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Otimização da Prevenção da Doença Renal Crônica.

Optimizing Chronic Kidney Disease Prevention.

Rachel Bregman

Universidade do Estado do Rio de Janeiro / Hospital Universitário Pedro Ernesto

RESUMO
A intervenção no ritmo da progressão da doença renal crônica (DRC) é uma realidade na atualidade. A identificação precoce de pacientes em risco de
desenvolver DRC possibilita intervenções que evitam o aparecimento da doença renal em um grande número de indivíduos. Reconhecidamente
hipertensão arterial e Diabetes mellitus são as doenças que respondem pela maioria dos pacientes que evoluem com DRC atualmente. A identificação
precoce e rotineira do comprometimento renal se faz necessária através de testes simples como pesquisa de proteinúria e, estimativa da filtração
glomerular através da creatinina plasmática. Uma vez que as principais causas de DRC são doenças acompanhadas por diferentes especialistas e o
número de pacientes é alto, torna-se de fundamental importância que médicos encarregados da atenção primária à saúde, cardiologistas e
endocrinologistas estejam atentos a este fato e que se comprometam com a prevenção da doença renal realizando pesquisa rotineira da função renal e
encaminhando os pacientes para diagnóstico definitivo da disfunção renal, quando necessário, ao especialista. Propomos, portanto, que todos os médicos
envolvidos com populações de risco devem estar cientes da necessidade de investigação periódica da função renal, bem como estar atentos para atingir
as metas estipuladas para o tratamento preventivo, especialmente quanto à proteinúria, glicemia e a hipertensão arterial.

Descritores: Doença renal crônica. Prevenção. Progressão. Proteinúria. Filtração glomerular.

ABSTRACT
The possibility of modifying the progression of chronic kidney disease (CKD) is a reality nowadays. Early identification of patients at high risk for CKD makes
possible to avoid the development of the disease in a great number of subjects. It is well known that arterial hypertension and diabetes mellitus are the main
causes of CKD in the present days. The early and routinely identification of renal damage, in this population is necessary and can be done through simple
tests as proteinuria and estimation of glomerular filtration rate using serum creatinine. Since baseline diseases for CKD are treated by different specialists
and the number of patients is high, primary care physicians, cardiologists and endocrinologists must be aware about CKD prevention. We propose there -
fore that physicians directly involved with high risk populations should be able to investigate renal function periodically, as well as to achieve guideline-re -
commended targets for these patients concerning proteinuria, glycemia, and arterial hipertension.

Keywords: Chronic kidney disease. Prevention. Progression. Proteinuria. Glomerular filtration rate.

Indivíduos normais apresentam como função renal tratamento1-4 . Na maioria das vezes os indivíduos desco-
o somatório da função de milhões de nefrons que cada um nhecem serem portadores de disfunção renal, e conse-
de nós possui. Qualquer agressão que acarrete a perda ir- qüentemente não são tratados de forma adequada.
reversível de algumas destas unidades funcionais resulta O número de pacientes que apresenta risco de
em doença renal crônica (DRC). Portanto a mesma de- doença renal e/ou algum grau de disfunção renal, segundo
finição serve para pacientes que perderam, 10% da função alguns estudos realizados nos USA e Canadá, gira em
renal global, ou 90% desta mesma função. A maioria das torno de 10% da população adulta4,5. Se utilizarmos esta
doenças renais destrói os nefrons lenta e silenciosamente, mesma proporção para o Brasil, teríamos em torno de 20
podendo levar anos ou décadas para o dano se tornar apa- milhões de indivíduos com este perfil. O número de
rente. Os sintomas se apresentam somente na fase avan- serviços especializados e de Nefrologistas não seria
çada (quando já se perdeu mais de 80% da função renal), suficiente para o cuidado desta população. Desta forma, é
portanto o diagnóstico precoce só pode ser feito através fundamental que outras especialidades que lidam di-
de exames laboratoriais específicos. Por este motivo pa- retamente com esta população se envolvam com pro-
cientes que apresentam risco de desenvolver a doença gramas de identificação precoce da doença renal, bem
devem realizar exames periodicamente. A detecção pre- como com o seu tratamento preventivo. Paralelamente, os
coce e tratamento adequado da disfunção renal, permite pacientes em estágios mais avançados, ou seja, com
impedir a instalação da doença, ou retardar a sua evo- filtração glomerular (FG) inferior a 60ml/min) seriam
lução, impede a ocorrência de complicações, melhora a encaminhados para os Nefrologistas para tratamento
qualidade de vida dos pacientes e diminui os custos do especializado no momento adequado.
24 Otimização da Prevenção da DRC

