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O papel da arte visual no ensino Secundário Geral, caso CREI Cidade de Tete 2019-
2021
Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2021
João Pedro Cadiado
O papel da arte visual no ensino Secundário Geral, caso CREI Cidade de Tete 2019-
2021
Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2021
Introdução
O presente trabalho tem como o estudo que pretende investigar a arte como espaço interno
para a construção do processo de autonomia, a arte como instrumento da contribuição da arte
no desenvolvimento infantil, sua contribuição na estruturação da autonomia pessoal e a
possibilidade da aplicação no processo formal de ensino e aprendizagem.
No campo das artes, existe também esta preocupação de estimular a aprendizagem, sendo que
os educadores mais atualizados buscam trabalhar em sala de aula os conhecimentos acerca das
novas formas de expressão artística, das atualidades e eventos de arte. Assim possibilitam
uma maior participação do aluno em diálogos e debates, tão necessários para o
desenvolvimento da capacidade argumentativa e da visão crítica.
Na infância percebe-se claramente a necessidade que o ser humano tem de descobrir o
“porquê das coisas”, não no sentido de acúmulo de conhecimento, mas sim da compreensão
do mundo que nos cerca. Na escola existe uma grande carga de conhecimento imposta ao
aluno, porém, poucos deles conseguem ter uma visão holística1 e fazer correlações entre
conhecimento e vida. Isto dificulta o processo de ensino-aprendizagem já que o aluno não
compreende a importância do que está aprendendo; e que papel esses conhecimentos terão em
seu dia a dia.
Sendo assim, o presente projecto busca trazer uma reflexão sobre a contribuição que a arte
traz no desenvolvimento da criança, uma vez que o sujeito aprende com a interacção com
outro meio.
1. Delimitação do tema
1.1. Justificativa
De acordo com LAKATOS & MARCONI, (1992:219), e a parte do trabalho que apresenta
respostas e questões do porque da realização da pesquisa.
1.2. Problematização
A comunicação visual leva os alunos a construir a sua visão crítica e analítica acerca das
obras de arte e desenvolve a capacidade de diálogo e interacção entre colegas e professores.
Nesse ponto percebe-se que a arte visual auxilia na formação de cidadãos aptos às relações
sociais e culturais, pois desenvolve a capacidade de criação, percepção estética, conhecimento
cultural, a expressão e comunicação. O aluno conhecer novas culturas e compreender valores
que orientam diferentes grupos sociais, seu modo de pensar e agir, além de explorar e
aprofundar-se na sua própria cultura. Isso favorece que o aluno desenvolva o respeito à
diversidade cultural. O CREI, as suas salas de aulas não permitem uma comunicação visual,
visto que uma sala de aula inclusiva deve estar incrementada de modo a estimular a
aprendizagem nos alunos com necessidade educativas especiais, as salas de aulas de uma
escola inclusiva devem estabelecer uma comunicação com os próprios alunos de modo que o
aluno sente-se acolhido neste sistema de ensino.
Por tanto, o ensino ministrado no CREI se resume (a quadro, Giz, apagador, caderno e livro),
não chama mais a atenção aos alunos que estão inseridos neste exagero de informações. A
arte visual pode ser um bom caminho para se discutir questões históricas, culturais, entre
outras.
Dos problemas acima verificados pelo autor, levanta-se a seguinte questão de partida:
1.2.3. Hipóteses
Segundo Baptista e Sousa (2011, p. 26), "as hipóteses são uma resposta prévia ao problema
proposto e, habitualmente, são desenvolvidos com base em estudos anteriormente realizados
de acordo com tema escolhido", pelo que a " hipótese deve justificar o trabalho da parte
empírica da investigação" (Hill e Hill, 2002, p. 22).
Segundo Artur (s/d:100) “a hipóteses são explicações das possíveis soluções para solucionar o
problema colocado na pesquisa”.
Através do meu projecto ou na escolha do tema, Através da elaboração desse projecto
pretende-se analisar e reflectir sobre a necessidade do ensino da arte no desenvolvimento da
criança.
1.2.3.1. Primária
1.2.3.1. Secundária
2.1. Geral
Analisar o papel da arte visual na Educação Inclusiva CREI.
2.2. Específicos
Explicar o papel da arte visual na Educação Inclusiva no CREI;
Identificar as formas de inserção da arte visual na sala de aula;
Que material didáctico o Crei Propor para incrementar as sala de aula com vista a
melhorar a inclusão dos alunos com NEE com arte visual no CREI.
