos indivíduos voltam ao peso anterior;

21
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

OUTROS DISTÚRBIOS ALIMENTARES:

ORTOREXIA:

• Caracteriza-se por uma obsessão por alimentação saudável;


• Mais comum entre mulheres dos 18 a 40 anos;
• Se caírem em alguma “tentação menos saudável”, castigam-se com dietas
ainda mais rigorosas ou jejuns;
• Estas restrições obsessivas podem levar a carências nutricionais;

COMPULSÃO ALIMENTAR:

• É conhecida pela ingestão de grande quantidade de alimentos, em geral


muito calóricos, num curto período;
• A pessoa fica horas sem comer, na esperança de estar a fazer dieta, e
depois vem uma nova crise de sofreguidão;
• É semelhante à bulimia, mas sem vómitos, laxantes ou diuréticos;
• Afecta homens e mulheres, que sofrem de constantes oscilações no peso,
embora tendam a ter quilos em excesso ;

“EQUÍLIBRIO NUTRICIONAL É EVITAR CARÊNCIAS E EXCESSOS, É


PROCURAR A SAÚDE É SER CONSCIENTE DE SI MESMO”

22
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERG, SUSAN G. “ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, ESTRATÉGIAS


SABOROSAS PARA PREVENIR AS DOENÇAS” EDITORA PLÁTANO 2002
CLAUDINO, ANGÉLICA DE MEDEIROS “TRANSTORNOS ALIMENTARES E
OBESIDADE, GUIA DE MEDICINA AMBULATORIAL E HOSPITALAR”
EDITORA: MANOLE
CLAYMAN, CHARLES B. “DIETA E NUTRIÇÃO” EDITORA CIVILIZAÇÃO 1992
DIRECÇÃO GERAL DE SAÚDE “A SAÚDE DOS PORTUGUESES"
NOVIDADE-1999
HOLFORD, PATRIC “ A BÍBLIA DA ALIMENTAÇÃO” EDITORIAL PRESENÇA
2000
LLEWELLYN, CLAIRE “ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL” EDIÇÕES GAILIVRO
2008
MAHN, C. KATHLEEN ET AL “ALIMENTAÇÃO, NUTRIÇÃO E
DIETOTERAPIA” STUMP PLOCA 2005
RÉMÉS, CHRISTIAN “ALIMENTAÇÃO E SAÚDE” INSTITUTO PIAGET 1994

SITES CONSULTADOS:

HTTP://WWW.ALIMENTACAOSAUDAVEL.ORG/HTTP://RODA-DOS-
ALIMENTOS.BLOGSPOT.COM/
HTTP://WWW.INDICEMASACORPORAL.ORG/PT/INDICE-MASSA-
CORPORAL.PHP
HTTP://WWW.PORTALDASAUDE.PT/PORTAL/CONTEUDOS/ENCICLOPEDI
A+DA+SAUDE/ALIMENTACAO/DGS+ANA.HTM

23
J.F.
Sector Terciário do Porto – EFJ – T4 – Cabeleireiro de Senhora Acção de Formação n.º 68

ANEXOS

ANEXO I - RODA DOS ALIMENTOS

24
J.F.

Você também pode gostar