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João Pedro Cadiado

O papel da arte visual no ensino Secundário Geral, caso CREI Cidade de Tete 2019-
2021

Licenciatura em Educação Visual com habilidade em Construção Civil

Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2021
João Pedro Cadiado
O papel da arte visual no ensino Secundário Geral, caso CREI Cidade de Tete 2019-
2021

Licenciatura em Educação Visual com habilidade em Construção Civil

Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2021
Introdução
O presente trabalho tem como o estudo que pretende investigar a arte como espaço interno
para a construção do processo de autonomia, a arte como instrumento da contribuição da arte
no desenvolvimento infantil, sua contribuição na estruturação da autonomia pessoal e a
possibilidade da aplicação no processo formal de ensino e aprendizagem.

No campo das artes, existe também esta preocupação de estimular a aprendizagem, sendo que
os educadores mais atualizados buscam trabalhar em sala de aula os conhecimentos acerca das
novas formas de expressão artística, das atualidades e eventos de arte. Assim possibilitam
uma maior participação do aluno em diálogos e debates, tão necessários para o
desenvolvimento da capacidade argumentativa e da visão crítica.
Na infância percebe-se claramente a necessidade que o ser humano tem de descobrir o
“porquê das coisas”, não no sentido de acúmulo de conhecimento, mas sim da compreensão
do mundo que nos cerca. Na escola existe uma grande carga de conhecimento imposta ao
aluno, porém, poucos deles conseguem ter uma visão holística1 e fazer correlações entre
conhecimento e vida. Isto dificulta o processo de ensino-aprendizagem já que o aluno não
compreende a importância do que está aprendendo; e que papel esses conhecimentos terão em
seu dia a dia.
Sendo assim, o presente projecto busca trazer uma reflexão sobre a contribuição que a arte
traz no desenvolvimento da criança, uma vez que o sujeito aprende com a interacção com
outro meio.
1. Delimitação do tema

Delimitar é indicar a abrangência do estudo, estabelecendo os limites extencionais e


conceituais do tema. Enquanto princípio de coerência, é importante salientar que, quanto
maior a extensão conceitual, menor a compreensão conceitual e, inversamente, quanto menor
a extensão conceitual, maior a compreensão conceitual. Para que fique clara e precisa a
extensão conceitual do assunto, é importante situá-lo em sua respectiva área de conhecimento,
possibilitando, assim, que se visualize a especificidade do objecto no contexto de sua área
temática, na concepção de LEONEL, (2002:120).

O presente projecto de pesquisa será estudado, na província de Tete, concretamente na Cidade


de Tete no Centro de Recursos de Educação Inclusiva (CREI), no período compreendido entre
2019 à 2021.

1.1. Justificativa

CERVO & BERVIAN, (2002:127) A justificativa compreende a apresentação de forma clara e


objectiva das razões de ordem teórica e ou prática que fundamentam a pesquisa. Justificam -
se a escolha do tema, a delimitação realizada e a relação que o pesquisador possui com ele.
Procuramos aqui demonstrar a legitimidade, a pertinência, o interesse e a capacidade do aluno
em liderar com o referido tema.

De acordo com LAKATOS & MARCONI, (1992:219), e a parte do trabalho que apresenta
respostas e questões do porque da realização da pesquisa.

É a parte fundamental do projecto de pesquisa, onde se expõem as razões de ordem


teórica (desenvolvimento da ciência) e de ordem prática (aplicação da ciência) pelas
quais a pesquisa proposta é importante. O processo educativo, caracteriza-se por uma
combinação de esforços entre os alunos, professores, técnicos de educação e outros agentes
incluindo os meios de ensino que tornam exequível a educação. Estes intervenientes
funcionam de forma sistemática, ou seja, o sucesso de um implica do outro.

A escolha deste tema pelo autor justifica-se pelo facto:


As razões que levam o autor, a escolha deste tema é no contexto de ser estudante de Educação
visual ter passado no CREI, na Cadeira de Necessidade Educativas Especiais, onde o autor
verificou que as salas de aulas onde os alunos estudam não estão incrementadas ou seja não
permitem uma comunicação visual com os alunos, visto que os alunos possuem uma
necessidade de aprendizagem. No que concerne a comunicação visual, uma sala deve ser
incrementada de modo que estabeleça uma comunicação, com vista a estimular a
aprendizagem nos alunos, tendo em conta os tipos de necessidades educativas que eles
possuem.

