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Equipe 9: Ingrid Pinheiro, Manoela Ferreira, Raiane Lai, Ricardo José e Léo
Márcio.
SITUAÇÃO FÁTICA 01
Assim, para que haja obrigação de indenizar, nos termos da lei civil,
devem estar presentes os seguintes requisitos: • ação ou omissão do
agente com dolo ou culpa; • existência de prejuízo para a vítima; • nexo
de causalidade entre o prejuízo sofrido e a ação dolosa ou culposa do
agente, as excludentes de responsabilidade, atua interrompendo o nexo
de causalidade. Assim como traz Chaves, Rosenvald e Netto, no manual
de direito civil, são três as excludentes do nexo causal, o caso fortuito ou
a força maior, o fato exclusivo da vitima e o fato de terceiro.
Desse modo, partindo para a análise do caso narrado, pode-se afirmar que
o credor/fornecedor São Jorge agiu de má-fé ao dizer a Dinha que não
podia fornecer as 10 mil garrafas de vinho que foram solicitadas pela
mesma, descumprindo o contrato o qual haviam firmado anteriormente.
Nota-se que São Jorge nega-se a fornecer a quantidade solicitada por
Dinha e, ao mesmo tempo, firma contrato com Cira, concorrente de Dinha,
fornecendo a ela 8 mil garrafas de vinho. Desse modo, é visível o efetivo
prejuízo que essa ação causou à Dinha, pois ela teve que recorrer a compra
de um vinho Catuaba de qualidade menor do que os seus clientes estavam
acostumados a consumir, reduzindo em grande número o valor de suas
vendas e, desse modo, deixando de lucrar em razão do inadimplemento da
outra parte.
De inicio, cabe conceituar o que é a perda de uma chance. Este instituto é uma
construção doutrinária, que vem se consagrando na jurisprudência, vez que
não há uma previsão legal. Constitui situação em que a prática de um ato ilícito
ou abuso de um direito impossibilita a obtenção de algo que era esperado pela
vítima, seja um resultado positivo ou não ocorrência de um prejuízo, gerando
dano a ser reparado. Tal dano precisa se apresentar como certo, ou seja, alta
probabilidade de ocorrer aquilo que se vê frustrado.
Desta forma, no caso em tela, temos que Dinha e São Jorge entabularam um
contrato, sendo que a qualidade dos vinhos é uma das razões pelas quais o
contrato subsiste. São 05 anos do contrato sendo efetivado nos moldes da
pactuação, inclusive em 2017, São Jorge confirmara o aumento da quantidade
das garrafas que seria repassado para Dinha. Ao informar que só poderia
passar 4000 garrafas, ao invés das 10000 solicitadas em razão das condições
adversas na colheita e repassar 8000 garrafas para concorrente de Dinha, cuja
relação não é anterior, São Jorge agiu abusando do seu direito, frustrando, por
conseguinte, a expectativa de Dinha em ver seu contrato levado à
concretização. Dinha, em razão dessa quebra na pactuação, perdeu lucro, pois
o produto colocado em substituição não fora aceito pela clientela.
Dinha tem direito a pleitear pela perda de uma chance, baseado no que ela
deixou de ganhar. Nexo causal é a ligação entre o dano e a conduta do infrator
que deu causa ao dano.
SITUAÇÃO FÁTICA 02
De acordo com o art. 186, do Código Civil em vigor, "aquele que, por ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito".
Todo ato praticado por terceiro que traga repercussão, de forma danosa, ao
patrimônio moral ou material da vítima, é ilícito. O dano material é aquele
suscetível de apreciação econômica e o dano moral é aquele que não possui
natureza econômica, porém, causa, ao ofendido, desânimo, desconforto e, em
muitas vezes, situações vexatórias, humilhantes e constrangedoras, posto que
este ocorre na esfera subjetiva e alcança aspectos mais íntimos da
personalidade humana, trazendo, ainda, sérios problemas à vítima no meio em
que vive ou atua, bem como em relação a sua reputação junto à comunidade.
