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AO JUIZO DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE MORRINHOS

GOIÁS

WALTER DE MELO ARANTES JUNIOR, nacionalidade, estado civil,


fazendeiro, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX.XX, EMAIL XXXXX,
telefone/WhatsApp: (XX) XXXXX-XXXX, residente e domiciliado Rua Tamandaré
Nº 530 Setor Centro, Goiatuba-GO, CEP 75600-000, por seu advogado e
procurador que ao final assina, vem respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, propor

AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA

Com fulcro no art. 1.238 do Código Civil

Em desfavor de WALTECI JOSÉ LOPES, nacionalidade, estado civil,


profissão, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX.XX, EMAIL XXXXX, telefone:
(XX) XXXXX-XXXX, residente e domiciliado Rua XXXXXX Nº XX, Setor XXXX,
CEP XXXXX.XXX, XXXXXX-GO, observando se os fatos e fundamentos a seguir

I- DOS FATOS

Walter de Melo Arantes Júnior, possui uma propriedade de 100 (cem)


alqueires de terras de cultura e cerrado. Em meados de 2001, Walter adquiriu
uma pequena propriedade de seu vizinho, José Mário Braga Júnior, de cinco
alqueires, que este teria herdado do seu genitor.

Segundo consta a família de José Mário Braga Júnior tem a posse


desta propriedade há mais de 30 (trinta) anos. É como a propriedade era de
interesse do autor, o mesmo efetuou o pagamento do valor do negócio, que era
de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) e foi até o cartório e fez a escritura da
área de 03 (três) alqueires, e os outros 02 (dois) alqueires, mesmo possuindo a
sua posse, não possui escritura, e ao apresentar o memorial descritivo da gleba
de terras, Walter foi informado pelo Tabelião do CRI de Morrinhos que a área de
02 (dois) alqueires está registrada em nome de Walteci José Lopes.

Walter de Melo vem exercendo a posse mansa e pacífica do bem


desde a sua aquisição, ocorrida há mais de 19 (dezenove) anos, mas ele
manifesta o desejo de regularizar a área de 02 (dois) alqueires, e para que isso
seja possível pois ele é um possuidor do bem, viu se necessário recorrer ao
judiciário para que de maneira procedente seja concedida a ação em favor de
Walter, já que este detém posse da área de dois alqueires, há mais de 19 anos,
direito esse qual resguarda o Código Civil eu seu artigo 1.238.

II- DO DIREITO

De início, é importante ressaltar que o ordenamento jurídico brasileiro


prevê a possibilidade de Ação de Usucapião como forma de regularizar o registro
imobiliário de imóvel urbano ou rural, cuja a aquisição se deu pela ocorrência de
prescrição aquisitiva, que é um fruto da posso mansa, pacífica e ininterrupta

Segundo a Constituição Federal, é possível a usucapião rural,


desde que obedecidas os requisitos presentes no caput art. 191

Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de


imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco
anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em
zona rural, não superior a cinquenta hectares,
tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua
família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a
propriedade.

Dentre as diversas modalidades de aquisição de propriedade


originária através da usucapião, está a espécie extraordinária, expressamente
entalhada na redação do caput do art. 1238, parágrafo único, do Código Civil,
transcreve-se

Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem


interrupção, nem oposição, possuir como seu um
imóvel, adquire-lhe a propriedade,
independentemente de título e boa-fé; podendo
requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a
qual servirá de título para o registro no Cartório de
Registro de Imóveis.

Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo


reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver
estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou
nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.

É possível analisar também que os tribunais já tem decidido


procedente, os pedidos da Usucapião Extraordinária, quando se tem a posse
mansa e pacifica e ininterrupta do bem por mais de 15 anos, ou seja, já se
encontra amparada pelo entendimento dos tribunais

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE USUCAPIÃO.


COMPROVAÇÃO DOS REQUISITOS DA
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA. PROCEDÊNCIA
DO PEDIDO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. 1.
Deve ser admitida a aquisição da propriedade, por
meio da usucapião extraordinária, na hipótese em
que restam comprovados os requisitos legais, conf.
art. 1.238 do CC, atinentes à posse mansa, pacífica e
ininterrupta, acrescida, inclusive, do animus domini,
tal como ocorrido, na hipótese. 2. A manifestação da
Procuradoria Geral do Estado não é hábil a afastar o
reconhecimento da usucapião extraordinária, haja
vista que o Apelado/A. acostou toda documentação
necessária à comprovação do fato constitutivo de seu
direito, como memorial descritivo firmado por técnico
em agrimensura, com as respectivas confrontações,
afastando eventual irregularidade na delimitação da
área apontada. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E
DESPROVIDA.

(TJ-GO - Apelação (CPC):


00861434120068090103, Relator: OLAVO
JUNQUEIRA DE ANDRADE, Data de Julgamento:
22/05/2018, Minaçu - 1ª Vara Cível, Data de
Publicação: DJ de 22/05/2018)

Neste sentido, não pairam dúvidas que a área dos dois alqueires é de
posse do Requerente há mais de 19 anos, e o mesmo possui o direito e a
legitimidade sobre o imóvel e seu consequente registro no Cartório de Imóveis
competente.

III- DOS PEDIDOS

Pelo exposto, requer a Vossa Excelência:

1) A citação do requerido, para que, querendo apresente contestação


no prazo legal, sob pena de se tornar réu revel;

2) Intimação do MP para intervir no feito;

3) A condenação do réu ao pagamento das custas processuais e


honorários advocatícios;

4) Ao final sejam julgados procedentes todos os pedidos contidos na


presente demanda para declarar o imóvel usucapiendo de propriedade do
requerente e expedir o mandado para inscrição no Registro de Imóveis do
município de Morrinhos Goiás;

5) Pretende provar o alegado por todos os meios de prova admitidos


em direito, em especial pela juntada de documentos, perícia técnica e oitiva de
testemunhas.

Da se a causa o valor de 120.000.00 (cento e vinte mil reais)

Termos em que, pede e aguarda deferimento.

Goiatuba 05 de outubro de 2021.


ANA LARA GONÇALVES

OAB/GO XXX

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