1.2. Problematização

O problema da pesquisa, é uma dificuldade de ordem prática, para o conhecimento de algo


que possua real importância, para o qual se deve encontrar ou apontar uma alternativa de
solução no decorrer da pesquisa, BERVIAN (2002:85).

A comunicação visual leva os alunos a construir a sua visão crítica e analítica acerca das
obras de arte e desenvolve a capacidade de diálogo e interacção entre colegas e professores.
Nesse ponto percebe-se que a arte visual auxilia na formação de cidadãos aptos às relações
sociais e culturais, pois desenvolve a capacidade de criação, percepção estética, conhecimento
cultural, a expressão e comunicação. O aluno conhecer novas culturas e compreender valores
que orientam diferentes grupos sociais, seu modo de pensar e agir, além de explorar e
aprofundar-se na sua própria cultura. Isso favorece que o aluno desenvolva o respeito à
diversidade cultural. O CREI, as suas salas de aulas não permitem uma comunicação visual,
visto que uma sala de aula inclusiva deve estar incrementada de modo a estimular a
aprendizagem nos alunos com necessidade educativas especiais, as salas de aulas de uma
escola inclusiva devem estabelecer uma comunicação com os próprios alunos de modo que o
aluno sente-se acolhido neste sistema de ensino.

O CREI renovada, incorpora-se a utilização de novos materiais, novas técnicas, passando a


visar o desenvolvimento do potencial criativo dos alunos. As imagens, sons, são levadas a
repensar nossas práticas educativas, buscando metodologias que possam aproximar nosso
aluno ao conteúdo ministrado, através da utilização dessas informações.

Por tanto, o ensino ministrado no CREI se resume (a quadro, Giz, apagador, caderno e livro),
não chama mais a atenção aos alunos que estão inseridos neste exagero de informações. A
arte visual pode ser um bom caminho para se discutir questões históricas, culturais, entre
outras.

A arte visual, apresentam grandes oportunidades de desenvolvimento na aprendizagem dos


alunos, pois permitem ampliar o conhecimento do mundo em que esta inserido, de suas
habilidades e a descoberta de suas potencialidades. Além disso, estão presente no quotidiano
dos alunos que se expressam, comunicam e demonstram seus sentimentos, pensamentos,
emoções por vários meios, dentre eles: (linhas, formas, rabiscos e desenhar).

Dos problemas acima verificados pelo autor, levanta-se a seguinte questão de partida:

 O que o governo provincial da Educação de Tete tem vindo a fazer para


incrementar o processo de ensino de aprendizagem no 1.CREI?

1.2.3. Hipóteses

Segundo LAKATOS e MARCONI, (ZAGONEL. 2007), O papel da arte visual no ensino


Secundário Geral, estão estreitamente relacionadas com a formação dos professores, aos
panejamentos, às metodologias, às escolhas dos materiais didácticos, às avaliações e com à
relação dos alunos com a escola para com essa área do conhecimento.

Segundo Baptista e Sousa (2011, p. 26), "as hipóteses são uma resposta prévia ao problema
proposto e, habitualmente, são desenvolvidos com base em estudos anteriormente realizados
de acordo com tema escolhido", pelo que a " hipótese deve justificar o trabalho da parte
empírica da investigação" (Hill e Hill, 2002, p. 22).

Segundo Artur (s/d:100) “a hipóteses são explicações das possíveis soluções para solucionar o
problema colocado na pesquisa”.
Através do meu projecto ou na escolha do tema, Através da elaboração desse projecto
pretende-se analisar e reflectir sobre a necessidade do ensino da arte no desenvolvimento da
criança.

1.2.3.1. Primária

 Se o governo alocasse um subsídio, com vista a melhorar a infra-estrutura do CREI


permitiria a maior inclusão no que diz respeito a comunicação visual.

1.2.3.1. Secundária

 Se a Direcção da Escola CREI, promovesse uma campanha com vista a melhorar a


comunicação visual na sala de aula no CREI, iria permitir maior interacção entre a
Escola e os alunos com Necessidades Educativas Especiais.
 Se os Professores de Educação visual do CREI, incrementa-se as salas de aulas,
permitiria maior inclusão e motivação nos alunos com Necessidades Educativas
Especiais.
2. Objectivos

Segundo CERVO & BERVIAN, (2002:180), os objectivos definem a natureza do trabalho, o


tipo de problema, o material a colectar.