"A palavra 'dano' significa mal ou ofensa pessoal; prejuízo moral causado a
alguém; estrago; deterioração ou danificação. Do ponto de vista jurídico,
significa dano emergente; prejuízo efetivo, concreto, comprovado; dano infecto;
prejuízo possível, eventual, iminente.
Diferentemente do Dano, que sempre e desde os primórdios teve o mesmo
significado, a moral varia de acordo com o tempo e com o espaço, isto é, em
consonância com a época histórica e com a estrutura política, social e
econômica vigente.
... A moral acha-se intimamente relacionada com os atos conscientes e
voluntários dos indivíduos que afetam outros indivíduos, determinados grupos
sociais ou a sociedade em seu conjunto".
"o dano moral consiste na lesão a um interesse que visa a satisfação ou gozo
de um bem jurídico extrapatrimonial contido nos direitos da personalidade
(como a vida, a integridade corporal, a liberdade, a honra, o decoro, a
intimidade, os sentimentos afetivos, a própria imagem), ou nos atributos da
pessoa (como o nome, a capacidade, o estado de família". Na lição de Wilson
Melo da Silva, "Tristezas se compensam com alegrias. Sofrimentos e angústias
se neutralizam com sensações contrárias, de euforia e contentamento. E se
tais fatores de neutralização não se obtém pela via direta do dinheiro (não se
pagam tristezas e angústias), pela via indireta, contudo, ensejariam, os valores
econômicos, que se propiciassem às vítimas dos danos morais, parcelas de
contentamento ou euforia neutralizadoras de suas angústias e de suas dores"
(inEnciclopédia Saraiva de Direito, vol. 22, pág. 275).
A legitimidade ativa para a ação de dano moral, via de regra, a aquele a quem
se impôs um sofrimento, um constrangimento ou humilhação. Não obstante,
existem situações em que pessoas outras sofrem, por via reflexa, os efeitos do
dano padecido pela vítima imediata, amargando prejuízos, por estarem a elas
vinculadas por laços afetivos, denominados na doutrina como prejudicados
indiretos (CAHALI, Yussef Said. Dano Moral, 4ª ed. rev., atual. e ampl., 2ª
tiragem, Editora Revista dos Tribunais Ltda., 2014, p. 54)
Dano moral é aquele que a vítima tem naquele evento danoso, em razão da
conduta humana culposa, que atinge um bem jurídico da vítima, sendo este
bem jurídico neste caso, todos aqueles direitos que fazem parte da
sobrevivência da pessoa. Direito a vida, segurança, nome, intimidade, tudo que
atinge diretamente à pessoa e não aos bens materiais da pessoa. Tudo que de
alguma forma atrapalhe a sobrevivência dessa pessoa, que de alguma forma
prejudique a pessoa ter uma vida digna, que impede a pessoa de avançar de
alguma forma na vida. (arts. 186 e 187 CC).
STATU QUO ANTE aqui fica prejudicado, pois não há como reverter à situação
de João para que ele volte a viver em seu estado normal, já que o mesmo
desencadeou doenças psicológicas depois de ser exposto a tal situação.
A reparação por dano moral é devida à João pois houve lesão a um bem
jurídico extra patrimonial, referentes aos direitos da personalidade do mesmo.
Atingindo à sua esposa de forma indireta, pois a mesma tem um comércio na
cidade, onde é muito conhecida e sofrendo prejuízos devido à situação
vexatória que seu marido foi exposto.
Não é necessário propor ações em separado se tem mais de uma vítima, que
no caso exposto, foi a esposa de João.
Para a Corte Superior, a indenização por dano moral deve respeitar alguns
critérios, tais como a extensão do dano, a situação econômica das partes, o
grau culpa do ofensor, bem como os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade.