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R721c Rogawski, Jon.


Cálculo [recurso eletrônico] / Jon Rogawski ; tradução Claus Ivo Doering.
– Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2008.
v. 1

Editado também como livro impresso em 2009.


ISBN 978-85-7780-389-7

1. Cálculo. 2. Matemática. I. Título.

CDU 51-3
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Catalogação na publicação: Renata de Souza Borges CRB-10/Prov-021/08
CAPÍTULO 4 Aplicações da Derivada 237

27. As raízes de com três casas decimais são L


−3,583, 0,251 e 3,332 (Figura 10). Determine a raiz para a qual h
converge o método de Newton com as escolhas iniciais = 1,85;
1,7 e 1,55. A resposta mostra que uma pequena variação em pode
ter um efeito significativo no resultado do método de Newton.
R θ

4
FIGURA 11 O arco circular em destaque tem comprimento L + m.
0,251 3,332
x
−3,583 (b) Mostre que e então prove que

−4

FIGURA 10 O gráfico de .
29. Sejam L = 3 e m = 1. Aplique o método de Newton à Equação
(2) para obter uma estimativa de e use-a para obter uma esti-
Nos Exercícios 28-29, considere uma haste metálica de comprimen- mativa de h.
to L cm com ambas extremidades fixadas. Se colocarmos uma nova
haste com m cm adicionais com as extremidades fixadas nos mesmos 30. Convergência quadrática a raízes quadradas Seja
locais das outras, a nova haste irá flexionar formando um arco circu- e seja o erro de .
lar de raio R (desconhecido), como indicado na Figura 11. (a) Mostre que e que .
28. Seja h o deslocamento vertical máximo da haste. (b) Mostre que se , então para todo n. Explique
(a) Mostre que e conclua que isso graficamente.
(c) Supondo que , mostre que .

4.8 Antiderivadas
Além de encontrar derivadas, existe um problema “inverso” importante, a saber, dada a
derivada, encontrar a própria função. Na Física, por exemplo, podemos querer calcular a
posição s(t) de um objeto dada sua velocidade v(t). Como , isso corresponde
a encontrar uma função cuja derivada seja v(t). Uma função F(x) cuja derivada seja f (x) é
denominada uma antiderivada de f (x).

DEFINIÇÃO Antiderivadas Uma função F(x) é uma antiderivada de f (x) em (a, b) se


para cada .

Por exemplo, é uma antiderivada de , porque

Analogamente, F(x) = −cos x é uma antiderivada de f (x) = sen x, porque

Uma das primeiras características a ser observada sobre antiderivadas é que elas não são
únicas. Temos toda liberdade de acrescentar uma constante C: se então
238 CÁLCULO

, porque a derivada da constante é nula. Assim, cada uma das seguin-


tes é uma antiderivada de :

Existirão outras antiderivadas de f (x) além daquelas obtidas pela soma de uma cons-
tante a uma dada antiderivada F(x)? De acordo com o teorema seguinte, a resposta é não,
se f (x) estiver definida num intervalo (a, b).

TEOREMA 1 Antiderivada geral Seja F(x) uma antiderivada de f (x) em (a, b). Então
qualquer outra antiderivada em (a, b) é da forma F(x) + C, para alguma constante C.

Demonstração Sejam F(x) e G(x) antiderivadas de f (x) e consideremos H(x) = G(x) − F(x).
Então . Pelo Corolário da Seção 4.3, H(x)
deve ser constante, digamos H(x) = C, e isso dá G(x) = F(x) + C. ■

y
ENTENDIMENTO GRÁFICO O gráfico de F(x) + C é obtido transladando o gráfico de
F(x) verticalmente por C unidades. Como as translações verticais carregam as retas
F(x) + C
tangentes sem modificar suas inclinações, faz sentido que todas as funções F(x) + C
tenham a mesma derivada (Figura 1). Reciprocamente, o Teorema 1 nos diz que se
F(x) dois gráficos têm retas tangentes paralelas, então um gráfico é obtido do outro por
uma translação vertical.

x
Muitas vezes descrevemos a antiderivada geral de uma função em termos de uma
FIGURA 1 As retas tangentes aos constante arbitrária, como no exemplo seguinte.
gráficos de y = F(x) e y = F(x) + C
são paralelas. ■ EXEMPLO 1 Encontre duas antiderivadas de f (x) = cos x. Então determine a antide-
rivada geral.
Solução As funções F(x) = sen x e G(x) = sen x + 2 são ambas antiderivadas de f (x). A
antiderivada geral é F(x) = sen x + C, onde C é uma constante qualquer. ■

O processo de encontrar uma antiderivada é denominado integração. O motivo disso


será visto no Capítulo 5, quando discutiremos as relações entre antiderivadas e áreas sob
curvas, dadas pelo Teorema Fundamental do Cálculo. Antecipando aquele resultado, come-
çamos a utilizar agora o símbolo da integral, que é a notação padrão para antiderivadas.

NOTAÇÃO Integral indefinida A notação


Os termos “antiderivada” e
“integral indefinida” são usados
indistintamente. Em alguns livros
didáticos, a antiderivada é denominada
“função primitiva”.
Dizemos que F(x) + C é a antiderivada geral ou integral indefinida de f (x).