Para a elaboração do projecto ao qual se propõe apresentar, seleccionou-se elementos base e


comuns na feitura do mesmo, dois principais tipos de objectivos abaixo indicados, dos quais:

2.1. Geral
 Analisar o papel da arte visual na Educação Inclusiva CREI.
2.2. Específicos
 Explicar o papel da arte visual na Educação Inclusiva no CREI;
 Identificar as formas de inserção da arte visual na sala de aula;
 Que material didáctico o Crei Propor para incrementar as sala de aula com vista a
melhorar a inclusão dos alunos com NEE com arte visual no CREI.
3. Revisão de Literatura

Neste contexto, o aluno é considerado o principal responsável pela sua própria aprendizagem.
Como refere Almeida (2001), mais do que um receptor ou processador passivo de informação,
a perspectiva construtivista vê o aluno envolvido activamente na construção de significados,
confrontando o seu conhecimento anterior com novas situações e, se for caso disso, (ré)
construindo as suas estruturas de conhecimento. A aprendizagem pressupõe, deste modo, uma
articulação feita pelo aluno entre o novo e o que já sabe e, portanto, a mobilização dos seus
saberes e das suas próprias estratégias de aprendizagem.

BYBEE (1997) realça a importância do envolvimento dos alunos nos problemas e actividades
que realizam para promover uma melhor compreensão acerca do mundo e uma maior literacia
científica. HODSON (1998) propõe uma abordagem personalizada e crítica da ciência,
equipando o aluno com a capacidade de empreender acções apropriadas, responsáveis e
fundamentadas. Esta perspectiva crítica é possível se o aluno: aprender ciência, adquirindo
conhecimento conceptual e teórico; aprender acerca de ciência, compreendendo a natureza, a
história e os métodos da ciência, assim como as relações CTS; fazer ciência, adquirindo
experiência em investigação científica e na resolução de problemas.

A revisão da literatura é a etapa do trabalho em que se reúne as fontes de pesquisa que vão


fornecer embasamento teórico para o trabalho.
Segundo LOWEFELD, através da arte podemos entender o comportamento da criança e
desenvolver a apreciação dos vários e complexos modos como ela cresce e se desenvolve.
Assim, para trabalhar com crianças na área de arte é necessário ao professor compreender as
várias fases da sua evolução, para que este determine até que ponto a criança pode
compreender e utilizar a sua experiência artística.
Os alunos com NEE são todos aqueles que necessitam de apoio educativo especial em algum
momento do seu percurso escolar, independentemente da sua duração ou gravidade, e
assumindo que a finalidade da educação tem que ser igual para todas as crianças, quer sejam
deficientes ou não.
O incentivo aos alunos para que empreguem o desenho, a escultura e a pintura para exprimir
sentimentos e emoções. As finalidades educativas às quais se devem dar maior relevância,
passam pelo desenvolvimento das capacidades cognitivas, afetivas e expressivas dos alunos

3.1. 1. Matérias didáctico

Segundo BEZERRA (1962) apud JANUARIO (2008) afirma que: o uso de material didáctico,
na sala de aula propiciara a aula mais atraente e acessíveis aqueles alunos que apresentam
dificuldades de abstracção; assim sendo o autor desta pesquisa a firma que usando o material
didáctico como instrumento didáctico no Processo de Ensino e Aprendizagem proporcionam
uma boa aprendizagem dos alunos no Centro de Recursos de Educação Inclusiva -Tete.

Portanto, alguém aprender é necessário que ele queira aprender. Ninguém consegue ensinar
nada a uma pessoa que não quer aprender. Por isso é muito importante que o professor saiba
motivar os seus alunos, (PILETTI, 2002:33).

O PEA, não passa de uma actividade complexa que envolve várias técnicas e instrumentos
auxiliar ao professor com vista a alcançar os objectivos por ele trançados sendo necessário o
uso de material didáctico e meios de ensino.

Os materiais didáticos e em especial o livro didático exercem um papel mediador entre o


ensino e a aprendizagem. Este recurso pode ser uma ajuda nas aulas de expressões, mas
também pode acontecer que o livro ganhe centralidade no percurso educativo, tornando-o uma
dependência para as aulas. Enquanto professor, o recurso a este material não é muitas vezes
utilizado, talvez devido ao facto do manual não ser um recurso obrigatório quando falamos da
disciplina de EV.

Portanto, “meios de ensino, Design, recursos materiais utilizados pelo professor e pelos alunos
para a organização e condução metódica do processo de ensino e aprendizagem". (LIBÂNIO,
1990:173).

LIBANIO na sua página 173 acrescenta:


Os meios de ensino, referem-se a todos recursos que um professor e seus alunos usam para a
criação de um ambiente pedagógico favorável dentro da sala de aula, incluindo as carteiras, o
quadro preto, o projector e slides, filmes, gravadores e vários outros recursos que serão usados
durante a aula e de acordo com a natureza do tema.

 Forneça antecipadamente (Atenção) cópias da aula/apresentação. Tal permitirá que o


estudante se familiarize com a estrutura, matéria e vocabulário da sessão.
 No início da aula (Atenção) apresente a estrutura a seguir (ex. tópicos no quadro).
Retome-a ao longo da aula para ajudar o estudante a seguir os assuntos de forma
lógica.
 Registe todas as informações importantes no (Atenção) quadro. Escrever qualquer
aviso que queira dar (ex. horários de atendimento, data de testes, alterações de
horários/salas).
 Um dos primeiros passos para a inclusão dos estudantes com NEE é o respeito pela
confidencialidade sobre as especificidades da sua necessidade especial, nomeadamente
através da partilha com o estudante da informação relativa a si e da sua inclusão em
reuniões sobre o seu percurso académico.
 O coordenador de curso e os docentes devem analisar com o estudante as dificuldades
sentidas, procurando definir estratégias que melhor o possam ajudar a ultrapassá-las
Apresente material audiovisual com (Atenção) legendas.
 Caso não tenha o material audiovisual legendado forneça ao estudante um resumo
escrito do assunto antes da apresentação.
 Os enunciados das provas deverão ter uma apresentação adequada ao tipo de
deficiência (enunciado ampliado para estudantes amblíopes, em carateres braille ou
gravado em áudio, para estudantes invisuais), e as respostas poderão ser dadas de
forma não convencional (por registo Necessidades Educativas Especiais: Manual de
Apoio para Docentes 12 áudio, em braille, por ditado, recurso a máquina de escrever
ou registo informático).

A Arte como forma de apreender o Mundo permite desenvolver o pensamento crítico e


criativo e a sensibilidade, explorar e transmitir novos valores, entender as diferenças culturais
e constituir-se como expressão de cada cultura. A relevância das Artes no sistema educativo
centra-se no desenvolvimento de diversas dimensões do sujeito através da fruição-
contemplação, produção-criação e reflexão-interpretação.
A escola, nas suas múltiplas experiências educativas, deve proporcionar o acesso ao
património cultural e artístico, abrindo perspetivas para a intervenção crítica. Neste contexto,
as Artes Visuais, através da experiência estética e artística, propiciam a criação e a expressão,
pela vivência e fruição deste património, contribuindo para o apuramento da sensibilidade e
constituindo, igualmente uma área de reconhecida importância na formação pessoal em
diversas dimensões – cognitiva, afetiva e comunicativa.

Acredita-se que a educação em Artes Visuais, num processo contínuo ao longo da vida, tenha
implicações no desenvolvimento estético-visual dos indivíduos, tornando-se condição
necessária para alcançar um nível cultural mais elevado, prevenindo novas formas de
iliteracia. 3.1.2. Educação inclusiva

SMITH & COLS. (1995), Cit. Por MARTINS (2000), são da opinião que a inclusão envolve a
inserção física, social e académica do aluno especial no grupo regular, apenas durante grande
parte do dia escolar.

De acordo com NIELSEN (1999), a inclusão consiste no atendimento a alunos com NEE,
num único sistema de ensino, e sempre que possível, nas turmas regulares.

A escola dos dias de hoje é encarada por muitos como o contexto preferencial para a educação
de crianças com NEE. Deve por isso, estar preparada para lhes facultar uma diversidade de
respostas, pois, não tem como única função a transmissão de saberes, assumindo
conjuntamente, responsabilidades ao nível da promoção do desenvolvimento psicossocial dos
alunos.

