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INSTITUIÇÕES POLÍTICAS BRASILEIRAS

Alunas: Aryma Branco, Giovanna Molina e Laís Alícia.

Movimentos de Direitos políticos e civis das mulheres no Brasil entre o regime


democrático de 1946-1964.

O critério-chave definido para essa linha do tempo foi o movimento de


mulheres que envolvem os Direitos Políticos e Civis no Brasil durante o
considerado Regime Democrático de 1946 a 1964. O contexto de pós-Segunda
Guerra desembocou na abertura de inúmeros sistemas de redemocratização em
vários países do mundo. O Brasil passou por esse processo ao sair do regime
ditatorial do Estado Novo e promulgar a Constituição de 1946. A efervescência do
movimento feminista durante os primeiros anos da Primeira República no Brasil
sofreu um período de desarticulação durante a ditadura de Vargas, e só voltaram
a tomar força a partir dos anos 50 e 60. No entanto, os grandes esforços para
conquistar direitos políticos garantidos na Carta Constitucional de 1934 foram
retomados pela Constituição de 1946. Os mais exemplares dentre eles foram o
sufrágio feminino - o direito de votar e ser votada - e outros direitos trabalhistas,
como a licença maternidade e a proibição do trabalho insalubre. Ainda assim, um
investimento em industrialização e o crescimento populacional alteraram a ordem
da estrutura vigente, transformando os modelos familiares e a organização
econômica. Muitas dessas mudanças não condiziam mais com as determinações
legislativas brasileiras, e o Código Civil brasileiro de 1916, por exemplo, passou a
receber críticas sobre suas disposições conservadoras frente “incapacidade” das
mulheres dentro da organização político-social. O Código destinava às mulheres
uma posição de dependência total ao poder marital, cerceando liberdades
femininas mediante uma prévia autorização do marido. Após uma década de
projetos e anteprojetos, o Estatuto da Mulher Casada foi promulgado em 1962,
mas trouxe com ele outros problemas que só foram resolvidos em lei no ano de
2003. No mais, consideramos de grande importância mencionar que o Código
Penal de 1940, vigente até hoje, assim como inúmeras outras leis brasileiras,
levaram um tempo considerável para se adequar às mudanças na sociedade
brasileira. Entre elas consta a exclusão dos adjetivos “virgem e honesta”,
mudanças essas que só ocorreram após os anos 2000, denotando claramente o
retrato do imaginário e valores machistas e patriarcais ainda atuais na sociedade
brasileira. 
Durante o recorte temporal selecionado, foi bem difícil encontrar estudos e
materiais que dessem conta do tema proposto, visto que ambas as ditaduras que
o precedem e procedem frearam de certa maneira os movimentos de mulheres,
tanto com censuras como com violências simbólicas. É nesse sentido que
decidimos incluir na linha temporal alguns movimentos culturais protagonizados
por mulheres, assim como o nome das duas únicas deputadas eleitas nessas
duas décadas. Mesmo assim, o livro de João Batista Cascudo Rodrigues,
intitulado A Mulher Brasileira - Direitos políticos e civis, foi a principal literatura
encontrada e utilizada. A sua primeira edição é de 1962, mas após algumas
contribuições de Bertha Lutz, ele recebeu sua segunda edição, em 1982. Por fim,
sinalizamos que ao realizar esse trabalho, ficou explícito como inúmeras
organizações feministas brasileiras seguiram lutando ativamente pelos direitos
das mulheres, inclusive com congressos nacionais e internacionais. Ainda assim,
a linha do tempo como recurso pedagógico visual se mostra especialmente
interessante à medida que possibilita ao professor demonstrar de maneira direta
as mudanças ocorridas no período selecionado. Vale como um recurso adicional
que permite relacionar os acontecimentos como elementos interligados, dentro da
problemática proposta como linha guia, além de proporcionar melhor
entendimento do tempo e dos movimentos das mulheres na história brasileira. As
linhas do tempo não só interessam aos docentes como forma de exibição de
conteúdo, mas também aos alunos como uma forma de assentar os
conhecimentos absorvidos, sendo um recurso metodológico profícuo, a ser usado
nos mais diversos temas estudados.

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Referências
BRASIL. Decreto-Lei 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário
Oficial da União, Rio de Janeiro, 31 dez. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm. Acesso em: 29 out.
2021.

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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm. Acesso em: 29 out. 2021.

CASTRO, Ruy. Ela é carioca: uma enciclopédia de Ipanema. São Paulo:


Companhia das Letras, 1999. 

GROFF, Paulo Vargas. Direitos Fundamentais nas Constituições Brasileiras.


Brasília: Revista de informação legislativa, v.45, n.178, abr./jun., 2008.
Disponível em: http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/176526. Acesso em: 28
out. 2021.

O MUNDO É DAS MULHERES. Disponível em:


http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/tv-continental. Acesso
em: 29 out. 2021.

RODRIGUES, João Batista Cascudo. A Mulher Brasileira - Direitos Políticos e


Civis. Rio de Janeiro: Editora Renes, 2° ed., 1982.

SCHUMAHER, Maria Aparecida. Dicionário mulheres do Brasil: De 1500 até a


atualidade- Biográfico e ilustrado. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.

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