Não há uma causa única de doença renal, as causas Indivíduos com maior risco de desenvolver doença renal:
podem ser hereditárias ou adquiridas. Dentre as ad-
• Pacientes com Diabetes mellitus
quiridas as mais comuns são Diabetes mellitus e hiper- • Pacientes com hipertensão arterial
tensão arterial que associadas acometem em torno de 50% • Familiares de portadores de doença renal crônica
dos pacientes portadores de DRC em nosso meio 6. Outras • Indivíduos com mais de 65 anos
causas são glomerulonefrites, rim policístico, obstrução • Indivíduos com síndrome metabólica
do trato urinário, refluxo vésico-ureteral e doença re- Todos devem ser avaliados periodicamente quanto à
função renal.
sultante do uso de drogas. Algumas infecções também
podem comprometer os rins.
Fatores iniciantes
As principais causas atuais de DRC em todo o mundo são
Diabetes mellitus e hipertensão arterial, logo, aqueles que A albuminúria é um preditor para desenvolvimento
trabalham na área de atenção básica à saúde, bem como e agravamento da DRC, e é também um marcador de mor-
cardiologistas e endocrinologistas, devem estar atentos para talidade e morbidade para doença cardiovascular (DCV)15.
identificar os pacientes em risco de desenvolverem doença Conseqüentemente detectar sua presença precocemente
renal e aqueles com discreta diminuição da função renal.
pode diminuir a incidência de DRC bem como a DCV16,17.
Embora existam poucos levantamentos nos países
FATORES DE RISCO PARA DOENÇA RENAL em desenvolvimento incluindo o nosso, sabemos que
além de hipertensão arterial e diabetes, existem outras
Parece existir uma suscetibilidade familiar para o causas importantes de DRC tais como: Infecção por HIV
desenvolvimento da DRC5,7. Estudos genéticos mostram que e hepatite C, malária, esquistossomose e tuberculose8.
existem ligações entre DRC e alterações de genes. Fatores Aproximadamente 30% dos pacientes com ne-
raciais parecem interferir, uma vez que a prevalência de fropatia diabética progridem para terapia renal subs-
hipertensão e diabetes em negros americanos, por exemplo, titutiva (TRS) e o restante em geral morre de DCV antes
é muito maior do que no restante da população8. Baixo peso de atingir o estágio terminal da DRC. Todos desenvolvem
ao nascimento e desnutrição também têm sido apontados microalbuminúria e subseqüente proteinúria, portanto sua
como fatores de risco; podendo estar associados à dimi- detecção precoce com conseqüente tratamento pode al-
nuição do número de nefrons predispondo à hipertensão ar- terar a história natural da doença2,15,18,19.
terial e doença renal na idade adulta7,9.
Idade avançada também é considerada um fator de Proteinúria
risco. A FG diminui progressivamente ao longo dos anos.
Alguns autores sugerem que esta perda é da ordem de Quando avaliamos a proteinúria devemos atentar
1ml/min/ano a partir dos 40 anos10. Assim, estes indi- para o fato de esta significar a dosagem da quantidade total
víduos devem ser sempre avaliados quanto à função renal de proteína na urina, e não somente de albumina. A quan-
e, tratados com cuidados preventivos no intuito de se pre- tidade de albumina na urina está diretamente relacionada ao
servar a função renal. risco tanto de desenvolver doença renal, quanto ao ritmo de
O risco de doença renal também aumenta para- perda da função renal. Assim, na atualidade há uma tendên-
lelamente ao aumento do peso corporal11. Portanto, a cia de considerarmos níveis cada vez mais baixos de norma-
obesidade e/ou sobrepeso são fatores de risco modificá- lidade para proteinúria20. Ressalta-se que a avaliação da per-
veis para doença renal, e o seu tratamento é uma oportu- da de proteínas pode ser realizada através de dosagens em
nidade para prevenção. O mecanismo preciso que oca- amostras de urina para a determinação de proteína ou albu-
siona comprometimento renal não é conhecido, porém mina e a creatinina. Valores acima de 150mg/g de creatinina
acredita-se que os mesmos mecanismos que ocasionam a em pacientes de risco devem ser investigados com 3 dosa-
doença cardiovascular levariam à disfunção renal. Estes gens, e se mantidos devem ser tratados. A dosagem de albu-
indivíduos geralmente desenvolvem microalbuminúria e minúria na urina é realizada através do teste denominado mi-
subseqüente proteinúria12, sendo esta um marcador de do- croalbuminúria, os valores considerados normais são de até
ença renal também nesta população. 30mg/g de creatinina21. Estudos mais recentes têm alertado
No que se refere à prevenção primária da doença, também para o fato de valores mais baixos de albuminúria
é importante identificarmos os pacientes antes do estágio do que os preconizados, estarem associados a maior risco de
de DRC em que apresentem filtração glomerular inferior doença renal e em especial doença cardiovascular22,23.
ou igual a 60 ml/min13,14, quando ainda se pode evitar em Na seqüência, encontra-se um fluxograma para ava-
muitos casos a progressão da doença. liação da proteinúria em população de risco (Quadro 1).
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A coleta de urina de 24 horas implica em erros