Segundo SANTOS (2007, p. 19), a primeira função da escola é tomar decisões e criar
condições de processos democráticos, funcionando como um centro cultural e educacional
dos alunos e da restante comunidade escolar.

A escola deve ainda promover nos alunos, o desenvolvimento integral, numa perspectiva de
preparação para a vida social, profissional e como cidadãos críticos e constitutivos.

Este é o novo paradigma do sistema educativo, uma nova concepção de escola, em que todas
as crianças, sem excepção, estão em igualdade de circunstâncias, independentemente dos
valores culturais ou limitações físicas e intelectuais.

De acordo com PORTER (1998) & CORREIA (2005), este sistema de educação inclusivo
promove a presença por parte de alunos com NEE, em ambientes de sala de aula regulares,
onde são concedidos os apoios necessários, de forma a atingirem, por caminhos diferentes, os
mesmos objectivos que os seus colegas.

3.1.3. Vantagens da escola inclusiva

Actualmente, a filosofia da inclusão parece ainda não demonstrar total convicção, pelo menos,
aos olhos dos docentes que valorizam, sobretudo, uma função meramente instrutiva da escola.
Naturalmente há algum trabalho a fazer para comprovar a eficácia desse modelo educativo.

Com efeito, seria um bom ponto de partida, centrar-se na concepção de que, “a filosofia da
inclusão só traz vantagens no que respeita às aprendizagens de todos os alunos, tornando-se
num modelo educacional eficaz para toda a comunidade escolar, designadamente para os
alunos com necessidades educativas especiais” (CORREIA, 2005, p.14).

3.2.1 Vantagem do modelo inclusivo para os professores

De um modo geral, na perspectiva dos professores, a inclusão origina um trabalho conjunto


com outros profissionais, permitindo atenuar muita da pressão associada ao ensino. Este
trabalho em equipa, por sua vez, possibilita a partilha de estratégias educativas, uma maior
supervisão dos progressos dos discentes, uma maior gestão dos problemas de comportamento
e, não menos fundamental, o alargamento da comunicação entre profissionais e encarregados
de educação.

3.2.2. Vantagem do modelo inclusivo para os alunos

A inclusão legitima o direito do aluno com NEE a aprender e interagir socialmente junto dos
restantes colegas. Desta forma, o estigma da deficiência esbate-se, dentro de um clima de
pertença e de participação na vida escolar, sem nunca descurar a resposta às suas
singularidades específicas. Por outro lado, todos os colegas que rodeiam a criança ou jovem
especial têm maiores probabilidades em perceber, que a diferença faz parte da natureza de
cada um e que por isso mesmo, deve ser respeitada e aceite.

A inclusão promove a consciencialização e a sensibilização dos membros de uma determinada


comunidade, porque permite uma maior visibilidade das crianças com necessidades educativas
especiais. Assim, a sociedade percepciona essas crianças como parte de um todo, aceitando-as,
progressivamente, como tal (CORREIA, 2005, p. 55).

3.2.3. O papel do professor na educação inclusiva


Nos dias de hoje, o papel do professor não pode se limitar à transmissão única de saberes.
Segundo PERRENOUD (2000), este agente educativo terá que se assumir como um mediador
intercultural, que coloca em primeira prioridade, uma prática baseada na reflexão.

GOMES (1997, cit. por SANTOS, 2007, p.201) acrescenta que, ser professor no século XXI é
ser alguém que, sobretudo, sabe relacionar-se pessoalmente com cada aluno e com cada
pessoa, respeitando a diferença que identifica cada um. Esta atitude implica um processo
crítico, reflexivo e construtivo do professor, capaz de promover a educação dos sentimentos,
do amor e dos valores, como forma de ajudar os outros a serem felizes, a encontrarem-se a si
próprios, a aprenderem a ser e a saberem respeitar o outro.

3.3. As artes visuais e a educação

Na perspectiva de SEIXAS (2014, p. 110), um dos aspectos fundamentais do ensino da arte,


de uma maneira geral, é a formação dos sentidos do indivíduo, uma vez que se busca ensinar
o aluno a ver e a ouvir, a apreciar o mundo que está a sua volta, possibilitando ao aluno ir
além do significado explícito ou directo do objecto, também aguçando seus sentidos para a
subjectividade implícita em cada mensagem, seja através da linguagem escrita, visual ou
sonora.

