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NORMA GOLDSTEIN – VERSOS, SONS E RITMOS

CAPÍTULO 1 – A UNIDADE DO POEMA

*Aspectos isolados: procedimento didático, artificial e provisório

*Interpretação: recuperação da unidade orgânica do texto

*Seleção e combinação de palavras: textos não literários (significação) x

textos literários (significação e outros critérios, como efeitos estéticos)

*Plurissignificação do texto literário – soma de várias interpretações

*Para analisar o texto literário, partimos dos elementos concretos para

relacioná-los à interpretação

CAPÍTULO 2 – O RITMO DO POEMA

*Caráter de oralidade do poema

*Musicalidade – gênero lírico

A banda (Chico Buarque)

Estava à toa na vida, Mas para meu desencanto


O meu amor me chamou, O que era doce acabou
Pra ver a banda passar Tudo tomou seu lugar
Cantando coisas de amor. Depois que a banda passou

→ Ritmo simples e repetitivo

→ Cadência: alternância de sílabas fortes e fracas

→ Aliterações e assonâncias
José (C. D. Andrade)

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

→ Palavras-chave

→ Anáfora, eco, ritmo

*Versificação: traço distintivo do poema (versos, estrofes, métrica, ritmo,

rima) – organização visual e sonora

CAPÍTULO 3 – RITMOS

*Cada época tem seu ritmo

*Simetria: regularidade

Remorso (O. Bilac)

Sinto o que esperdicei na juventude;


Choro neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude.
Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!
*Assimetria

O poeta come amendoim (M. Andrade)

Brasil que eu amo porque é o ritmo do meu braço aventuroso,


O gosto dos meus descansos,
O balanço das minhas cantigas amores e danças.
Brasil que eu sou porque és minha expressão muito engraçada
Porque é o meu sentimento pachorrento,
Porque é o meu jeito de ganhar dinheiro, de comer e de dormir.

CAPÍTULO 4 – SISTEMAS DE METRIFICAÇÃO

* Verso de uma sílaba (monossílabo)

Rua 1(1)

torta. 1(1)

Lua 1(1)

morta. 1(1)

Tu a 1(1)

porta. 1(1)

(Cassiano Ricardo, “Serenata sintética”)

* Verso de duas sílabas (dissílabo)

Na valsa 2(2)

Cansaste; 2(2)

Ficaste 2(2)
Prostrada, 2(2)

Tu r b a d a ! 2(2)

Pensavas, 2(2)

Cismavas, 2(2)

E estavas 2(2)

Tão pálida 2(2)

(Casemiro de Abreu, “A valsa”)

f o r ma 1(1)
r e f o r m a 2(2)
d i s f o r m a 2(2)
t r a n s f o r m a 2(2)
c o n f o r m a 2(2)
i n f o r m a 2(2)
f o r m a 1(1)

(Lino Grünewald, “Forma”)

* Verso de três sílabas (trissílabo)

Foge, bicho 3(1-3)

Foge, povo 3(1-3)

Passa ponte 3(1-3)

Passa poste 3(1-3)

Passa pasto 3(1-3)

Passa boi 3(1-3)

(Manuel Bandeira, “Trem de ferro”)


* Verso de quatro sílabas (tetrassílabo)

Era uma casa 4(2-4/1-4)

Muito engraçada 4(2-4/1-4)

Não tinha teto 4(2-4)

Não tinha nada 4(2-4)

(Vinícius de Moraes, “A casa”)

* Verso de cinco sílabas (pentassílabo): redondilha menor

Dorme o pensamento. 5 ( 1- 3 - 5 )

Riram-se? Choraram? 5(1-5)

Ninguém mais recorda. 5 ( 2- 5 / 3- 5 )

(Cecília Meireles, “Tempo celeste”)

* Verso de seis sílabas (hexassílabo)

Há noite? Há vida? Há vozes? 6 ( 2- 4 - 6)

Q u e e s p a n t o n o s co n s o m e 6 ( 2- 6 )

de repente, mirando-nos? 6 ( 3- 6 )

( A l m a , co m o é t e u n o m e ?) 6 ( 1- 4 - 6 )

(Cecília Meireles, “Canções”)

Para cá, para lá … 6(3-6)

Para cá, para lá … 6(3-6)

U m n o ve l o z i n h o d e l i n h a …
Para cá, para lá … 6(3-6)

Para cá, para lá … 6(3-6)

O s c i l a n o a r p e l a m ã o de u m a c r i a n ç a

( Ve m e va i . . . )

Q u e d e l i c a d a m e n t e e qu a s e a ad o r m e c e r o b a l a n ç a

– Psio… –

Para cá, para lá … 6(3-6)

Para cá e...