freqüentes e não tem sido utilizada 24-27. Importante
salientar que estas fórmulas foram desenvolvidas para in-
divíduos com diminuição da função renal (FG <
60ml/min) e com índice de massa corporal dentro da
normalidade. Assim sendo, em situações especiais como
em pacientes obesos ou amputados fórmulas que utilizam
o peso corporal devem considerar o peso ideal do
paciente. Se a coleta de urina de 24 horas for utilizada,
todos os cuidados da coleta deverão ser explicados ao
paciente cuidadosamente pelo médico ou outro
profissional treinado.

Tabela 1. Exemplos da variação da filtração glomerular

sexo Idade Creatinina PC (Kg)/ FG FG FG


(anos) sérica Altura(m) ml/min ml/min ml/min
Quadro 1. Avaliação da Proteinúria em População de Risco (mg/dl) (CG) (CG) (MDRD)

PC ideal

Filtração glomerular F 35 1,1 75/1,70 84 71 60


M 35 1,1 90/1,80 119 93 81
F 48 1,1 75/1,70 74 62 56
A partir de 2002 a identificação, classificação e M 48 1,1 90/1,80 104 82 76
F 70 1,1 75/1,70 56 47 52
orientação terapêutica da Doença Renal passaram a se M 70 1,1 90/1,80 79 62 70
basear na filtração glomerular, e o clearance da creatinina
continua sendo a avaliação indicada para tal . O uso da F=feminino; M=masculino, PC=peso corporal
creatinina sérica como único indicador de DRC não de-
tecta a população comprometida em grande parte dos ca-
sos, especialmente quando consideramos os pacientes Pacientes de risco devem realizar exames para rastrear
idosos; adicionalmente não é um bom parâmetro para doença renal.
avaliação da progressão da perda da função renal 13,14. O Os exames são: dosagem da creatinina no sangue e
mesmo valor de creatinina sérica, pode corresponder a exame de urina para avaliar se há perda de proteína.
diferentes valores de clearance de creatinina (Tabela 1).
A concentração plasmática da creatinina tem como seu
maior determinante a massa muscular. O valor de PREVENÇÃO
normalidade para a creatinina sérica também tem sido
preconizado que seja de 1mg/dl. Indivíduos com valores Na atualidade vários estudos mostram que a pre-
superiores devem ser avaliados periodicamente. venção da DRC é uma manobra eficaz para se frear o
Preconiza-se que a FG seja estimada pelas equações de crescimento assustador da DRC em todo o mundo8,15,28.
Cockcroft e Gault ou do estudo Modification of Diet in Reconhecidamente existe uma população de alto risco
Renal Disease (MDRD), que são apresentadas a seguir. para desenvolver DRC e esta deve ser investigada antes
de apresentar sinais ou sintomas de doença. Uma vez que
a hipertensão arterial e Diabetes mellitus são responsáveis
COCKCROFT-GAULT (CG) por mais de 50% dos casos de DRC6, estes pacientes de-
FG = 140 - idade x peso corporal (kg) / 72 x Cr s x ( 0,85 se mulher) vem ser avaliados periodicamente e rigorosamente com
Quando diante de um paciente obeso, ou amputado o peso medidas eficazes de prevenção. Adicionalmente, a albu-
utilizado deverá ser o ideal (A2 x 21,7) minúria que é de relevância especial4,19,22,23, deve ser tra-
tada sempre que presente.
MDRD A importância de detectarmos pacientes de risco
FG = 186,3 x (Cr s) -1,154 x (idade) – 0, 203 x (0,742 se mulher) ou aqueles com discreta diminuição da FG, especialmente
´ os idosos, se relaciona diretamente com a possibilidade de
FG= filtração glomerular; Cr s= creatinina sérica; A=altura se instituir medidas preventivas. Evitar drogas nefrotó-
26 Otimização da Prevenção da DRC