A formação dos sentidos interfere, ainda, na forma como as pessoas se relacionam entre
familiares, companheiros de trabalho ou de estudo, ou seja, na vida em sociedade.

É importante deixar claro que o professor, ao usar uma obra de arte, tem de estar atento à
mensagem que deseja passar, ao conteúdo que quer discutir, pois, da mesma maneira que a arte
pode contribuir para a construção do aprendizado, se usada de maneira errada, pode levar o
aluno a uma interpretação equivocada de uma dada realidade. A imagem tem um poder
gigantesco dentro do cérebro humano, por isso somos movidos pelo sentido da visão e dele não
duvidamos. (Idem, p. 111).

Se uma imagem é mostrada, ela se fixa em nosso cérebro. Nesse sentido, é necessário um
estudo das obras que serão discutidas, observando-se de que maneira ela contribuirá para o
plano de trabalho desejado.

3.3.1. Arte visual na comunicação

Segundo DIAS, (2010, pp. 9), o termo artes visuais engloba os campos das artes percebidas
através do sentido da visão. Envolve os novos meios de produção da imagem como as
instalações, performances, vídeo arte, web arte, fotografia, cinema, televisão, vídeo e
computador.
Enquanto para PCNs, (1998, p. 63), essas várias modalidades da linguagem visual sofrem
modificações e inovações por meio de recombinações e pelo desenvolvimento de novas
tecnologias de produção e manipulação da imagem. Fazem parte também do seu campo de
estudo as modalidades mais tradicionais que são: escultura, pintura, desenho, arquitectura,
gravura, objectos, cerâmica, artesanato.

Para PCNs (1998, p. 19), a arte visual, auxilia na construção do conhecimento acerca da
cultura. Este fato é tratado também nos o qual fala que o aluno desenvolve sua cultura não só
através da apreciação, mas também da produção e do conhecimento das artes; o que é
constatado na afirmação: “Produzindo trabalhos artísticos e conhecendo essa produção nas
outras culturas, o aluno poderá compreender a diversidade de valores que orientam tanto
seus modos de pensar e agir como os da sociedade.”

As diferentes linguagens artísticas constroem o significado de arte. Nesta parte, destacamos as


artes visuais como uma parte integrante das demais linguagens. No meio onde vivemos,
somos rodeados a todo o instante por cores, luzes, figuras e símbolos, que despoletam a
necessidade para a sua compreensão. É neste sentido, que consideramos a importância de nos
apropriarmos das artes visuais, pois é a partir delas que conseguimos compreender as
imagens.

Segundo TEIXEIRA (2006), as artes visuais, além das formas tradicionais – pintura, desenho,
gravura, arquitetura, artefacto, desenho industrial -, incluem outras modalidades decorrentes
dos avanções tecnológicos e das transformações estéticas que surgiram a partir a
modernidade, como por exemplo, a fotografia, as artes gráficas, os quadrinhos, a eletrografia,
entre outros.

O mundo atual carateriza-se por uma utilização visual incomparável na história, concebendo
um universo de exposição múltipla para os seres humanos. Origina assim, a necessidade de
uma educação que os leve a compreender e distinguir sentimentos, sensações, ideias e
qualidades.

3.3.2. Importância da arte visual

De acordo com FISCHER (1963, Pp. 11), a arte é necessária porque o homem é um ser social
e faz parte de sua natureza buscar a vivência do outro para melhor compreender-se.
Nesse sentido, a arte supre essa necessidade, pois, ela é uma forma de representação do
mundo externo e interno dos indivíduos e da vida em toda a sua plenitude, relacionando
conhecimento à emoção. Levando-se em consideração essa colocação, pode-se entender que a
aprendizagem da arte torna-se necessária para a formação integral dos indivíduos.

Segundo IAVELBERG (2006, Pp. 4), o arte-educador como orientador do fazer artístico
oferece ao aluno a possibilidade de desenvolvimento pleno de sua criatividade já que auxilia
na superação das dificuldades no processo de criação, sugerindo possibilidades e incentivando
o aluno a acreditar em si mesmo. Além disso, auxilia na construção do conhecimento em artes
confrontando os alunos com imagens e obras de arte, além de textos para a análise e reflexão
em sala de aula.