3. Revisão de Literatura
Neste contexto, o aluno é considerado o principal responsável pela sua própria aprendizagem.
Como refere Almeida (2001), mais do que um receptor ou processador passivo de informação,
a perspectiva construtivista vê o aluno envolvido activamente na construção de significados,
confrontando o seu conhecimento anterior com novas situações e, se for caso disso, (ré)
construindo as suas estruturas de conhecimento. A aprendizagem pressupõe, deste modo, uma
articulação feita pelo aluno entre o novo e o que já sabe e, portanto, a mobilização dos seus
saberes e das suas próprias estratégias de aprendizagem.
BYBEE (1997) realça a importância do envolvimento dos alunos nos problemas e actividades
que realizam para promover uma melhor compreensão acerca do mundo e uma maior literacia
científica. HODSON (1998) propõe uma abordagem personalizada e crítica da ciência,
equipando o aluno com a capacidade de empreender acções apropriadas, responsáveis e
fundamentadas. Esta perspectiva crítica é possível se o aluno: aprender ciência, adquirindo
conhecimento conceptual e teórico; aprender acerca de ciência, compreendendo a natureza, a
história e os métodos da ciência, assim como as relações CTS; fazer ciência, adquirindo
experiência em investigação científica e na resolução de problemas.
Segundo BEZERRA (1962) apud JANUARIO (2008) afirma que: o uso de material didáctico,
na sala de aula propiciara a aula mais atraente e acessíveis aqueles alunos que apresentam
dificuldades de abstracção; assim sendo o autor desta pesquisa a firma que usando o material
didáctico como instrumento didáctico no Processo de Ensino e Aprendizagem proporcionam
uma boa aprendizagem dos alunos no Centro de Recursos de Educação Inclusiva -Tete.
Portanto, alguém aprender é necessário que ele queira aprender. Ninguém consegue ensinar
nada a uma pessoa que não quer aprender. Por isso é muito importante que o professor saiba
motivar os seus alunos, (PILETTI, 2002:33).
O PEA, não passa de uma actividade complexa que envolve várias técnicas e instrumentos
auxiliar ao professor com vista a alcançar os objectivos por ele trançados sendo necessário o
uso de material didáctico e meios de ensino.
Portanto, “meios de ensino, Design, recursos materiais utilizados pelo professor e pelos alunos
para a organização e condução metódica do processo de ensino e aprendizagem". (LIBÂNIO,
1990:173).
Acredita-se que a educação em Artes Visuais, num processo contínuo ao longo da vida, tenha
implicações no desenvolvimento estético-visual dos indivíduos, tornando-se condição
necessária para alcançar um nível cultural mais elevado, prevenindo novas formas de
iliteracia. 3.1.2. Educação inclusiva
SMITH & COLS. (1995), Cit. Por MARTINS (2000), são da opinião que a inclusão envolve a
inserção física, social e académica do aluno especial no grupo regular, apenas durante grande
parte do dia escolar.
De acordo com NIELSEN (1999), a inclusão consiste no atendimento a alunos com NEE,
num único sistema de ensino, e sempre que possível, nas turmas regulares.
A escola dos dias de hoje é encarada por muitos como o contexto preferencial para a educação
de crianças com NEE. Deve por isso, estar preparada para lhes facultar uma diversidade de
respostas, pois, não tem como única função a transmissão de saberes, assumindo
conjuntamente, responsabilidades ao nível da promoção do desenvolvimento psicossocial dos
alunos.
Segundo SANTOS (2007, p. 19), a primeira função da escola é tomar decisões e criar
condições de processos democráticos, funcionando como um centro cultural e educacional
dos alunos e da restante comunidade escolar.
A escola deve ainda promover nos alunos, o desenvolvimento integral, numa perspectiva de
preparação para a vida social, profissional e como cidadãos críticos e constitutivos.
Este é o novo paradigma do sistema educativo, uma nova concepção de escola, em que todas
as crianças, sem excepção, estão em igualdade de circunstâncias, independentemente dos
valores culturais ou limitações físicas e intelectuais.
De acordo com PORTER (1998) & CORREIA (2005), este sistema de educação inclusivo
promove a presença por parte de alunos com NEE, em ambientes de sala de aula regulares,
onde são concedidos os apoios necessários, de forma a atingirem, por caminhos diferentes, os
mesmos objectivos que os seus colegas.