– O n o ve l o z i n h o c a i u .

(Manuel Bandeira, “Debussy”)

* Verso de sete sílabas (heptassílabo): redondilha maior

Como pode o peixe vivo 7 ( 3- 5 - 7 )

Vi v e r f o r a d a á g u a f r i a ? 7(3-7)

Como poderei viver 7 ( 1- 3 - 5 - 7 )

S e m a t u a co m p a n h i a ? 7(3-7)

* Verso de oito sílabas (octossílabo)

Tu p e n s a s q u e t u é q u e é s 8 ( 2- 5 - 8)

A m e l h o r m u l h e r d o p l a n e t a, 8 ( 3- 5 - 8)

Mas eu é que não vou fazer 8 ( 2- 5 - 8)

Tu d o o q u e t e d e r n a v e ne t a . 8 ( 1- 5 - 8)

(Noel Rosa, “A melhor do planeta”)


* Verso de nove sílabas (eneassílabo)

N ã o s a b e i s o q u e o m o n s t r o pr o c u r a ? 9 ( 3- 6 - 9)

N ã o s a b e i s a q u e v e m , o q ue q u er ? 9 ( 3- 6 - 9)

Ve m m a t a r v o s s o s b r a v o s g u e r r e i r o s , 9 ( 3- 6 - 9)

Ve m r o u b a r - v o s a f i l h a , a m u l h e r ! 9 ( 3- 6 - 9)

(Gonçalves Dias, “Canto do Piaga”)

O u s e t e m c h u v a e n ã o s e t em s o l 9 ( 4- 9 )

O u s e t e m s o l e n ã o s e t e m c hu v a . 9 ( 4- 9 )

(Cecília Meireles, “Ou isto ou aquilo”)

* Verso de dez sílabas (decassílabo)

1 M a s já o p l a n e t a q u e n o cé u pr i m e i r o 1 0 ( 4 - 8- 1 0 )

2 H a b i t a , c i n c o v e z e s , a p r e s s a da , 1 0 ( 6 - 1 0)

3 A g o r a m e i o r o s t o , a g or a i n t e i r o , 1 0 ( 6 - 1 0)

4 M o s t r a r a , e n q u a n t o o m a r c o r t a v a a ar m a da , 1 0 ( 6 - 1 0)

5 Q u a n d o d a e t é r e a g á v ea u m m a r i nh e i r o , 1 0 ( 6 - 1 0)

* 6 P r o n t o c o ' a v i s t a : " Te r r a , t e r r a , " b r a da . 10(6-10/4-8-10)

7 S a l t a n o b o r d o a l v o r o ç a da a g e n t e, 1 0 ( 4 - 8- 1 0 )

8 C o ' o s o l h o s n o h o r i zo n t e d o O r i en t e . 1 0 ( 6 - 1 0)

(Luís de Camões, “Os lusíadas”)


E o sino canta em lúgubres responsos 10 ( 4- 6 - 1 0)

Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus! 7

(Alphonsus de Guimaraens, “A catedral”)

* Verso de onze sílabas (endecassílabo)

N o m e i o d a s t a b a s d e a m e no s v e r do r e s , 11( 2 - 5- 8 - 11)

cercadas de troncos – cobertos de flores, 11( 2 - 5- 8 - 11)

A l t e i am - s e o s t e t o s d ' a l t i v a n a ç ão ; 11( 2 - 5- 8 - 11)

S ã o m u i t o s s e u s f i l h o s , n o s â n im o s f o r t e s, 11( 2 - 5- 8 - 11)

Te m í v e i s n a g u e r r a , q u e e m de n s a s c o o r t e s 11( 2 - 5- 8 - 11)

A s s o m b r a m d a s m a t a s a i m e n s a e x t en s ã o . 11( 2 - 5- 8 - 11)