3.3.3. O ensino das artes visuais em contexto de inclusão

A investigação sobre o ensino das artes visuais no contexto da inclusão foi alvo de alguma
timidez inicial. Mas, como já tivemos a oportunidade de referir anteriormente, a Declaração
de Salamanca (Brasil, 1994) fez deflagrar o movimento de inclusão como novo modelo
educacional.

Segundo REILY (2001), parece que os cursos de artes visuais não estão a conseguir
acompanhar esta conjuntura actual, no sentido de preparar os universitários para exercer a sua
profissão de docentes, tendo em conta um público com notável diversidade ao nível das
habilidades, necessidades e limitações.

De acordo com um estudo realizado por MORAES (2007), acerca da inclusão por meio da
arte numa escola regular, ficou demonstrado que, os professores concebem as acções
relacionadas com este campo como mais fáceis e menos importantes que outras actividades
académicas, menosprezando igualmente a habilidade do aluno com NEE, oferecendo-lhe
tarefas repetitivas, que pouco cooperam param o seu desenvolvimento criativo e estético.

3.3.4. O professor de artes visuais, o mediador de oportunidades

Nos dias de hoje, e de acordo com LAVELBERG (2003, p.12), “é necessário que o professor
seja um estudante fascinado por arte, pois, só assim terá entusiasmo para ensinar a transmitir
aos seus alunos a vontade de aprender”.
Nesse sentido, quanto à relação, linguagens, produção e criação - vale lembrar que, “a criação
na sala de aula, parte de diferentes demandas, articuladas na confluência de saberes: dos
alunos, dos professores, da sociedade, da tradição” (PEREIRA, 2007, p. 11).

4. Metodologia de pesquisa

Para FONSECA (2002), métodos significa a organização e logos, estudo sistemático,


pesquisa, investigação, ou seja; Metodologia é o estudo da organização dos caminhos a serem
percorridos para a realizar uma pesquisa ou um estudo dos instrumentos utilizados para a
obtenção do trabalho. Para por este trabalho de investigação em andamento, foram usados
com caminhos para a sua obtenção, consulta de obras na internet, referentes ao tema em causa
e a revisão bibliográfica. A creditamos que estes procedimentos ajudaram recolher dados
eficazes em busca dos conteúdos do tema deste trabalho.

Para LAKATOS e MARCONI, (1987, p. 133), o estudo de caso é uma categoria de pesquisa
cujo objecto é uma unidade que se analisa profundamente, podendo assim evidenciar a
confiabilidade do estudo através dos dados obtidos.
Segundo RICHARDSON (1999), o método científico é a forma encontrada pela sociedade
para legitimar um conhecimento adquirido empiricamente, isto é, quando um conhecimento é
obtido pelo método científico, qualquer pesquisador que repita a investigação, nas mesmas
circunstâncias, poderá obter um resultado semelhante.

De acordo com DEMO (1987), a metodologia é uma preocupação instrumental, que trata do
caminho para a ciência tratar a realidade teórica e prática e centra-se, geralmente, no esforço
de transmitir uma iniciação aos procedimentos lógicos voltados para questões da causalidade,
dos princípios formais da identidade, da dedução e da indução, da objectividade, etc.

Sabendo-se que metodologia refere-se aos passos ou materiais que foram necessários para a
realização de uma certa actividade, foi possível para a realização do presente trabalho o
método da consulta bibliográfica.

4.1. Tipo de pesquisa

A pesquisa deve ter um caráter pragmático, sendo um “processo formal e sistemático de


desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir
respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos” (Gil, 1999,
p.42). Segundo Menezes (2001):
Pesquisa é um conjunto de ações, propostas para encontrar a solução para um problema, que
têm por base procedimentos racionais e sistemáticos. A pesquisa é realizada quando se tem um
problema e não se tem informações para solucioná-lo. (Menezes, 2001, p.20)
A classificação desta pesquisa seguiu a taxonomia apresentada por Vergara (1997). O tipo da
pesquisa foi qualificado considerando os aspectos relacionados aos fins e aos meios.
Para a realização do presente trabalho, aplicar-se-á uma proposta de metodogia é descritiva
segundo Prates (2005), este tipo de pesquisa trabalha com dados passíveis de mensuração
através e especialmente de procedimentos estatísticos, como por exemplo, número de criança
visitadas ou apuradas cuja situação era deficitária, isto é, com pouca afluência as
contribuições. Sua capacidade e aprendizagem etc.