Actualmente, a filosofia da inclusão parece ainda não demonstrar total convicção, pelo menos,
aos olhos dos docentes que valorizam, sobretudo, uma função meramente instrutiva da escola.
Naturalmente há algum trabalho a fazer para comprovar a eficácia desse modelo educativo.
Com efeito, seria um bom ponto de partida, centrar-se na concepção de que, “a filosofia da
inclusão só traz vantagens no que respeita às aprendizagens de todos os alunos, tornando-se
num modelo educacional eficaz para toda a comunidade escolar, designadamente para os
alunos com necessidades educativas especiais” (CORREIA, 2005, p.14).
A inclusão legitima o direito do aluno com NEE a aprender e interagir socialmente junto dos
restantes colegas. Desta forma, o estigma da deficiência esbate-se, dentro de um clima de
pertença e de participação na vida escolar, sem nunca descurar a resposta às suas
singularidades específicas. Por outro lado, todos os colegas que rodeiam a criança ou jovem
especial têm maiores probabilidades em perceber, que a diferença faz parte da natureza de
cada um e que por isso mesmo, deve ser respeitada e aceite.
GOMES (1997, cit. por SANTOS, 2007, p.201) acrescenta que, ser professor no século XXI é
ser alguém que, sobretudo, sabe relacionar-se pessoalmente com cada aluno e com cada
pessoa, respeitando a diferença que identifica cada um. Esta atitude implica um processo
crítico, reflexivo e construtivo do professor, capaz de promover a educação dos sentimentos,
do amor e dos valores, como forma de ajudar os outros a serem felizes, a encontrarem-se a si
próprios, a aprenderem a ser e a saberem respeitar o outro.
A formação dos sentidos interfere, ainda, na forma como as pessoas se relacionam entre
familiares, companheiros de trabalho ou de estudo, ou seja, na vida em sociedade.
É importante deixar claro que o professor, ao usar uma obra de arte, tem de estar atento à
mensagem que deseja passar, ao conteúdo que quer discutir, pois, da mesma maneira que a arte
pode contribuir para a construção do aprendizado, se usada de maneira errada, pode levar o
aluno a uma interpretação equivocada de uma dada realidade. A imagem tem um poder
gigantesco dentro do cérebro humano, por isso somos movidos pelo sentido da visão e dele não
duvidamos. (Idem, p. 111).
Se uma imagem é mostrada, ela se fixa em nosso cérebro. Nesse sentido, é necessário um
estudo das obras que serão discutidas, observando-se de que maneira ela contribuirá para o
plano de trabalho desejado.
Segundo DIAS, (2010, pp. 9), o termo artes visuais engloba os campos das artes percebidas
através do sentido da visão. Envolve os novos meios de produção da imagem como as
instalações, performances, vídeo arte, web arte, fotografia, cinema, televisão, vídeo e
computador.
Enquanto para PCNs, (1998, p. 63), essas várias modalidades da linguagem visual sofrem
modificações e inovações por meio de recombinações e pelo desenvolvimento de novas
tecnologias de produção e manipulação da imagem. Fazem parte também do seu campo de
estudo as modalidades mais tradicionais que são: escultura, pintura, desenho, arquitectura,
gravura, objectos, cerâmica, artesanato.
Para PCNs (1998, p. 19), a arte visual, auxilia na construção do conhecimento acerca da
cultura. Este fato é tratado também nos o qual fala que o aluno desenvolve sua cultura não só
através da apreciação, mas também da produção e do conhecimento das artes; o que é
constatado na afirmação: “Produzindo trabalhos artísticos e conhecendo essa produção nas
outras culturas, o aluno poderá compreender a diversidade de valores que orientam tanto
seus modos de pensar e agir como os da sociedade.”
Segundo TEIXEIRA (2006), as artes visuais, além das formas tradicionais – pintura, desenho,
gravura, arquitetura, artefacto, desenho industrial -, incluem outras modalidades decorrentes
dos avanções tecnológicos e das transformações estéticas que surgiram a partir a
modernidade, como por exemplo, a fotografia, as artes gráficas, os quadrinhos, a eletrografia,
entre outros.