(Gonçalves Dias, “Canto do Piaga”)

* Verso de doze sílabas (alexandrino – dodecassílabo)

N a s l a r g a s m u t a ç õ e s p e r p é t u a s d o un i v e r s o 1 2 ( 6 - 1 2)

O a m o r é s e m p r e o v i n h o e n é r g i c o , i r r i t a n t e … 12(6-12/4-8-12)

U m l a g o d e l u a r n e r v o s o e pa l p i t a n t e … 1 2 ( 6 - 1 2)

U m s o l d e n t r o d e t u d o a l t i v am e n t e I m er s o . 1 2 ( 6 - 1 2)

(Cruz e Souza, “Amor”)

* Verso com mais de doze sílabas

Versos compostos de dois outros versos menores:


14 sílabas = 7 + 7 / 15 sílabas = 7 + 8

Esquemas rítmicos mais frequentes

Número de sílabas poéticas Sílabas acentuadas


1 1
2 2
3 3 ou 1-3
4 1-4 ou 2-4
5 2-5 ou 3-5 ou 1-3-5
6 3-6 ou 2-6 ou 2-4-6 ou 1-4-6
7 qualquer sílaba e última
8 4-8 ou 2-6-8 ou 3-5-8 ou 2-5-8
9 4-9 ou 3-6-9
10 6-10 (heroico) ou 4-8-10 (sáfico)
11 5-11 ou 2-5-8-11 ou 2-4-6-11
12 6-12 ou 4-8-12 ou 4-6-8-12

CAPÍTULO 5 – VERSO

* Regulares

Regras clássicas da métrica e posição das sílabas acentuadas;

Rimas aparecem de modo regular, no final dos versos.

* Brancos

Regras clássicas da métrica e posição das sílabas acentuadas;

Não há rimas.
* Polimétricos

Regras clássicas da métrica e posição das sílabas acentuadas;

Versos regulares de tamanhos diferentes.

* Livres

Não obedecem a nenhuma regra preestabelecida quanto ao metro, à

posição das sílabas fortes, nem à presença ou regularidade de rimas.

O e s p e l h o r e f l e t e c e r t o : n ã o e r r a po r q ue n ã o pe n s a . 15(2-7-10-15)
7+7 (2-7)

Pensar é essencialmente errar. 8 ( 2- 6 - 8)

E r r a r é e s s e n c i a l m e n t e e s t ar c e g o e s ur d o . 11 (2-6-9-11)

(Alberto Caeiro)

“Mas verso livre cem por cento é aquele que não se socorre de nenhum sinal
exterior senão o de volta ao ponto de partida, à esquerda da folha de papel:
verso derivado de vertere, voltar. À primeira vista, parece mais fácil de fazer
do que o verso metrificado. Mas é engano. Basta dizer que no verso livre o
poeta tem de criar seu ritmo sem auxílio de fora. (…) Sem dúvida, não custa
nada escrever um trecho de prosa e depois distribuí-lo em linhas irregulares,
obedecendo tão-somente às pausas do pensamento. Mas isso nunca foi
verso livre. Se fosse, qualquer um poderia pôr em verso até o último relatório
do Ministro da Fazenda.” (Manuel Bandeira, “Poesia e verso”)

*Simbolismo – liberdade rítmica – Modernismo

*Simetria x irregularidade, contraste, dissonância, efeito imprevisível ou

inesperado
*Volta aos métodos regulares (a partir de 1945): transfigurados em novos

CAPÍTULO 6 – ESTROFES

Número de versos Nome da estrofe


1 monóstico
2 dístico
3 terceto
4 quadra ou quarteto
5 quinteto ou quintilha
6 sexteto ou sextilha
7 sétima ou septilha
8 oitava
9 novena ou nona
10 décima

* Refrão

Grupo de versos repetidos ao longo do poema.

Marília, teus olhos


São réus, e culpados,
Que sofra e que beije
Os ferros pesados
De injusto Senhor.
Marília, escuta
Um triste Pastor.

Ml vi o teu rosto,
O sangue gelou-se,
A língua prendeu-se,
Tremi, e mudou-se das faces a cor.
Marília, escuta
Um triste Pastor.

