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feições de relevo; os padrões de drenagem; a fisionomia da cobertura vegetal, a

biodiversidade, o grau de estabilidade dos processos geomorfológicos etc.


Segundo Rodriguez (1998), essa análise geoecológica em pauta é um estudo do
sistema, da classificação, da função e da taxionomia das estruturas e conhecimento dos
fatores que modificam as paisagens.

1.2 Unidades de Paisagem


O estudo da dinâmica das paisagens naturais pressupõe um entendimento da
estruturação delas, mas não se podem abstrair, dessa análise, as relações dialéticas entre as
variáveis físico-geográficas e a sociedade, daí ser essa interpretação algo de caráter
eminentemente interdisciplinar, da qual participam as geociências e as ciências sociais e
econômicas. Agem sobre essas estruturas referidas as atividades antrópicas, que passam a
influenciar, às vezes fortemente, o funcionamento das unidades de paisagem em sua
totalidade.
A estruturação natural das paisagens que se vislumbram nas áreas emersas
continentais remonta a uma escala de milhares a milhões de anos antes do Presente e resultou
de uma interação muito complexa entre fenômenos verificados na Litosfera, na Atmosfera, na
Hidrosfera e na Biosfera. A quase totalidade das paisagens brasileiras, considerando aspectos
genéticos, geomorfológicos e a categoria tempo, foi elaborada durante o Quaternário. Umas
poucas paisagens são mais antigas, tendo sido datadas como do Plioceno e do Oligoceno. A
estrutura geológica que funcionou como substrato para o desenvolvimento das paisagens
atualmente observadas no Brasil é, contudo, muito mais antiga, tendo idade até pré-cambriana.
Mas é preciso lembrar que a idade da estrutura geológica não coincide obrigatoriamente com a
idade da compartimentação do relevo; esta é sempre muito mais jovem.
Christofoletti (1997) considerava a paisagem como um campo de investigação da
Geografia e que precisaria ser entendida como um sistema ambiental físico e socioeconômico.
Para Aleksandrova (1989), a paisagem deverá ser vista como sistema material,
dinâmico e complexo, além de uma integração de geossistemas naturais.
A paisagem é uma unidade e integração de geossistemas naturais que se
manifestam entre geossistemas semelhantes e diferentes, em escalas
variadas, interagindo tanto no sentido vertical como horizontal, no seu e nos
geossistemas vizinhos, numa constante transmissão de substância e
(ALEKSANDROVA,1989: p.26 ).

A paisagem é um sistema dinâmico que troca matéria e energia com o exterior, e possui
uma morfologia, um comportamento e um funcionamento. À Geoecologia não interessa apenas
a análise da estrutura da paisagem que define, inclusive, o Geossistema, anteriormente
mencionado, e sim buscar entender as causas e as conseqüências das ações dos fatores
ambientais que definirão padrões espaciais da fisionomia das paisagens. Turner (1989)
defende que no estudo das paisagens, mais especificamente os sistemas de paisagens, deve-
se: investigar a evolução e a dinâmica da heterogeneidade espacial, ou seja, o modo como
esses sistemas se originam e evoluem; buscar as relações entre as paisagens heterogêneas e
as trocas existentes entre elas e desvendar a influência que a própria heterogeneidade dos
mosaicos de paisagens exerce sobre os processos abióticos e bióticos da paisagem.
Toda paisagem possui certa fisionomia, que é determinada por uma dada estrutura, isto
é, pela repetição de manchas, mosaicos, corredores e limites que adquirem formas diversas ,
segundo ressaltam Ferreira et al (2001).
Um conceito relevante nos estudos de Geocologia da Paisagem diz respeito ao que se
A compartimentação e a delimitação territorial são um
recurso de grande utilidade para a identificação de uma unidade de paisagem. A unidade de
paisagem pode ser definida, de uma maneira simplificada, como um espaço material que se
diferencia, em linhas gerais, do espaço circundante, sendo assim uma área singularizada por

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