O mundo atual carateriza-se por uma utilização visual incomparável na história, concebendo
um universo de exposição múltipla para os seres humanos. Origina assim, a necessidade de
uma educação que os leve a compreender e distinguir sentimentos, sensações, ideias e
qualidades.
De acordo com FISCHER (1963, Pp. 11), a arte é necessária porque o homem é um ser social
e faz parte de sua natureza buscar a vivência do outro para melhor compreender-se.
Nesse sentido, a arte supre essa necessidade, pois, ela é uma forma de representação do
mundo externo e interno dos indivíduos e da vida em toda a sua plenitude, relacionando
conhecimento à emoção. Levando-se em consideração essa colocação, pode-se entender que a
aprendizagem da arte torna-se necessária para a formação integral dos indivíduos.
Segundo IAVELBERG (2006, Pp. 4), o arte-educador como orientador do fazer artístico
oferece ao aluno a possibilidade de desenvolvimento pleno de sua criatividade já que auxilia
na superação das dificuldades no processo de criação, sugerindo possibilidades e incentivando
o aluno a acreditar em si mesmo. Além disso, auxilia na construção do conhecimento em artes
confrontando os alunos com imagens e obras de arte, além de textos para a análise e reflexão
em sala de aula.
A investigação sobre o ensino das artes visuais no contexto da inclusão foi alvo de alguma
timidez inicial. Mas, como já tivemos a oportunidade de referir anteriormente, a Declaração
de Salamanca (Brasil, 1994) fez deflagrar o movimento de inclusão como novo modelo
educacional.
Segundo REILY (2001), parece que os cursos de artes visuais não estão a conseguir
acompanhar esta conjuntura actual, no sentido de preparar os universitários para exercer a sua
profissão de docentes, tendo em conta um público com notável diversidade ao nível das
habilidades, necessidades e limitações.
De acordo com um estudo realizado por MORAES (2007), acerca da inclusão por meio da
arte numa escola regular, ficou demonstrado que, os professores concebem as acções
relacionadas com este campo como mais fáceis e menos importantes que outras actividades
académicas, menosprezando igualmente a habilidade do aluno com NEE, oferecendo-lhe
tarefas repetitivas, que pouco cooperam param o seu desenvolvimento criativo e estético.
Nos dias de hoje, e de acordo com LAVELBERG (2003, p.12), “é necessário que o professor
seja um estudante fascinado por arte, pois, só assim terá entusiasmo para ensinar a transmitir
aos seus alunos a vontade de aprender”.
Nesse sentido, quanto à relação, linguagens, produção e criação - vale lembrar que, “a criação
na sala de aula, parte de diferentes demandas, articuladas na confluência de saberes: dos
alunos, dos professores, da sociedade, da tradição” (PEREIRA, 2007, p. 11).
4. Metodologia de pesquisa
Para LAKATOS e MARCONI, (1987, p. 133), o estudo de caso é uma categoria de pesquisa
cujo objecto é uma unidade que se analisa profundamente, podendo assim evidenciar a
confiabilidade do estudo através dos dados obtidos.
Segundo RICHARDSON (1999), o método científico é a forma encontrada pela sociedade
para legitimar um conhecimento adquirido empiricamente, isto é, quando um conhecimento é
obtido pelo método científico, qualquer pesquisador que repita a investigação, nas mesmas
circunstâncias, poderá obter um resultado semelhante.
De acordo com DEMO (1987), a metodologia é uma preocupação instrumental, que trata do
caminho para a ciência tratar a realidade teórica e prática e centra-se, geralmente, no esforço
de transmitir uma iniciação aos procedimentos lógicos voltados para questões da causalidade,
dos princípios formais da identidade, da dedução e da indução, da objectividade, etc.
Sabendo-se que metodologia refere-se aos passos ou materiais que foram necessários para a
realização de uma certa actividade, foi possível para a realização do presente trabalho o
método da consulta bibliográfica.
IAVELBERG, Rosa. O Ensino de Arte. Disponível em: Acesso em: 24 set. 2012.
REILY, L.H. (2001). Armazém de imagens: Ensaio sobre a produção artística da pessoa com
deficiência. Campinas: Papirus.
PEREIRA, K. H. (2007). Como usar artes visuais na sala de aula. São Paulo: Contexto.
CERVO, Amado Luiz, BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 2ª Ed. São Paulo:
MacGraw-Hill do Brasil, 1978. Capítulo 4.