A função f (x) que aparece no símbolo da integral é denominada integrando. O símbolo


“dx”, denominado diferencial, faz parte da notação da integral. Ele indica a variável inde-
pendente, mas não lhe associaremos qualquer outro significado. A constante C é denomi-
nada constante de integração.
Algumas integrais indefinidas podem ser calculadas invertendo as fórmulas conheci-
das de derivadas. Por exemplo, obtemos a integral indefinida de invertendo a regra da
potência para derivadas.
CAPÍTULO 4 Aplicações da Derivada 239

TEOREMA 2 Regra da potência para integrais

Demonstração A regra da potência para integrais é verificada tomando a derivada

Em palavras, a regra da potência para integrais diz que para integrar uma potência
de x, “somamos um ao expoente e dividimos pelo novo expoente”. Aqui temos alguns
exemplos:

Advertência: A regra da potência para integrais não é válida para n = −1. De fato, para
n = −1, obteríamos a expressão desprovida de significado

Ocorre que a antiderivada de é o logaritmo natural. Esse assunto interessante


será retomado no Capítulo 7.
A integral indefinida obedece as regras de linearidade usuais que nos permitem inte-
grar “termo a termo”. Isso segue diretamente das regras de linearidade da derivada (ver
Exercício 71).

TEOREMA 3 Linearidade da integral indefinida

• Regra da soma:

• Regra do múltiplo:

■ EXEMPLO 2 Calcule .

Solução Integramos termo a termo e usamos a regra da potência:

Quando repartimos uma integral


indefinida numa soma de várias
integrais, como no Exemplo 2, não
é necessário incluir constantes de
integração separadas para cada
integral.
240 CÁLCULO

Para conferir a resposta, verificamos que a derivada é igual ao integrando:

As fórmulas de derivação das funções trigonométricas nos dão as fórmulas de inte-


gração seguintes. Cada fórmula pode ser conferida por derivação.

Integrais trigonométricas básicas

Analogamente, para quaisquer constantes b e k, com , as fórmulas

têm tradução para as fórmulas de integrais indefinidas seguintes:

■ EXEMPLO 3 Calcule .

Solução

Condições iniciais
Podemos pensar na antiderivada como uma solução da equação diferencial

Uma condição inicial é como o


ponto em que uma reta corta o eixo
y, que especifica aquela dentre
todas as retas que tem a mesma Nesta equação, a incógnita é a função y = y(x) e uma solução é uma função y = F(x) cuja de-
inclinação. Analogamente, os gráficos
rivada seja f (x), isto é, F(x) é uma antiderivada de f (x). A antiderivada não é única, mas po-
das antiderivadas de f (x) são todos
paralelos (Figura 1) e a condição demos especificar facilmente uma solução particular impondo uma condição inicial, ou seja,
inicial especifica um deles. exigindo que a solução satisfaça uma condição para certos and fixados.
CAPÍTULO 4 Aplicações da Derivada 241

■ EXEMPLO 4 Resolva , sujeita à condição inicial y(0) = 4.

Solução Como y é uma antiderivada de , a solução geral é

Escolhemos C de tal modo que a condição inicial y(0) = 4 seja satisfeita. Como y(0) =
0 + C = 4, temos C = 4 e a solução particular é . ■

■ EXEMPLO 5 Resolva com condição inicial y(2) = 2.

Solução A solução geral é

Resolvemos em C calculando o valor em t = 2:

Portanto, a solução é . ■

■ EXEMPLO 6 No instante t = 0, um carro andando a uma velocidade de 96 pés/s come-


ça a diminuir sua velocidade com desaceleração constante de a = −12 pés/s . Encontre a
2

velocidade v(t) no instante t e a distância percorrida até o carro parar.

Solução A derivada da velocidade é a aceleração, portanto e (escreven-


do para a constante de integração)

A condição inicial é , portanto v(t) = −12t + 96. Em seguida, calcula-


mos a posição s(t) do carro. Como , temos

Usamos a condição inicial s(0) = 0 porque queremos calcular a distância total percorrida
desde o tempo t = 0. Isso dá e, portanto, .
Finalmente, para calcular quão longe o carro andou, observamos que o carro parou
quando sua velocidade chegou a zero, portanto resolvemos

Concluímos que o carro parou depois de 8 s e percorreu


pés. ■
242 CÁLCULO

4.8 RESUMO
• F(x) é denominada uma antiderivada de f (x) se .
• Duas antiderivadas quaisquer de f (x) num intervalo (a, b) diferem por uma constante.
• A antiderivada geral é denotada pela integral indefinida

• Fórmulas de integração:

• Para resolver uma equação diferencial com condição inicial , pri-


meiro encontramos a antiderivada geral y = F(x) + C. Em seguida, determinamos C
usando a condição inicial .

4.8 EXERCÍCIOS
Exercícios preliminares
1. Encontre uma antiderivada da função f (x) = 0. 5. Suponha que e . As afirmações se-
guintes são verdadeiras ou falsas? Explique.
2. Qual é a diferença, se houver, entre encontrar a antiderivada ge-
ral de uma função f (x) e calcular ? (a) Se f = g, então F = G.
(b) Se F e G diferem por uma constante, então f = g.
3. Jacques descobriu que f (x) e g(x) têm a mesma derivada e ele (c) Se f e g diferem por uma constante, então F = G.
gostaria de saber se f (x) = g(x). Ele tem informação suficiente
para responder sua dúvida? 6. Determine se é uma solução da equação diferencial com
condição inicial
4. Escreva duas antiderivadas quaisquer de cos x. Quais condições
iniciais elas satisfazem em x = 0?

Exercícios
Nos Exercícios 1-6, encontre a antiderivada geral de f (x) e confira 7. 8.
sua resposta por derivação.
9. 10.
1. 2.
Nos Exercícios 11-36, calcule a integral indefinida.
3. 4.
11. 12.
5. 6.

Nos Exercícios 7-10, combine a função com sua antiderivada (a)-(d). 13. 14.
(a). (b).
15. 16.
(c). (d).
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.

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