4.1.2. Pesquisa qualitativa


No que diz respeito ao tipo de pesquisa quanto a abordagem da nossa monografia adoptamos
a pesquisa qualitativa visto que essa pesquisa preocupa-se com o aprofundamento da
compreensão de um grupo social, não só mas também procuramos apresentar os dados de
forma percentual, a partir do método probabilístico.
Para GIL (2007) “A pesquisa qualitativa preocupa-se, portanto, com aspectos da realidade que
não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das
relações sociais. E uma organização”. Em poucas palavras podemos afirmar que a pesquisa
qualitativa não preocupa com a quantidade dos factos, mas sim a qualidades dos factos a
serem estudados.
Nos socorremos da pesquisa quantitativa, porque depois das descrições apresentamos os dados
de forma percentual e compreendemos as causas do não uso da leitura para a melhoria de
escrita.
4.1.3. Universo da pesquisa

O universo, ou população, é o conjunto de elementos que possuem as características que serão


objecto do estudo, e a amostra, ou população amostral, é uma parte do universo escolhido
selecionada a partir de um critério de representactividade (Vergara, 1997).

O universo da pesquisa é composto por empresas brasileiras, representadas por seus


empreendedores, que não sejam franquias ou subsidiárias de empresas estrangeiras e que
possuam de dois a 25 anos de existência. O critério de representatividade atribuído para a
determinação da amostra foi o de empresas que tenham sido selecionadas pelo processo de
Triagem de alguma Incubadora ou Aceleradora1 de Empresas do Brasil, ou do Instituto
Internacional Empreender Endeavor. Isto porque, pode-se considerar que os processos de
seleção destes institutos já funcionam como uma préseleção de empresas nascentes com maior
potencial de sobrevivência e, subsequentemente, de sucesso.

4.2. Amostra da pesquisa

Amostra é subconjunto da população, uma parcela, convenientemente seleccionada do


universo a ser pesquisado.
Uma amostra é um subconjunto de indivíduos da população alvo. Para que as generalizações
sejam válidas, as características da amostra devem ser as mesmas da população.
Richardson (1999) apud Gil (2007), define amostra como “uma parte de um conjunto de
Indivíduos que apresentam determinadas características comuns definidas para o estudo, ou
Ainda um subgrupo da população”.
Para esta pesquisa, recorreu-se a amostragem por estratificação proporcional, porque, segundo
MARCONI e LAKATOS (2002:410), constitui em seleccionar no extracto, uma quantidade
de unidades proporcional ao tamanho do extracto da população. Também constitui na
selecção de uma proporção de género feminino e masculino do universo e avaliação.
Sendo assim, a amostra deste trabalho é intencional, focalizando-se no Centro de Recurso de
Educação Inclusiva de Tete.
4.2.1 Resultados Esperados
A informação e os dados obtidos são muitos e diversificados; todavia e em função das
questões enunciadas nos questionários, organizam-se os resultados que aqui se apresentam.
As citações que propositadamente se transcrevem, representam uma forma de reproduzir, o
mais fielmente possível, o significado que outros investigadores referem acerca da temática
em questão.
4.1.3. Cronograma de Actividades
Cronograma é um instrumento de planeamento e controle semelhante a um diagrama em que
são definidas e detalhadas minuciosamente as actividades a serem executadas durante um
período estimado. Em nível gerência, um cronograma é um artefacto de controlo importante
para levantamento dos custos de um projecto e, a partir deste artefacto, pode ser feita uma
Análise de viabilidade antes da aprovação final para a realização do projecto.
Todo projecto é um processo único, um conjunto de informações e atividades com data de
início e de término, conduzidas para atingir um objectivo com requisitos especificados.

Jan Fev Ma Abri Mai Jun Jul Ag Se Out Nov De


. . r l o . . t. . . z
Pesquisa X
bibliográfica
Revisão de X
literatura
Colecta de X
dados
Analise dos X
dados
Redacção X
preliminar
Revisão e X
correcção
Redacção X
final
Apresentaçã X
o
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