xicas (ajustar a dose dos medicamentos) e evitar especial-


mente os anti-inflamatórios não hormonais, muito utili-
zados por indivíduos idosos mesmo sem prescrição
médica. Os exames radiológicos que utilizam contrastes
devem ser indicados também com precisão ou até mesmo
contra-indicados baseados na função renal. Essas medidas
são descritas de forma esquemática a seguir.

Todos os médicos envolvidos com populações de risco


devem estar cientes da necessidade de investigação
periódica da função renal, bem como estar atentos para
atingir as metas estipuladas para o tratamento
preventivo:
• Hipertensão arterial e glicemia devem ser
controladas rigorosamente;
• Proteinúria deve ser tratada sempre que presente, Quadro 2. Recomendações para controle de hipertensão arterial e/ou
proteinúria
mesmo que seja um achado isolado.

Outras medidas gerais de importância na


prevenção da DRC em população de risco:
• Evitar o uso de contrastes radiológicos;
• Evitar drogas nefrotóxicas;
• Ajustar dose de drogas metabolizadas e excretadas
pelos rins;
• Evitar anti-inflamatórios;
• Evitar sobrepeso;
• Não fumar.

TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL E


PROTEINÚRIA

O tratamento da hipertensão arterial e/ou da pro- Quadro 3. Medidas gerais para pacientes em risco de desenvolver DRC.

teinúria deve ser sempre iniciado utilizando-se um inibidor


da enzima de conversão da angiotensina (IECA) ou um REFERÊNCIAS
bloqueador de receptor de angiotensina (BRA)15,28,29. Estas
drogas tratam da hipertensão arterial e da proteinúria, redu- 1. Bakris GL, Williams M, Dworkin L, Elliott WJ, Epstein M, Toto
zem a pressão do capilar glomerular, e a mitogênese das cé- RDA, et al. Preserving renal function in adults with hyperten-
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lulas mesangiais. A meta a ser alcançada em relação aos Foundation Hypertension and Diabetes Executive Commit-
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pacientes com proteinúria <1g/24h, a pressão arterial deve 2. Barret BJ. Applying multiple interventions in chronic kidney
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pressão arterial deverá ser mantida em 125x75mmHg13,14. 3. Wavamunno MD, Harris CH. The need for early nephrology
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sociação de IECA e BRA é muito eficaz8,16,30. Havendo 4. Brown WW, Collins A, Chen SC, King K, Molony D, Gannon
necessidade de mais de uma droga para o controle da pressão MR, et al. Identification of persons at high risk for kidney dis-
arterial seguimos as recomendações utilizadas para a ease via targeted screening: the NKF Kidney Early Evaluation
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população geral 31, como se vê no Quadro 2.
De um modo geral, na condução dos pacientes em 5. Coresh J, Astor BC, Greene T, Eknoyan G, Levey AS. Preva-
lence of chronic kideny disease and decreased kidney function
risco de desenvolver DRC, utilizam-se as recomendações in the adult US population: Third National Health and Nutrition
que podem ser vistas no Quadro 3: Examination Survey. Am J Kidney Dis 2003; 41:1-12.
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Endereço para correspondência:
21. Alves MAR. Diretrizes Brasileiras de Doença Renal Crônica:
Avaliação de proteinúria e sedimento urinário. J Bras Nefrol
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