(…)
Mas eu te desculpo,
Que o fado tirano
Te obriga a deixar-me;
Pois baste o meu dano
Da sorte, que for.
Marília, escuta
Um triste Pastor.

* Oitava

Oito versos decassílabos; rimas organizadas da seguinte forma:

a) versos 1, 3, 5 / b) versos 2, 4, 6 / c) versos 7 e 8.

Vasco de Gama, o forte Capitão,


Que a tamanhas empresas se oferece,
De soberbo e de altivo coração,
A quem fortuna sempre favorece,
Para se aqui deter não vê razão,
Que inabitada a terra lhe parece
Por diante passar determinava
Mas não lhe sucedeu como cuidava.

* Quadra

Quadrinha é o poema de quatro versos que, geralmente, desenvolve

um conceito relativo à filosofia popular.

MURILO MENDES
Altíssimo poeta puro,
és tu, meu Murilo Mendes,
que estrelas, no céu escuro,
alçando os braços, acendes.
& MARIA DA SAUDADE
Esparsa (alto mistério) eis que a poesia
reconquista, na luz, sua unidade
Ela mora, perfeita alegoria,
em Murilo e Maria da Saudade.

(Carlos Drummond de Andrade)

CAPÍTULO 7 – RIMAS

Classificação quanto a Tipos de rima


Posição no verso interna ou externa
Semelhança de letras consoante: rimam consoantes e vogais
toante: rima apenas a vogal tônica
Distribuição ao longo do poema cruzadas (alternadas): ABABAB
emparelhadas: AA BB CC
interpoladas: A … A
misturadas: distribuição irregular
*rima perdida, órfã
Posição do acento tônico agudas: oxítonas
graves: paroxítonas
esdrúxulas: proparoxítona
Categoria gramatical pobres: mesma categoria gramatical
ricas: categoria gramatical diferente
Extensão dos sons que rimam pobres: da vogal tônica em diante
ricas: desde a consoantes que vem
antes da vogal tônica

* Rima consoante x toante

vida – descida (IDA) / voar – mar (AR)

cadeira – mineira (EIRA) / jantar – lugar (AR)

bravo – alvo / vivo – dia – silvo – melancolia / dorme – some


CAPÍTULO 8 – FIGURAS DE EFEITO SONORO

Aliteração x Assonância

Vozes veladas, veludosas vozes, Ó Formas alvas, brancas, Formas claras


Volúpias dos violões, vozes veladas, De luares, de neves, de neblinas!…
Vagam nos velhos vórtices velozes Ó Formas vagas, fluídas, cristalinas…
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. Incensos dos turíbulos das aras…
Tudo nas cordas dos violões ecoa Formas do Amor, constelarmente puras,
E vibra e se contorce no ar, convulso… De Virgens e de Santas vaporosas…
Tudo na noite, tudo clama e voa Brilhos errantes, mádidas frescuras
Sob a febril agitação de um pulso. E dolências de lírios e de rosas…
(Violões que choram, Cruz e Souza) (Antífona, Cruz e Souza)

Repetição de palavras – Anáfora (mesma posição)

Para dizerem milho dizem mio


Para melhor, dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados
(Oswald de Andrade)

Sons semelhantes

fruto – furto / houve – ouve

Onomatopeia

Sino de Belém, pelos que inda vêm!


Sino de Belém, bate bem-bem-bem.

Sino da Paixão, pelos que lá vão!


Sino da Paixão, bate bão-bão-bão.
**CAPÍTULO 8 – POEMA E POESIA

Poema em prosa e prosa poética

Será que a poesia só se faz presente nos versos?

• Outras obras artísticas: peças musicais, quadros, esculturas,

fotografias, balés, etc.

*Convidam à releitura e permitem mais de uma interpretação.

*Lirismo

Poesia visual

Poesia concreta

CAPÍTULO 9 – POEMAS DE FORMA FIXA

*Balada: feita para ser cantada, baseia-se no princípio da repetição que

facilita gravar o texto na memória. A mesma ideia ou a mesma frase repete-

se ao término de cada estrofe. Costuma apresentar três oitavas (estrofes de

oito versos), geralmente com versos de oito sílabas.

