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A emergência da ameaça das superbactérias vem sendo agravada, ainda, pelo uso
indiscriminado de antibióticos e antissépticos, substâncias importantes que deveriam ser
utilizadas apenas em momentos específicos para tratar infecções, de acordo com
prescrições médicas ou de cirurgiões-dentistas. “O uso indiscriminado não traz
benefícios à saúde humana como pode trazer malefícios por alterar a microbiota normal
do corpo humano e aumentar a chance de você ser colonizado por bactérias
multirresistentes”, explica o infectologista.
Mas o uso pela população humana não é o único que apresenta riscos, cerca de 80%
dos antibióticos produzidos são consumidos na agropecuária. O professor avalia que
“isso é uma coisa muito perigosa, porque está pressionando a resistência bacteriana em
uma situação em que esses medicamentos muitas vezes não são necessários”.
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revela que a grande maioria dos antibióticos disponíveis no mercado é de variações de
antibióticos descobertos na década de 1980.
Bellissimo também ressalta que “a Fundação Gates, o National Institutes of Health (NIH),
nos Estados Unidos, e a União Europeia têm tentado compensar isso com fundos
públicos, financiando o desenvolvimento de novas drogas”.
A atual pandemia de covid-19 chamou a atenção para o problema dessa escalada global
de resistência, devido ao uso de medicamentos ineficazes para tratar a doença e a
quantidade de infecções hospitalares que pacientes internados acabam contraindo. O
infectologista analisa que muitos pacientes que contraem a covid-19 estão “sendo
tratados abusivamente e desnecessariamente com antibióticos, e sofrendo infecções
hospitalares em decorrência disso”.
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pneumoniae, que são os dois agentes mais resistentes de todos na atualidade”. Como
ressalta Bellissimo, “isso não é uma ameaça potencial, isso já está acontecendo nos
nossos hospitais”.
Por outro lado, a pandemia também “canalizou muitos investimentos em pesquisa para o
seu enfrentamento, tornando escassos os recursos de pesquisa para o desenvolvimento
de novas drogas ou métodos de conter a resistência bacteriana”, finaliza o professor.
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