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Universidade Federal de Alagoas

Entrevista com a professora da disciplina de Ciências Biológicas


Entrevistada: Ana Paula
Aluno que realizou a entrevista: Israel Antenor Dorneles Macedo
Nessa entrevista, foram realizadas cinco perguntas à professora Ana Paula, sobre sua
carreira na docência.

A primeira pergunta; “De onde você veio antes de entrar na universidade”


"Eu venho de escola particular, embora meus pais não tenham muitas condições para
bancar uma escola particular, mas apesar de serem assalariados, eles se esforçaram muito
e conseguiram pagar uma escola particular para mim, porém as dificuldades foram muitas.
Prestei vestibular duas vezes antes de entrar na universidade federal de alagoas. O curso
de ciências biológicas não era a minha primeira opção, eu queria cursar odontologia, mas o
primeiro vestibular que fiz para odontologia, eu não consegui passar. Eu fiz o vestibular
mais uma vez para odontologia, no entanto não passei novamente, porém sobrou muitas
vagas na área da saúde, aí eu botei meus pontos para biologia e passe. No ano seguinte
tente novamente o vestibular para odontologia, mas não passei, eu já estava estudando
ciências biológicas e gostei, então continuei e estou aqui até hoje.”

A segundo pergunta; “Como foi sua trajetória na universidade”


“A minha trajetória na universidade foi maravilhosa, graças a deus não peguei muitas
greves, antigamente tinham muitas. Assim que comecei na Ufal no primeiro ano, já que
naquela época era por ano, eu já fui me entrosando em alguns estágios, não remunerados.
Porém eu almejava muito por uma bolsa, mas fiquei estagiando sem remuneração no
museu de história natural e no laboratório de botânica, depois consegui algumas bolsas.
Então foi uma trajetória muito positiva e muito rica em conhecimento, participei de vários
projetos na Ufal, com a professora de botânica. Minha monografia sobre o estudo
comparativo de plantas medicinais no Quilombo de Santa Luzia do Norte em União dos
Palmares, foi um estudo maravilhoso e rico em conhecimento. Eu posso dizer que tudo que
um estudante poderia usufruir da universidade na época eu pude.”

Terceira pergunta; “Como foi sua inserção no mercado de trabalho até o momento
atual” “A minha inserção no mercado de trabalho, se deu antes mesmo da minha
graduação acabar a secretaria de educação, abriu um processo seletivo de monitoria, onde
essa monitoria era realizada ainda com estudantes da licenciatura. Eu passei nessa
monitoria e fui trabalhar na parte da noite como monitora, iniciando no ensino fundamental
EJA, e através de colegas, eu pude rever uma antiga professora de biologia e foi justamente
essa professora que precisou que eu desse aulas no lugar dela, em uma escola particular.
Eu substituí essa professora e no ano seguinte eu fui inserida no mercado de trabalho em
uma escola particular e graças a deus, faz 18 anos que estou lecionando nesta escola.
Assim que me formei no ano de 2000 prestei um concurso do estado e passei no ano
seguinte. Comecei a lecionar no estado e faz 20 anos que estou lecionando no mesmo.”

Quarta pergunta; “Qual a maior dificuldade de um professor recém formado”


“Acredito que a maior dificuldade de um professor recém formado é justamente entrar no
mercado de trabalho, se adaptar às novas estratégias de ensino, que cada vez mais estão
se modificando. Fazer o seu nome no mercado de trabalho, fazendo a diferença, é o seu
diferencial como professor, que vai trazer sua ascensão como profissional.”

Quinta pergunta;”Quais foram os pontos positivos e negativos da sua trajetória“


“Para mim a questão dos pontos negativos é o desenvolver um ensino de qualidade nas
escolas, mesmo com as dificuldades que enfrentamos em muitas escolas, como a falta de
equipamentos para aulas práticas, já que a disciplina biologia necessita de muitas aulas
práticas. No estado o maior ponto negativo é justamente a falta de estrutura nas escolas. A
educação não é fácil, e também a falta do incentivo para o professor na questão salarial,
mas professor não morre de fome, ele sempre vai encontrar trabalho e procurar uma escola
que atenda suas necessidades, porque para um professor ganhar um pouquinho melhor,
ele tem que trabalhar em várias escolas e isso é mais um ponto negativo. Os pontos
positivos e que você sabe que vai fazer seu trabalho com excelência, com dificuldades ou
não, você vai compartilhar o seu conhecimento com os alunos e para ensinar, você tem que
gosta muito, as dificuldades são muitas, porém é muito gratificante, você saber que, ali tem
uma pessoa que depende de você e de seus ensinamentos é uma troca de conhecimento
mútua de professor e aluno, aprendemos muito com os nossos alunos. E outro ponto
positivo é a minha relação com a UFAL através dos programas de residência que é algo
muito bom.”

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