*Vilancete: começa com um “mote” ou motivo, tema a ser desenvolvido. O

mote está contido numa estrofe curta inicial. A seguir, vêm as “voltas”, três ou

mais estrofes maiores que desenvolvem e glosam o mote. Nas estrofes da

volta repete-se um dos versos do mote.


*Ode: entre os antigos gregos e romanos, ligava-se à música, passando

depois a um poema lírico em que se exprimem os grandes sentimentos da

alma humana. Pode celebrar fatos heroicos, religiosos, o amor ou os

prazeres. Sem obedecer a regras rígidas, a ode costuma ser dividida em

estrofes iguais pela natureza e pelo número de versos.

*Canção: é uma composição curta, cujo teor pode ser ora melancólico, ora

satírico. Permite todos os temas e nem sempre se destina a ser cantada.

Pode, ou não, apresentar estribilho ou refrão. As “canções nacionais”

incorporam-se à tradição de todos os povos.

*Madrigal: composição curta, destinada a homenagear alguém, ora com

galanteio, ora com uma confissão de amor. Pode ser estruturado em

qualquer metro, mas geralmente emprega a redondilha, ou mescla versos de

6 e de 10 sílabas.

*Elegia: composição destinada a exprimir tristeza ou sentimentos

melancólicos.

*Idílio, égloga ou pastoral: composições que celebram a vida no campo, a

natureza, a atividade agrícola e pastoril, ou seja: o bucolismo.

*Rondó ou rondel: sucedem-se tipos Iguais de quadras ou estrofes maiores,

em versos de sete sílabas. Os dois primeiros versos de uma estrofe são

retomados adiante, em outra estrofe.

*Epitalâmio: poema composto para celebrar um casamento.


*Triolé: compõe-se de uma ou mais oitavas em versos de sete ou oito

sílabas. Aparecem dois tipos de rima. O quarto verso repete o primeiro, e os

dois versos finais da estrofe retomam os dois primeiros.

*Sextina: compõe-se de seis sextilhas, geralmente em versos decassílabos,

seguidos de um terceto final. Os versos devem terminar com palavras de

duas sílabas. As palavras finais dos versos da primeira estrofe devem

reaparecer em versos das outras estrofes.

*Haicai: tipo de poema japonês, Composto de 17 sílabas, distribuídas em

três versos apenas: o primeiro de cinco, o segundo de sete, e o terceiro de

cinco sílabas. Originalmente sem rima, no Brasil vem sendo retomado de

maneira rimada. Consiste na anotação poética e espontânea de um

momento especial.

*Soneto: O poema de forma fixa mais encontrado. Composto de dois

quartetos e dois tercetos, o soneto apresenta, geralmente, versos de dez ou

doze sílabas. Aparecem rimas de um tipo nos quartetos (AB), e de outro, nos

tercetos (CD). O soneto costuma conter uma reflexão sobre um tema ligado

à vida humana.

Diálogo entre gêneros

Nos tempos atuais, às inovações rítmicas acrescentaram-se também

mudanças quanto aos gêneros literários. Em vez dos poemas de forma fixa,

a poesia contemporânea se organiza em poemas de formas não fixas, ou


melhor, não prefixadas. Por vezes, refere-se a gêneros da prosa literária e

não literária.

*Maneira renovada – diálogo crítico com gêneros tradicionais.

*Processo lúdico e intertextual.

CAPÍTULO 10 – NÍVEIS DO POEMA

*Nível Lexical

*Nível sintático

Encadeamento, cavalgamento ou enjambement

*Nível semântico

Figuras de similaridade: comparação (símile), metáfora, alegoria,

sinestesia.

Figuras de contiguidade: metonímia, sinédoque.

Figuras de oposição: antítese, oxímoro, ironia, paradoxo.

Parentescos poéticos / Paralelos

*posição, função sintática, classe gramatical, sonoridade, etc.


CAPÍTULO 11 – ESTABELECENDO RELAÇÕES

Um exemplo de análise e interpretação

Sem barra (José Paulo Paes)

Enquanto a formiga

Carrega comida

Para o formigueiro,

A cigarra canta,

Canta o dia inteiro.

A formiga é só trabalho.

A cigarra é só cantiga.

Mas sem a cantiga

da cigarra

que distrai da fadiga,

seria uma barra

o trabalho da formiga.

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